Powerfull - Session 01 escrita por Amanda Ragazzi, LiKaHua


Capítulo 23
Capítulo 23 - Contagem Regressiva


Notas iniciais do capítulo

Kath: Oi pessoal, bom eu só vim me despedir. Esse é o último capítulo que escrevo para Powerfull. A Amanda se encarregará de fechar a história e nada mais justo uma vez que ela a idealizou. Gostaria de dizer que fiquei muito feliz em ter participado disso, em ter feito parte dessa construção com vocês, cada capítulo a que me dediquei nesta fic foi com muito carinho e com muita dedicação. Queria de coração agradecer a todos vocês que me acompanharam e me deram força e dizer de maneira especial à Lança Solar, Lucão, Sophibi e Jessy Ferr que vou sentir muito a falta de vocês.
Um grande abraço e obrigada por terem feito parte disso comigo.
Até uma outra hora!



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– Sua tentativa de livrá-las foi em vão agora eu sei onde elas estão e você não poderá impedir que eu finalmente possua o poder que me pertence!

– Que te pertence? – Ela soltou um riso irônico. – Não seja ridículo! Aquela magia pode acabar com você em dois tempos! E não ache que elas são pequenas e indefesas, elas sabem quem você é! Você está MORTO!

Esbravejou as palavras com ódio, os olhos negros do homem estreitaram-se em direção a mulher, os cabelos negros caindo sobre os ombros e os dentes cerrados de ira, ele ergueu a mão e a mulher foi suspensa no ar os dedos dele aos poucos iam se fechando e as mãos dela subiram ao pescoço, ela estava sufocando.

– Arbranur Therius Relix!

A mulher foi lançada contra a parede e caiu no chão deixando um rastro de sangue imposto como uma mancha de tinta, ficara ali no chão, inerte. O homem sorriu com cinismo, passou a mão sobre o paletó que usava e saiu fechando a porta.

***

POV Calleb

– Calleb! Acorda!

Jessica me sacudia como se o castelo estivesse desmoronando e precisássemos correr para salvar nossas vidas, apenas fiz um gesto com a mão ignorando-a sonolento, e ela tinha sorte por ser ela eu odiava ser acordado, e odiava mais ainda ser acordado aos gritos.

– CALLEB! – Ela falou me batendo com o travesseiro.

– Ta bom, quem é que ta morrendo?!

– Tem que tirar a gente daqui lembra?

–--

Uma semana atrás

Estavam todos ali, inclusive Sharon que parecia outra pessoa. Mas as coisas eram diferentes agora, depois da batalha contra Sharon, mais especificamente entre Sharon e Jessica, as coisas pareciam ter-se aberto para uma onda cataclísmica de incertezas, incertezas essas que se concentravam nas duas irmãs, mas que afetavam a todos. O clima de tensão na sala era tão forte quanto a névoa em uma floresta sombria, à nossa frente Lauren estava séria enquanto tentava pensar em alguma forma de deter Alastair.

– Eu sinto que há mais por trás disso do que sabemos, - Ela começou. – quer dizer... E esses treinamentos, e porque nós? Nenhum dos outros alunos foram envolvidos, só a nossa turma. Afinal, nós somos os novatos encrenqueiros aqui, e escolheram justamente a nós para enfrentar o chefão, não acham estranho?

– Como se fosse premeditado. – Matt confirmou.

– Exatamente e sei que isso tem algo diretamente a ver com Jessica e Sharon.

– Na verdade, monotonamente tudo parece ter a ver com a gente. – Jessica falou entediada.

– O que nós precisamos é ter uma conversa com os pais biológicos de vocês.

– O que? Voltar na minha casa? – Sharon parecia surpresa.

– Há algum problema?

– Há o surto da minha mãe quando despejarmos isso nela!

– Mesmo assim nós precisamos tentar Sharon, é nossa única chance de ter uma pista para entender quem é esse tal Alastair.

– Ta, eu levo vocês lá. – Ela assentiu por fim.

