A Escolhida escrita por Madu Oms


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



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Eu não sonhava com algo tão real havia muito tempo.

Eu morri? Pensei, ao constatar que o lugar onde estava se encaixava perfeitamente em minha visão do paraíso. Não que eu merecesse ir para o paraíso, é claro. Mas era um sonho, afinal, e eu podia de tudo.

Não podia?

Os campos verdes e floridos se estendiam por vários quilômetros que deveriam me cansar, mas não cansavam. O sol, apesar de forte e insistente, não me queimava e também não atrapalhava a minha visão. Estava tudo perfeitamente harmônico. As flores vermelhas e brancas batiam na minha cintura, mas não me impediam de saltitar livremente pela grama. Algumas árvores dos mais variados frutos também enfeitavam o ambiente. Era tudo tão simples, mas também tão maravilhoso.

Só parei de caminhar quando um riacho de, mais ou menos, quinze metros apareceu em minha frente. Eu não havia o visto antes – talvez estivesse tão desatenta que não percebera a água. Talvez. Ele cercava um castelo de mármore branco e reluzente, tão convidativo que me perguntei se conseguria atravessar o rio apesar de não saber nadar.

Levantei a barra do vestido branco – que, mais uma vez, eu não percebi que estava usando – e coloquei os dois pés na água. Fria, cristalina, tão transparente que eu quase conseguia ver os microorganismos ali presentes.

Dei mais um passo, agora com água até os joelhos. Fiquei tentada a nadar.

– Eu não faria isso se fosse você. – alguém falou atrás de mim.

Me virei para encará-lo.

O menino aparentava ter a minha idade, talvez uns dois anos a mais. Não parecia ter mais que dezesseis anos. Os cabelos negros contrastavam maravilhosamente bem com a pele alva, e os dois grandes e profundos olhos azuis me encaravam. Eles pareciam querer me transmitir outras mensagens, muito além daquilo que o moço havia dito.

– Não dê mais nenhum passo. É perigoso. Você não viu a serpente?

Voltei meu olhar ao riacho, me surpreendendo, mais uma vez, com minha falta de atenção. Uma enorme, imensa, titânica cobra preenchia o riacho quase inteiro. Ela dava voltar infindáveis perseguindo sua outra extremidade, mas eu sabia que estava ali para dar uma mensagem: ninguém passa do rio.

Dei um pulo para trás, tentando desesperadamente sair da água.

– Cuidado. – o menino me amparou antes que eu caísse de costas no chão. – Savanna, você tem que tomar cuidado para onde está mandando sua essência. Se eu não estivesse aqui, acho que você teria morrido.

– Quem é você? – perguntei, e percebi que era a primeira vez que usava minha voz desde o início do sonho.

– Essa não é a pergunta certa a se fazer.

Ele sorriu, e essa foi a última imagem que vi antes de acordar.


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Notas finais do capítulo

Comecei a escrever o segundo capítulo agora pouco e, sinceramente, não sei quando fica pronto. Mas vai ser grande, muito, muito grande. Essa história era, inicialmente, um livro. Ou um projeto de. Ainda não sei dizer ao certo. Mas minha falta de comprometimento e talento para a escrita me impedem de publicar a obra.
Até depois.