O Amigo Do Meu Irmão escrita por Malu


Capítulo 27
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

GEEEEEEEEEEENTEEEEEEEEEEEEE COMO ESTÃO?????
ALTAS EMOÇÕES NOS CAPÍTULOSSSSSSSSSS
NÃO VOU ENROLAR, QUERO QUE VOCÊS LEIAMMMMMMMMM
Boa leitura!!!



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POV Justin

Oh meu Deus. James acabou de dizer que seu pai morreu! Ele está em choque na minha frente. Não move um músculo. A única coisa que se move, são suas lágrimas que não param de cair. Estou fazendo de tudo para que ele se mexa, mas ele não faz nada. Ele está ficando muito pálido. Balanço-o e ele continua parado.

- James, por favor, me responda! – Tento sem cessar.

- Ele não parece nada bem – Carol está tão desesperada quanto eu.

- Traga água, Carol – peço.

Coloco James sentado no sofá, e Carol aparece com um copo d’água. Passamos um tempo tentando fazê-lo beber, e depois de várias tentativas, ele finalmente dá o primeiro gole.

- Ah, que bom – me alivio.

Ele levanta as mãos devagar e segura o copo. Ele termina de beber rápida e desesperadamente, e Carol pega o copo antes que ele caia no chão.

- James. Me responda – olho pra ele.

- O meu pai... – ele sussurra.

- Eu sei, eu sei – o abraço.

- Eu não consigo acreditar – aos poucos ele vai se acalmando e começa a falar – Uma enfermeira me ligou porque acharam o número do meu celular nas informações do meu pai no hospital. Ela disse que ele estava andando bêbado na rua e foi atropelado por um carro que não conseguiu desviar dele. Ele estava apenas inconsciente na ambulância, mas já chegou morto ao hospital – ele funga. – Eu não tenho família – ele tampa o rosto com as mãos e chora.

- Você tem a nós, James – Carol o aconchega.

- Obrigado – ele nos abraça – Vou precisar de vocês pra me consolarem. – Ele se levanta – Acho melhor eu ir dormir.

- Também acho.

O celular dele toca de novo. Ele olha sem ânimo, e atende sem dizer nada.

- Está bem... – ele diz ao final da ligação, e desliga.

- O que foi? – Carol pergunta.

- Um cara responsável pelo dinheiro do meu pai disse pra eu ir amanhã de manhã resolver com ele umas coisas da herança. – Ele franze o cenho confuso.

- Herança? – Eu e Carol perguntamos ao mesmo tempo.

- Foi o que ele disse – ele segura a cabeça e estremece – Ah! Minha cabeça dói muito. Preciso descansar. – Ele nos abraça – Boa noite. Obrigado por tudo – ele sobe as escadas fungando.

Eu e Carol nos entreolhamos tristes.

- Coitado do James... – Carol apoia a cabeça no meu ombro.

- Pois é – faço carinho no seu ombro – Perdeu a mãe quando pequeno, e agora... Perdeu o pai também. Está sendo muito duro pra ele.

- É... – ela boceja – Acho que vou dormir também. Você vai amanhã com ele? Porque eu quero ir.

- Eu vou também. Vamos dormir – nos levantamos e subimos as escadas. – Boa noite – beijo sua testa.

- Boa noite. Veja se James está bem – ela me abraça forte, e quando me solta, vai para seu quarto.

Entro no meu quarto e vejo James encolhido em sua cama. Ele continua acordado. Fecho a porta e me sento ao seu lado. Ele para de chorar e me olha por cima dos braços.

- Não vai ser fácil... – começo a falar – Mas você precisa ser forte.

- Aquele filho da puta – ele soca o chão e se levanta com raiva – Ele tanto queria se matar! E adivinha, ele conseguiu! – Ele quase grita. – Eu não consigo acreditar! Eu estou tão furioso! – Ele encosta a cabeça na parede.

- Calma, James! – Me levanto e faço-o voltar pra cama - Você tem que se acalmar! Vamos dormir. Amanhã eu e Carol vamos com você lá ver a tal herança, está bem?

