Sophie escrita por isabelaq


Capítulo 52
Capítulo 52 Escolha




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O Nathan já está aqui faz uma semana e a gente já viu o Empire States umas três vezes, não sei de onde esse menino tirou tanto amor por esse lugar. Enfim, é bom ter ele por perto mesmo que não seja o dia todo já que ele está trabalhando mas do mesmo jeito ele está por perto e eu não me sinto tão sozinha igual antes e óbvio que saber que
ele gosta de mim deixa tudo um zilhão de vezes melhor.

-Viu, mãe, eu disse que ia ligar, não sei porque você duvidou tanto de mim.

-Mas faz uma semana, Sophie...

-Eu sei que faz uma semana mas eu liguei de qualquer jeito. -Rolei os olhos mesmo sem ela poder ver.

- Mas eu não quero que demore tanto.

-Ah, mãe, você também pode me ligar quando quiser, se não ligou foi porque não quis ou você está ocupada demais com o Anthony para poder me ligar?

-Eu pensei que a gente já tinha conversado sobre isso e pensei que você gostasse dele.

-Eu gosto mas agora eu tenho que te dividir com ele.

-Para quem falava que me odiava e quase morreu quando teve que vir morar comigo...

-Tá, eu sei, é só que...você sabe, eu me sentia mal em não poder ficar com você antes e quando eu fui morar com você eu não consegui te odiar e também no fundo era o que eu queria então como eu ia ficar com raiva de você? Ah, tá, chega disso. Eu estou bem, mãe, sei que eu ligava todo dia mas parei depois que o Nathan chegou...

-Depois que o que?

-O Nathan está aqui faz uma semana e eu estava com ele e por isso não liguei, desculpa...

-Vocês estão...

-Namorando.

-Eu ia dizer amigos mas namorados também pode ser.

-Ah...-A campainha tocou.

-Juízo, hein?

-Certo, mãe, quem precisa de juízo é você e o seu namoradinho que fazer aquelas coisas lá e agora eu tenho que ir porque estão tocando a campainha.

-Sophie...-Ela disse com uma voz de repreensão. -...beijos, não esquece de ligar para a sua vó e para o seu pai. Eu te amo.

-Tá, eu também te amo, tchau. -Desliguei o telefone e joguei no sofá e ele caiu quase em cima daquela mancha vermelha que eu sempre esqueço de limpar e fui correndo até a porta toda saltitante mesmo sabendo que não é o Nathan.

Nós ficamos nos encarando por um tempo sem saber o que dizer...quer dizer, pelo menos eu não sabia o que dizer, nunca imaginei que eu ia acabar passando por isso depois do que aconteceu.

-Prescher. -Eu disse ainda sem acreditar que ele estava ali.

-Oi, Sophie. -Ok, sei que nem faz tanto tempo assim que a gente se viu mas ele está muito diferente.

-Eu pensei que não..

-Ia mais me ver? -Concordei. -É, eu também.

-Então o que você está fazendo aqui na porta da minha casa em Nova York muito longe da sua casa em Los Angeles onde você mora com a sua mulher mãe adolescente que casou contigo porque foi você quem engravidou ela? -Eu não tenho a mínima ideia do porque de eu ter falado tudo isso tão rápido e sem respirar...tá, eu nem sei porque eu disse isso mas na minha cabeça fez um pouco de sentido mesmo sem eu ter entendido nada.

-A gravidez era psicológica. -Olhei para ele igual tonta sem entender. -Não tinha um bebê...tinha tudo de uma gravidez menos o bebê, ela sabia e não me contou nada e quando eu descobri eu voltei para casa, o que quer dizer que minha casa é em Huntington Beach e não em Los Angeles, e fiquei sabendo que você se mudou e bom, aqui estou eu.

-E porque...não, espera, entra porque estou cansada de ficar em pé. -Eu acho que estou muito sedentária e acho que eu devia sentir raiva dele ou sei lá e não convida-lo para entrar em sentar no meu sofá manchado de vermelho mas foda-se. -Pode sentar ai. -Apontei pro sofá e ele se sentou e eu sentei na mesa de centro que eu mesma comprei toda detonada e consegui arrumar e agora estou rezando para ela não quebrar comigo em cima. -Certo, agora sim, porque você está aqui?

-Porque eu ainda gosto de...

-Ah, certo. -Eu interrompi porque eu não quero que ele diga o que eu acho que ele vai dizer.

-Algum problema?

-Na verdade, sim. -Coloquei as mãos no rosto. Cara, eu só fodo comigo mesma, não é possível.