– Quando iremos? – Andrew perguntou.

– Daqui a uma semana, precisamos de um plano para sair da escola. Vamos sair de madrugada. Sharon conhece alguma magia que possa nos tirar daqui até a sua casa?

– Bom, a Jess pode me ajudar a fazer algo...

– Ótimo, assim vai nos poupar tempo.

– Mas o feitiço tem que ser feito fora do castelo.

– Calleb pode nos tirar do castelo, não é? – Jess me perguntou sorridente.

– Claro. – Assenti.

– Então estamos combinados.

–--

Nos dispersamos pela escola e decidimos ficar em grupos, eu fiquei com Sharon e Jessica e os outros três ficaram juntos não podíamos levantar suspeitas com ninguém e as coisas já estavam suficientemente estranhas. Maristela havia sumido há dias e Allison não nos dava aulas há dias também, outro professor havia assumido o lugar dele com uma desculpa qualquer de assuntos pessoais. Jess e a irmã ensaiavam o feitiço todas as noites no quarto, as coisas na escola pareciam cada dia mais tensas, como se todos ali soubessem o que estava por vir.

– Ok, agora todos se segurem e não larguem um do outro ou vão ficar presos no meio das paredes de concreto e isso é morte certa entenderam?

Eles assentiram. Atravessamos a parede do dormitório chegando ao lado central do pátio de trás do castelo, caminhamos com cuidado para não sermos vistos até um dos muros centrais, andamos em fila indiana e eu tentava concentrar meu poder para que nenhum deles ficasse preso no meio das paredes, poderia ser fatal. Quando alcançamos o lado de fora, fora a vez de Sharon e Jess fazerem sua parte, as irmãs tomaram fôlego e pediram que déssemos as mãos formando um círculo e em seguida elas começaram a dizer em uma só voz palavras estranhas:

– Triviax valum ekiterium destin.

Uma luz forte nos envolveu por um momento obrigando-nos a fechar os olhos feridos pela intensidade, e não demorou segundos até que parássemos em frente à luxuosa casa de um bairro nobre da cidade. Havíamos chegado aos Estados Unidos em segundos, eu não deveria, mas ainda ficava impressionado.

– Que estranho... – Sharon falou olhando a casa. – Porque as luzes acesas a essa hora?

Ela nos lançou um olhar de apreensão e aproximou-se da porta girando o trinco de metal e revelando um hall decorado de forma luxuosa. Quando entramos na casa de Sharon avistamos uma escadaria em espiral que levava ao andar de cima, no hall uma mesa com um enorme vaso de flores ficava ao lado da escada e, ao lado da porta, um móvel de mogno onde também havia um vaso com flores e alguns chaveiros com chaves penduradas que Sharon tocou com a ponta dos dedos:

– Todas estão aqui... As dos meus pais... Da empregada... Tem algo errado.

– Melhor termos cuidado, pode haver alguém esperando.

Ela nos guiou por um corredor quando alcançamos a sala de estar, tudo estava revirado, vasos quebrados e o mais impressionante: a mancha de sangue enorme na parede que guiava nosso olhar para a mulher estendida no chão, o peito aberto e a poça de líquido escarlate sob ela, os olhos ainda abertos fitavam a gente como se sentissem um pavor imenso:

– Mãe! – Sharon gritou sentindo o corpo desfalecer e foi segurada por Matt.

– Meu Deus! – Exclamei. – O que houve aqui...

Matt se aproximou dela juntamente com Sharon e encostou dois dedos no pescoço da mulher enquanto Sharon chorava em desespero.

– Está morta há mais de três dias. Não tem como ter certeza absoluta de quanto tempo.

– Isso não foi qualquer coisa... É um feitiço de Adavrá. – Sharon falou acariciando os cabelos da mulher.

– Como assim mana? – Jess perguntou ainda sob o choque.

– Ela foi morta por outro bruxo Jess... Um feitiço de avadrá é uma magia negra de morte... A única coisa capaz de tirar completamente a alma de um bruxo.

