Meu Namorado De Mentira escrita por Bells


Capítulo 25
17 de Novembro


Notas iniciais do capítulo

Olá, tudo bem?
Obrigada mesmo pessoas linda do meu coração, pelos quase 25 comentários no capítulo passado *0* Por isso eu decidi postar esse capítulo mais rápido, para agradecer vocês!! Continuando... Esse capítulo é meu favorito, sério! Eu até chorei quando eu o escrevi e acho que mereço muitas considerações por ele.
Só para avisar: Faltam no máximo 4 capítulos para terminar a história. Eu sei, poucas né? Mas tentarei fazer grandes com mais de 3.000 palavras para compensar.
Enfim, preparem seus corações, porque a história está pegando fogo.
— Capítulo não revisado (com atenção).



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17 de Novembro

O dia amanheceu com uma preguiça contagiante. Os raios do sol brilhavam com preguiça de querer se levantar e espantar toda a obscuridade da noite que se passou. É o seu trabalho, então teve que se tornar forte afastando a escuridão dos corações das pessoas.

Eu não havia dormido nada. Eu não consiga pregar o olho por muitas razões. Passei a noite em claro olhando para a fase redonda da lua e tentando encontrar a soluções para meus problemas e para os problemas da lua. Eu sei. Idiotice! Mas eu estava me sentindo idiota, então porque não pensar em idiotices?

Desde o sequestro de Patrick, eu e ele não nos falamos. Algumas poucas palavras são trocadas por educação, mas nada mais passa disso. Eu sei que ele espera o dia em que eu irei me declarar, eu sei que ele tem essa esperança, porém eu não consigo a corresponder. Algo dentro de mim diz que ainda não é a hora de me deixar levar pelos sentimentos, ainda não é hora deu esquecer meu passado e deixar a vida me levar como todos fazem. Ainda não.

Passei tanto tempo escondida atrás do meu segredo, passei tantos dias martelando em cima dele, escolhendo um meio de me libertar da “prisão” que eu mesma criei para mim e que no fim, não resultou em nada. Ele vem todos os dias. A angustia daquele tempo volta como um tsunami com sede de destruição. E como eu conseguiria lidar com isso e ao mesmo tempo com o amor? Eu me conhecia quando estava amando. Eu fazia besteiras inimagináveis por conta disso e tenho medo pelas pessoas que estão ao meu lado e pelo que sou capaz. Então, como posso correspondê-lo?

Essas e outras questões não me deixaram dormir.

O despertador ao meu lado toca e vejo que está na hora deu seguir a vida como se nada tivesse acontecido. Era sábado então, a única preocupação do dia seria meu treino no ballet. A apresentação se aproximava e quaisquer erros, mínimos, eram considerados imperfeito. Após essa bendita (ou maldita?) apresentação, eu iria desistir de uma vez por todas do ballet. Eu queria um novo recomeço a partir do ano que vem e algo me dizia que iria conseguir. Semana passada eu havia recebido ofertas para universidades e meus pais estavam orgulhosos de sua filha, por tudo que tenho feito por esses dias.

Demorei meia hora para me aprontar e segui para o Instituto que estava sendo arrumado já para a grande apresentação. Minha mãe havia ido visitar meus primos distantes para convida-los para ver a tal apresentação e meu pai estavam dormindo quando sai de casa. Ao chegar ao local logo fui levada para uma sala para a – milésima - prova dos vestidos que iria usar.

- Você está magnifica! – Diz Jéssica que acabou ficando como figurinista do espetáculo.

- Eu pareço um ganso. – Digo girando e me olhando no espelho.

- Não. Você parece um cisne! – Ela retruca colocando mais alfinetes no vestido.

- Que maravilha! – Digo revirando os olhos.

- Pare de se mexer ou vou acertar um alfinete em você. – Ela diz impaciente e eu fiquei quieta olhando para o espelho o vestido horroroso que eu iria usar.

Era cheio de pena, com um negócio estranho na frente e não ficava nem de perto bonito em mim. Porque tem que ser cisnes? Porque não flores, patos ou até mesmo porcos? Imagina uma peça chamada “O Chiqueiro dos Porcos”? Eu com certeza veria sempre.

- Então... – Jéssica começou. – Você e Patrick terminaram?

A pergunta que escuto nos últimos dias umas cem vezes por dia e eu quase nunca sei o que responder.

- Por quê? – Respondi incerta.

- Não vejo mais vocês juntos e tal. Dai fiquei imaginando se ele estava livre. – Jéssica disse colocando um alfinete na boca. – Sabem, as pessoas do colégio estavam começando a aprender a entender o romance bizarro de vocês.

