Meu Namorado De Mentira escrita por Bells


Capítulo 5
Era só o que me faltava mesmo!


Notas iniciais do capítulo

Hey gente. Desta vez não demorei né? Pois bem, acho que o próximo capítulo vai demorar um pouco mais por que minha avó ficar comigo só mais uma semana e eu vou passar com ela para curtir meus últimos minutinhos com ela antes de dela se ir embora para outra cidade psé. Bem, quero agradecer a todos os review's que ganhei de verdade... Foi mais do que eu imaginei, juro! kk Hm... acho que é isso por enquanto. Espero que gostem desse capítulo, eu gostei dele mais ou menos. O próximo eu pretendo deixar mais engraçado, já é quando começa definitivamente a história.



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– Querida... Comporte-se! - Falou pela milésima vez minha mãe questionando minha maneira de me portar na mesa.

Não que eu seja mal educada, muito pelo contrário... Mas eu realmente não queria estar na mesa com o idiota no meu lado sorrindo mais do que propaganda de pasta de dente e sendo extremamente agradável com meus pais.

Aquele menino era um politico nato. Portanto, perigoso!

– Sim mamãe. - Digo sentando novamente direito e tirando os cotovelos da mesa.

Minha mãe sempre prezando pelo bem estar... De sei lá o que. Até hoje não entendo o porquê não manter os braços na mesa, como acham que eles querem que comemos sem nos apoiar? Fingir que há alguma coisa invisível mantendo nossos braços suspensos? Isso dá cansaço demais!

Patrick acabou conquistando meus pais com apenas algumas palavras. O carisma dele (ou falsidade) é de espantar até mesmo a mim. Ele faz com que as mentiras que ele conta sobre nós passem por lindas lembranças encobertas por arco-íris e com um pote de limão no final. Ou seja, ele sabe mentir melhor do que ninguém.

Às vezes me assustada.

Lembro-me de uma vez quando estávamos no primeiro ano. Patrick havia gazetado aula (matado aula ou qualquer outra palavra que você conheça) para poder se encontrar com alguma garota no corredorzinho escondido por plantas na aula. Os professores descobriram e ele disse que tinha matado aula para poder consolar a menina, pois seu cachorro havia morrido a alguns segundos. Era óbvio que ele estava mentindo, mas os professores acreditaram e ainda considerou Patrick "um cavalheiro" por essa ação.

Bleh!

– Quando eu ganho minhas passagens? - Pergunto farta de ouvir meu pai discutindo basquete com Patrick.

– Depois do jantar querida. - Disse minha mãe tentando manter a compostura na frente de meu namorado.

Era visto que ela não estava nem um pouco feliz como eu estava agindo ultimamente, ou seja, sendo mal educada até com a minha sombra. E eu tenho culpa? Claro que não!

Culpa de quem? Patrick que me estressa profundamente.

O jantar transcorreu perfeitamente em harmonia, para não falar o contrário. Só sei que minha mãe perdeu a cabeça com a nova empregada, se estressou comigo por não dar atenção para Patrick, que por sua vez conversava animadamente com meu pai, o que irritou minha mãe por ela estar se sentindo excluída.

Como dito antes: Minha mãe não é normal!

Fomos para a sala sem comer sobremesa, já que a Zuleide não sabe nem fazer gelatina direito. Eu não a condeno, eu não sei fazer mesmo. O meu fica todo molenga, estranho e liquido. Argh! Sentamos nos sofás cor de areia espalhados pela sala.

– Então... Acho que está na hora de acabar com a visitinha dele... - Aponto para Patrick que puxava almofadas - Cadê minhas passagens?

– AAAAAAAAAH! - Grita Patrick assustado.

Todos nós olhamos para o garoto que acaba de gritar que nem uma garotinha. Quando descubro o motivo começo a rir desesperadamente acompanhada pelos meus pais. Patrick me lançou um olhar mortal e sai disparado para o lugar do meu lado "seguro".

– Eu não acredito que você está com medo de Fertus... - Eu caí na gargalhada novamente.

