Back to Start (em hiatus) escrita por asthenia


Capítulo 14
XIII — Re-união


Notas iniciais do capítulo

Voltei mais rápido do que vocês esperavam!
EU NÃO AGUENTEI. Fiquei tãão feliz pelo último capítulo, pelos novos leitores, pelas 30 (sim, TRINTA!) reviews que eu recebi que inspiração não me faltou. Vocês são fantásticos, lindos demais! Não respondi as reviews porque fiquei tão empolga de escrever o capítulo que até esqueci e estive um pouco sem tempo também. Tanto que eu devia estar estudando agora e estou aqui, haha.
Obrigada, obrigada e muuito obrigada, seus lindos!
Antes de lerem, queria esclarecer duas coisinhas: teve gente que não entendeu muito bem a cena SasuSaku. Nesse capítulo eu expliquei um pouco a situação, espero que entendam. Em relação a Naruto e Hinata queria dizer que desde o começo da fic, quando os dois ainda estavam "juntos", ela aceitou a condição de "amante" por amar muito ele, mas também acha injusto. No entanto, vou explorar isso um pouco mais pra frente (no próximo capítulo vou falar um pouco sobre isso), então espero que continuem acompanhando!
Aaaawn, espero que gostem e que tenha um retorno tão espetacular quando o outro capítulo! ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/304582/chapter/14

Stay if you want to

I always wait to hear you say there's a last kiss

For all the times you run this way

It's not my fault

You couldn't ever love me more.”

Fique se você quiser

Eu sempre espero ouvir você dizer que há um último beijo

Para todas as vezes que você foge desse jeito

Não é minha culpa

Você não poderia ter me amado mais.”

( The End of The World – The Cure )

.

Olhou-se no espelho pela terceira vez. O coque alto preso firme, o kimono lilás com detalhes azul escuro. Tudo estava em perfeita ordem, mas ela continuava olhando para o seu reflexo, esperando encontrar algo errado para que pudesse arrumar. Mas não havia nada de errado com a Hyuuga, felizmente. Tentava, nos dias que se seguiram ao resgate de Sakura, esconder a iminente alegria e conforto que sentia. O sorriso mínimo nos lábios para outros integrantes do clã, mas quando se encontrava sozinha, não fingia estar menos feliz do que estava.

Depois daquele período de angústia, permitia-se estar alegre, mesmo quando tudo acontecia a beirada de um casamento futuro com um homem que ela não queria. Tentava não pensar tanto nos detalhes indesejados, quando o Hokage voltava a fazer sorrir como nunca. Aquela relação perigosa com Naruto, da qual os dois tratavam de assuntos relacionados à segurança de Konoha, também trouxera uma nova pauta de relação entre ambos. Ele não escondia seus desejos, suas vontades e sentimentos, ao contrário da Hyuuga, que na tentativa de reprimir tudo o que sentia pelo loiro, aproximava-se ainda mais dele, sem intenção.

O coração dela não estava totalmente seguro rente à aproximação dos dois, no entanto, havia concordado com ele em “fingir” que toda a tensão que existia entre um e outro fosse inexistente, e por isso, ela continuava sorrindo frente ao espelho, nervosa, e em que em alguns momentos se encontraria com o Hokage para irem ao festival. Os pensamentos da morena foram interrompidos quando, de supetão, Hanabi entrou em seu quarto com um sorriso aberto estampado em seu rosto.

— Olá nii-san! Está linda! – disse, admirando a irmã.

— Aah... Obrigada Hanabi-chan – as maçãs de Hinata coraram – v-você não acha exagerado?

— Claro que não! Tenho certeza que Shinji-san vai amar!

A Hyuuga mais velha congelou com o comentário de sua irmã e o sorriso sumiu de seu rosto. Havia se esquecido de Shinji. Continuou olhando para qualquer canto de seu quarto, em silêncio, sem saber o que dizer ou fazer exatamente. O compromisso com o Hokage já estava marcado, e ela não poderia desmarcar e nem sequer queria.

— Está tudo bem nii-san? – Hanabi se aproximou dela, tocando-lhe um dos ombros – já sei. Você não quer ir com o Shinji-san, não é?

— H-Hanabi-chan eu... E-eu pretendo ir com outra pessoa... - Hinata corou ainda mais com o que Hanabi havia dito e agora, ainda mais envergonhada, não sabia muito que fazer. Confiava em sua irmã mais do qualquer outra pessoa naquele clã - além de Neji -, mas mesmo assim confessar algo do tipo não era fácil.

— Você demorou demais pra isso, sabia? – sorriu, enquanto Hinata a olhava surpresa – Sempre soube o que você sentia pelo Hokage. Konohamaru não sabe fechar a boca e acabou me contando com quem o Hokage ia ao festival hoje. Eu dou um jeito em Shinji para que você saia!

