Sangue Quente - O Contágio escrita por Wesley Belmonte, Jaíne Belmonte


Capítulo 1
Capítulo Um




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Estou apavorado, cansado e sem mais nenhuma bala no pente; tem cerca de dez cabeças-ocas atrás de mim, quanto mais corro e me canso, aparece mais algum.

Não estou mais conseguindo correr, meus batimentos estão tão acelerados que até sinto a camisa - grudada em meu peito suado -, pulsando junto com meu coração. Não aguentando mais, eu vejo uma caminhonete com a porta aberta a cinco metros a minha frente: Uso tudo que resta de fôlego pra chegar até ela, entrar e fechar a porta.

A única coisa que posso fazer agora é rezar e pedir pra não ser mordido. Mas já é tarde, os canibais me alcançaram e com uma força descomunal arrebentam a porta do lado do motorista. Penso em sair pela outra, mas acabou minhas chances, estou cercado. É meu fim. Sinto uma mão quase totalmente decomposta pegando minhas pernas e me puxando para fora, vejo seus dentes pretos - com alguns resíduos de carne recém mastigada entre eles -, em direção da minha panturrilha, minha única opção é gritar.


* * *


Acordo Assustado. Na cama ao lado, minha irmã Jenna também assustada pergunta:

– O que aconteceu Richard? Você me assustou com esse grito!

– Sonhei novamente com zumbis.

Dando as costas pra mim, ela resmunga.

– Merda, isso que dá dormir no quarto de irmão.

O que eu posso fazer? É só ficção essas porcarias. Mas eu não deixo de acreditar, ela acredita em vampiros por causa daquele tal de crepúsculo. "cada louco com sua mania". Depois do susto, passo a noite inteira em claro, com medo de ser "atacado" novamente. Faz um mês que aluguei mais de 10 filmes de zumbis, depois de ter ouvido as palavras de um pastor lendo algumas parábolas de apocalipse. Após assistir alguns filmes como: Madrugada dos mortos, Terra dos Mortos, E tudo mais sei-lá-o-que-dos-mortos, esses pesadelos começaram a me atormentar.

E quando o sol surge, consigo então pegar no sono.

Acordo 2 horas depois com uma voz doce chamando pelo meu nome, é minha mãe, Clarice, uma mulher de meia idade muito bonita e tranquila apesar dos problemas que precisa enfrentar.

– O café da manhã já está na mesa, desçam logo meninos!

Me viro na cama com a esperança de voltar a dormir, mas ela me chama novamente. Levanto e desço até a cozinha. Jenna já está sentada a mesa, enquanto minha mãe termina de preparar o café.

– Richard, pode subir até seu quarto e trazer as roupas sujas pra mim?

– Claro mãe.

Há 5 anos atrás, na véspera de natal, ela havia saído para comprar as coisas para a ceia, estava nevando muito e na volta pra casa, acabou perdendo a direção do carro e batendo em um poste. Ela ficou em estado grave. permaneceu em coma por 2 meses e quando voltou os médicos falaram que os danos ao cérebro tinham a deixado paraplégica. Sugerimos que nos mudássemos para uma casa térrea, mas ela nunca aceitou, adaptou o primeiro andar da casa, onde ela passa a maior parte do tempo já que não pode subir para o outro andar. Fez da sala seu quarto. Ela acredita cegamente na sua recuperação, embora os médicos afirmem que os danos causados pelo acidente foram permanentes. Não posso culpa-la, afinal, a esperança é o que mantem as pessoas vivas mesmo com todas as dificuldades.

Ao chegar no quarto, olho pra televisão que Jenna deve ter esquecido ligada. Vou em direção dela para desliga-la, mas uma reportagem que está passando prende minha atenção.

O repórter está na frente de um laboratório entrevistando um cientista que não parece estar nada calmo, ele fala muito rapidamente, e as únicas palavras que consigo entender são:

– Peço calma a todos vocês, logo a situação estará sob controle, mas enquanto isso não acontece, fiquem em casa. E Nada de pânico.

Subitamente me sobe um arrepio por todo o corpo e percebo que algo de muito errado deve estar acontecendo lá fora.




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