Nárnia Além Da Vida escrita por Pevensie


Capítulo 12
A viagem, a visita e o segredo


Notas iniciais do capítulo

Não sei se vocês gostarão desse segredo, Susana inicialmente não gostou muito mas espero que compreendam, esse fato nos fará perceber que Susana está muito mais ligada a Nárnia do que imaginávamos. Bom a fic está chegando ao fim, no próximo capítulo saberemos o motivo do esquecimento de Susana, espero que gostem e beijo a todas as leitoras e leitores.



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Quando Edmundo acordou tomou um verdadeiro susto ao ver Pedro dormindo na janela da tenda e todo enxarcado de areia. Edmundo estava achando Pedro muito estranho durante essa semana e resolveu acordar o irmão. 

- Pedro acorda! olha só o seu estado. - disse Ed chacoalhando o irmão.

- Que foi Ed?

- Cara você está péssimo. Tem areia por todo o corpo, você andou bebendo?

- Que boa ideia Edmundo, por que você não pega algo para nós dois?

- O que está acontecendo mano? não estou te reconhecendo.

- Eu me apaixonei Ed. Foi isso, e agora minha vida acabou.

- Por quem?

- Liliandill, ex esposa do nosso ´´cunhadinho´´.

- Cara como isso aconteceu?

- Eu não sei Ed, apenas aconteceu.

- Toma um banho Pedro, você está muito mal.

- Não quero saber de banho nenhum. - disse Pedro recolhendo todas as suas roupas.

- Por que está pegando tudo isso Pedro? aonde você vai?

- Vou embora. Vou morar com Brejeiro e Eustáquio, assim não corro o risco de dar de cara com ela de novo.

- Mas mano nossa tenda é a melhor, por sermos os reis da profecia.

- Nada mais me importa Ed, Lilian quebrou o meu coração em mil pedaços, e nada, nada mais me importa. - ao dizer isso Pedro saiu da tenda, com destino a tenda de Brejeiro que ficava bem longe dali.

...

- Mãe que cara é essa? aconteceu alguma coisa d. Liliandill? você chegou tarde, não dormiu e parece nervosa.

- Não é nada Rilian.

- E esse nada se chama Pedro Pevensie?

- Você venceu Rilian, ai é o Pedro sim. Ontem ele se declarou para a mim e eu o despresei como se ele fosse um lixo. Eu me sinto muito mal por isso, eu gosto dele mas não quero iludi-lo, ele não merece isso e nem sei se o amo.

- O que você vai fazer? vai esperar ele te esquecer para se dar conta da burrada que você cometeu? mãe você está jogando sua felicidade fora por nada. Vai atrás dele e diga que o ama.

- Eu não sei o que fazer Rilian. Quando estou com Pedro sou outra mulher, mas não tenho certeza se é amor, talvez seja só amizade.

- Se papai ouvir isso vai te dar a maior bronca, porque se fosse ele, não deixava essa oportunidade escapar. Por que você não conversa com ele e põe algum juizo na sua cabeça.

- Tudo bem, vou falar com seu pai.

...

O café da manhã da família Cooper, foi a mais agradável de todas. Benjamim falava sem parar, disse que havia sonhado com Nárnia e que ele, Robert e Susana encontraram o caminho para Nárnia. Susana estava feliz, mas ainda não estava em Nárnia e nem sabia o que fazer para voltar ao seu verdadeiro lar. Robert era engenheiro e mexia em uns papéis de trabalho quando um rascunho antigo caiu de sua pasta e Susana pegou.

- Amor aqui está seu... - nossa rainha ficou espantada quando leu no topo do rascunho: Peregrino da Alvorada. Susana nunca tinha visto o barco de Caspian, mas ela conhecia o nome pois Edmundo e Lúcia lhe disseram e também descreveram como ele era.

- O que foi Susana? gostou? eu desenhei isso quando era bem pequeno, eu sempre quis ser engenheiro e desenhei isso aí várias vezes. Eu o chamo de Peregrino da alvorada. Meu avô tinha um na carteira bem mais detalhado, ele disse que esse navio era perfeito e que algum dia ele sairia do papel mas...

- E ele saiu Robert!