Por mais surpresa que Hinata estava não pôde deixar de notar a calma com a qual Hanabi falava, como se fosse mais uma banalidade ou algo comum do dia-dia. Perguntou-se internamente se Hanabi sabia do seu antigo caso com Naruto, mas sabia que não teria coragem de perguntar. Resolveu, assim, responder com um sorriso tímido e corado a sua irmã, que após a confirmação a respeito dos sentimentos de Hinata para com Naruto, começou a falar do quanto Konohamaru era um “boca grande”.

As duas Hyuugas não notaram que atrás da porta do quarto de Hinata, havia alguém ouvindo aquela conversa amistosa. Não por falta de habilidade, mas sim porque Shinji disfarçava o próprio chakra – com muita maestria e sucesso – para que ninguém descobrisse que o mesmo ouvia as conversas, à surdina. Não escondeu seu descontentamento ao saber que sua possível noiva iria ao festival acompanhada de outro que não seria ele. Respirou fundo e saiu dali, discreto, indo em direção ao seu quarto. Se suas desconfianças estivessem correta, ele iria ter que por os seus planos em prática e afastar de uma vez a Hyuuga do Uzumaki o quanto antes.

—/-

A sua concentração não diminuía a expressão séria de Shikamaru e de Sasuke naquela sala. As três figuras masculinas, incluindo o Uzumaki, estavam tentando entender o que realmente havia acontecido, a razão do sequestro de Sakura, mas não acharam nenhuma pista além do depoimento do Uchiha e do que Sakura havia contado. O Hokage encostou suas costas na cadeira confortável da qual estava sentado e se levantou, enquanto Sasuke e Shikamaru o observavam.

— Não podemos fazer nada sabendo só quem eram os ninjas se eles desapareceram, ‘ttebayo! Tudo foi um plano pra roubar esses pergaminhos secretos, mas temos que agir logo!

— Eles não são ninjas fracos. – Shikamaru falava, pensativo – Nós podemos achar quem são e tentar de alguma forma tirar deles o porquê do sequestro e conseguir os pergaminhos de volta. Mas temos que saber as habilidades, não podemos chegar sem analisar o que podem fazer ou não. Problemático.

O Uchiha ficou em silêncio, enquanto a cena se repetia em sua mente. Ele se lembrava de cada segundo quando encontrou Sakura nas mãos daqueles dois ninjas, mas tinha receio de contar tudo o que havia acontecido. Porém, vendo a expressão de Shikamaru e Naruto, preocupados com aquilo, resolveu contar um último detalhe sem delongas.

— Um deles manipula muito bem chakra. Não é como qualquer outro ninja, ele possuí habilidades que nunca vi.

— Como assim?

Mesmo estando desconfortável com o que ia falar, Sasuke optou por contar tudo. A presença de Shikamaru o incomodava, mas ele sabia que o Nara era de confiança, e que foi um dos poucos que soube do ocorrido com Sakura, além de que ele já sabia a respeito da paternidade do filho da mesma, para ajudar a resolver o mistério sobre aquele sequestro. Olhou de soslaio a Shikamaru e voltou seu olhar fixo a Naruto, e admitiu a si mesmo que a genialidade do Nara seria essencial para que pudessem resolver aquele problema.

— Ele rastreou o chakra do bebê de Sakura. Quando eu me aproximei do local e ele me achou, disse que eu era o irmão dela.

— Ele identificou o chakra da criança e viu a semelhança entre o seu. E por isso ele achou que vocês eram irmãos...

O olhar dos três para um com o outro foi o suficiente para entender a habilidade de Minoru. Quando ainda era um menino, quando se encontrava sozinho no frio de uma das casas do Distrito Uchiha, Sasuke lia alguns arquivos que eram de seu clã, para conhecer mais a sua história. Em um dos capítulos do livro que falava sobre o kenkkei genkai, falava sobre o chakra de um Uchiha – assim como de qualquer outro kenkkei genkai poderoso como tal, de forma extraordinária –, tinha características únicas como um DNA. Através das semelhanças entre o chakra de seu filho e o seu, foi possível encontrar a ligação genética entre os dois. O incrível era como um ninja poderia avaliar o chakra até esse ponto, tão rico em detalhes, algo que nenhum deles jamais tinha visto.

— Vou continuar com as investigações e vou deixando vocês dois a par do que eu for descobrindo. – Disse Shikamaru, terminando aquela reunião.

Shikamaru reverenciou os dois, e saiu, voltando ao seu trabalho de investigação. Naruto respirou fundo, enquanto Sasuke o encarava de forma como se o estivesse culpando por alguma coisa. Ignorando o olhar inquietante do Uchiha e aproveitando a saída do Nara, Naruto o olhou, começando o assunto do qual ele não conseguia se esquecer.

— Conversou com a Sakura-chan?