- Como?

- Vai dizer que você nunca achou estranho um capitão do time de futebol, apaixonado pelo esporte, popular e que tinha todas as garotas que queria na hora que quisesse namorasse uma menina como você, não se ofenda, mas você é no mínimo estranha sabe? E tem essas coisas do seu passado que ninguém sabe o que pensar. – Ela tirou o alfinete da boca e colocou no vestido prendendo mais uma pena. – Disseram que você estava trabalhando para a máfia chinesa.

- Máfia? – Eu digo rindo. – Não cheguei ir tão longe assim.

Ela me olhou com seus olhos arregalados, eu a encarei pelo espelho e Jéssica voltou ao seu trabalho. Ficamos em silêncio até ela terminar de arrumar o vestido para apresentação. Antes de ela sair, Jéssica se virou para mim e disse:

- Uma pena que não tenha dado certo entre vocês. Eu realmente estava torcendo para que Patrick arrumasse alguém que colocasse juízo em sua cabeça.

E ela foi embora me deixando sozinha olhando para os quatro espelhos que me rodeavam. Eu simplesmente comecei a rir. Eu sei. Loucura. Porém, estava tão engraçada aquela cena que não me contive. Sim, porque se fosse um filme essa seria a cena que a malvada perdoasse à boazinha (ou vice versa) e dissesse que queria tudo de bom na sua vida, dai a pessoa que ficasse na posição que eu estava olhando para o espelho começaria a chorar e cantar uma música que diria tudo o que ela estava sentindo, então o galã do filme apareceria, iria ouvir sua música e correria para beija-la.

E fim.

Por isso eu ria. Aquilo era tão absurdo, tão improvável que dava até raiva. Afastei-me da sala que estava e segui para o palco onde aconteceria tudo. Lá estavam sendo terminados o cenário e a professora juntamente com a Senhora Vil estava gritando ordens para todos. Aproximei-me delas e as fiquei olhando, até que a dona da escola me viu.

- Venha menina. Temos que ensaiar mais uma vez. – Ela diz e eu subo até onde ela estava. – Rodolfo, venha. Ensaie com ela, por favor!

- Quando é que meu “par oficial” vai vir ensaiar? – Pergunto olhando para elas.

Todo o dia de ensaio sempre era alguém diferente para eu ensaiar. Sempre era algum voluntário, algum coitado que foi obrigado, mas nunca era o cara que eu iria dançar no espetáculo e quando perguntava não me dizia quem eram.

- Você já sabe o que precisa saber. – A Senhora Vil falou me olhando compadecida, se é possível.

- “Ele só virá no dia do espetáculo e você só o encontrará em cima do palco, assim dará mais emoção para o espetáculo e ele não quer se identificar até o momento certo.” – Repeti suas incansáveis palavras.

- Que bom que decorou... Agora, preste atenção no ensaio. Tudo tem que estar impecável! – Ela disse se afastando para nos dar espaço.

Lá pelas quatro da tarde fui liberada para poder sair do Instituto, desde que eu voltasse para lá amanhã cedo. Peguei minhas coisas e troquei de roupa. Ao sair do lugar, comecei a andar em direção a minha casa bem devagar sem pressa para chegar a casa.

- Agatha! – Escuto alguém gritar meu nome e me viro. – Ainda bem que te encontrei.

- O que foi Kathe? – Perguntei aflita por minha amiga estar correndo atrás de mim.

- Você não atende minhas ligações, não responde minhas mensagens... – Ela arfou ao parar. – Achei que tinha sido abduzida.

- Estava no ensaio. – Digo – Mas o que aconteceu?

- É o Chuck. – Ela me disse por fim séria.

- O que tem esse traste? – Perguntei sem dar muita importância para a situação.

- Ele foi atropelado e está em caso de vida ou morte no hospital aqui perto. – Ela falou.

Eu me surpreendi com aquilo. Chuck não era daqueles que eram atropelados com facilidade e muito menos que entravam nesses casos. Algo realmente havia acontecido com ele e eu tinha quase certeza que não era apenas a culpa do atropelamento.

- Como soube disso? – Perguntei.

- Meus pais me contaram... E hm... Ele quer falar com você. – Ela respondeu como se estivesse anunciando que havia encontrado um fantasma.

- Comigo? O que ele quer?

- Não sei. Ele disse que só você poderia trazer o que ele procura. Eu acho melhor você ir visita-lo, mesmo que contragosto. – Kathe disse.

- Tudo bem. – Dio por fim.