-Você está...-Ele olhou para a minha aliança.

-Estou. -Ele concordou com a cabeça.

-Eu não queria...eu estou indo embora, desculpa. -Ele se levantou e saiu andando em direção a porta.

-Tá, Chis, tem uma coisa que eu preciso te contar. -Corri até ele que parou para me encarar. -Eu acho que é melhor você saber de tudo isso logo então...você não foi o primeiro que veio até Nova York dizer que gosta de mim, o primeiro foi...-Mostrei a aliança para ele entender que eu falava sobre o meu namorado.

-Se o cara não é daqui ele só pode ser de Huntigton, ou é aquele cara do ano novo ou...-Ele riu. -...o Nathan. -Olhei séria para ele. -É o cara da festa de ano novo, né? -Agora ele também ficou sério. Balancei a cabeça negativamente.

-É o Nathan. -Ele ficou com a boca meio aberta me olhando como se quisesse que eu dissesse que era brincadeira mas bom, não é.

-Como assim? Ele...ele sabe que eu gosto de você e que sempre gostei, como ele conseg...eu não acredito.

-A culpa não é...

-É sim, Sophie. Tomara que vocês sejam muito felizes juntos. -Ele disse de um jeito seco e saiu do apartamento batendo a porta.

"O Prescher acabou de aparecer aqui e eu contei que a gente está namorando e ele não gostou nada!" A primeira coisa que eu fiz foi mandar essa mensagem para o Nathan e no começo ele não gostou de eu ter contado mas depois passou e ele disse que eu estava certa e que a gente não ia poder esconder isso para sempre e disse também que ele vai resolver tudo, eu espero que ele resolva mesmo.

-...então eu achei melhor contar, ai ele disse que não acreditava e que você sabia que ele gostava de mim, disse que espera que a gente seja feliz juntos mas só tive a leve impressão que ele não estava falando sério ai ele saiu batendo a porta.

-É, ele não me atende.

-Eu estava pensando e eu não quero estragar a amizade de vocês.

-Não é sua culpa. -Ele me puxou para perto.

-É sim.

-A gente dá um jeito. É, eu posso usar o seu telefone? -Ele apontou pro telefone fixo que eu nem sei porque eu tenho sendo que praticamente só uso o celular. Concordei com a cabeça. -Valeu. -Ele se levantou e foi até o telefone e discou uns números e depois eu percebi que ele estava ligando para o Prescher. -Eu sei, cara, mas você sabe que não tem como...é, eu já entendi, mas eu to tentando te dizer...então tá, vamos deixar ela resolver. É, é isso mesmo o que eu to dizendo...beleza, você sabe a onde a gente tá. -E depois disso ele desligou o telefone, puta merda.

-Era o Chris.

-Ah. -Fingi que não tinha percebido isso antes.

-E ele tá vindo para cá.

-Porque? -Perguntei surpresa.

-Porque ele tá com muita raiva da gente estar juntos e a gente decidiu que vamos, bom...deixar você decidir.

-O que? Eu? Não...olha, Nath, eu não quero estragar a amizade de vocês, eu não quero ser um problema.

-Você não é um problema, eu só acho melhor resolver isso logo do que deixar rolar aquilo de bola de neve e se a nossa amizade for sabe? Verdadeira, o que ficou muito gay falando, a gente não vai ficar brigado por isso.

-Você é gay, mas se você acha melhor assim. -Dei de ombros. -Ah, se eu me meter em confusão por culpa sua você vai ver. -Agora ele deu de ombros e voltou a se sentar do meu lado do sofá que eu finalmente consegui tirar aquela mancha...mentira, não fui eu, foi ele mas isso não vem ao caso.

E enquanto ele ficou olhando fixo para televisão mas me dando a impressão de que aqui só estava o corpo dele e a mente em um outro lugar, eu fiquei pensando se eu devia ou não me jogar por aquela janela porque eu não quero ver o Prescher de novo, eu não quero falar dos meus sentimentos, eu não quero que eles deixem de ser amigos por
minha culpa...ah, eu só quero sumir daqui mas eu devia ter feito isso enquanto eu podia porque agora a campainha está tocando e a alma do Nath tá de volta ao corpo dele.

A gente se encarou como se nos perguntássemos quem iria abrir a porta mas tomei coragem e fui eu mesma e nem preciso dizer quem estava ali na porta, né? Abri mais a porta para ele entrar sem dizer nada e ele entrou e começou a ir em direção a porta meio que me ignorando.

