Powerfull - Session 01 escrita por Amanda Ragazzi, LiKaHua


Capítulo 20
Capítulo 20 - Confronto


Notas iniciais do capítulo

Kath: Bom pessoal, como eu disse, esse era finalmente o capítulo que eu queria postar! Eu trabalhei nele várias vezes desde que criei o esboço. Cada palavra foi feita milimetricamente ordenada e é sem dúvida meu capítulo favorito. Eu espero que vocês gostem dele tanto quanto eu. Ele ficou um pouco grandinho rsrsrsrs mas não consegui evitar... Eu planejei cada palavra com muito carinho e sentimento espero que eu chegue no meu objetivo fãs de Jess e Sharon preparem-se!
Gostaria de dedicá-lo em especial à JessyFerr, Lança Solar, Lucão e Sophibi. Um beijo grande dessa humilde amadora que os ama. A todos que lerem e comentarem, meu singelo obrigada.



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POV Mathew

A tensão dentro do salão se espalhava, Calleb, Lauren, Sophie, Marriete e Andrew estavam de lado posicionados para atacar a qualquer momento, mas parecia impossível atingir Sharon de qualquer modo, os dons psicológicos não funcionavam com ela por conta de seu escudo, isso tornava tudo pior não queríamos machuca-la, mas parecia não haver opção. Jessica estava ao meu lado, as lágrimas tomavam seus olhos estava sendo demais para ela e eu me sentia impotente por não ter nada que pudesse fazer. Sharon parecia completamente dominada, não tinha ali nenhum resquício da garota doce e linda que eu amava ela parecia completamente imersa em ódio. Jessica a olhava enquanto as lágrimas percorriam seu rosto, os olhos negros de Sharon a fitavam fixamente como se seu corpo tivesse sido possuído por um demônio, a íris verde estonteante desaparecera.

– Você não é muito diferente de mim Jessica, seu ódio gratuito sempre teve um motivo, é que no fundo dentro de você, sempre soube que éramos iguais! Que você também se alimenta dessa nojeira em que nasceu!

Sharon gritava as palavras, cuspindo-as com ódio fazendo com que Jessica fosse tomada pela revolta, ela fechou os olhos por um momento e abrindo-os novamente começou a avançar na direção da irmã.

– Jess não faça isso! – Tentei impedi-la.

Erguendo uma das mãos em direção dela, Sharon esboçou um sorriso cruel e pronunciou uma palavra abrindo os dedos:

– Relix!

Jessica foi atirada longe sendo segurada por mim que corri impedindo-a de cair, ergui o olhar para Sharon que parecia indiferente a qualquer apelo, Calleb passou à frente enquanto Lauren tentava em vão manipular a mente dela, nada parecia funcionar e eu já estava me desesperando, olhei para Jessica que estava inconsciente nos meus braços e por um segundo temi que não conseguíssemos salvar Sharon daquilo. Os professores apareceram não muito depois, mas pareciam inúteis perto daquela coisa que controlava minha Sharon, meu coração apertou novamente e deixei Jess aos cuidados de Calleb me levantando e caminhando até ela. Segurei seus braços para que me olhasse e pedi com um tom quase de súplica:

– Por favor... Sharon... Volta, não me deixa...

– Matt... – Ela soltou um sorriso sarcástico e cruel. – Ela esta aqui... Se retorcendo! Gritando por você, mas eu sou muito mais forte! Então, porque não fica quietinho?