– Acham que tem algo a ver com Alastair? – Lauren perguntou sem desviar os olhos da mãe de Sharon.

– Eu não sei, mas se eu descobrir que foi aquele maldito eu vou mata-lo com minhas próprias mãos!

– Quem mais mora aqui? – Andrew perguntou só então nos alertando que poderia haver mais vítimas.

– Meu Deus...

Sharon pareceu imersa nos próprios pensamentos durante um segundo e ela levantou apressada correndo para o corredor, seguida de perto por Matt, nesse momento percebi o quanto ele realmente gostava dela. Saímos logo atrás dos dois quando nos demos com a visão pavorosa da cozinha coberta com o sangue do que seria a empregada, Matt segurava Sharon pela cintura, ela tinha o corpo curvado para frente em uma expressão nítida de dor e desespero. A empregada estava disposta no chão encostada ao balcão da pia com a garganta aberta assim como os olhos inexpressivos o sangue estava nas paredes, nos móveis, no chão e em tudo a volta dela. Eu me perguntava se ainda conseguia encontrar mais alguém morto ali dentro, ou mesmo no que aconteceria caso Sharon encontrasse mais algum familiar sem vida. Ela deu as costas sendo ajudada por Matt e caminhamos com ela a passos lentos até um corredor ao lado esquerdo da escada, havia nele uma única porta ao final, quando abriu nos deparamos com uma biblioteca enorme e muito equipada, lembrava um pouco as bibliotecas antigas, Sharon estava estática olhando fixamente para a mesa logo a frente da estante principal na parede, um homem aparentando 47 anos, de cabelos negros, rosto branco e também com os olhos abertos estava sentado à poltrona atrás da mesa com o peito aberto em formato de um buraco e o coração sobre a mesa espetado por um punhal. Jessica me abraçou escondendo o rosto no meu peito e eu a acolhi com carinho, até para mim aquela visão era impactante. Sharon deixou o corpo cair rendida, as lágrimas percorriam seu rosto e Matt a segurou no instante em que ela desmaiou. Havia um livro ao lado do coração do pai dela, caminhei até lá e o peguei, poderia ser uma pista. Lauren tinha lágrimas nos olhos, Andrew a tirou daquela visão bárbara e Matt levou Sharon, todos fomos em direção ao andar de cima onde ficavam os quartos. Matt deitou Sharon em uma cama e nós todos nos sentamos estáticos no tapete do quarto.

– Que horror... Mataram toda a família dela. – Andrew falou com pesar.

– E da maneira mais fria e cruel possível. – Jessica completou. – É a minha família também... Meus pais. Nem tive a chance de conhece-los.

– Vejam isso: - Falei observando a primeira folha branca do livro que estava manchado de sangue – “Impiedosas mãos fazem uma justiça impiedosa em busca daquilo que lhe é direito, que lhe foi tomado, que lhe é devido.”

– Que livro é esse?

– Hamlet.

– Isso só pode indicar uma coisa gente... – Lauren falou olhando para Sharon. – Ele está vindo.


POV Sharon


Aquilo precisava ser um pesadelo. As imagens estavam tão nítidas na minha mente que chegavam a ser perturbadoras e entorpecentes. Eu me recusava a abrir os olhos, mas queria me livrar da sensação de peso do meu corpo, sentia dedos macios acariciando meu rosto e finalmente abri os olhos fitando Matt ao meu lado, as lágrimas escorreram pelos meus olhos antes que eu pudesse sequer abrir a boca, todos estavam mortos, meus pais, minha ama... Eu estava sozinha. Ele me abraçou carinhosamente:

– Shh... Meu amor está tudo bem... Eu estou aqui.

– Ele matou a minha família Matt... Me deixou sozinha... Ele matou os meus pais...

– Você não está sozinha... Não diga isso...

– Claro que não está! – Jess se aproximou. – Eu sou a sua irmã, sempre vou estar com você. E nós vamos vingar seus pais mana, eu prometo.