Quem é Fertus? Ele é o meu lagartixa de estimação-não-estimação. Não entendeu? Eu explico. Aqui em casa, o ano passado surgiu uma lagartixa gorda que não conseguia voltar por debaixo da porta, de tão gorda que era (alimentada isso sim). Achei que estava grávida, mas depois de uns dias a bichinha virou magrinha que só por que não tinha comida para ela e tinha medo de passar por nós. Então, eu comecei a alimenta-la com o que eu encontrava pela frente, até que ela ficou de um tamanho bom e saiu do esconderijo que estava... Como eu não tinha animal de estimação por causa da minha mãe e o adotei e o coloquei o nome de Fertus*. E bem, ela aparece aqui em casa às vezes.

Patrick ficou vermelho de raiva e de vergonha com a minha pergunta. Eu ri tanto que minha barriga doía. Meus pais não ficavam atrás. Acho que a ultima pessoa que ficou com medo de Fertus aqui nesta casa foi uma prima minha de dois anos que havia se assustado, mas depois ela gostou da lagartixa.

– Desculpa... - Começou Patrick incerto no que dizer. - Eu tenho trauma de lagartixa!

Meus pais pararam de rir e eu fui meio que obrigada a parar, por que os olhares de censura de meus pais... Não foram os mais convidativos a continuar rindo do garoto. Calei-me contra gosto.

– Trauma? - Falou meu pai.

Eu poderia saber exatamente o que meu pai pensava naquele momento, não muito diferente do que eu pensava "Que idiota! Trauma de uma coisa pequena dessas? Garoto molenga." Era isso que eu pensava, e era quase certeza que meu pai também pensava assim. Somos parecidos!

Por outro lado, minha mãe parecia comovida com o pobrezinho do remelento Patrick com trauma de lagartixa. Aposto que ele sofreu uma tentativa de afogamento em um tanque de lagartixa. "Devo leva-lo para os anônimos sofridos tentativas de afogamento por lagartixas" Minha mãe não deveria ter saído desta linha de pensamento, tenho quase certeza.

– Trauma? Conte-nos a sua história! - Diz minha mãe com aquela cara que ela faz quando vê crianças do Sul da África. Lembrando que o Sul da África é o mais rico!

Patrick começou a contar sua triste-mentirosa história de vida com as lagartixas. Irei poupar os detalhes sem graça, a questão é que quando Luiz era pequeno e tinha ido para a fazenda de seus avós, ele andava tranquilamente pelo campo quando dá de cara com uma cobra do tamanho de um caminhão (de comprimento não de largura) e a cobra quis picar ele, e Patrick só sobreviveu por que um índio de uma linhagem muita longa chegou e tirou a cobre para o lado, disse para o menino correr e fez um sinal como silêncio antes de sumir da vista.

Acha que alguém acreditou nesta furada de história? Acredite que minha mãe acreditou e até sentou-se no lado de Patrick e passou sua mão pelas dele em forma de compreensão. Eu estava com o queixo caído pela estupidez da minha mãe em acreditar naquilo. Meu pai não ficava muito longe de mim, mas estava se divertindo com Patrick.

– E o que tem haver uma lagartixa com o caso da cobra querendo morder a outra? – Pergunto curiosa para saber qual é a história que ele inventaria naquele momento.

– São tudo repteis! – Ele respondeu fingindo chorar escondendo a cabeça em suas mãos quando minha mãe passava as suas pelas costas do fingido.

Eu fiz um sinal de rendição enquanto meu pai ria com a situação. Realmente aquilo não poderia estar ocorrendo. O garoto sabe fingir bem... Mal! A única que acreditou naquela história de índios, cobras e sinais de silêncios foi minha mãe. Acho que estou começando ficar muito preocupada com a situação mental dela.

– Ok. Já entendemos amor... Já pensou em procurar um psicólogo? – Perguntei com um sorriso.

– Eu já frequentei! – Ele responde me lançando um olhar irritado e eu nem fiz nada.

– Bem... Depois desta história comovente, acho melhor irmos para a parte do presente... – Meu pai fala se levantando do sofá e indo em direção da mesinha perto da porta do banheiro de baixo.

– Oba! – Minha mãe falou batendo as palminhas de felicidade e andando até meu pai.

Patrick parecia feliz com a situação seja lá qual for. E eu estava com uma cara de tédio. Meu pai pegou uma pasta cor de creme de dentro da gaveta, minha mãe estava com um sorriso de orelha a orelha. Meu pai andou até mim e me entregou aquela pasta cor de creme.