Pensou, por um breve momento, em respondê-lo a altura. Perguntar por que parecia que a todo o momento ele se intrometia na relação de Sasuke com Sakura e porque estava tão interessado. Mas o bom senso do Uchiha parecia alertá-lo da burrada que pudesse fazer, quando descobriu o falso noivado do Hokage com Sakura por conta da gravidez. Tudo estava claro, mas Sasuke não tinha ideia do quanto o ciúme estúpido mexia com seus nervos.

Respirou fundo, acalmando o desconforto que sentia ao pensar nesse assunto – mesmo que ele nunca saísse de sua cabeça e coração – e deu continuidade a conversa.

— Ela quer me impedir de me aproximar dela e da criança.

— A Sakura-chan é teimosa mesmo! – o Hokage estava visivelmente incomodado – Eu tentei convencer ela a falar com você mas... Ela também não me ouve.

— Mesmo ela tentando, eu não vou me afastar, não se preocupe.

Não pode disfarçar o sorriso que surgiu na face com que o seu amigo havia dito. Sorriu aberto e não evitou um “Assim que se fala, Teme!” e não precisou dizer que faria o impossível para ajudar Sasuke e Sakura, até que o conselho soubesse de tudo, e daí por diante. Mesmo que o moreno disfarçasse, deixou um sorriso de leve enfeitar-lhe o rosto, retribuindo a alegria do Uzumaki e soltando um “Baka” pelo modo estúpido que Naruto parecia feliz. A aproximação dele com Sakura seria difícil, mas era necessário agora, em que a vida de uma criança dependia dele também. A tensão do último encontro de ambos não era devido à gravidez, mas a tentativa dele de fingir de não sentir nada, quando próximo de Sakura ele perdia o controle. Mas, estando à beira do limite, ele ainda estaria perto dela, na tentativa de esconder que a amava justamente para não fazê-la que sofra mais e de poder ser um pai para seu filho.

—/-

A noite parecia mais bonita do que ele previra. Durante o dia, depois do encontro com Sasuke e Shikamaru, passeou pelas ruas de Konoha para ver como estavam indo os preparativos de Konoha. O resultado não parecia menos satisfatório do que foi: ruas coloridas e iluminadas, onde o tom de vermelho chamava a atenção e a curiosidade a quem pudesse admirar. Não que sua cabeça estivesse calma, ou que tudo estava indo de vento em polpa, dando a oportunidade ao Hokage de não se preocupar com nada. Primeiro, o mistério em volto do sequestro de Sakura, depois a gravidez dela sendo o Uchiha responsável, sabendo das consequências que poderiam surgir, e agora, o encontro com Hinata.

Preocupava-se se ela o trataria bem. Se realmente fosse a esse encontro, e também com o que o resto da vila poderia falar se visse o Hokage – aparentemente noivo de Sakura – acompanhado pela herdeira Hyuuga, que estava prestes a noivar com outro homem. Não havia pensado nisso quando combinou o encontro com Hinata, e ele duvidava que ela também se lembrasse, mas uma ideia lhe veio à mente. Caminhou pelas ruas comprando as guloseimas que vendiam, lembranças e alguns enfeites, cumprimentando a todos e estando alheio aos suspiros apaixonados das mulheres que tanto o admiravam. Com todos os produtos comprados, foi para a sua casa, arrumando tudo e ajeitando a sua pouca bagunça, e foi ao encontro da Hyuuga, próximo a um de seus antigos campos de treinamento.

Não pôde deixar de sorrir quando viu, ao longe, o loiro espalhafatoso e sorridente se aproximando. Sentiu as bochechas corarem, traço que ela tinha certeza que nunca sumiria, e o cumprimentou.

— Oi Hinata! – ele a reverenciou, assim que a mesma o cumprimentou.

— Naruto-kun! E-então, vamos? – sorriu tímida.

Ele não deixou de reparar como ela estava bonita e deixar de sorrir a aquela mulher, que na sua opinião seria eternamente sua.

— Pois então, temos um problema. Ninguém sabe que eu na verdade não sou noivo da Sakura-chan... E se virem nós dois juntos, bem...

Como pôde se esquecer de algo tão importante? Sentiu-se tão envergonhada, assim como ele, que não se lembrou de que toda a população de Konoha ainda acreditava no noivado dele com Sakura. Ficou tão sem graça que sentiu enrubescer e gaguejar ainda mais.

— M-Me desculpe... E-eu não me lembrei disso... Eu vou indo, me descul-

— Calma aí! – ele se aproximou dela a segurando pelo braço direito, enquanto ela já se encaminhava para ir embora – Eu não quis dizer que não vai ter festival... Eu só mudei o lugar. Vem comigo e você vai ver, dattebayo!

Antes que pudesse responder, sentiu seu braço ser puxado por Naruto. Sorriu sem entender o que estava acontecendo, mas também sem conseguir conter a alegria por estar com ele.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E no próximo... Surpresa pra quem ama NaruHina! ♥
Até mais! :)