- Tá – ele se deita e tenta se acalmar – Boa noite – ele se cobre até a boca.

- Boa noite – troco de roupa e deito na minha cama. Não demoro muito tempo, e durmo.

Assim que acordo, James está no celular.

- Tá bom. Só vou me arrumar e já vou – ele desliga e seca as lágrimas.

- Era o cara?

- Era. Temos que estar lá em uma hora. – Ele se levanta.

Acordo Carol, tomo um banho rápido e tomamos café em silêncio. São quase 9h. Precisamos estar lá antes de 9h30. Terminamos de comer e entramos no carro.

- Consegue dirigir? – pergunto a James.

- Consigo. Já estou melhor – ele sorri fraco.

James dirige o carro com um pouco de pressa. O rádio não está ligado, e hoje está uma manhã nublada. Uma chuva fina começa a cair, que se transforma em uma chuva mais forte. Olho os pingos de chuva caindo ao meu lado na janela. Olho pra trás pelo espelho, e vejo Carol cabisbaixa.

Assim que chegamos a uma empresa grande, James estaciona e entramos. Uma mulher nos guia até onde devemos ir e entramos na sala. Ficamos esperando, e alguns minutos depois, um homem meio velho, de terno e gravata, entra na sala e senta na cadeira a nossa frente. Estamos separados apenas por uma mesa.

- Bom dia – ele diz – Eu sei que agora não é um bom momento pra falarmos sobre isso, mas no testamento do seu pai, dizia que assim que ele morresse, o filho deveria saber sobre a herança.

- O que ele escreveu no testamento? – James pergunta.

- É bem confidencial.

- Eu sou o filho – James fica sério – Eu exijo saber.

- Não se estresse. Tudo bem, eu leio. – Ele pega um papel dentro da gaveta, coloca os óculos e começa a ler – “Eu, Roberto Rodriguez Santiago, deixo tudo o que tenho para meu filho; meu único parente. Deixo meu apartamento, meu carro, e toda a fortuna que tenho no banco.”

- Fortuna? – James pergunta.

- Isso. Deixe-me verificar quanto é o saldo dele no banco – O homem mexe no computador e quando termina, se vira para nós novamente. – Seu pai tem £ 28.951.032,60 no banco.

Todos nós ficamos de olhos arregalados, e James se engasga com a própria saliva.

- Quanto você disse?! – James grita.

- Exatamente. Seu pai tem essa quantia no banco – o homem fala.

- Como? – ele pergunta incrédulo.

- Não sabemos. Mas todo mês, seu pai colocava certa quantia na conta. – Ele pega um cartão e entrega a James – Aqui está. É o cartão da conta de seu pai. Use com cuidado. Encontramos as chaves de casa e do carro no bolso de seu pai, então aqui estão – ele entrega as chaves – Meus pêsames. Seu pai era um homem bom.

- Canalha – James sussurra. Apenas eu e Carol conseguimos ouvir, e se o homem ouviu, fingiu não escutar.

- Obrigado – agradeço e aperto sua mão.

Ele aperta a mão de todos.

- Cuidem bem dele – o homem fala comigo e com Carol – Ele vai precisar de amigos.

- Sabemos. E vamos cuidar – Carol sorri.

Nos despedimos, e voltamos pro carro. James continua boquiaberto.

- O meu pai escondeu isso de mim. Por quê? – Ele pergunta a si mesmo.

- É muito dinheiro – digo.

- Eu sei! – ele olha pra mim com os olhos arregalados – Eu queria saber onde ele encontrou aquele dinheiro todo.

Não falamos mais nada. Ele liga o carro e vamos pra casa. Passamos um tempo calados na sala. Apenas pensando. Como o pai dele conseguiu tanto dinheiro? Eu não consigo imaginar maneira nenhuma que ele tenha de ter tanto dinheiro... Me levanto e subo as escadas. Entro no meu quarto e ligo meu notebook.

