Back to Start (em hiatus) escrita por asthenia


Capítulo 25
XXIV – I set you apart


Notas iniciais do capítulo

Durante algum tempo eu jurava que não iria mais voltar para essa fic. Mas isso não seria muito honesto da minha parte. Então voltei e irei terminar BTS.
Segue mais um novo capítulo! ;)
Leiam as notas finais, please!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/304582/chapter/25

Come up to meet you, tell you I'm sorry
You don't know how lovely you are
I had to find you
Tell you I need you
Tell you I set you apart…”

Vim para te encontrar, dizer que sinto muito
Você não sabe quão adorável você é
Tinha que te encontrar, dizer que preciso de você
Dizer que te escolhi…

( The Scientist - Coldplay )

.

Entrou com cautela no quarto e se surpreendeu quando encontrou Hinata sentada, distraída olhando para um vaso de flores cor de pêssego ao lado de sua cama. Por um momento contemplou a cena. Lembrou-se dela, aos doze anos, ao lado de Kiba e Shino, como se fosse mais um adereço ao time oito. Ele não havia reparado, naquela época, nos seus olhos expressivos e distantes. Hoje, só de ver aqueles olhos abertos, sentia algo quente e confortante em seu peito.

— Naruto-kun? – A voz da Hyuuga chamou sua atenção.

Ele sorriu por sua própria tolice em observá-la de longe. Talvez agora, tivesse adquirido o velho hábito de uma Hinata de doze anos em admirar de longe.

— Como está, Hinata? – Puxou uma cadeira para próximo da cama.

— Você com certeza sabe como estou. – Ela respondeu, voltando a olhar as flores.

Por alguns segundos, ele não soube exatamente o que dizer, porém percebeu que pelo seu tom ela já estava a par de seu próprio quadro clínico. Baixou seus olhos até as pernas imóveis da Hyuuga. Não saberia como ela era capaz de transparecer calma, quando a situação parecia ter entrado numa encruzilhada. Shinji se negava a ajudar. Sakura, Ino e alguns outros shinobis especialistas tentavam a todo custo entender o que realmente havia acontecido com os tenketsus de Hinata. Como foi o processo que a fez perder os movimentos.

— Quem foi que conversou com você sobre o que aconteceu, ‘ttebayo?

Seus olhos voltaram a Naruto.

— Neji e Sakura. Eles explicaram o que aconteceu exatamente.

O Uzumaki estreitou as costas.

— Sakura não me disse nada que já tinha conversado com você.

— Eu pedi a ela que não dissesse. Não queria causar mais preocupações.

Ele baixou o olhar mais uma vez. Olhou para a janela, do outro lado da sala, e respirou fundo. Lembrou-se do ensaio que fez, sozinho em frente ao espelho das palavras que diria a ela. Lembrava do momento, mas as palavras que ensaiou haviam fugido de sua cabeça.

— Hinata, não fui eu quem mandou aquele documento para o chefe do conselho, dattebayo. Eu nunca duvidei da sua capacidade como herdeira Hyuuga.

Ela sorriu a ele.

— Eu sei. Neji também me contou o que aconteceu. O olho roxo do Masako também foi auto-explicativo.

Naruto não evitou o riso, envergonhado.

— Você me conhece, ‘ttebayo. E ele mereceu.

Ela olhou para as mãos que se apertavam em seu colo e voltou o olhar ao Hokage.

— Obrigada, Naruto-kun. Me desculpe por-

— Não, Hinata. O único a pedir desculpas aqui sou eu.

Os olhares de ambos se encontraram. O coração do loiro se apertou no peito e sentiu suas mãos suarem. Os olhos dela estavam cheios de atenção para ele. Não encontrou raiva, mágoa e repreensão. Era como uma abertura para que falasse tudo que lhe apertava no peito.

— Me desculpe por tudo. Por todas as situações que eu te causei, pelas humilhações, por fazer você se sentir menos do que é. Você é maior que eu, Hinata. Maior do que qualquer coisa que eu diga, e eu nunca soube expressar todas as coisas que eu sinto por você, ‘ttebayo. – Respirou fundo e com suas duas mãos buscou pela mão dela. – Dói, sabe? Dói e ao mesmo tempo me acalma, me deixa ansioso, me deixa... Feliz, triste, com medo.

— Eu sei. Eu sei porque todos esses sentimentos confusos moram em mim em relação a você.

Eles trocaram sorrisos e olhares.

— Sabe, tem algo que não sai da minha cabeça. Por que Shinji, ‘ttebayo? Você disse que Hyuugas só podiam se relacionar com pessoas da mesma linhagem.

Ela apertou a mão dele.