Senti uma força muito forte me tomar me repelindo quando a mão dela tocou meu peito, uma dor aguda dominou todo o meu corpo e fui lançado longe sentindo o impacto contra a parede. Jessica abriu os olhos levando a mão à cabeça, ergui o corpo com dificuldade enquanto os outros começaram a ataca-la. Marriete tentou invadir a mente dela sem sucesso, Andrew tomou a frente fazendo surgir água do nada erguendo duas paredes enormes ao lado dela, quando ele preparava-se para fechá-la afogando-a, Sharon fez um campo de força rodeá-la repelindo a água, em seguida atingiu Andrew com um feitiço que o fez cair em um canto da sala com o tórax sangrando, Lauren deu um grito de pavor. Sophie e Marriete correram até ele, não havia muito que elas pudessem fazer. Lauren foi tomada por uma raiva sem medidas e começou a caminhar em direção de Sharon, seus reflexos a impediam de ser atingida pelos feitiços, ela conseguiu pegar a garota e atirá-la contra a parede, mas não adiantou muito. Sharon ergueu-se acertando-a antes mesmo que pudesse se mexer:

– Adimus!

Lauren caiu ajoelhada, o grito agudo ecoou por todo salão enquanto o corpo dela curvava-se completamente para trás, Sharon estava tentando quebra-la. O professor Allison a impediu enquanto ela se concentrava no feitiço jogando sobre ela uma das mesas. O olhar de Sharon virou até ele e um sorriso cruel apareceu novamente:

– Seus tolos! Acham mesmo que podem me vencer?

Me aproximei de Jessica que tentava impedir que Calleb também fosse atingido, ela era a única capaz de deter Sharon, Marriete aproximou-se de nós também enquanto Sophie puxava Lauren para perto de Andrew ajudada pela professora Lia.

– Nós somos os únicos que podem salvá-la! – Falei olhando Jessica nos olhos.

– Eu... – Ela me olhou apreensiva.

– Mathew tem razão Jessica. – Marriete completou. – Você é a irmã dela, como tem o mesmo sangue é a única que pode pará-la!

– Eu não posso! – O desespero tomou conta de Jess que começou a chorar novamente. Tomei seu rosto entre as mãos.

– Eu também estou com medo... Mas não vou deixa-la morrer, preciso que você me ajude a pará-la! Você é a única que pode fazer isso!

Me levantei correndo até Sharon que estava sendo distraída pelo professor Allison, usei minha velocidade alcançando-a e comecei a usar meu escudo císmico na tentativa de absorver a energia negra dentro dela fazendo-a gritar, mas era forte demais e eu sentia aos poucos meu corpo ceder quando Sharon por um minuto assumiu o controle:

– Matt...

– Sharon? – Falei quase sem forças. – Lute! Aguente!

– Me perdoa...

– Eu te amo! – Falei sem fôlego sentindo como se meu corpo se partisse em dois. – Me ouviu? Eu amo você!

Eu não ia aguentar muito tempo e ela sabia disso, me empurrando com um campo de energia houve uma explosão vinda dela e fui lançado longe. Jessica levantou e começou a caminhar em direção a ela, Sharon tentou ataca-la e Jess se defendeu como se uma força sobrenatural a tivesse possuído, ela se aproximou empurrando a irmã contra a parede, Sharon tentou ataca-la sufocando-a e Jess usou a força dela contra ela mesma chegando mais perto e enterrando o punhal que trazia consigo no corpo da irmã:

– Eu não sou igual a você! – Ela falou com os olhos cheios de água. – Nunca fui.

POV Jessica

Senti o corpo dela pesar, ela enfraqueceu imediatamente quando o cabo do punhal alcançou seu corpo o sangue começou a jorrar na minha mão sujando também a minha roupa, os olhos dela encheram de água e eu vi a escuridão desaparecer dando passagem para o verde oliva dos olhos dela novamente, mas agora sem viço, aos poucos eles perdiam a luz.

– NÃO!

Matt gritou do fim da sala, a voz ecoando por todo salão. Puxei o punhal do corpo dela que caiu agonizando, as gotas de suor tomavam sua testa e cabelos, os lábios trêmulos estavam roxos e ela tremia, me abaixei ao lado dela chorando e ela me lançou um olhar terno, em um momento ínfimo todo o ódio que eu sentia por ela desapareceu, e parte de mim sabia que aquela era a única maneira de acontecer. Segurei a mão dela, estava gelada, tão frágil ela tentou sorrir se esforçando:

– Respira... – Eu disse.