Estou prestes a abrir o navegador da internet, quando meu celular toca. É Rick.

- Oi – atendo.

- Oi – ele diz – Como vão as coisas por ai?

- Horríveis. O pai do James morreu.

- Ah, meus pêsames pra ele. – Ele diminui o tom de voz.

- Mas por outro lado, ele deixou uma herança bem... Grande.

- Herança?

- O apartamento, o carro e quase 30 milhões de euros.

- Meu Deus! – Rick se assusta – É muito dinheiro!

- Sabemos disso.

- E como ele tem esse dinheiro todo?

- Era isso que eu estava indo procurar – dou uma risada abafada.

- Ah, me desculpe. Eu só liguei pra avisar que reconsiderei a sua oferta. Sim, eu aceito sair com você. Eu me sinto tão culpado... Esse foi o melhor jeito que achei de pedir desculpas.

- Por favor, não fale sobre isso.

- Desculpe. Então acho que não podemos sair hoje, não é?

- Que tal mais tarde? Lá pras 19h.

- Está certo. Então eu vou até a sua casa. Até mais tarde – ele desliga o celular.

Entro no Google e procuro pelo nome do pai do James. Acho poucos resultados. Um deles me intriga. Um cadastro em um site de jogatina. Ah, meu Deus. O pai dele era um apostador! Por isso tinha tanto dinheiro!

Saio do quarto correndo e desço as escadas.

- James, você não vai acreditar no que... – paro de falar quando vejo James e Carol se beijando. O que?  - Achei que não tivéssemos mais segredos... – Subo as escadas, e a última coisa que ouço é James gritando por mim, e o barulho da porta do meu quarto batendo.

Meu melhor amigo e minha irmã estão juntos... E nem me contaram! Por quanto tempo será que isso está acontecendo? Será que desde que ele chegou aqui? James se interessou por Carol assim que a viu. O que será que ele já pode ter feito com a minha irmã? Ah, não sei o que sentir... Estou com raiva...

Olho no relógio. 14h. Até perdi a fome. Desligo meu notebook e deito na cama. Acabo adormecendo, e acordo com meu celular tocando. É Rick.

- Caramba, já te liguei umas quinze vezes! Estou aqui fora a um tempão te esperando! Não quis bater na porta. Preferi te ligar. Venha logo – Ele desliga.

Olho minhas roupas. Não estou ruim. Abro a porta do meu quarto e saio de casa sem falar com James ou Carol. Encontro Rick parado do outro lado da rua. Atravesso e fico de frente pra ele.

- Oi – ele sorri.

- Oi.

Ficamos sem jeito pra nos cumprimentarmos, e acabamos nos abraçando.

- Está tudo bem? – ele pergunta.

- Está, eu só... Acabei de ver minha irmã e meu melhor amigo se beijando.

- Jura? – ele pergunta surpreso. – Nunca imaginei. Vem, vamos relaxar.

Começamos a andar pela rua e paramos pra comer alguma coisa. Rick sempre me pergunta se estou bem porque diz que eu estou muito tenso. Tento sorrir em todas às vezes, mas ele sabe que eu não estou completamente relaxado.

Quando terminamos de comer, Rick me leva pra andar pelo mesmo parque que ele me levou no nosso primeiro encontro.

- Eu estou tão feliz que já estamos de bem de novo – tento segurar sua mão, mas ele recua.

- Não é uma boa nós ficarmos de mãos dadas na rua – ele avisa.

Assinto e continuamos andando. Começo a ouvir uns ruídos atrás de nós, mas não ligo. Os barulhos aumentam, e nos viramos pra trás.

- Ai, suas bichonas! – um grupo de homens está um pouco longe de nós.

Ah, não...

- Justin, vai embora. Eu resolvo isso – Rick me empurra sem força.

- Eu não vou embora sem você! – Franzo a testa.

- Eu já estive em situações como essa. Agora vai logo, por favor. Eu resolvi da última vez. Posso resolver agora. Vai! – ele me empurra mesmo dessa vez.

