A Guardiã escrita por Alatariel


Capítulo 24
Gandalf O Branco


Notas iniciais do capítulo

Oi leitoras lindas do meu coração! Queria desejar um feliz ano novo a todas, cheio de paz, amor, prosperidade e muitas viagens à nossa querida Terra Média!
Que sejam bem vindos os novos leitores, espero que gostem do capítulo!



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POV MARIANNE

Estávamos no mais completo breu, a escuridão de Fangorn parecia cair sobre nós como uma sombra infindável.

Gimli estava de vigília e Aragorn permanecia sentado, escorado a um tronco que jazia caído, já Legolas parecia praticamente em transe, de pé ao lado do Dunedáin, ambos sem trocarem uma palavra sequer.

Não nego ter sentido uma chama acender em meu peito depois de saber que Merry e Pippin estavam a salvo, só não sabia dizer por quanto tempo esta chama permaneceria intacta.

Deitei de barriga para cima, os braços atrás da cabeça e adormeci olhando as estrelas para ter algo mais do que um simples sonho.

SONHO ON

Chovia a cântaros naquela propriedade afastada de tudo e de todos na região rural de Toronto, mas nem tudo naquela fatídica noite era silêncio.

As luzes do quarto no segundo andar estavam acessas e uma senhora de cabelos castanhos, com algumas mechas brancas entrou neste quarto, com uma bacia de água nas mãos.

Uma mulher contorcia-se na cama, arquejando e gemendo de dor, a Sra. Greyhood agarrou-se a cabeceira da cama, a barriga avantajada denunciava que estava grávida, ou no caso, em trabalho de parto.

- Shiii, minha filha se acalme - pedia Dona Margareth molhando uma toalha branca na água cristalina da bacia e secando o suor que escorria pelo rosto da mãe de Marianne

- Não...tenho mais...forças - gemeu a mulher sentindo outra contração atingir-lhe

- Onde foi parar aquele elfo... - resmungou Meg

Escutou batidas na porta e um fraco sorriso espalhou-se por sua face, correu para deixar que o visitante entrasse, estava encharcado dos pés a cabeça, o manto cinza cobria-lhe o rosto escondendo a túnica dourada com que estava vestido.

- Graças aos céus! Pensei que não viria mais!

- Chamou-me Margareth e eu não hesitaria em vir, afinal, lhe devo um favor- o senhor de Imladris sorriu tirando a capa e arregaçando as mangas

Katherina Greyhood gritou novamente, Elrond tocou-lhe a testa murmurando palavras que fizeram a mulher acalmar-se.

- Precisa ser forte, precisa pôr esta criança no mundo - pedia o elfo- vamos Katherina, sei que consegues!

Com um último grito excruciante, a jovem Katherina usou toda a sua força na tarefa de trazer sua primeira filha ao mundo.

O choro alto encheu o quarto, Elrond cortou o cordão umbilical da pequena Marianne enquanto abençoava-a em elfo antigo.

- Aranel(linda) - murmurou ele entregando-a a mãe

- Obrigado Elrond, não tenho palavras...

- Não agradeça, eu devia este favor à sua mãe - ele sorriu para Margareth

- Ora não reclame - a mais nova avó deu uma mescla de riso e choro ao elfo

Marianne mexeu-se no colo da mãe, logo um Robert exasperado havia invadido o quarto, forçando Elrond a sair de fininho para não ser visto.

Horas depois, enquanto ressonava em seu berço a criança recebeu a visita de um dos Istari, mais especificamente de Gandalf O Cinzento.

- Le suilannon Marianne Greyhood (eu a abençoo Marianne Greyhood) - disse o mago tocando a face da pequena criança.

SONHO OFF

Acordei sobressaltada, um suor frio escorria por minha testa, meus músculos pareciam ter virado pó, alguém sacudia meu ombro levemente, por um instante imaginei ser Gandalf.

Porém, Gandalf estava morto e não poderia estar ali junto conosco naquela noite.

- Senhorita Marianne, está tudo bem? - perguntou Gimli

- Aham - aquiesci confusa - é meu turno agora?

- Sim senhorita. - confirmou ele - mas se estiver muito cansada posso chamar...

- Não Gimli, agradeço pela gentileza, preciso organizar os pensamentos.