- Como assim Susana?

- Esse navio, o Peregrino da alvorada foi construído por Caspian X, e foi nele que Lúcia, Edmundo e Eustáquio viajaram. Eu não disse o nome do navio antes porque não me lembrava.

- Susana então quer dizer que o meu navio foi construído? - perguntou Robert muito orgulhoso.

- Sim. Graças ao seu talento Caspian o construiu para salvar os 7 lords desaparecidos.

- Meu deus eu não acredito! minha obra de quando eu era garotinho foi construída. - Robert ficou completamente encantado quando soube, ele viu que Caspian era uma pessoa excelente e estava ansioso para conhecê-lo.

- Susana tem uma coisa que eu quero dizer e espero que você aprove.

- O que foi Bob?

- Eu estou disposto a te ajudar a encontrar o caminho para Nárnia, mas para isso preciso fazer uma viagem. Não sei se isso vai ajudar muito mas algo me diz que eu preciso ir?

- Tudo bem não vejo problema, mas você precisa ir aonde?

- Logo você saberá!

...

Pedro se instalou na tenda de Brejeiro e Eustáquio que o receberam muito bem. E Caspian a pedido de Rilian foi conversar com Liliandill.

- Sem pressões Caspian por favor.

- Não vim te precionar, eu vim abrir seus olhos. Lilian eu vou direto ao ponto. Você não pode perder o Pedro por nada, ele te ama, vocês se amam. Eu percebo isso a cada vez que eu olho para você. Agora você é feliz de verdade, como nunca foi em sua vida, seus olhos brilham, seu sorriso está mais iluminado que nunca, você canta e até dança sozinha, que Rilian me disse. Você conta tudo ao seu filho, sobre ele com a maior empolgação do mundo. Você até parece uma adolescente, se você não conhece esse sentimento direito, saiba que eu conheço muito bem e isso se chama amor. O problema é que somos muito complicados e parece que só queremos retardar o que sentimos por dentro, fingimos que não estamos percebendo o que está acontecendo a nossa volta e quando perdemos a maior oportunidade de nossas vidas, reconhecemos o amor verdadeiro. Se Susana não tivesse me beijado no dia em que partiram, eu estaria até hoje tentando descobrir o que realmente sinto por ela. Você é dona de sua vida, mas depois não se arrependa pelas consequências da dor que a solidão pode te causar. Agora já sabe o que tem de fazer?

- Eu sei sim, você me ajuda a ir atrás de minha felicidade?

- Acho que é o Destro que vai te ajudar.

...

- Edmundo onde está seu irmão? quero conversar com ele.

- Sabe Lilian, ele foi embora.

- Como assim embora? para onde?

- Calma ele não foi embora desse mundo, ele mudou apenas de tenda. Parece que você andou magoando-o. Pedro foi morar com Brejeiro, você sabe onde ele mora?

- Não mas Caspian sabe, não é querido?

- Sei sim. Obrigado Edmundo!

Pedro queria se distrair um pouco e achou que a melhor forma de fazer isso era trabalhando, quando de repente Lilian aparece na garupa do cavalo de Caspian, junto com ele.

- Era só o que me faltava. - pensava Pedro fingindo não perceber a presença do casal. - Caslian bem aqui, só porque eu decidi ir embora.

- Pedro eu preciso falar com você. - disse Lilian rapidamente.

- A que devo a honra da visita do casal favorito dos telmarinos: Caslian, é fica melhor que Suspian, o amor impossível.

- Pedro Caspian e eu estamos separados você sabe...

- Se afaste de mim. - disse Pedro empurrando a estrela com brutalidade. - Agora quem não quer sou eu. O que você pensa? acha que pode me seduzir e depois me dispensar a hora que quiser? eu sou só uma aventura pra você. Tenho certeza de que foi sempre assim, você ilude um coitado e depois volta para o maridinho traíra.

Lilian dá um tapa na cara de Pedro. - Quem você pensa que é para falar comigo desse jeito.

- Por mim, nunca mais olho na sua cara de novo.

- Pedro... escuta, me perdoa eu fiz tudo errado ontem.