– O-bri-gada. – Ela falou sufocada. – Você... Era... A única... Que podia... Fazer isso.

– Shh... – Minha voz soou tão calma que me surpreendeu. – Vai ficar tudo bem... Eu prometo.

– Acabou... Maninha...

Meu coração se partiu ao ouvi-la, o respirar dela enfraqueceu e o som do seu coração lentamente desapareceu quando Matt se aproximou:

– Sharon? – Ele chamou tocando seu rosto.

– Matt... – Tentei falar.

– Não... Não... – Os olhos dele foram tomados por lágrimas de um desespero que me chocou. – Eu não posso ficar sem você!

– Eu sinto muito... – Falei apertando a mão da minha irmã.

Os outros se aproximaram, Andrew ainda estava ferido e Lauren acordara não muito depois, mas não conseguia se mover. Calleb, Sophie e Marriete olhavam a cena com lágrimas nos olhos como nós, ninguém queria aquele desfecho, nem mesmo eu. Recordei naquele instante as brigas que tive com ela, e me perguntei se não podia ter sido diferente desde o início, se eu não podia tê-la salvo se soubesse. Eu não conseguia me sentir culpada pelo que tinha feito, de certo modo eu havia libertado Sharon do seu tormento, ela me implorara aquilo antes, mas não sabia exatamente como fazê-lo, mas sua partida abrira uma lacuna em mim, como se agora eu estivesse pela metade, vazia, sozinha.

Matt continuava sobre o corpo inerte dela, as lágrimas dele me faziam sentir ainda pior, eu tentava pensar em qualquer coisa, qualquer coisa que fosse capaz de amenizar aquela dor, a dor que eu também estava sentindo, mas não me vinha nada em mente, nada além das dúvidas, das mentiras, de tudo que agora parecia tão injusto e sem sentido, aos poucos era como se a luz a nossa volta apagasse e fossemos todos submersos em escuridão e suplício.

POV Mathew

As lembranças vieram à minha mente como um filme:

***

– Olhe a sua volta... Consegue enxergar o vento? – Ela me perguntou serena.

– Ninguém consegue enxergar o vento. - sorri confuso.

– Você não está olhando direito... O vento tem cores, mais cores do que os olhos humanos conseguem enxergar... E são as cores mais bonitas que existem. Agora simplesmente olhe...

Segurei as mãos dela e senti a energia passando das mãos dela para o meu corpo e pintando painéis a nossa volta com o movimento suave da brisa, transformando tudo a nossa volta em uma enorme pintura à óleo, eu sorria como bobo diante da visão que tinha, voltei o olhar pra ela sorrindo ainda sem acreditar.

– Como...

– Isso é a magia mais pura que existe... A mais pura que eu tenho...

***

Deixamos o salão despercebidos, àquela altura no meio de todos dançando imersos naquele clima de romantismo não dariam por nossa falta. O rosto de Sharon parecia iluminado, era a primeira vez que eu a via daquela maneira, estava mais linda que em todas as outras vezes, tão leve e tão doce que meu coração se comoveu quase derretendo-se. A lua cheia parecia estar ali por nós, para abrilhantar aquele momento, eu me sentia como um tolo perto dela, nunca havia sentido nada parecido por ninguém, Sharon se tornara especial para mim em tão pouco tempo...

– Quer fazer magia pra mim? – Ela me perguntou sorrindo docemente.

– O que? Como? Eu não tenho magia.

– Claro que tem! Vem aqui...

Nos sentamos em um dos bancos do jardim e ela segurou minhas mãos, em poucos segundos eu conseguia ouvir perfeitamente as batidas inconstantes do seu coração, o resfolgar suave, eu via seus pensamentos, ela lembrava nossos momentos juntos, na primeira aula de defesa pessoal, na floresta, a conversa no refeitório... Abri os olhos e a fitei, nós estávamos flutuando no ar, ela sorria:

– Viu? Você é um aprendiz de feiticeiro.

– E-Eu fiz isso? Como?