Ele afastou-se, indo se deitar onde antes eu adormecera e tivera mais um sonho revelador, não acreditava no que vira.

Elrond ajudando minha mãe a me colocar no mundo e Gandalf abençoando-me? A cicatriz em minha nuca começou a incomodar-me novamente.

- Há algo errado?

Se estivesse mais perto da orla da floresta, garanto que teria caído dentro dela, tamanho susto que levei por ouvir aquela voz.

O senhor parado diante de mim, vestia uma surrada capa cinzenta, um chapéu pontudo cobria-lhe a face.

- Desculpe-me, mas o senhor não deveria estar aqui - falei apreensiva

Sabia que os disfarces de Saruman eram conhecidos por serem muito convincentes, mas eu não sentia medo daquele viajante estranho.

- Desculpe-me, mas a senhorita também não - ele deu dois passos em minha direção fazendo com que a capa movimenta-se e mostra-se uma pequena parte da roupa branca que vestia por baixo

- O que a trás aqui e de onde vieste? - tornou a perguntar

- Estou atrás de alguns amigos, e quanto à segunda pergunta, vim de muito longe - dei um meio sorriso

- Muito longe? Longe quanto?
- Eu não deveria falar com estranhos. - volvi a maneira defensiva

- Eu é que não deveria tentar coagi-la a dizer-me qualquer coisa - ele baixou um pouco mais a cabeça fazendo com que a aba do chapéu encobrisse ainda mais seu rosto - bela joia esta que carrega no peito.

Baixei os olhos para o colar de Fênix pendurado em meu pescoço desviando os olhos do senhor.

- Eu...Estranho - não havia mais nada onde antes estivera o estranho visitante, apenas um resquício de um pó branco

Eu estava só...

***

Os viajantes decidiram adentrar a velha e adormecida floresta, que parecia tão inanimada quanto na noite anterior.

Havia alguns destroços e marcas esquisitas espalhadas por toda a parte, Gimli aproximou-se de uma planta que tinhas as folhas manchadas por uma secreção negra como a noite.

- Sangue de Orc... - murmurou o anão

- Que tipo de animal ou coisa deixaria uma marca como esta? - questionava-se Aragorn

- Acho que não é um animal - sussurrou Mary

- Esta floresta é velha, guarda várias lembranças e muita raiva - falou Legolas olhando ao redor

Logo as árvores rangiam soltando estalidos e murmúrios ao vento, Gimli empunhou seu machado olhando ao redor apreensivo.

- As árvores comunicam-se umas com as outras - continuou o elfo

- Gimli abaixe o machado - pediu Marianne

- Aragorn nad no ennas (Aragorn há algo lá) - Legolas seguiu correndo mais a frente

Marianne contara aos amigos sobre a visita do mago que recebera na noite anterior e eles haviam ficado desconfiados, por sorte a garota não dissera nada revelador.

- O que você vê? - questionou o Dunedáin

- O mago branco se aproxima - respondeu

A jovem moça pôs as mãos nas facas preparando-se para sacá-las se fosse preciso.

- Não o deixem falar, senão colocará um feitiço em nós - advertiu Aragorn

Todos se prepararam, não deixariam que o mago os enfeitiçasse, muito menos deixariam que seus amigos perecessem nas mãos de Saruman.

Viraram-se e uma cegante luz branca os atingiu, Marianne não sentiu medo, mas não foi isto que ocorreu com os outros.

Gimli lançou o machado na direção do mago que apenas desviou-o.

- Parem, por favor! - pediu a moça

Legolas não a ouviu lançando uma flecha na direção de seu alvo, errando na mesma hora.

Aragorn nem ao menos se mexeu, sentiu a espada queimar em sua mão soltando-a de imediato.

- Estão atrás de dois jovens hobbits, eles passaram por aqui ontem, tiveram um encontro inesperado - falou o mago

- O que fez com eles, mostre-se! - gritou o filho de Arathorn

- Aragorn, ele não é Saruman! - gritou Marianne postando-se na frente do homem

A luz atenuou-se, revelando o rosto amigo de Gandalf agora trajando roupas brancas.