- Sim você me fez de idiota, e o babaca aqui caiu no canto da sereia. Me deixa em paz Lilian, nós cometemos um erro mais ainda há tempo de consertá-lo.

- Sim é por isso que estou aqui, para consertar esse erro. Me dá uma chance.

- Pra que? para você me levar até as estrelas e depois me jogar no inferno?

- Eu... eu te amo, eu te amo e só quando cheguei a ponto de perderte, percebi isso.

- Você me usa, e isso só machuca. Quando você sentir falta do Caspian de novo, você voltará para ele, não dúvido que você já tenha feito isso com outro.

- Pedro você está me ofendendo. - Mas tudo bem, você não é obrigado a ficar com alguém que não ame. - disse Lilian deixando o local com lágrimas nos olhos.

Ela montou o cavalo novamente, onde Caspian a esperava e o rei disse a Pedro: - Cuidado para não se arrepender depois Pedro.

...

Robert para em frente a grande casa e pergunta:

- Dona Marta a senhora lembra de mim?

- Acho que já te vi.

- Eu estive com Susana Pevensie no enterro da família dela e a senhora estava lá.

- Sim eu me lembro, o senhor não saiu de perto dela, entre quer um chá? - Dona Marta o olhou de cima a baixo.

- Eu aceito sim. Preciso tratar de uns assuntos com a senhora.

...

- Mamãe sabe onde o papai foi?

- Não Ben e acho isso muito estranho.

Já era noite quando Robert chegou em casa com uma visita para a surpresa de Susana.

- Dona Marta! - disse Susana olhando espantada para a senhora.

- Boa noite para você também Sr. Pevensie. - D. Marta tinha mudado bastante, mas ainda era um pouco rabugenta. - Não gostou de minha visita?

- Não, quero dizer claro que sim. Fique a vontade.

- Susana eu estive conversando com D. Marta e ela tem algo muito importante para te dizer.

- Então vamos á sala de visitas. - disse Susana assustada, o que dona Marta queria com ela?

Um chá foi servido pela empregada, quando estavam todos acomodados em seus lugares dona Marta começou a falar.

- Eu nem sei como te dizer isso, é algo que te diz respeito.

- Fala logo D. Marta a senhora está me deixando nervosa. - Susana não era muito paciente para noticias.

- Antes de morrer o professor Kirk me contou uns segredos, acho que você sabe do que se trata é sobre Nárnia.

- Então a senhora sabe de tudo sobre Nárnia?

- Agora até mais do que você. Mas tem coisas sobre a sua mãe também, ela era muito amiga e confidente do senhor Kirk.

- Minha mãe? - Susana não estava entendendo nada.

- Sim querida, agora me deixe contar os fatos.

- Sim d. Marta pode falar tudo o que a senhora souber.

- Sua mãe era bem jovem quando se casou com seu pai, acho que você sabe que o casamento deles era arranjado. Sua mãe era como você, ela não acreditava em nada que não pudesse ser provado pela ciência. Quando seu irmão mais velho nasceu, o Pedro, sua mãe teve muitas crises com seu pai e por conta disso ela deixou seu irmão com sua tia Alberta e veio morar com o senhor Digory Kirk por uns tempos. Sua mãe queria o divórcio mas sabemos que uma moça que se separa de seu marido não é bem vista pela sociedade, sua mãe era aventureira e feminista ela não queria viver presa a um homem que ela não amava.

- Mas meus pais eram tão felizes juntos, eu não entendo.

- Continuando. Você se lembra daquele armário da sala vazia que levou você a Nárnia?

- Sim é claro que me lembro.

- Esse armário na verdade era uma macieira mágica que o senhor Kirk plantou em seu jardim, você sabe da maçã não é verdade?

- Eu sei sim, quando a mãe do professor comeu a maçã ela ficou curada. Foi o próprio Aslam que deu a ele.

- Nessa época em que sua mãe ficou hospedada lá essa macieira ficava bem no centro do jardim, um dia o professor Kirk falou de Nárnia para ela e é obvio que ela não acreditou.

- Por favor d. Marta resuma essa história. - Susana já estava impaciente com os rodeios.

- Sua mãe comeu uma maçã dessas, e em vez de ficar curada ela foi para Nárnia.