***

Uma hora depois eu estava na frente de Chuck no hospital. Ele me olhava quase não me reconhecendo, mas seu sorriso maldoso ainda permanecia em sua face. Ele estava todo machucado, cheio de curativos e mal conseguia respirar. Não tive duvidas, que aquela era um dos seus últimos dias terrenos. E eu não quis pensar nisso.

- Você veio. – Ele falou com sua voz fraca.

- Claro que vim. – Digo tentando ser otimista, sem demonstrar meus reais sentimentos para ele.

- Não precisa fingir, sei que estar aqui é algo que você não gosta. – Ele falou suspirando e depois me olhando. – Mesmo assim, obrigada por vir.

- O queria falar comigo? – Pergunto.

- Tem uma cadeira ali. – Ele apontou para sua esquerda. – Porque não se senta nela?

Andei até a bendita cadeira, a coloquei próxima de Chuck e me sentei o olhando.

- Sabe Agatha, grandes poetas, grandes escritores e diretores do cinema dizem que a morte é a libertação da alma, é quando você se faz pensar de todas suas atitudes até hoje e pede perdão por tudo de ruim que fez para poder ter uma vida celeste perfeita. – Walter disse puxando ar com dificuldade. – Bem, eu não me sinto assim. Acho que estar morrendo é uma merda e que esses bandos de desocupados pintam um quadro bonito da morte pensando que sabem de alguma coisa... Mas na verdade, não sabem de nada.

- Chuck, você não irá morrer. – Afirmo meio incerta.

- Oh Agatha. – Ele falou me olhando nos olhos. – Todo homem sabe quando sua vida está por um fim, por isso eu te chamei aqui, para conversarmos.

- Você não foi só atropelado, não é?

- Claro que não. Acha que ser atropelado é algo tão assim? Se eu fosse, estaria na rua novamente. Porém os médicos decidiram que essa era a desculpa que precisam para não me deixar ir nessas condições. – Falou tossindo forte. – Que merda!

- Então, o que aconteceu? – Eu perguntei curiosa.

- Paul me emboscou no beco e bem, essas são as consequências quando não cumpri seu trato no acordo. – Chuck disse isso na maior naturalidade que não sabia como reagir.

- Hm. – Eu apenas exclamo e fico quieta.

- Bem, eu acho que essa era a hora deu pedir perdão por ter estragado sua vida, por ter sequestrado seu namorado e todas essas parafernálias todas e morrer em paz... – Chuck disse e eu arquejei a sobrancelha. – Não irei fazer isso!

- Que novidade! – Digo revirado os olhos e deixando um fraco sorriso escapar dos meus lábios.

- Você deve se perguntar por que eu a escolhi, porque eu destruo sua vida, a faço virar um inferno terreno, sumo e depois apareço como se nada estivesse acontecido... Então, toda a noite você se pergunta “porque eu?”, estou certo?

- Na verdade, não. – Digo e ele ri.

- Bem, é efeito de se estar morrendo: Não se conhece mais as pessoas.

- Mas continue falando. – Eu o encorajo curiosa.

- Onde estávamos mesmo?... Assim. Bem, quando meus pais morreram eu fui levado para o orfanato e maltratado, mas não culpo minha realidade por tudo o que fiz, na verdade acho hipocrisia quem culpe sua realidade. Eu escolhi ser assim e só eu posso me culpar por tudo que fiz, por todas as amas puras que desvirtuei, mas quando te vi pela primeira vez... – Ele tossiu e olhou para o teto imaginando a cena. – A menina rica com seu vestido floral rindo com sua amiga inseparável indo para o ballet, algo de mim cresceu. Algo além do que eu possa imaginar surgiu e eu tinha certeza que te queria, queria desvirtuar sua alma.

- Mas porque voltou? Porque me fez fazer aquelas coisas? Por quê? – Falei com dor.

- Pequena Verona, eu sou o mal. Eu faço essas coisas como o sol aparece todos os dias. Eu simplesmente sou assim, não há ciência que explique o que eu faço ou o que fiz você passar. E não irei pedir perdão pelas maldades, porque não há perdão que me faça ter a paz que todos procuram. – Chuck falou pegando minha mão e eu tive que controlar o impulso de não sair correndo daquele lugar, porque agora eu tinha certeza, pelos seus batimentos fracos do pulso, que aquele seria o seu ultimo dia.

- Porque envolveu Patrick? – Perguntei.

- Lembra quando levei você para aquela casa no interior para conhecer algumas pessoas? – Pergunta.

