Sangue Quente - O Contágio escrita por Wesley Belmonte, Jaíne Belmonte


Capítulo 4
Capitulo Quatro




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Saímos do posto e seguimos pela estrada. Fico pensando no homem que estava lá, talvez pudéssemos tê-lo chamado para vir com a gente, mas não o conhecíamos. Que garantia podíamos ter de que ele não fosse um ladrão? Um assassino? Talvez não, ele parecia ser uma boa pessoa, mas não podemos nos basear por aparências, afinal de contas, elas sempre nos enganam.

– Estou me sentindo num fim de mundo, desde que saímos daquele posto não vejo nada além de árvores e mais árvores. - Diz mamãe interrompendo o silêncio,- Pra onde estamos indo afinal Charles? - Sinto que ela já está ficando impaciente com toda essa loucura que está acontecendo.

– Quero levar vocês pra um lugar seguro, a base militar onde trabalho, lá tem muros altos e armamento pesado que podemos precisar. Acho o melhor lugar para ficarmos depois de todos esses acontecimentos.

– Armamento pesado? Oh meu Deus, o que está realmente acontecendo aqui? Não consigo entender Charles, não mesmo.

Meu pai não responde, sinto que no fundo nem ele mesmo entende com clareza porque tudo isso está acontecendo. Jenna segura a mão da mamãe e continuamos a viagem sem trocar muitas palavras.

Está anoitecendo, Jenna acabou cochilando com a cabeça encostada no ombro da mamãe. Avistamos uma pequena vila ao longe, estamos todos muito cansados e meu pai, mesmo relutante, acaba decidindo fazer uma pequena parada naquele local. Estacionamos o carro na pequena entrada de terra que leva até as casas, acordo Jenna para que ela me ajude com a cadeira de rodas.

Assim que todos nós descemos da S10, notamos que há algo de errado naquele lugar, parece que estamos de frente para uma cidade fantasma, tudo está muito silencioso, não vemos pessoas pelas ruas e quando meu pai aciona o alarme do carro, a situação muda drasticamente.

O silêncio rapidamente é cortado por grunhidos que arrepiam meu corpo inteiro, e ao longe posso ver 4 silhuetas - de pessoas que parecem estar bêbadas -, vindo em nossa direção, percebo que os barulhos vem delas e é aí que minha ficha caí:

– Merda! Zumbis pai, são zumbis, precisamos sair daqui agora mesmo!

Meu pai corre para ligar o carro, e o barulho que ele faz ao desacionar o alarme, faz com que aquelas coisas venham em nossa direção com mais velocidade. Como se eles fossem atraídos pelo som.

– Jenna, me ajude aqui com a cadeira de rodas. Jenna, rápido!

Mas Jenna etá totalmente paralisada olhando na direção dos bichos, não é preciso de nenhum especialista para dizer que ela entrou em estado de choque. Corro até ela e começo a balançá-la de um lado para o outro.

– Para com isso! Você não pode ficar aí parada assistindo essas coisas virem nos matar. Anda Jenna, reaje!

Mas não adianta, é como se ela não escutasse uma palavra do que eu digo. Desesperado, meu pai sai do carro e me ajuda a colocar na carroceria a cadeira de rodas da mamãe que não para de tremer. Empurro Jenna para dentro também, e quando estou pronto pra entrar, algo me impede. Um grito, uma voz feminina que vem de uma das casas.

– Richard, o que você está fazendo? Entre nesse carro agora mesmo! - A voz é da minha mãe, que está chorando apavorada.

– Não mãe, alguém precisa de ajuda. Eu alcanço vocês, vou ficar bem! Eu juro!