Susana ficou de pé, ela não podia crer no que ouvira agora. - Minha mãe foi a Nárnia? por que ela nunca nos disse nada?

- Vocês disseram a ela que foram também?

- Não, claro que não. Mas era a rainha Jadis que reinava em Nárnia quando minha foi para lá?

- Quando sua mãe foi a Nárnia era a Cisne Branco que reinava por lá. Mas sua mãe quando conheceu esse maravilhoso lugar, não quis mais voltar.

- Mas e o Pedro? teve algum motivo?

- Sua mãe se apaixonou por um narniano.

Susana ficou chocada com a revelação, então sua mãe tinha ido a Nárnia e ainda por cima se apaixonou também.

- Como minha mãe pode se apaixonar? ela já era casada, e não importa se ela não amava o meu pai, ela era casada. - Susana não gostou nada do que ouviu, e ela não gostaria do resto também.

- É melhor você se acalmar, ou então não poderei te contar o resto. Pelo o que sei você também se apaixonou por um narniano.

- Era diferente, eu não estava casada!

- Susana por favor deixe d. Marta continuar. - pediu Bob, que já conhecia todo o resto da história.

- Sua mãe não nada de mas com esse moço, ela apenas se apaixonou, mas descobriu que teria de voltar, aliás ela tinha um filho.

- Então quer dizer que ela não traiu meu pai? - Susana disse um pouco aliviada, ela amava muito o seu pai.

- Isso é mais complicado do que parece. O moço também se apaixonou por ela, mas ele não sabia que ela era casada. Foi amor a primeira vista.

Susana se lembrou de quando conheceu Caspian, no fundo ela sabia que sua mãe não tinha culpa pois ela se casou forçada e se apaixonou sem querer. D. Marta continuou:

- Um dia eles estavam sentados em uma mesa de pedra, acho que foi a mesma mesa em que Aslam morreu.

- Sim é sim, essa mesa parece ser mágica. - Susana estava ansiosa para conhecer o final da história.

- Ele por sua vez declarou seu amor por sua mãe. E os dois se beijaram... mas isso não parou por aí Susana...

- Quer dizer que... - A decepção foi evidente nos olhos de Susana.

- Não querida, não foi isso. Esse jovem amava muito sua mãe mas ele a respeitava. O problema foi esse beijo, olha Susana não sei se devo te dizer...

- Me conte d. Marta por favor. - Susana começou a chorar mais não entedeu o porquê. - Já que começou agora vá até o fim d. Marta.

- Com apenas esse beijo, minha filha... sua mãe engravidou... de você, Susana você é fruto desse amor proibido e impossível.

O choque foi muito grande para Susana, era como se todo o ar de seu corpo tivesse desaparecido. Ela ficou pálida, seus lábios estavam brancos e nehuma palavra saía de sua boca. Tudo o que ela acreditava era mentira. Ela amava tanto o seu pai e saber que não era filha dele era uma dor muito grande, como ela poderia ter sido concebida com apenas um beijo? quem era seu pai? será que sua mãe contou toda a verdade a Joseph? a cabeça de Susana estava girando, mas d. Marta estava apenas começando.

- Acalme-se querida, eu sabia que te contar tudo isso não te faria nada bem, mas seu marido disse que você precisava conhecer toda a verdade. Seus pais já morreram e só eu poderia contar isso a você, eu já estou muito velha e se eu morrer...

- Quem é d. Marta? quem é o meu verdadeiro pai? - a aflição era evidente na voz e no rosto de Susana. 

- Querida eu acho que você o conhece.

- Como eu posso conhecê-lo? e quem é meu pai? em Nárnia não havia muitos humanos naquela época. - Susana tentava preparar seu coração para a resposta, algo dizia que ela seria dolorosa.

- Sua mãe se apaixonou por... por um fauno Susana, o senhor Tumnus... ele é o seu pai.

Por essa Susana não esperava, aquilo era, era... meu deus o fauno Tumnus era seu pai. Susana sentia uma náusea terrível, uma trmedeira tomou conta do seu corpo, ela estava a ponto de desmaiar, se não estivesse sentada certamente cairia no chão.