– Todos temos mágica em nós, Matt... É só acreditar que é possível.

***

As lágrimas caíam sem pausa ergui o corpo dela encostando a cabeça no meu peito o desespero dentro de mim era incontrolável, eu não queria aceitar que a tinha perdido, que ela tinha me deixado. Eu não ia aceitar aquilo. “todos temos mágica em nós, Matt... É só acreditar que é possível” Olhei a adaga no chão e a peguei com determinação fazendo um corte na minha mão e desenhando um circulo de sangue em volta do corpo dela. Olhei para Jess que ainda estava apática diante de tudo:

– Você pode fazer isso... Tem que me ajudar. – Falei quase como uma ordem.

– Eu não sei como...

– FAZ ELA VOLTAR! ELA TEM QUE VOLTAR!

Coloquei a mão ensanguentada sobre o coração de Sharon e ergui a outra mão para Jessica que segurou a minha receosa, com meu escudo cinético absorvi o suficiente da sua energia e me concentrei no coração de Sharon, era como se eu o ouvisse bater, a melodia suave que estava gravada em minha mente. Jess respirou fundo e se pôs de pé fechando os olhos e abrindo as mãos em volta do círculo ela ficou de frente para o corpo inerte de Sharon, onde eu ainda permanecia, e olhou para o alto:

– Inflamus!

O círculo em volta do corpo pegou fogo, um fogo com chamas azuis que reluziam sem calor aparente, mas eu conseguia sentir a energia, mantinha minha mão sobre o peito de Sharon, ergui por um segundo os olhos em direção à Jess, ela aparentemente estava convicta de suas ações ao mesmo tempo em que parecia movida por algo mais forte que ela, como se houvesse algo guiando suas atitudes:

– Corpusculum terram inertem, posse integrari mori per vim vi.

Transponunt vim magicam manus gladii in bono malum, sed bonum animus inveniat in umbra.

Praecipio tibi hodie effusus erat sanguis sanguinem convertere ad vitam.

Ela sussurrava as palavras em um latim perfeito repetindo diversas vezes, comecei a acompanha-la repetindo no mesmo ritmo enquanto direcionava a energia do escudo cinético ao coração de Sharon, fechei os olhos e abaixei meu rosto para perto dela enquanto deixava as lágrimas caírem pelo meu rosto, o corpo de Sharon começava a esquentar e as chamas a nossa volta ficavam mais fortes encarei aquilo como um sinal e sussurrei rente ao ouvido dela:

– Não me deixa...

POV Calleb

Todos nós estávamos apreensivos, Lauren ainda estava ferida, mas consciente. Andrew é que permanecia desacordado, mas os professores garantiram que ele ficaria bem. O corpo de Sharon ainda estava ali em volta da chama azul que rodeava a ela, Matt e Jessica, me levantei e dei alguns passos a diante para chegar mais perto, Jessica sussurrava algo em Latim que não consegui traduzir, espera, ela estava fazendo um... Feitiço? Minha Jessica? Por um segundo o silêncio dominou o lugar e as chamas se apagaram completamente, Matt continuava agarrado a Sharon como se sua vida dependesse daquilo e as chamas se desfizeram, Jess pendeu e eu a segurei nos braços impedindo-a de cair, estava fraca, quando todos menos esperavam Sharon abriu os olhos puxando o ar como se tivesse acabado de sair de uma cova de sete palmos e sufocasse atrás de oxigênio.

– Meu Deus... – Falei baixo olhando para Jess que tinha um sorriso fraco no rosto e suava exausta.

– Sharon... Meu amor... – Matt falou chorando enquanto a abraçava.

– Ela conseguiu... – Allison falou no fim da sala, surpreso. – Ela conseguiu!

Olhei para Jessica que me lançou um sorriso fraco e desmaiou. Aparentemente o pesadelo havia acabado, Matt levou Sharon para a enfermaria, eu levei Jessica, Lia ajudou Lauren e Allison carregou Andrew eles seriam atendidos e ficariam lá conforme a necessidade de cada caso. Olhei para Jess que ainda dormia calmamente e acariciei seu rosto lentamente.