- Isto é impossível - murmurava Gimli

- Você caiu - acusou Aragorn

- Pelo fogo e pela água eu afundei nas mais obscuras masmorras, lutando com o Balrong no topo de um pináculo de pedra, até que derrubei-o na encosta da montanha - contou ele

- Gandalf - disse Legolas

- Gandalf...era deste modo que me chamavam, Gandalf O Cinzento - ele sorriu para a jovem - agora sou Gandalf O Branco e vim para ajuda-los.

- Era você ontem a noite- falou a Guardiã lembrando-se do sonho que tivera

- Nunca pensei vê-la novamente Marianne Greyhood, você cresceu criança - ele sorriu

- Vê-la novamente? - perguntou Gimli apoiando-se em seu machado

- Eu abençoei esta moça, algumas horas depois de seu nascimento, além do mais, este colar foi encomenda minha - ele tocou o pingente que pendia da dourada corrente

- Encomenda sua? - a jovem permanecia perplexa

- Tome como um presente de aniversário adiantado, afinal sou seu padrinho.

- Padrinho? Desculpe, é informação demais para minha cabeça - ela riu desconcertada

- Eu sei querida. - o mago afagou-lhe o braço - mas vocês saíram de uma missão para caírem em outra.

- Onde estão Meriadoc e Peregrin? - perguntou Aragorn

- Foram resgatados por Barbárvore estão seguros eu lhes garanto.

- Pode ser ignorância de minha parte, mas quem seria Barbárvore? - quis saber o anão enquanto recomeçavam a caminhada

- Um Ent, um pastor das árvores - explicou o mago depois de cobrir-se com sua surrada capa cinzenta

- Encontramos um parente do rei de Rohan pelo caminho - falou Legolas

- As coisas mudaram meus amigos, o rei Théoden foi corrompido por Saruman que acabou mostrando-se um inimigo em potencial.

Os cinco despontaram em uma campina de um verde resplandecente, não faziam ideia de como chegariam a Edoras, o palácio dourado, á pé.

Gandalf soltou um assobio alto e sonoro que pareceu reverbar por todo o campo, logo um corcel branco surgiu trazendo os cavalos cedidos por Éomer, além de um belo alazão negro.

- Trovão! - gritou Mary enquanto o cavalo corria em sua direção, tocando-lhe o peito com a enorme cabeça negra - Senti saudades também amigo.

- Este é Scadufax, senhor dos Cavalos - apresentou o mago branco acariciando a crina do animal de pelo branco - e quanto ao seu amigo Mary, ele é muito especial, seguiu-a até aqui.

- Você não ia me abandonar não é? - olhando nos profundos olhos castanhos do animal ela sentiu-se segura e protegida

- Acredito que não precisará de carona desta vez - Legolas tocou o ombro de Marianne que lhe sorriu

- Acho que não.

Rumaram para Edoras, o trote compassado dos cavalos levou-os rapidamente ao destino que almejavam, mas Gandalf alertou-os de que não dirigissem nenhuma palavra ofensiva
ao rei e que esperassem suas palavras para pronunciar-se.

Entraram na cidade e sentiram o ar pesar-lhes a volta, o poder de Saruman era crescente e parecia sentir sua presença.

Subiram as escadas que davam acesso as portas principais, douradas e muito bem guardadas por guardas devidamente armados com longas lanças.

- O que traria a visita de tão distintos viajantes? - perguntou um homem com uma rala barba castanha analisando o grupo a sua frente

- Temos uma conferência com seu rei - pronunciou-se Gandalf

- Hanel, deixe-os comigo - pediu um guarda mais velho aparecendo - como vai Gandalf?

- Muito bem Grhad, apenas um pouco curioso devido ao fato de haver tanta segurança nesta casa amiga.

- Ordens do rei, a propósito devem entregar suas armas - pediu o guarda

Marianne deu uma olhadela de lado para Legolas que apenas aquiesceu tirando suas adagas, arco e as flechas da aljava.

A jovem sentiu Aragorn colocar-lhe algo no cano da bota, um punhal escorregou-lhe pelo tornozelo, precaução nunca é demais.

Hanel que parecia ter uns vinte e poucos anos, lançava olhares indiscretos na direção de Marianne, Legolas começou a sentir-se incomodado.

- Tem certeza de que não está escondendo nada? - perguntou ele com um sorriso irônico olhando o corpo da moça

- Não toque nela - rosnou o elfo interpondo-se

Mary lançou-lhe um sorriso, apreciando o ciúme que Legolas sentia.

