Crônicas De Um Casal Assassino escrita por Alexandria Manson


Capítulo 16
Capítulo 16- Edgar


Notas iniciais do capítulo

EDGAR.
sim.
fiquem chocados, mas ele é importante



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Ele esperava.

Uma chuva fina de primavera caía como uma névoa líquida, escorrendo em seu rosto. Olhou para a direita, e seus soldados retribuíram o olhar. Olhou para a esquerda, e o mesmo aconteceu.

Duzentos soldados, e ele esperava.

— Senhor? — um soldado lhe chamou.

Merda.

— Sim? — ele respondeu.

— O que exatamente estamos esperando?

Ele estava tenso. Olhou em volta mais uma vez. Todos esperavam seu sinal. Só um sinal...

— Não ouse questionar minha autoridade, cadete. — ele respondeu por fim.

Os homens estavam ansiosos. Sabia que não aguentariam. A maioria eram garotos, alimentados pela sede de vingar seus parentes mortos. Muito em breve eles romperiam, e sairiam atrás de Beatriz e Matheus.

E ele esperava.

— Senhor?

Silêncio, seu merdinha insignificante.

Lentamente, saiu de sua posição e se dirigiu ao quartel onde confinaram a assassina mirim, cansado dos idiotas que o cercavam. Sabia que, quando abrisse a porta, Matheus o atacaria. Qualquer grito significaria o ataque de seus homens.

A maçaneta enferrujada o esperava. Girou-a devagar e entrou naquela sala escura, iluminada por computadores, apenas. Matheus não o deixaria chegar nem perto de Beatriz, e sabia que qualquer movimento brusco poderia ser o seu fim. Em um movimento de rendição, levantou os braços e falou:

— Matheus? — sem receber resposta, tentou outra abordagem — Beatriz?

Uma sombra se moveu perto dele. Distraiu-se, e em questão de segundos Matheus o ameaçava com uma faca em mãos.

— O que você quer, Edgar? — disse Matheus, rispidamente.

— Calma, cara — respondeu Edgar, rindo — eu estou aqui para ajudar.

Edgar pensou ver algum tipo de fraqueza nos olhos de Matheus, como se ele simplesmente quisesse se entregar e acabar com aquele sofrimento. Porém aqueles olhos cinzentos voltaram a endurecer rapidamente, e Matheus não recuou.

Um vulto, que Edgar imaginou ser a famosa Beatriz, colocou a mão no ombro de Matheus, e ele se afastou.

Beatriz olhou com seus olhos avermelhados para Edgar. Ele pensou que seria aceito, mas aqueles olhos assustadores não mentiram, e Edgar levou uma joelhada na barriga. Rapidamente estava no chão, derrubado e com uma Beatriz pisando em sua nuca.

— Serei breve, sim? Olhe para aquele cara ali — disse Bea, segurando o rosto de Edgar para que ele visse um cadáver no chão. — Ele era nosso inimigo.

Edgar engoliu em seco. Havia uma doçura peculiar na voz de Beatriz, o que poderia ser bom, ou extremamente ruim. Já havia entendido porque Matheus adorava essa garota.

— Você é nosso amigo, não é mesmo?

O jeito com que Bea sorriu fez Edgar estremecer. Como de qualquer forma não estava ali para criar problema, assentiu, e Beatriz retirou o pé de sua nuca lentamente. Edgar se levantou, tentando recuperar sua dignidade.

Matheus, que estava encostado em uma parede, examinou Edgar com atenção e disse:

— Espero que isso não seja um plano, porque eu sei cuidar muito bem de traidores...

Duas ameaças de dois assassinos. Ambos sorridentes. Dia de sorte?

— Ok. Matheus, cara, relaxa! E agora, que tal sairmos logo daqui, ao invés de esperar que percebam minha traição e arranquem nossas cabeças?

Edgar examinou o quarto. Havia um buraco em uma parede que dava no que seria o quarto de Beatriz. Passou por ele e começou a examinar as paredes. Obviamente há uma porta aqui, que a anta do Matheus usou para entrar e esqueceu-se da existência.

Com a mão fechada em um punho, Edgar começou a bater nas paredes, como se estivesse batendo em uma porta. Esgueirava-se devagar, para ter a certeza de não deixar passar nada. Quando encontrou uma parte oca, sorriu, satisfeito consigo mesmo. Deu uma ombreada no que pensou ser a porta. Não conseguiu identificar se realmente era a porta, mas o que quer que fosse foi esmagado pelos ombros largos de Edgar.

Um corredor estreito se estendia para a direita e para a esquerda. Precisariam escolher uma direção, e rápido. Edgar ouvia os segundos passarem. Gostaria que Matheus e Beatriz já tivessem fugido...


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Notas finais do capítulo

ok, então eu não estava conseguindo fazer o final do capítulo e dei uma de machado de assis e deixei assim msm hehe