– Vamos... – Matt falou tocando meu ombro. – Elas não vão acordar agora.

Saimos até o refeitório, ainda estávamos meio machucados da luta, mas bem. Ele parecia distante, mas seu rosto esboçava resquícios de felicidade, de repente ele riu:

– Que loucura foi essa que aconteceu?

– Eu to me fazendo a mesma pergunta cara... – Falei sem conseguir conter o riso também.

– Se não fosse a Jess... Todos estaríamos mortos agora... Dá pra acreditar nisso?

– Eu ainda estou tentando me acostumar com a ideia. Que coisa maluca... A gente ta aqui apaixonado por duas garotas bastardas da família real que são alvo de um cara com mais de cem anos que ainda ta vivo. – Não consegui conter a ironia. – E ainda acham que os nossos poderes é que são anormais.

– Calleb eu nunca... Senti tanto medo na minha vida... – Os olhos dele encheram de água. – Quando eu a vi ali... Inerte... Morta. A minha vida foi com ela... Acho que se ela não tivesse voltado, eu teria morrido junto.

– Eu sei cara... Ta tudo bem.

Falei abraçando-o em sinal de força, por mais que tentássemos ver algo bom dentro da situação parecia impossível, todos nós sentimos medo, por nós mesmos, pelos que amávamos, pela Sharon. Por mais que por um segundo que fosse, ela representasse uma ameaça mortal para todos nós, de alguma forma sabíamos que a garota estranha a quem tínhamos certo apreço estava ali dentro, e tinha de admitir que eu ficara com medo pela Jessica também. Mas naquele momento descobrimos nossa força, finalmente juntos, nos tornamos um só.

POV Sharon

A morte é diferente do que dizem, é como se você estivesse, por pouco tempo, preso no nada. Finalmente eu estava livre, depois de tanto tempo lutando para tirar aquilo de dentro de mim, talvez eu nunca conseguisse expressar completamente o quão eu era agradecida a Jessica pelo que tinha feito por mim, graças a ela eu agora não precisava mais ter medo de mim mesma, graças a ela eu ainda estava respirando. Eu me sentia entorpecida, minha cabeça parecia pesar mais que todo o corpo e por um segundo não consegui me mexer. Sentia uma dor aguda no abdômen, apertei os olhos com força antes de abrir a claridade incomodou-os um pouco e minha visão ficou embasada, voltando aos poucos quando vi o rosto delicado de Jess que estava sentada na cama:

– Como se sente? – Ela perguntou com um sorriso suave.

– Viva... Graças a você.

– Não acha mesmo que eu ia te deixar morrer acha? – Ela sorriu segurando minha mão. – Com quem eu ia implicar depois?

– Obrigada... Mana.

– Desculpe... Por tudo, eu não sabia de nada...

– Shh... – Falei sentindo meus lábios grudarem. – Tudo bem... De certa forma, não fui eu que disse aquelas coisas... Eu não queria machucar ninguém...

– Não se preocupe, Andrew já recebeu alta... Lauren está com ele. Ela também está bem.

– Ele ficou muito machucado?

– Só perdeu muito sangue... Mas ta se recuperando bem...

– Cadê o Matt?

– Ta no refeitório com o Calleb. Ele ta preocupado com você.

– Quando posso sair daqui?

– Não sei, sua lesão foi muito feia... E a ferida ainda está aberta, portanto não se mexa até segunda ordem.

– Desde quando você é médica? – Dei um leve riso.

– Ora você não sabia? Eu sou multifacetada! – Ela riu acariciando meu rosto. – Não importa o que aconteceu antes, estamos juntas agora e tudo vai ficar bem... Vamos vencer mana. Eu prometo.

– Eu continuo sendo mais forte que você... – Falei implicando enquanto ela ria.

– É, acho que você está se recuperando... Já voltou a ser a mesma bruxinha irritante de sempre!

