POV. Edward.

Amanhã me caso. Não com a mulher que sempre sonhei e muito menos com a qual eu amo, mas amanhã me caso!

É hora do almoço e posso ouvir gritos de dentro da casa, enquanto estou debaixo dessa árvore. Ouço a voz de Alice e Tânya, como sempre, estão discutindo. Mais uma vez. Espero que isso não atrapalhe a gravidez da minha futura mulher; a mesma que conseguiu mudar a cabeça de meus pais, os quais agora estão me obrigando a se casar e arcar com as minhas responsabilidades tornando-se um marido paciente, amoroso e cauteloso.

Tentar com o tempo nascer um amor por Tânya e cuidar de nosso filho.

Estou perdido. Sou apaixonado por outros olhos, cujos cor de chocolate. Oh Isabella Swan!

POV. Bella.

Estou deitada na minha cama observando esse maravilhoso teto branco sem graça do meu quarto. Consigo escutar vozes femininas da cozinha, Alice discutindo com Tânya enquanto Rosalie está pedindo para que elas parem de gritar. Kate está na sala disputando com Emmett no vídeo-game da sala. Jasper no quarto lendo seu livro.

Alguém precisa tirar aquele drogado da droga daquele quarto!

Vou sumir daqui, fazer como o drogado dessa casa, pegar um livro e fugir desse mundo. Vou pro quintal. Sentar na árvore mais distante e esparecer um pouco minha mente com Nicholas Sparks.

"Por vezes a minha dor é esmagadora, e embora compreenda que nunca mais nos voltaremos a ver, há uma parte de mim que quer agarrar-se a ti para sempre."

É essa frase que cabe perfeitamente no que acontecerá. Eu não suportaria ver Edward no altar esperando por Tânya. Seria como uma faca fincada na minha garganta. A dor seria imensa e eu não aguentaria viver com aquela imagem na minha cabeça. E ao pensar em todas essas coisas, não pude conter o choro. Meu Edward se casará amanhã e eu só tenho uma opção: partir.

POV. Edward.

Ouço um choro baixo, desesperador e distante. Procuro pelo quintal e não consigo ver nada, somente árvores e a grama verde, que parece ter acabado de ser pintado. Levanto-me para caminhar pelo campo, não vejo ninguém, somente uma sombra longe. Decido ir até lá, ver quem é e qual seria o motivo daquele choro tão profundo que conseguiu causar soluços. Aproximo-me um pouco mais e consigo notar cabelos castanhos conhecido. É Bella.

– Bella? - Falei de trás da árvore em que ela está, aproximando-se devagar.

– O-oi. - Ela tenta enxugar as lágrimas, tentando conter aquele choro tão triste.

– O que há? - Perguntei sentando-me ao seu lado.

– Não é nada. - Ela se distancia um pouco quando fico do seu lado e tento conversar. - Está feliz?

– Não sei. É tudo muito confuso, sabe?

– Não, eu não sei. Mas acho que você deveria estar feliz. Amanhã é o seu casamento!

– Eu sei. Mas eu não quero essa vida pra mim.

Nunca havia falado tanto com Bella.

– Por que... Quero dizer... Esquece isso não é da minha conta. - Falou.

– Me diga. - Tentei convencê-la.

– Bom, queria saber como você pôde se envolver com aquela mulher. Ela não te merece. Vocês são muito diferentes! - E consegui.

– Vou te contar algo que nunca achei que falaria a você. Mas, foi você, Bella. Você foi o meu principal motivo de querer se envolver com o tipo de mulher feito Tânya.

– E-eu? Como assim? Não entendo.

– Isabella - comecei a me aproximar de seu rosto e falei calmamente -, eu te amo. - E consegui beija-la. Não ganhei um tapa na cara, já foi um bom começo. Ela retribuiu e notei de que Bella me amava. Como eu a amava.

– Isso é loucura. - Ela falou entre o beijo.

– Não quando duas pessoas se amam.

– Mas é quando uma delas está prestes a se casar.

– Eu largo tudo! Deixo Tânya e sumimos para sempre! Só você e eu.

– Não, não, não! - E saiu correndo. Não fui atrás. Fiquei pasmo. Todos desconfiariam do meu interesse agora por ela. Esperei alguns minutos e entrei novamente na casa, levando o livro que ela esquecera la fora. Seria uma ótima desculpa para conversar com ela novamente sem desconfiarem de nada.

Entrei na casa e não a encontrei, perguntei por ela a Jasper.

– E eu lá sei da vida daquela maluca?

– Colabora, cara!

– Tá. Eu vi ela indo pro quarto. Por que?

– Ah. Valeu, cara! Brigadão! - E sai de lá o mais rápido possível, enquanto ouço a voz de Jasper atrás perguntando o que é que eu tinha. Não recuei e continuei andando até chegar a porta do quarto dela, então bati.

– Quem é? - Ela perguntou.

– Sou eu. - Respondi sabendo que ela reconheceria minha voz.

– O que você quer? - Falou numa voz abafada.

– Seu livro. Por favor, deixe-me entrar.

Ela abriu uma brecha da porta colocando a mão para a fora pedindo o livro, sussurrei para que ela me deixasse entrar. No começo ficou balançada e após deixou.

– Vamos, diga logo o que quer!

– Eu quero você. - Se aproximei dela puxando-a pela cintura.

– Edward, por favor, pare!

– Dudu, cadê você, meu amor?

– Tânya está te chamando, vai! - Falou Bella.

– Tá. Mas me encontre às 19hrs na praça. Estarei esperando.

– Pra que? - Curiosa.

– Você saberá. - Conclui saindo do quarto.