- Ora, suma daqui garoto! - ralhou Grhad - Desculpe-me Gandalf, mas precisa dar-me o cajado.

- Um velho senhor não pode nem ao menos apoiar-se em uma bengala, meu bom amigo?

- Apenas desta vez - cedeu o guarda abrindo as portas

Marianne tomou o braço do Mago sendo escoltada por Gimli, Aragorn e Legolas. O homem sentado no trono diante deles parecia apenas uma carcaça de algo que algum dia havia sido um rei, o corvo empoleirado em seu ombro chamava-se Gríma Língua de Cobra.

- Salve grande rei Théoden, Senhor dos Cavaleiros - disse Gandalf

- Quem vem ao encontro de um velho rei como eu? - perguntou o homem com um fiapo de voz

- É Gandalf, Corvo da Tempestade meu senhor - sussurrou-lhe Gríma

- Gandalf, o que o trás aqui, Corvo da Tempestade?

- Alertar-lhe sobre o perigo que está correndo meu senhor - continuou ele

Alguns homens aproximavam-se, olhando o grupo ao centro com desconfiança como cães apreciam sua presa antes de estraçalha-la.

- Isto não vai acabar bem - sussurrou Gimli a Aragorn

O fogo na lareira crepitava, era sem duvida a mais estranha lareira que Mary já vira, ficava no meio do salão e ardia em fogo vermelho.

- Foste corrompido por um mago e por seu septo, este imundo que chama de conselheiro Senhor dos Cavalos.

- Septo? Olha como fala! O único corruptor que vejo aqui é você Gandalf Cinzento! Além disso vejo que trouxe a mais nova joia da coroa, A Guardiã não é? Pois agora vejo que não passas de uma meretriz! - cuspiu Gríma
Foi a gota dágua, Marianne nunca havia sentido-se daquele modo, os músculos ardiam dolorosamente, o coração parecia querer estilhaçar-se em mil pedaços.

Caminhou de cabeça erguida até o meio da sala onde o fogo da lareira ainda ardia, ergueu o pé ainda insegura sobre o que estava prestes a fazer, mas iria mostrar que era mais do que aparentava.

Gríma crispou os lábios observando atônito o fogo verde que crepitava nos olhos da moça, surpreendeu-se mais quando ela pisou nas brasas e caminhou em sua direção, abrindo caminho pelo fogo sem nem ao menos queimar as roupas.

- Preste atenção no que vou dizer, marionete de Saruman! Meu nome é Marianne Greyhood e sou sim a Guardiã, mas não ouse desrespeitar-me! Tenho poderes muito maiores do que imagina e não teria piedade de esmaga-lo como a uma formiga! - ela cresceu de uma forma perante Gríma que
chegou a surpreender Gandalf

O mago aproveitou-se da deixa para despir o manto e aproximar-se de Théoden, já murmurando palavras para desfazer o feitiço que Saruman lançara.

- Não disse para pegarem o cajado! - gritou o servo de
Sauron

Os homens avançaram na direção dos cinco, Mary impulsionou-se para fora da lareira acertando um potente chute na face de um dos carrascos.

O punhal saltou de dentro de sua bota e escorregou para perto de Gríma que impulsionou-se para pegá-lo, por sorte Gimli foi mais rápido derrubando-o no chão frio.

- Se fosse você, não tentaria levantar-me - aconselhou o anão

Gandalf e Saruman travavam uma batalha silenciosa, até que o mais novo mago branco expurgou o outro do corpo de Théoden.

Éowyn correu para o centro do salão, os cabelos loiros como trigo que era plantado pelos aldeães, o vestido branco esvoaçando, amparou o tio antes que este desse de cara no chão.

- Bem vindo de volta, Théoden, filho de Thengel!- saudou Gandalf enquanto o rei acostumava-se com a volta da visão

- Gandalf, pelos céus, por onde andou minha visão nos últimos meses? - ele olhou a sobrinha que emocionada ainda não acreditava que aquilo era real

- Meu rei, está de volta à vida! - disse ela com a voz embargada

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Notas finais do capítulo

Reviews? Agradeço os comentários que deixaram e ao pessoal que favoritou esta fic, autora mega feliz dando pulinhos de alegria!!!!!!!!!!!!!
AHSUAHSUAHSUAHS
BJOSSS