A certeza na voz dela era reconfortante. Nós precisávamos sair dali, logo a polícia ia chegar e não conseguiríamos explicar aquilo, a culpa certamente cairia sobre nós. Rapidamente Jess e eu fizemos o feitiço para nos tirar dali:

– Triviax valum ekiterium destin.

De volta à escola, nós corremos até o quarto de Calleb e trancamos a porta, eu estava desnorteada, não sabia o que fazer, o que esperar. A única coisa que se passava em minha mente era vingança, eu não conseguiria descansar enquanto não visse cada gota de sangue de Alastair deixar seu corpo nojento. Lauren andava de um lado para outro pensando.

– O que acham que ele quer? – Ela perguntou.

– Ele quer a nós. – Falei calmamente. Todos me olharam espantados. – Jess e eu somos as únicas que o impedem de ter domínio absoluto da magia. Ele quer o nosso poder e nós só temos uma chance de derrota-lo.

– Como assim Sharon? Explica pra gente.

– Lembram-se da nossa primeira aula de defesa pessoal? Ela não foi por acaso. Os cristais que recebemos são como lentes de aumento para os nossos poderes, mas são mais do que isso. Cristais são usados na magia há milênios, juntas com os cristais, Jess e eu podemos fazer uma convergência, usar nossos poderes como um só e atingir Alastair.

– Está dizendo que se usarmos os cristais juntos podemos unir nossos poderes? – Lauren falou maravilhada.

– Se souber como usá-los sim.

– Como você fez na floresta... – Matt lembrou. – Sem magia.

– Os cristais são fontes próprias de poder, e são as únicas coisas capazes de rastrear seus semelhantes. Se aprendermos a usá-los, isso facilitará a guerra contra Alastair. Mas precisamos ser rápidos, não temos muito tempo.

Durante os dias que seguiram nós treinamos arduamente, eu os ensinei como direcionar suas energias para os cristais e torna-las uma só força, Jess e eu tínhamos uma sincronia mágica perfeita, eu não precisava ensinar nada a ela, tudo saía de dentro dela naturalmente e ela era muito mais poderosa do que eu pensei ou do que ela mesma sabia. Os exercícios de batalha foram duplicados treinamos com armas, com artes marciais...

– Alastair virá com seu exército e não o subestimem não serão um bando de ninjas como os filmes de ação, serão feiticeiros, bruxas, criaturas de todas as espécies. Mas o foco dele seremos Jessica e eu. E apenas nós podemos derrota-lo...

Matt e Andrew conseguiam coordenar suas habilidades para aumentar no dobro a convergência de poderes, uma vez mais fortes os dons de Andrew podiam manipular tudo a volta deles e Matt, além de tecnopata, conseguia meios de transferir energia cinética para a convergência ampliando os poderes de Lauren e Calleb.

– E lembrem-se de uma coisa... – Eu falei parando de frente para todos eles. – Não importa o que aconteça... Estaremos todos juntos para sempre. Juntos, somos mais fortes. Somos um só.

–--

– Ta com medo? – Jess sussurrou para mim da sua cama.

– Um pouco. – Respondi.

– Acha que vamos vencer?

– Precisamos... Pelos nossos pais...

– Não tem medo de morrer mana? – Os olhinhos dela me fitavam com um ar de medo e súplica, ela apoiou dois dedos sob o queixo encolhendo-se.

– Eu já morri.

Respondi finalmente. Ela me olhou assustada de início, mas depois entendeu.

Eu já havia morrido, eu conhecia a sensação gélida e ela não era mais capaz de me assustar. A única coisa em que eu pensava nesse instante era em vingança, eu faria Alastair pagar pela vida da minha família, ele morreria e isso era uma certeza. No mundo da magia não havia nada mais forte que Jessica e eu, juntas nós podíamos destruir qualquer mal, a contagem regressiva começara o sentimento de ansiedade se misturava com o de medo e dentro de mim também com o de ódio.


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