- D. Marta por favor pegue um copo de água para Susana. - disse Robert tentando acudí-la.

- Eu já volto. - d. Marta saíu as pressas.

- Robert isso não pode ser verdade! - Susana tremia.

- Susana eu pensei que você gostava do sr. Tumnus.

- Eu só amo o meu pai. E ele não é nada meu, Joseph é meu pai foi ele que me criou. Deve ter alguma coisa errada nessa história Robert, um só beijo como pode?

- Só d.Marta pode te explicar tudo, mas você precisa ficar calma.

Dona Marta voltou com a água com açúcar e Susana se acalmou um pouco, só um pouco.

- Bom Susana acho que já posso continuar. Quando Tumnus beijou sua mãe ele não fazia ideia de que ela era casada, tudo entre eles foi muito rápido, sua mãe logo descobriu que estava grávida e Tumnus soube de tudo.

- Se ele sabia por que não me disse nada d. Marta?

- Me deixe contar querida. Quando sua mãe contou a Tumnus ele a pediu em casamento, foi aí que ela confessou a ele que já era casada. O pobre fauno ficou com seu coração partido, e você só foi concebida por um beijo por apenas dois fatos: o primeiro foi o fato de eles estarem sobre a mesa de pedra na aurora do tempo, o segundo é o fato de sua mãe ser uma humana e ele ser um fauno, saiba que você só nasceu humana porque sua mãe logo voltou para casa. Susana não os julgue por favor! sua mãe nem tinha muita certeza do que sentia no começo, ele a beijou de surpresa, saiba que sua mãe mesmo casada com seu pai nunca o desrespeitou. O problema seria explicar este fato a todos, então como sua mãe tinha o Pedro, ela decidiu voltar para casa e esse segredo ficou entre Tumnus e ela. Quando sua mãe voltou contou tudo ao Digory e ele prometeu protegê-la caso o seu pai não a aceitasse.

- Então meu pai sabia que eu não era filha dele?

- Sabia sim, não porque sua mãe o contou, mas pelo fato de não terem mais nenhum contato íntimo. Sua mãe contou toda a verdade ao seu pai, mas ele não acreditou em nada e além de não te aceitar ele também pensou que Pedro não fosse filho dele.

- Agora eu entendo tudo. Quando eu era bem pequena meu pai me tratava com indiferença, ele era muito esquivo, não me dava a menor atenção. Por isso Edmundo era o preferido dele, meu pai pensava que Pedro e eu não éramos seus filhos legítimos, depois ele até mudou com o Pedro e começou a tratá-lo muito bem. Mas comigo era sempre desprezo, o coitado sabia que eu não era filha dele e pensava que minha mãe estava mentindo.

- Susana se você soubesse o quanto sua mãe sofreu por isso. Ela logo tratou de esquecer Tumnus, e quis conquistar seu pai mas ele ficou com o coração muito duro. Eu sei que depois eles se acertaram, mas ainda assim o seu pai lhe tratava com indiferença.

Susana começou a chorar quando lembrou das decepções que desde novinha sofreu com seu pai, ele nunca a beijava, nunca dizia nada carinhoso para ela, sempre esquecia seu presente, para Susana era apenas o fato  dela ser menina mas quando Lúcia nasceu ele a tratava com tanto carinho. Susana sofria muito com o desprezo do pai, ele nunca levava a menina para passear, nunca a abraçava e ela não entendia por que seus irmãos eram tão bem tratados e ela não. Sua mãe percebia tudo e pedia a consideração de seu pai, afinal Susana não tinha culpa de nada, na verdade ninguém era culpado, mas Joseph dizia a Helen que não conseguia olhar Susana como sua filha e mesmo que ele não amasse sua esposa ainda sim sentia o peso da traição. Susana nunca entendeu a rejeição do pai, ele era tão afetivo com Pedro, Edmundo e Lúcia e por que com ela era diferente?