Eu afirmo. Sim, eu me lembrava como se tivesse acontecido ontem. Chuck levando sua nova acompanhante para a casa do interior onde haviam pessoas de má fé e ele colocou ordem na bagunça me apresentando e ameaçando quem se quer encostasse um dedo em mim.

- Bem, lembra-se que quando você teve um ataque de ciúmes por causa da Pamela? – Ele perguntou e eu assenti novamente. – Você ainda se lembra como se sentiu naquele momento, quando a raiva subiu em seu sangue, quando você quis mata-la por ser uma prostituta falida... Bem, eu me sinto mais ou menos assim quando vejo você com o príncipe, a única diferença é que não há ninguém que me pare. Não há pessoa viva ou morta que há o meu controle e eu sou capaz de fazer qualquer coisa.

Quem escutasse aquela conversa com certeza já teria chamado o padre, tinha feito diversas rezas, chamado o pai de santo, polícia e os bombeiros se fosse preciso. Não era uma conversa inocente de duas pessoas. Não. Era algo mais profundo, algo que nós dois compreendíamos de uma forma diferente. Era algo mágico, mas ao mesmo tempo assustador.

- E naquele dia eu havia enlouquecido. Havia dado errados uns projetos meus por ai, as pessoas estavam começando a se cansar do me jogo e tudo estava indo por água a baixo. A única pessoa que eu sabia que possuía algum controle, que conseguiria reverter essa situação era você. Apenas você. E naquele instante, eu sabia que te queria de volta, por isso sequestrei o príncipe. Eu estava dopado de raiva, algo de mim estava quebrado e eu não medi meus atos. – Ele fala com rapidez puxando o ar com mais dificuldade do que antes.

Ficamos em silêncio até ele recuperar todo o ar e voltar a falar. Em meio desse tempo eu estava pensando em suas palavras, em seus atos e o compreendia melhor do que ele possa pensar. Eu entendi esse descontrole, eu sabia como era se sentir assim e fazer algo que não conseguisse controlar ou voltar a trás. Eu mesma já havia feito isso e ele não havia me parado.

- Quando... Quando... – Tentei dizer as palavras em voz alta, mas nada saia. – Bem, você sabe, porque não me parou? Porque me deixou fazer aquilo mesmo sabendo que eu não o faria se você tivesse me parado? Porque não me controlou? – Perguntei com fúria.

- Porque eu tinha a ilusão de que aquilo faria você ser só minha que iria viver no meu mundo comigo para sempre. E obviamente que não deu certo, você se rebelou. Transformou-se em algo que nem eu mesmo sabia que existia e foi embora. – Ele falou e deu seu sorriso de cafajeste. – Eu tive orgulho de você!

- Orgulho? Você gostou de me ver fazendo aquilo com aquele pobre... Desgraçado. Como você acha que aquilo possui mérito para ser orgulho de alguma pessoa?

- Não disso. Mas da forma que você foi embora, viu que aquele mundo não era o mais o seu e tive coragem de ir embora. Fiquei com raiva, joguei coisas nas paredes, roubei armas e fiz outras coisas. Confesso. Porém eu tive orgulho de vocês, mesmo que eu não admitisse, por você ter tido coragem de ir embora. Sabe quantos homens ou mulheres possuem essa coragem? Quase inexistentes. – Ele sentenciou e fechou os olhos.

- Chuck...

- Shiu. – Ele me fez calar a boca e ficamos novamente em silêncios, apenas ouvindo o som das máquinas. – Agatha Verona, minha pequena prodígio, quando for escrever de mim... Diga que eu morri gloriosamente, que lutei bravamente contra dois assassinos da Interpol e morri após salvar duas crianças russas.

- Isso não é um pouco fantasioso? – Eu perguntei rindo um pouquinho.

- No mundo a literatura, o que é errado? E quem poderá saber da verdade? – Ele me questionou e deu o seu melhor sorriso.

- Você não presta. – Digo com tom divertido, na medida do possível.

- Baby, eu quero que fique com isso... – Chuck falou puxando de seu pescoço uma peça de madeira que estava presa em um colar. – Quando chegar a hora irá descobrir o seu segredo.

Ele me alcançou com sua mão fria e eu a peguei na mão a examinando com cuidado. Era uma peça de madeira com um formato estranho e com um “V” no meio de cor vermelha. Coloquei em meu pescoço o colar e vi Chuck sorrindo desta vez, sem mascaras, apenas seu sorriso de menino que poucos conheciam.

- E mais uma coisa... – Ele falou fazendo sinal para eu me aproximasse de sua pessoa. Quando fiz isso ele me puxou com sua mão fria e colocou sua boca em minha orelha e disse baixinho: - Você está livre! – Disse e depois quase inaudível: - Eu também.