Falo isso e em seguida saio correndo na direção da casa de onde veio o grito. Pego um pedaço de madeira que encontro no chão. Na cabeça, preciso acertar na cabeça. É o único pensamento que eu tenho. Um deles se aproxima de mim e dou o golpe mais forte que consigo. Ele cai no chão, mas continua se mexendo, acerto ele mais duas vezes, e sangue coagulado voa em mim, é nojento, mas no fundo, há uma pequena diversão nisso. Outro zumbi se aproxima, mas não tenho tempo de reação, ele está muito perto. No momento que ele vai me agarrar mais sangue voa em mim. Meu pai acerta um belo tiro na cabeça do morto-vivo com uma Desert Eagle, mesmo estando a quinze metros de distância.

– Falei pra você ficar no carro! - Berra ele, correndo em minha direção, e acertando os outros dois zumbis.

Ouço novamente o grito dela, agora tenho certeza de onde vem o som. Uma casa pintada de rosa com um belo jardim no quintal. Meu pai grita novamente, não dou atenção para ele, pois minha prioridade agora é tentar achar a garota em perigo.

Abro a porta da casa e vejo a garota de aparentemente uns 15 anos de idade, de pele clara e cabelos negros. Está atrás de um mesa, e uma zumbi tentando atacá-la. Mesmo com a estranheza do momento, não consigo deixar de reparar nos lindos olhos verdes e marcantes que aquela garota possui. Nenhuma delas percebem minha presença na casa, dou alguns passos para chegar mais perto, então a zumbi -vestida com roupas de dormir -, me vê, esquece a garota e vem em minha direção. Ela tropeça em alguma coisa que está no caminho, o meu bastão passa alguns centímetros de sua cabeça. Perco o equilíbrio devido ao erro. Caído no chão, jogo o taco nela pra tentar ganhar tempo. Pego a garota pelas mãos e ajudo ela a se levantar, mesmo não querendo ela vem comigo. Levo ela em direção a outra parte da casa, que acredito ser a cozinha. e fecho a porta.

– Espere aqui! - Digo, ela obedece mas não responde a minha ordem.

Procuro nas gavetas da pia alguma coisa que me ajude nesse momento, acho uma faca de açougueiro e um espeto tridente ET510. Imagino que quem morava nessa casa, adorava um churrasco nos finais de semana.

– Que belas armas! - Exclamo feliz da vida. Mas algo me trás de volta ao mundo perigoso que estou, Além dos arranhões que vem da porta, ouço mais três tiros que não parecem ser da mesma arma que meu pai estava usando.

Abro a porta e ataco novamente o monstro com o Tridente. Acerto bem em seus olhos e ela desaba no chão.

– Me ajuda? Peço a ela, pois agora os tiros lá fora se tornaram mais constantes. E não sei quem é que está atirando agora.

– Não! - Ela responde.

– Não se preocupe, vamos conseguir. - Indecisa, ela se levanta. Olho para ela e vejo que está chorando, não sei o motivo, mas não pergunto nada. Entrego o Espeto para ela. Começamos a encarar a porta, digo em seguida.

– É agora, 3... 2... 1!

Abro a porta e imediatamente acerto a faca no cranio dele, que se quebra no meio fazendo um barulho. De Onde apareceu mais? Penso, mas continuo correndo enquanto ele cai inativo no chão. A garota faz o mesmo com outro zumbi, mas não coloca força suficiente, e o tridente apenas pega de raspão, arrancando a orelha do bicho. Ela golpeia a segunda vez e erra de novo. Nunca fiz isso antes, mas decido arriscar, atiro a faca e ela entra perfeitamente na nuca do zumbi. Removo a faca e seguro firmemente na mão da menina fazendo ela sair correndo da casa junto comigo. Vemos o carro mais a frente e Meu pai na carroceria da S10 com um fuzil AK-47 atirando em mais zumbis que vão brotando no fim da rua. Graças a Deus que é ele. Como sempre ele está preparado pra tudo.

– Muito obrigada, você salvou minha vida. - Ela diz vindo em minha direção me dando um beijo no rosto. Me surpreendo com a ação dela.

- Só fiz o que qualquer pessoa faria em uma situação como aquela.

- Não, nem todo mundo... - Ela interrompe-se. - Não tenho formas pra explicar minha gratidão.


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