Um dia tia Alberta a irmã de Helen ficou muito doente, e a mãe de Susana foi passar uns dias com a irmã. Joseph ficaria encarregado de tomar conta das crianças, levar para escola, dar banho e tudo mais. E assim foi, ele pediu umas folgas no trabalho e passou a cuidar das crianças sozinho, era difícil pois eles eram bem pequenininhos e Lúcia ainda era um bebê. Pedro tinha 7 anos, Susana 5, Ed 2, e Lúcia 1. Pedro e Susana estudavam em escolas diferentes e Ed estava na creche junto com Lúcia, todos os dias era a mesma coisa, primeiro Joseph passava na escola de Pedro, depois na Susana e por fim pegava Ed e Lúcia graças a deus para ajudar ele tinha um carro. Mas um dia tudo mudou, era um dia muito chuvoso e Joseph estava com a cabeça cheia e ele teve que arrumar toda a casa, fazer compras preparar o almoço e buscar as crianças. E asism foi ele pegou Pedro, Ed e Lúcia mas infelizmente esqueceu de alguém, era Susana, a menina sempre esperava o pai fora da escola já que ele sempre a buscava na hora certa as professoras não viam problema nenhum em deixar a menina sozinha, nesse dia Susana ficou esperando Joseph por horas do lado de fora, a escora já tinha sido fechada e ninguém passava por lá. Estava chovendo muito e Susana ficou completamente enxarcada de água, a pobrezinha espirrava e tossia muito a espera do pai, quando era 20:00 da noite e Joseph foi servir a comida na mesa ele sentiu falta de Susana e percebeu que havia esquecido a menina na escola. Quando Joseph chegou lá viu Susana com nariz todo vermelho, a menina estava a horas na chuva e não parava de espirrar e tossir, então ele ficou com pena da filha e a levou para casa imediatamente. O problema era que mesmo tomando sopa, e se aquecendo Susana só piorava, Joseph já estava ficando muito preocupado com a menina e passou toda a noite ao lado dela, mas o estado de Susana só piorava ainda mais ela teve muita febre durante a noite. No dia seguinte a menina continuou se sentindo muito mal e a febre só aumentava, então Joseph resolveu chamar um médico, como estava no inverno e Susana tinha ficado tanto tempo na chuva o médico concluiu que ela estava com pneumonia e que seu estado era grave. Antes Joseph nunca havia sentido nada pela filha, mas agora era tudo diferente a coitadinha ficou doente por culpa dele, não porque ele havia esquecido assim do nada, mas porque ele não se importava com ela. O que Joseph diria a sua esposa quando ela voltasse, pior como ele cuidaria de Susana e dos outros ao mesmo tempo? isso era o e menos o que mais incomodava Joseph era o fato de perder sua filha, ela estava tão frágil, tão vulnerável, o medo de perder Susana tomou conta de Joseph e ele então abraçou sua filha com muita ternura, como ele nunca havia sentido antes por nenhum de seus filhos. E daí se Susana não era sua filha de sangue? era sempre foi criada por ele, era ele que ela chamava de pai, foi ele que viu seus primeiros passos e esteve com ela em todos os momentos. Sua filha não tinha culpa pelos erros da mãe, mas isso agora não importava também afinal todo mundo erra, e ele também errou em sempre dar desprezo a Helen, era óbvio que ela se apaixonaria por outro.

- Papai eu te amo muito, por que você não gosta de mim? - perguntou Susana com sua vozinha rouca de tanto chorar.

- Que isso meu anjinho o papai te ama muito. Você é tudopra mim Susana, me perdoe se não sou o pai que você merece, você é minha princesinha e eu te amo muito. - Joseph não conseguia segurar as lágrimas, ele sentiu tanto remorso por nunca ter dado carinho e amor a Susana, ele se sentia tão emocionado por pegar sua menininha em seus braços pela primeira vez.

- Me dá um beijo papai! - Susana nunca se sentiu tão amada em toa sua vida, seu pai era muito duro com ela, mas no fundo ele era muito bom e ela sabia que algum dia amoleceria o coração de seu pai.

- Mas é claro meu amor, o papai vai dar quantos beijinhos você quiser. Promete que vai sempre amar o papai, mesmo quando ele não merecer. - Ao dizer isso Joseph beijou a testa de Susana com muita ternura, ele jurou para si mesmo que de agora em diante a protegeria de tudo e daria todo o amor que ela não reebeu dele durante todos esses anos.

