Deitado em sua cama, James mais uma vez, aguarda ansioso todos os colegas acabarem com a algazarra. Aos poucos, todos vão se deitando e pegando no sono. Calmamente, ele retira sua capa da invisibilidade de dentro da mala, veste e começa a percorrer os silenciosos corredores de Hogwarts em busca da bela garota.
Depois de alguns minutos caminhando, ele ouve leves passos e rapidamente sussurra "Nox", sua varinha se apaga. Ele prende a respiração e continua seguindo, mais cauteloso do que antes. Ao virar o corredor, sente seu coração bater mais forte. É ela ! Lily Evans. Os cabelos ruivos escorrem pelos ombros, enquanto uma leve brisa balança suas ondas. "Linda como sempre", ele pensa. 
Se recompondo, ele continua a segui-lá, observando cada passo e no seu jeito de andar. De repente, percebe que ela caminha na direção de uma porta comum, de madeira, que mais parece um armário de vassouras. Ela olha para os dois lados para ver se está sozinha, pensando estar, entra na sala. James rapidamente se aproxima e encosta o ouvido na porta, tentando ouvir algum som ou o que quer que seja. Sem ouvir nada, entra na sala.
A sala é muito ampla e repleta de prateleira com livros, armários com ingredientes para poções e caldeirões de todos os tipos. Logo, 
percebeu que estava na Sala Precisa. Lily está de costas, distraída folheando um livro. Ele chega mais perto, mas nem tanto para não assustá-la e deixa a capa cair.
"Lily ?" - num movimento brusco a ruiva se vira com a varinha já apontada pra ele.
"VOCÊ É LOUCO POTTER? IDIOTA, VOCÊ ME ASSUSTOU !" - ela grita nervosa e ao mesmo tempo se sentindo culpada pelas palavras, ao ver a cara de James.
"D-desculpe, eu não quis assustá-la." - ele diz envergonhado. Antes ele não ligava para as discussões com Lily, afinal, ela sempre o repreendia por atormentar o Seboso. Mas de uns tempos pra cá, as coisas haviam mudado, ele estava apaixonado.
"Tá, tudo bem. Mas o que você está fazendo aqui ? Não devia estar no dormitório ? Você n... Ei, espera aí, estava me seguindo ?" - Ela pergunta ao ver a capa no chão, ficando nervosa novamente.
"N-não, eu, quis dizer... Sim, estava.
"Qual é o seu problema ? Já não basta me perturbar todo dia, resolveu me perseguir agora ? Olha, eu sou monitora chefe, posso conseguir uma detenção pra você ? É isso que o que você quer Potter ? É ?
Já tranquilo, ele ri da situação, vendo como ela fica maravilhosamente linda com aquela cara de brava.
"Eu acho que não tem nenhum palhaço por aqui. Então quer saber ? JÁ CHEGA !, saia Potter, antes que eu te entregue para a McGonagall."
"Você não sabe como fica linda nervosa..." - ele diz meio sacana. Lily fica levemente corada, mas não diz nada.
"Sabe, eu não quis atrapalhar, só fiquei curioso para saber o que você veio fazer na Sala Precisa."
"Então é esse o nome ? Sala Precisa ?"
"Sim, não sabia ? Ela é adaptada para as suas necessidades. Mas você tem que precisar muito."
"É, tá explicado. A prova de poções..." - ela diz meio tímida.
"Ora, ora, quem diria ? A nossa inteligentíssima Lily com dificuldades?"
"Você acha que tem muita intimidade comigo pra me chamar assim né Potter? Bom, isso não vem ao caso. É, estou com um pouco de dificuldade em Poções. Na última aula não consegui preparar a poção, me distraí tentando ajudar o Frank. E tenho prova em uma semana." 
"Hm, estava cumprindo detenção. Mas tenho certeza que você teria conseguido, foi apenas uma distração. Olha, você sabe, eu não sou um aluno exemplar e sou péssimo em poções. Mas... se precisar de alguma ajuda, eu posso tentar.
"Mesmo ? Obrigada, James." 
"Você acha que tem muita intimidade comigo pra me chamar assim né, Lily Evans." 
Os dois deram deliciosas gargalhadas e os olhos de Lily encontraram os seus. Ficando ali por uns segundos, unidos por uma cumplicidade que acabara de nascer. 
Desconcertada, Lily se afasta um pouco e segue em direção a um caldeirão de estanho tamanho médio, tentando mudar de assunto.
"Então Sr. Potter, pode me ajudar a picar as raízes de valeriana ?"
Então eles começam a preparar a poção. Entre risadas, pseudo-brigas e tapinhas carinhosos da Lily em sua cabeça. A poção passa de negra para lilás, e depois finalmente, clara como a água. Lily, feliz com o resultado, fica de pé num pulo e dá um gritinho de alegria, pulando nos braços de James, sem perceber o que fazia.
Os dois se olham constrangidos com a situação, Lily tenta se afastar, mas James puxa sua amada carinhosamente para os seus braços. Ali, com a cabeça em seu peito, num momento de ternura, Lily confessa bem baixinho:
"Pois é Potter, até que você não é o monstro que eu imaginava." 
"Talvez eu seja, mas até o monstro mais monstruoso carrega em si o amor."
"Amor ? Você é capaz de amar Potter ?" - ela pergunta brincando.
"Sim, eu sou. Sou capaz de amar a garota que mais implica comigo, de amar uma garota que não dá nenhuma moral pra mim. Uma garota tão meiga, tão pura e tão doce, que com seu jeitinho, passou por cima dos meus defeitos pra me dar uma segunda chance. A chance de mostrar que mesmo com toda a minha infantilidade e monstruosidade, posso ser uma boa pessoa. É isso que o amor faz..."
Sem dizer nada, Lily joga seus braços em volta do pescoço de James e lhe dá um beijo. Um beijo longo, demorado, cheio de amor e carinho, o beijo que James tanto sonhou. Lily para, e sem se afastar, encara aqueles belos olhos. Chegando bem perto do seu ouvido, ela sussurra: "Eu amo você, James Potter."
Ele sorri, e com o mesmo carinho responde: "Eu também te amo, Lily Evans."