Se abaixando com cuidado, Jess me abraçou colocando a cabeça sobre meu peito, uma comoção forte tomou conta de mim e simplesmente sorri sentindo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto, a abracei também levando uma das mãos à sua cabeça, acariciando os cabelos sedosos e ficamos assim por um momento. Um momento que eu desejei dentro do meu coração que fosse eterno.

– Promete que não vai mais embora? – Eu sussurrei com a voz fraca.

– E deixar você sozinha pra aprontar mais uma dessa? Sem chance loira! – Ela ergueu o rosto pra mim, sorrindo com os olhos marejados.

– Promessa de mindinho? – Sorri também chorando e ergui meu dedo pra ela.

– Promessa de mindinho. – Ela falou enroscando o dedo no meu. – Quer que eu peça para o Matt vir te ver?

Assenti com a cabeça, ela se aproximou dando um beijo na minha cabeça e saiu em seguida. Nunca imaginei que aquilo poderia acontecer e menos ainda que eu ficaria tão feliz como eu estava. Levei uma das mãos a minha barriga e senti o curativo em cima, a dor aguda tomou meu corpo quando me mexi. Silêncio. Olhei a minha volta, o quarto banco rodeado por macas, era como um mini hospital de ultima geração dentro daquele castelo da era medieval. O som do monitor cardíaco era a única coisa audível ali, além das batidas do meu coração que ressoavam na minha cabeça como para me dizer que eu estava viva. Eu me lembrava de cada detalhe do que acontecera, não conseguia me libertar da sensação de culpa, mesmo sabendo que não havia nada que eu pudesse ter feito. Matt apareceu na porta e parou algum tempo ali apenas me olhando, os olhos vermelhos me fitando com apreensão. Engoli seco quando ele correu até mim me abraçando com cuidado.

– Eu senti tanto medo... Tanto medo de perder você...

Não consegui falar nada, apenas o abracei e deixei as lágrimas rolarem, eu me senti tão leve nesse momento, como se finalmente eu fosse livre para ser eu mesma. Ele ergueu a cabeça pra mim e acariciou o meu rosto:

– Como você está?

– Eu to bem... – Falei finalmente. – Olha... Me desculpa...

– Shh... Não tenho nada que desculpar... Estamos juntos agora, isso é tudo que importa.

Ele se aproximou de mim direcionando os lábios aos meus em um beijo terno. Olhei nos olhos dele e sorri:

– A propósito... Eu também amo você.

Os olhos dele brilharam intensamente no momento em que pronunciei essas palavras, ele sorriu como um bobo me olhando com uma comoção que me acometeu também finalmente não havia mais sombras, tudo ia ficar bem.

POV Jessica

Calleb mantinha os braços a minha volta em um abraço terno. Eu podia ouvir com nitidez as batidas do seu coração, sentia com perfeição o cheiro amadeirado do seu perfume, o calor do seu corpo que me envolviam com proteção e carinho.

– Estou orgulhoso de você. – Ele falou com voz branda.

– Por quê?

– Poucas pessoas teriam a coragem que você teve... De fazer o que era certo. Você não salvou apenas a Sharon... Salvou a todos nós.

Olhei para ele nesse instante, havia sido uma das coisas mais lindas que Calleb já havia me dito, e em meio a tudo que estava acontecendo aquelas palavras vieram a acrescentar o meu momento de felicidade, sorri e aproximei meu rosto dele sem pressa, ele passou a mão pela minha nuca e nossos lábios se encontraram em um beijo voluptuoso, mas cheio de carinho finalmente tudo estava no seu lugar, minha felicidade estava completa e eu sabia que era apenas o começo.


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Notas finais do capítulo

Então? O que vocês acharam? Eu realmente espero que tenham gostado, eu esperei ansiosamente para postar esse capítulo *-*
Gostaria de agradecer a Mandinha por ter me cedido esse espaço e por ter tido a ideia incrível de começar essa história.
Por favor, comentem se gostaram!!!!



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