No mesmo dia Joseph ligou para Helen avisando que ela deveria voltar, e falou sobre a doença de Susana. Helen chegou no mesmo dia, Joseph ficou com medo de ser duramente repreendido por sua mulher, mas ela apenas lhe deu um beijo bem carinhoso e agradeceu por ele ter cuidado das crianças. Durante aquela semana os dois cuidaram muito bem de Susana, Joseph não saía do lado da filha para nada, ele contava histórias para ela, levava comida na cama, brincava um pouco com a menina e lhe fazia muito carinho. A cada dia que passava Susana só melhorava e o mesmo acontecia com o casamento de seus pais, a doença de Susana os uniu muito e os dois começaram a sentir amor um pelo outro. Em poucos dias Susana melhorou e seus pais ficaram muito contentes, Joseph acreditou na história sobre Nárnia e perdoou sua esposa vendo que ela não tinha culpa de nada, e assim a harmonia começou a reinar naquela casa e o casal pôde se entender graças a uma princesinha que mais tarde se tornaria rainha chamada Susana Pevensie.

Susana contou tudo isso a d.Marta e a Robert. Os dois ficaram felizes em saber que o pai de Susana liberou o perdão.

- Susana agora você precisa perdoar Tumnus, ele também é seu pai. Sei que tudo isso foi uma fatalidade mas ele não tinha culpa de nada. Afinal você também se apaixonou em Nárnia, meu amor pense bem. Sua mãe era como você, vaidosa, inteligente, questionadora, cética. E Tumnus como Caspian, ele se paixonou por sua mãe inocentemente sem saber que ela era casada e que tinha um filho, quando ele soube que ela estava grávida de você lhe propôs casamento e também sofreu muito quando ela partiu e ele soube que nunca veria seu filho ou filha.

- Seu marido tem razão Susana.

- Será que vocês não entendem? por que Tumnus não me contou nada? ele sabia que minha mãe se chamava Helen Pevensie, na verdade ele sempre perguntava sobre meus pais, ele sabia que eu era filha dele. Eu nunca poderia imaginar que ele era o meu pai mesmo se soubesse que ele teve algo com minha mãe, afinal ele sempre gostou mais de Lúcia.

- Susana querida isso só tem uma explicação. - disse d. Marta. - Como o senhor Tumnus conheceu sua irmã primeiro e ela lhe disse o nome de sua mãe ele inicialmente deve ter pensado que ela era filha dele, afinal sua irmã é muito parecida com sua mãe.

- D. Marta tem razão Susana, Tumnus deve ter pensado que Lúcia era filha dele. E você não percebeu uma coisa?

- O que Bob?

- Você e seus irmãos só foram a Nárnia pelo fato de você ser uma narniana legítima, isso significa que você pertence a Nárnia e acho que foi por isso que vocês se tornaram reis.

- Mas ainda não entendo por que ele não me contou nada. Passamos quase 15 anos lá, ele sempre esteve ao meu lado mas nunca falou nada sobre isso.

- Susana talvez ele não tenha dito nada com medo de que você o rejeitasse. Como ele explicaria a você que era o seu pai. Você nunca desconfiou de nada? ele nunca demonstrou excessividade de carinho? - indagou Robert.

- Bom na era do ouro quando éramos adultos sim. Ele fazia todas as minhas vontades, sempre me apoiava, e me elogiava muito, muito mesmo. Sabe as vezes eu ficava até meio sem jeito, o sr. Tumnus dizia o tempo todo que eu era muito bela e isso me incomodava um pouco. Uma vez ele me elogiou tanto que eu pedi que ele parasse com isso, que não ficava bem, ele ficou um pouco chateado e parou de me dar tanta atenção. Eu não sabia que ele me tratava assim por ser filha dele, eu pensava que era outra coisa, ele me olhava de um jeito e pensei que ele gostava de mim. Ai é difícil dizer isso mas o sr. Tumnus na era do ouro foi um verdadeiro pai para mim, talvez ele não tenha culpa, é que estou muito nervosa eu nunca imaginei isso, eu preciso digerir tudo direito, pensar melhor. Quem diria que o fauno Tumnus é meu pai.