-Chris. -O Nath disse olhando para ele e o Prescher só o encarou de volta mexendo um pouco a cabeça como resposta e então os dois pararam de se encarar e começaram a me encarar e eu comecei a pensar se ainda dá tempo de pular pela janela...talvez se eu correr eles não me alcançem.

-Então...-O Prescher resolveu abrir a boca.

-Quem você escolhe, Sophie? -O Nathan perguntou o que os dois queriam saber.

-Tá, olha, eu não queria estar nessa situação mas...se vocês forem ficar brigados por causa disso eu não escolho ninguém.

-Anda logo com isso, Soph. -O Prescher cruzou os braços.

-Eu sei que vocês são amigos há muito tempo, que vocês já fizeram muita coisa juntos e eu não quero que isso acabe.

-Nada é para sempre. -O Prescher disse.

-Ai, Christopher, cala essa boca! Pode ser que as coisas não durem para sempre mas eu não quero ser a causadora do fim, eu vou morrer me sentindo culpada, eu não quero que você fique com raiva do Nathan, não é culpa dele e nem de ninguém.

-E eu não consigo controlar o que eu sinto, eu to com raiva e pronto.

-E eu também não consigo controlar e amo ela e pronto. -O Nathan resolveu falar.

-Tá, eu já entendi, agora tá pra me dizer como vai ser? -O Prescher descruzou os braços.

-Você não vai ficar com raiva?

-Eu vou tentar. -Ele respondeu e começou a encarar o chão.

-Certo. -Respirei fundo tentando decidir por onde eu tenha que começar. -Prescher, eu nunca odiei tanto uma pessoa de cara que nem eu te odiei quando eu te vi, eu odiava muito as pessoas mas nós dois já começamos a brigar que nem dois idiotas de cara e talvez por a gente se odiar tanto eu me apaixonei por você, e era a última coisa que eu imaginava sentir um dia, era tudo tão louco e se alguém me dissesse que isso ia acontecer um ano atrás eu não ia acreditar e provavelmente eu ia bater na pessoa mas aconteceu e tudo tinha que ser complicado, tinha a coisa lá, e depois a coisa falou que ia ter um bebê e eu sem a minima ideia do que eu tinha que fazer ou o porque de eu ter me apaixonado pelo único amigo que eu tinha tido na vida inteira. Acho que mudar para Huntigton Beach foi a melhor coisa que me aconteceu, eu não tinha mais vontade de agir feito uma rebelde maluca sem causa na maior parte do tempo, eu virei uma versão muito melhor do que eu era antes e acho que muita coisa foi graças a você e mesmo que você estaja provavelmente morrendo de raiva de mim nesse momento e eu quero te dizer antes de tudo muito obrigada e apesar de tudo e talvez por tudo eu vou sempre te amar e te odiar muito porque acho que se eu não te odiasse tanto eu não seria eu. -Fiz uma pausa. -Nathan, quando eu te conheci eu só queria te usar para conseguir ir para a praia e claro irritar o Prescher e depois naquela festa eu vi você sendo um super galinha e por causa disso eu até cheguei a duvidar se um dia você realmente se apaixonou por mim ou se no fim eu ia acabar me tornando só mais uma ou sei lá, mas pensando nas coisas que aconteceram depois que o Prescher foi embora, o tanto que você me ajudou, os conselhos e o jeito de me fazer sentir bem que só você tem, até o jeito de me irritar e me deixar louca de raiva, você ser fofo, carinhoso, gentil e tudo isso me fez ver que você se tornou um cara muito melhor, muito diferente daquele Nathan e acho que no fim não tinha como eu não me apaixonar e é dificil acreditar que alguém como você está com alguém como eu. Olha, vocês dois sempre foram e sempre vão ser importantes para mim. -Os dois pararam e ficaram me olhando um pouco como se digerissem tudo aquilo.

-Ah, eu também te amo, Sophie. -O Nathan quebrou o silêncio.

-É, eu também. -O Prescher concordou.

-Acho que nós dois não erámos para dar certo e talvez por isso tudo isso aconteceu. -O Prescher concordou, ele sabe que to falando que ele.

-Valeu, Sophie, to indo. -Ele levantou e estava indo até a porta mas parou. -E só quero o melhor para vocês dois, tchau. -E ele foi embora.


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Notas finais do capítulo

Então gente, esse é o penúltimo capítulo de Sophie ): eu já escrevi o último e na próxima vez que a gente se ver já vai ser o fim e eu to tentando decidir se isso é bom ou ruim. Enfim, conte me o que acharam. xoxo



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