— Papai disse que mesmo que Shinji não fosse um Hyuuga, ele era adequado. Alguns Hyuugas já desconfiavam de nós dois. – Hinata corou. – Sempre foi difícil para mim esconder minha admiração por você.

Naruto olhou para o rosto dela e percebeu seus olhos cansados. Ele tocou em seus cabelos com as pontas de seus dedos. Sentiu a pele dela e internamente agradeceu que não estivesse fria.

— Eu não sei o que posso te oferecer, Naruto. – Seu tom era sério. – Talvez eu perca meus movimentos para sempre e-

Ele riu bem baixo. Hinata ficou surpresa pelo seu riso e o olhou confusa. Surpreendeu-se quando viu que os olhos de Naruto estavam cheios d’água.

— Eu estou completamente apaixonado por você, Hinata. Eu amo você com todas as minhas forças e eu não me importo se você tem ou não movimentos. Ter o seu sorriso comigo é a melhor coisa que você pode me proporcionar, dattebayo.

Ele continuava sorrindo. Ela sorriu também e suspirou, aliviada.

Ele sorriu antes de se inclinar e aproximar seu rosto ao de Hinata. Ele a olhou uma última vez antes de selar seus lábios nos dela.

—/-

— Mais açúcar?

Sasuke negou com a cabeça. Sakura sentou à sua frente, do outro lado da mesa, quando percebeu que o olhar do Uchiha estava longe, em algum lugar distante de Konoha. Notou quando ele apertou os lábios e suas mãos apertaram a xícara com o líquido quente. Sakura passou a mão pela sua barriga. Chegando ao sétimo mês, pensou. 

Entrava já na fase que as caminhadas ficavam cada vez mais difíceis e que os pés inchavam.

— Eles usaram uma criança, Sakura. Isso é covardia.

Ela voltou seu olhar a ele.

— Nós temos que ter paciência, Sasuke. Já conversei com Tsunade e vamos entrar com o tratamento psicológico para Ishida. Ele é um garoto esperto, não será complicado.

Ele suspirou, incomodado. Sakura demorou seus olhos nele. As palavras de Karin ainda se repetiam em sua cabeça. Percebeu que ele era humano. Que os olhos eram de um menino, daqueles que ela se encantou quando eram mais novos. Pela primeira vez em meses ela desejou que os mesmos olhos pertencessem ao seu filho. Que a determinação que ele carregava, que a amizade que ele ofereceu a Naruto nos últimos momentos de tensão, que os abraços dele, fossem iguais aos que seu filho ou filha um dia dariam a alguém. Por mais dura que fosse a história que os dois dividiam, tortuosa e turbulenta, no momento em que se aproximaram, geraram um filho. Hoje ela aceitava que o amava. Dentre uma coleção de dramas, os dois se amaram completamente e havia sido isso que os levava a aquele momento.

— E se for menina? – Ela disse sorrindo. Sasuke a olhou confusa. – Se for uma menina, qual nome você gostaria que ela tivesse?

— Sakura, o conselho vai continuar atrás de nós. Nós ainda vamos ter que enfrentar Konoha inteira por conta da sua gravidez. Eu não sei o que faria caso algo te machucasse.

— Eu sei, Sasuke-kun. – Ela continuou sorrindo. – Mas nós vamos enfrentar essa situação e vai dar tudo certo.

Ele se levantou e foi até o outro lado da mesa. Puxou uma cadeira próximo e sentou-se ao lado de Sakura, olhando-a seriamente.

— Eles vão continuar tentando jogar você contra mim.

— Mas eu acredito em você. Sei que não fez mal ao Ishida.

Ele ficou em silêncio por alguns segundos.

— E vai continuar acreditando?

Ela apertou uma das mãos de Sasuke e olhou para seus olhos, sorrindo.

— Sim. – Tomou um gole de seu chá e voltou a olhar para ele. – Então, se for menina, qual nome daremos?

—/-

Pela terceira vez naquela tarde ouviu os suspiros de Minoru. Ele andava de um lado para o outro, inquieto, e do outro lado da sala em que estavam viu no chão um amontoado de papel, entre livros, pergaminhos e folhas soltas. Haviam se hospedado há quase uma semana naquela cabana. A pesquisa sobre chacras não estava sendo tão bem elaborada, e por mais que Hideo tentasse entender o que estava acontecendo Minoru apenas reclamava pelos cantos, sem contar qual era, efetivamente, o problema.

— Merda! – Gritou Minoru, jogando um pergaminho contra a parede – Eu não consigo avançar com a minha pesquisa!

— Posso saber o porquê, nervosinho? – Hideo disse sorrindo.

Minoru caminhou sem paciência alguma até a janela do local, olhando para o lado de fora.

— Eu não estou para brincadeira, Hideo.