D.Marta ficou hospedada lá por uns dois dias, e Susana pôde pensar um pouco melhor sobre Tumnus afinal ele era tão bom com ela e seus irmãos, ele se apaixonou inocentemente por sua mãe e respeitou a decisão dela de voltar para casa e nunca a contou nada sobre isso em respeito a seu pai Joseph.

...

- Caspian posso conversar com você. - disse Tumnus sentando-se ao lado do rapaz.

- Sim senhor Tumnus, pode falar o que quiser.

- Eu quero confessar uma coisa que nunca tive coragem de dizer a ninguém, mas eu confio em você e acho que posso te contar.

- Confessar o que Tumnus fale. Pode confiar em mim.

- É... é sobre... como eu digo isso? é sobre Susana.

- E o que tem ela?

- Caspian, Susana é minha filha!

Nenhum dos dois tinham percebido mas Lúcia estava indo atrás de Tumnus para conversar com ele, como ela não tinha o alcançado ela parou perto de uma árvore para descançar e ouviu a confissão do fauno.

- O que você disse sr. Tumnus? - Lúcia parecia mais chocada do que Susana.

- Lúcia! eu não sabia que você estava aí...

- Você disse que era o pai da Susana? eu ouvi muito bem, que loucura é essa? por que está mentindo. - Lúcia já estava alterando a voz.

- Calma Lúcia eu posso explicar. Isso foi a muito tempo...

Lúcia saiu correndo, ela ficou muito chateada com Tumnus, como ele poderia brincar com uma coisa tão séria como esta?

- Lúcia espera! - disse Tumnus assustado, e se Lúcia contasse a todos? Joseph e Helen virariam uma fera, quando eles chegaram lá fizeram Tumnus prometer que nunca diria nada. Tumnus foi atrás de Lúcia e Caspian o seguiu, ele também queria entender essa história.

Lúcia deixa eu te explicar. - Tumnus segurou o braço de Lúcia com delicadeza para não machucá-la. - Querida por que você está chorando? deixa eu te contar tudo aí sim você poderá me julgar...

Tumnus explicou tudo a Caspian e Lúcia que entenderam bem a situação do fauno, e Lúcia vendo que o fauno e sua mãe não tinham culpa os perdoou.

- Me desculpe sr. Tumnus foi como se uma bomba tivesse explodido em minha mão.

- Lúcia espero que você não conte isso a seus irmãos e nem seus pais podem saber de nada, finja que você não sabe de nada. Susana nunca poderá saber, eu tenho tanto medo de que ela me odeie. - disse Tumnus deixando umas lágrimas escaparem de seus olhos.

- Por que ela te odiaria Tumnus? você sempre a tratou bem. - Caspian tentava consolar o fauno.

- Eu estraguei a vida da mãe dela, e a dela também eu sei que Joseph a desprezou muito por isso. Se eu soubesse que Helen era casada e que ela engravidaria eu nunca teria me aproximado. Eu sempre me conformei em ser apenas amigo de Susana, isso já estava muito bom para mim pois eu achava que nunca a conheceria. Sabe Lúcia quando eu te vi pela primeira vez, pensei que você fosse a minha filha, pois sabia que o tempo em seu mundo era diferente, eu sabia que não poderia ser Pedro pois ele já era nascido quando conheci sua mãe, depois pensei que fosse Edmundo quando o conheci no castelo de Jadis, mas só percebi que era Susana quando a vi pois pude perceber que ela era mais velha que você e Edmundo. Ver minha filha se tornando rainha e poder coroá-la foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida, eu também conheci todos vocês e me apeguei muito a você Lúcia. Eu sempre tive muito medo de me aproximar muito de Susana e acabar confessando a ela que era seu pai, eu não espero que um dia ela me chame de pai eu só espero que ela venha para cá e se algum dia ela souber, desejo que me perdoe.

Tudo isso poderia ser muito confuso para Susana, mas de uma coisa ela tinha certeza: ela estava mais ligada a Nárnia do que pensava, será que uma legítima rainha narniana ficaria de fora de seu mundo?


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Notas finais do capítulo

Diagm o que acharam disso acham que o sr. Tumnus era culpado? o coitado não sabia espero que compreendam.
Beijos



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