Agora sim. Chegamos ao momento legal do jantar/desastre com direito à bobo da corte com nome de mostrada. Peguei a pasta com uma dose de felicidade. Dentro dela havia vários papeis. Notas fiscais que eu não sabia para que servissem no momento, recibos de pagamentos de hotéis que nunca havia ouvido falar, cartões que nem sabia da existência, meu passaporte e por fim... Minhas passagens! Peguei minha passagem deixando as outras coisas de lado. Olhei para ela lendo desde a primeira linha para não perder nada... Até que cheguei ao destino...

– O que? – Exclamo indignada. – Por que aqui não está escrito Paris? – Pergunto me levantando junto com a minha voz.

– Mudanças de plano Agatha! – Minha mãe falou com um sorriso satisfatório no rosto. – Eu e seu pai pensamos em te mandar para lá... Mas seu comportamento não nada dos melhores...

– Quer dizer que eu tenho sendo uma filha perfeita a mais de 17 anos para quando eu pedir uma viagem decente e sozinha, eu não ganho? – Eu falo gritando com os meus pais. – Então para que merda eu fiz de tudo para não causar problemas?

– Olha o tom mocinha! – Meu pai me advertiu.

– Af! – Eu digo me jogando no sofá. Olho para o lado e me lembro de que o idiota ainda estava ali e me olhando. – Que foi? Perdeu alguma coisa?

– Qual lugar que você vai? – Ele pergunta ignorando meu lindo comportamento de mau humor.

– Correção... Vocês vão! – Minha mãe fala dando mais palminhas no ar de felicidade que nem uma foca quando ganha uma bola.

Na boa? Eu ia dar “palminhas” na cabeça dela se ela continuasse com este comportamento idiota dela. Af. Minha mãe é tão idiota...

– O que? – Perguntei gritando junto com Patrick quando a ficha caiu sobre as suas palavras. – Ele vai ir?

– Eu vou ir? – Ele perguntou na mesmo hora que eu.

– Sim! Não é magnifico? – Minha mãe falou.

– Não, não é magnifico. Na verdade não é nem perto de uma noticia boa. – Eu digo ficando desesperada – Primeiro arruínam minha viagem e agora estão me dizendo que eu vou ter que ir viajar para aquela merda de cidade... Com ele?

– Ei! – Ele protesta pelo modo que eu falo.

– Que é? Vai dizer-me que está feliz por ter que ir viajar comigo? – Eu digo me jogando no sofá e colocando uma almofada na cara. – Diga para os meus pais que você não vai ir. Que não namoramos! – Eu ordeno.

– Senhores Verona... – Patrick começa. – Ficaria honrado em viajar com a sua filha, mas estou sem dinheiro no momento. Agradeço pela oportunidade e fique para a próxima! – Ele diz tentando ser simpático.

– Pagamos tudo já querido. A única coisa que precisa fazer é subir no avião e ponto. – Minha mãe fala.

– Por que você não está impedindo nessas coisas pai? – Pergunto novamente gritando.

– Por que vai ser bom saber como você se sai em uma viajem não tão longe... Para depois você ir para Paris sem eu me preocupar com você filha! – Meu pai fala tentando dar um sorriso.

– Pelo amor de Deus! – Eu digo. – Primeiro eu e ele nem namoramos...

– Agatha não fale bobagem. Vai magoar o garoto! – Sofia falou.

– Fique tranquila Senhora Verona, eu sei que ela está passando por um momento de estresse. – Patrick fala tentando manter a postura de menino educado.

– Ah! Cala a boca seu idiota! – Grito.

– Agatha Verona é melhor parar de dar este show ou a única coisa que vai ver nesta vida é o sol nascer quadrado e eu não estou falando de uma prisão. – Minha mãe gritou comigo.

– Qual é? – Eu digo andando de um lado para o outro. – Tudo é culpa seu idiota de uma figa, idiota... – Eu começo a falar e a bater no Patrick. – Se você não tivesse inventado a história de namoro nada estaria dando errado na minha vida. Se você tivesse alguma coisa na sua cabeça e fosse pelo menos inteligente eu não estaria nesta bosta de situação... – Eu começo a gritar mais ainda batendo nele.

– Ai! – Patrick exclamava.