E depois disso aconteceu tudo muito rápido. As máquinas do pequeno quarto começaram a bipar rápido e forte, ele já havia caído de olhos fechado em sua cama e médicos com enfermeiros entraram e começaram a me puxar para fora. E não sei o que houve em seguida, porque simplesmente comecei a chorar ao cair no chão.

Em parte por tristeza por Chuck ter morrido, tristeza porque o homem que mais me conhecia, que de alguma forma sempre havia me protegido de tudo havia ido dessa para uma pior. Sabia que seus pecados não iriam ser redimidos, a menos que o Senhor seja tão bondoso para tolerar o que foi feito, e mesmo assim sabia que aquela alma dura e maldosa não deixaria seu orgulho para o lado e não pedira desculpas, como sempre fez. E por outra, por eu estar finalmente livre.

Ele havia me libertado, eu já não possuo mais aquela angustia que sempre senti. Já não possui mais aquela tristeza que sempre estava sobre mim tentando ganhar espaço em minha mente e corpo. Já não havia mais o encosto que sempre estava comigo, a nuvem negra em cima de minha cabeça e já não estava tão irritada como sempre. Já não havia mais nada para me impedir de fazer o que quisesse, não havia nenhuma pessoa pairando sempre na minha vida pronta para me assustar e enfim, a serpente havia adormecido para sempre trazendo paz para meu mundo.

Não sei quanto tempo fiquei ali, não sei o que aconteceu com Chuck e se os médicos tentaram o reviver. Não vi mais o corpo de Chuck e tinha certeza que isso continuaria assim, sabia que não precisaria me preocupar com que fim que levaria, porque os capangas, servos de Walter dariam um jeito para fazer um velório a sua altura e eles não iriam querer me ver por lá.

Minhas lágrimas não cessavam e senti alguém se abaixar ao meu lado, puxar meu corpo para um abraço e não me importei quem seria, apenas enterrei o meu rosto em seu peito e chorei, chorei mais do que qualquer outro dia. Ao contrário do que muitos pensam as lágrimas não simbolizam apenas a dor, sofrimento e a tristeza. Não. Elas simbolizam a limpeza da alma, os resíduos ruins que ficam no seu corpo saem junto com elas purificando seu corpo, sua mente e porque não sua alma? Apenas deixei me levar pelo momento colocando tudo de ruim que estava impregnado em mim para fora, porque aquela era a última vez que eu choraria por esse motivo, por alguém, pela minha liberdade.

“Vai ficar tudo bem.”

“Está tudo bem.”

“Isso meu amor, chore.”

“Calme. Passou. Ele não irá mais perturba-la.”

“Acabou. Acabou o pesadelo.”

Eu escutava essas frases enquanto chorava, tenho certeza de que havia outras, porém essas eram as que eu tomava consciência. Eu não precisava levantar o rosto para descobrir quem era não precisa de mais nada para ter a pela certeza de quem estava ali comigo, como sempre. Era Patrick. Não tinha dúvidas. Eu aprendi o reconhecer pelo seu cheiro, pela sua voz suave, pelas suas roupas com cheiro forte. Eu não precisava de mais nada, poderia reconhecê-lo a qualquer momento em qualquer dia, mês ou ano.

Afinal, quem não reconhece seu verdadeiro amor?


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Notas finais do capítulo

ENTÃO... O QUE ACHARAM? PERFEITO NÉ? EU CHOREI PACAS ESCREVENDO. Tirando as leras maiúsculas: Então, me digam o que acharam de verdade. Não tenho muito o que falar porque meus pais estão me ameaçando aqui porque eu tirei nota baixa e não devia estar no computador. Mas enfim... Bem, quero saber o que vocês sentiram ao ler tudo. Quero suas opiniões sobre cada linha, se possível e quero saber como está seu coraçãozinho para os próximos, porque vão saber os segredos dela no próximo... POR ISSO O PRÓXIMO CAPÍTULO SÓ SAI COM 30 REVIEW'S. E estou falando sério. É o momento que todos esperam ao longo da história, então eu acho que mereço um incentivo né? haha E se quiserem mandar recomendações por causa da perfeição dese capítulo FAÇAM ISSO!! kkkk Talvez vcs não tenham sentido o que eu senti ao ler/escrever esse capítulo, mas... Enfim, beijos.
Fiquem com Deus.
E estou aguardando minhas recomendações e MEUS 30 REVIEW'S.
Beijoooos!