Hideo resmungou.

— Você está o dia todo reclamando com toda essa papelada e não me explica o porquê. Fala logo.

Minoru se virou para Hideo com olhos raivosos.

— Shinji nos enganou. Está faltando mais arquivos para terminar nossa pesquisa.

— Nós podemos invadir Konoha e ir atrás do que está faltando.

Minoru suspirou e continuou olhando para Hideo.

— Você é burro, Hideo? Eles estão cientes quanto as invasões e provavelmente já devem estar prevenidos.

Um silêncio tomou o local enquanto Hideo apenas observava Minoru. Ele estranhava a forma como seu amigo sempre falava de Konoha. Hideo não se importava com a estrutura da cidade, ou como os shinobis e kunoichis eram treinados, tampouco na segurança do local. No entanto, percebeu que Minoru se importava. Falava daquele lugar com admiração.

— Você realmente acha Konoha um lugar tão admirável assim, Minoru?

O menor olhou para seu amigo sem saber como responder. Não podia negar que via Konoha com bons olhos, e que a estrutura do local, e a organização chamavam a atenção de outras nações. Minoru nunca havia conhecido algum lugar igual. Mas suas intenções em Konoha não eram aquelas. Ele só queria utilizar dos materiais que o local possuía. Seus estudos avançariam muito se pudesse usar o material da Vila da Folha.

— Bom, eles são avançados quanto a pesquisa e estudos. – Minoru se sentou, ainda com os olhos carrancudos e insatisfeitos – Mas não espero ter nenhuma ligação com aquele lugar. Nós somos do mundo, Hideo. Não pertencemos a nenhum lugar.

Hideo sentou à frente de seu amigo, em um banco que já estava ali.

— Então como faremos quanto a pesquisa? Nós não podemos nos esquecer que estamos sendo procurados.

Minoru estralou os dedos na mão e apertou os lábios.

— Nós temos que achar Shinji. Aquele idiota estragou tudo.

Hideo deu um riso sarcástico.

— Ele já deve estar em lua-de-mel.

— Ou deve ter sido capturado.

Hideo olhou para Minoru esperando que ele dissesse mais alguma coisa, mas o amigo não disse nada. Shinji capturado? Não parecia feitio dele ter se deixado ser capturado, pensou Hideo. Porém o mais inteligente ali era Minoru. Talvez estivesse enganado.

— Você acha que....?

— Ele foi um burro, Hideo. – Minoru riu irônico. – Ele começou a se envolver com aquele Clã Hyuuga emocionalmente. Depois que descobrimos, pelas invasões, o caso da herdeira Hyuuga com o Hokage, percebi que Shinji havia mudado sua postura. Ele começou a ficar mais aficionado em prejudicar o jinchuuriki e ficar com a Hyuuga, do que colocar os estudos e avanços em prática.

— Foi por isso que você decidiu que fugiríamos.

Minoru olhou sério para Hideo.

— Eu não sou burro, Hideo. Nem eu, você ou Shinji temos capacidade de luta corpo-a-corpo com shinobis de Konoha. O que dirá o Hokage!

— Mesmo assim poderíamos montar armadilhas e enfrentá-los!

— Isso nos atrasaria ainda mais.

Minoru continuou raciocinando para encontrar alguma solução, no entanto nada de concreto vinha a sua mente.

— O que acha que aconteceu com Shinji?

— Desconfio que tenham pego ele, Hideo.

Hideo cruzou os braços.

— Eu concordo com você que Shinji se envolveu mais do que devia nessa situação. Que nós não temos força de combate contra Konoha. Mas Shinji não era tão burro assim. – Minoru o olhou com dúvida. – Ele deve achado alguma forma de manipular a situação e a Hyuuga. Talvez devêssemos descobrir o que aconteceu realmente. Quem sabe temos uma vantagem nisso.

Minoru o olhou espantado. Pela primeira vez em anos podia contar com a lógica de Hideo, não apenas com a sua própria inteligência.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comecei a escrever essa fanfic em 2011, há 7 anos atrás. Devo confessar que muitas coisas (MUITAS MESMO) mudaram de lá pra cá e por isso, durante uma fase, fiquei sem inspiração alguma. Minha cabeça era outra na época que comecei a escrever, sem contar que a história do Naruto mudou muito também.
Reli a história e encontrei vários furos, sem contar erros de escrita, gramaticais... Enfim, assim que terminar a fic, vou reescrevê-la para arrumar todos esses erros.
Estamos na fase final, e eu espero que vocês continuem acompanhando.
Obrigada por toda a paciência durante esse tempo todo, obrigada de verdade, eu nem sei o que dizer a vocês. É por vocês que continuo aqui. ♥