Eu senti uma força me puxando para longe de Patrick. Era meu pai que me segurava pela barriga e eu lutava para sair de seu aperto chutando o ar. Sem sucesso claro! Minha mãe correu para ver se Patrick estava bem. Isso mamãe, vá ver se o pior pesadelo da minha vida está bem e esquece-me aqui nesta vida. Me deixa apodrecendo neste mar de remorso e tristeza que me afogo.

Depois de alguns minutos de minha histeria eu me controlo. Meu pai me larga e eu fico no seu lado lançando olhar mortal para todo mundo até mesmo para Fertus que tinha reaparecido no local. Por fim eu saiu da sala e subo a escada fazendo barulho.

Parece que tinha acontecido uma pequena discussão enquanto eu subia a escada. Por fim, quando eu entrei no meu quarto antes deu fechar a porta, Patrick aparece com o seu sorriso idiota e presunçoso na cara.

– Eu te odeio! – Grito fechando a porta com força, fazendo as pessoas ficarem com aquelas caras de surpresa com a cena que foi presenciada anteriormente.

– Ag. Saí dai! – Ouço alguém me chamar batendo na porta. Sua voz era grossa e chata de ouvir, isso mesmo era de Patrick.

– Cala a boca e não me chama de Ag. – Eu grito sem abrir a porta. – Vai embora seu idiota!

– Ag. Sai dai e vamos conversar. – Ele falou mais uma vez batendo em minha porta.

– Já disse para não me chamar de Ag. Seu idiota! – Grito de volta e me jogo em cima da minha cama.

– Agatha Verona, abra essa porta e comece agir com uma mulher. – Brandiu Patrick no lado de fora do meu quarto.

– Vai embora seu idiota. – Eu grito novamente para ele.

– Agatha Verona, eu vou arrombar sua porta se você não sair dai imediatamente! – Ameaçou meu querido namorado de mentira.

– Vá em frente seu bruta montes, quero ver se é macho o suficiente para isso! – Grito de volta jogando meu pequeno cofre em formato de porco na porta do quarto. Não se preocupe, ele é metal... Não quebrou, mas deve ter assustado o cara do outro lado da porta.

Se não me engano, foi nesta hora que você pegou a história. Não é?

Depois de alguns minutos de Patrick tentando arrombar a porta e eu ter quebrado uma boa dúzia de coisas que eu não sentirei falta... Pelo menos eu espero. Canso de ouvir os resmungos indignados de Patrick e abro a porta o encontrando abaixado se escorando na porta. Quando o abro ele acaba caindo para trás o que me faz rir um pouco.

– Até que enfim abriu a porta. – Falou ele entrando no meu quarto.

– Você vai mesmo viajar? – Eu perguntei tirando uma mecha do meu cabelo.

– Por que não iria? Seus pais já pagaram toda a viagem. E eu não iria fazer nada mesmo. – Ele responde passando a mão pelo seu cabelo.

– Eu não acredito mesmo que Patrick Luiz irá viajar comigo! – Falo.

– Isso é um sinal que eu possa ir? – Ele perguntou.

– Acho que não poderia me livrar de você tão cedo assim. – Eu comento.

– Agatha Verona... Querendo minha companhia!? – Ele falou me abraçando contra minha vontade.

– Eu não disse isso... E pode me largar agora? – Eu digo empurrando Patrick de mim.

– E para onde vamos? – Luiz pergunta curioso.

– Sabe onde Judas perdeu as botas? Então, uma milha depois do lugar! – Digo frustrada.

–---

*Fertus: A história que contei aconteceu mesmo. Sim, uma lagartixa entrou lá em casa gorda, saiu magra que dá dó para passar por debaixo da porta, ela foi morar no banheiro inabitado (é assim?) lá da minha casa antiga e eu coloquei o nome de Fertus, por que em grego é feliz (acho que é isso mesmo). Até meu pai chamava ele de Fertus!


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Notas finais do capítulo

Então...? Gostaram? Mereço review? O que vocês acharam dos pais de Agatha? Doidos né? kk e a mãe dela? Gente do céu, imagina se minha mãe fosse assim? Este capítulo não teve muitas revelações, pois era previsível o que aconteceria, não? Mas mesmo assim espero review's de vocês, por favor. Fiquem bem e até os review's!
Ps. capítulo postado quando eu tiver mais de seis review's.



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