Crônicas De Um Casal Assassino escrita por Alexandria Manson


Capítulo 1
Capítulo 1- Beatriz




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Eu pensava ser normal... Pensou Beatriz, sentada em cima do telhado de uma casinha de madeira de um parque infantil. Faz muito tempo que não sou normal. Eram quase três horas da manhã, e o clima frio era agradável. Um redemoinho de nuvens se agitava em frente à lua, extremamente luminosa esta noite.

A quietude e a paz do local tomaram conta de Beatriz. Os únicos sons audíveis eram o farfalhar de folhas e alguns gatos brigando, distantes. A tranquilidade quase fez com que Beatriz adormecesse. O que as crianças diriam ao encontrar Beatriz dormindo em um telhado de madeira quando saíssem para brincar pela manhã?

Beatriz... Nesses tempos ela era conhecida. Todos na cidade temiam-na.

De tempos em tempos ela questiona a si mesma. Por que eu faço isso? Eu não deveria fazer isso. Há outra maneira de me livrar de mim mesma?

O torpor do silêncio e de seus pensamentos passou rapidamente assim que Beatriz ouviu passos. Quem será que está acordado há essa hora além de mim? Ao analisar o sujeito que se aproximava, Beatriz constatou que o estranho era um homem, de cinquenta a sessenta anos. Aproximava-se com algo em mãos.

— Beatriz! —gritou o homem.

— Pois não, senhor?

— Não me venha com essas sutilezas desnecessárias. Desça já e venha aqui para termos uma conversa. — O homem já perdia a paciência na segunda frase. Provavelmente conhece Beatriz.

Sei que tipo de conversa ele quer ter... Beatriz guardou seus devaneios para si, e ágil como um gato saltou do telhado da construção de brinquedo, aterrissando ao lado daquele senhor.

— Beatriz, alguém precisa por fim no seu reinado de trevas. — falou o homem, balbuciando um pouco.

Beatriz encurvou as sobrancelhas e ofereceu-lhe seu melhor olhar angelical.

— Senhor, temo que esteja enganado. Não sou nenhuma rainha, e pelo que eu saiba não governo em lugar nenhum.

Aquelas palavras irritaram o homem, que mostrou o que levava consigo. O punhal que o homem levava brilhou com a luz do luar.

— Beatriz, se for necessário matar você para poupar muitas outras vidas, eu farei isso.

A reação de Beatriz já era esperada. O punhal do homem parecia grosseiro comparado ao que ela levava escondido em sua bota. No dia em que Beatriz ganhou-o de um tio como presente por receber um prêmio como escoteira, Beatriz achou tão bonito que resolveu dar-lhe um nome. O nome do punhal era Rafael, um belo anjo assassino com sede de sangue.

Depois de tirar Rafael da garganta do homem, Beatriz foi caminhar, deixando um cadáver destroçado para satisfazer alguns gatos que disputavam território.


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