Saio correndo em direção a minha casa. Rick está lá sozinho com um bando de homens extremamente fortes e que, pelo que ficou claro, são homofóbicos. Por que eu sai correndo? Por que não fiquei lá com ele? Paro de correr. Já estou muito longe do parque. Corro mais rápido em direção ao parque e não vejo ninguém. Vou andando devagar procurando por Rick, e vejo a frente um corpo estirado ao chão.

- Rick! – Grito e saio correndo. Quando chego perto, Rick está completamente ensanguentado, seu rosto está desfigurado, e me parece que ele não respira. Começo a chorar – Rick! Por favor! Fale comigo! – Seguro sua mão – Rick! Socorro! – Grito desesperado – Alguém me ajude, por favor!

Eu fico ajoelhado ao lado de Rick inconsciente e aperto suas mãos. Estou chorando muito. Rick, não... Não pode estar morto. Não... Eu o matei... Se eu não tivesse corrido, ele poderia estar vivo agora! Como eu sou estúpido!

Algumas pessoas se aproximam e me ajudam ligando pra ambulância. As pessoas caridosas esperam junto comigo e a ambulância chega logo. O colocam na ambulância, mas não deixam eu ir junto.

- Eu tenho que ir! – Insisto.

- Sinto muito, você não pode. – Fecham a ambulância na minha cara, e vão embora.

- Eu te dou uma carona até o hospital. Eu estou com meu carro bem ali – a moça que chamou a ambulância oferece carona pra mim.

- Ah, muito obrigado mesmo!

Entramos no carro dela. Olho para minhas mãos. Estão cheias de sangue do Rick. Eu estou tremendo e chorando muito. Eu nunca me senti tão péssimo em toda a minha vida. Chegamos ao hospital, e espero alguns minutos. Um médico se aproxima e diz o nome do Rick. Me levanto e corro até ele.

- Sinto muito, mas não tenho boas notícias... – o médico faz uma expressão triste – Ele está morto.

Não sinto mais chão. Eu estou apenas no vácuo. Não sei mais como se respira, ou como se vive. Eu estou paralisado, como James ficou. O médico continua falando comigo, mas eu não ouço nenhuma palavra que ele diz. Ele me manda ir pra casa, e chorando, caminho em passos curtos até minha casa. Bato na porta e espero que abram. Carol abre a porta, e assim que me vê, arregala os olhos.

- O que aconteceu?! – ela pergunta desesperada.

- Foi tudo culpa minha – eu a abraço forte.

- O que foi culpa sua? Você está sangrando? Justin, me responda!

James aparece e me olha assustado.

- O que foi? – ele continua com a expressão de quando descobriu que seu pai morreu.

Explico-os o que aconteceu, aos prantos, e Carol chora junto comigo. James nos conforta, mas sei que ele também está confortando a si mesmo. Duas mortes no mesmo dia. Uma delas foi culpa minha. Eu estou me sentindo tão mal... Me levanto e vou pro meu quarto. Deito na minha cama e começo a chorar sem me importar com mais nada.

Rick está morto. Eu poderia ter impedido isso. Eu poderia ter ficado lá na hora e eles não machucariam só a ele. Eu também poderia estar morto... Mas não ia me sentir culpado, como estou me sentindo agora. Rick era tão jovem... Não tinha nem completado 18 anos. Foi tudo culpa minha!

Continuo chorando, e me viro pra parede. Sem aguentar mais tanta dor no coração, acabo dormindo.


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Notas finais do capítulo

GENTE, EU SINTO MUITO POR MATAR DUAS PESSOAS!!!!!!!! MAS É QUE EU SOU #MALÉFICA!! NÃO POSSO EVITAR!!!!!
O que acharam do capítulo?? Gostaram??? Não??? Me digam!! A-M-O ler os comentários de vocês!!
OBRIGADA POR TODOS OS COMENTÁRIOS, FAVORITAGENS E RECOMENDAÇÕES, SEUS LINDOS ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥
Até o próximo capítulo!!!!!!!!!!!! xx