A Distância De Um Beijo escrita por ThiagoRocha


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Bem, finalmente criei coragem de responder aos comentários HAHAHHA
Portanto, não se assustem com eles sendo respondidos agora =)
Prometo que não deixarei os comentários se acumularem ;)
~ Não sei se vão ler as notas iniciais, mas tá aí a explicação hsaushauhsua ~
Chega de enrolação e Boa Leitura! ^.^



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Capítulo VI


~ Alguns dias depois ~



Lia estava sentada na beirada da cama de Ju, enquanto a amiga se olhava no espelho. Ouviu o seu celular apitar o toque de mensagem e percebeu que a mesma era do seu namorado.


De: Dinho Para: Lia

E ae, Marrentinha? S2

Onde c tah? To na praça, naum que dar um role de bike cmg? Tah uma noite linda.

No mesmo instante Lia respondeu.

De: Lia Para: Dinho

To na casa da Juh.

Daki uns 10 minutos te encontro aí… ♥

Olhou para Ju e percebeu que ela mirava seu reflexo no espelho de forma angustiada. Já estava irritada com a situação, quando resolveu questionar a amiga.

— Ju, sei que você sempre foi preocupada com a aparência e tal… — falou cautelosa — Mas, que diabos aconteceu pra você ficar se olhando de 10 em 10 segundos no espelho?

— Não exagera, Lia. Só to me achando meio gorda ultimamente. Acho que estou precisando fazer um regime.

— Ta maluca, Juliana — a garota quase gritou e riu.

— To falando sério, Lia. Você ta super em forma e eu to quase uma baleia.

Lia olhou incrédula para amiga.

— Ju, seu espelho deve tá com defeito — riu — Mas, eu tenho que ir amiga. Marquei de encontrar o Dinho agora na pracinha.

— Espera, eu vou com você até lá — disse arrumando seu cabelo — Marquei de passar na casa do Gil.

— Hmm.. na casa do Gil — sorriu maliciosamente — Esperei esses dias pra você comentar comigo sobre o que aconteceu lá na festa, mas você não disse nada. Já que você não diz nada e eu to morrendo de curiosidade. Diz aí vocês tão namorando?

— Não, Lia.

— Peraí, você deu um fora nele?

— Não — fez uma pausa — A gente decidiu ir com calma. Deixar as coisas acontecerem naturalmente.

— Então vocês tão ficando…

— Ai, Lia. Eu não gosto dessa palavra “ficar” — disse quase esboçando uma careta — Prefiro o termo que “nós estamos nos conhecendo melhor”.

— Awn, Ju. To tão feliz por vocês dois. — disse sorrindo e abraçando a amiga.

— Brigada. É bom saber que eu tenho o seu apoio. E você botando pilha nessa história né, danadinha? — sorriu.

— Uma vez na vida eu tinha que dar de cupido né? — saiu do abraço — E aí você gosta dele?

— Gosto, Lia. Eu senti ciúmes na praia quando uma garota deu em cima dele. Mas, sei lá, o que eu sinto pelo Gil é diferente do que eu sentia pelo… pelo… você sabe. Mas, ele me faz muito bem, eu me sinto uma pessoa melhor com ele. Além do fato dele ser lindo, fofo e de quebra o meu melhor amigo.

— To até com ciúme. Vê se não se esquece de mim, agora que você tá namorando.

— Para, Lia… Eu prometo que vou equilibrar as coisas — sorriu.

— Tá bom. Vamos indo. — Lia puxou a garota para fora de casa.

Desceram os andares do prédio pelo elevador e foram andando conversando até o Misturama. Lia avistou Dinho sentado num banco da praça com sua bicicleta e se despediu da amiga.

— Vai lá, amiga — disse apontando com a cabeça para aonde se encontrava Dinho — A gente se encontra amanhã na escola. Tchau.

— Tchau — disse a loira abraçando Ju e indo de encontro ao namorado.

Ainda teve tempo de ver Lia cumprimentando o garoto e subindo na garupa da sua bicicleta. Instantaneamente lembrou-se das vezes que ela e Dinho haviam feito aquele tipo de passeio. E se surpreendeu ao perceber que não sentia raiva, nem nada parecido. Pelo contrário, se sentia feliz com a felicidade de ambos. Finalmente havia esquecido Dinho, não guardava raiva ou rancor do garoto, se sentia apenas indiferente ao ex-namorado, e sabia que Gil era parte importante dessa mudança na sua vida.

Olhou para praça e sorriu ao ver um grafite feito por Gil, era uma casa que flutuava apenas içada por um balão colorido, não se atentava pelo fato de estar lá antes, a não ser por ter sido parte do “cenário” do primeiro beijo dos dois. Também eram um dos poucos desenhos dele que continuavam intactos no bairro, os do colégio haviam sido pintados, os das marionetes na rua tinha sido coberto pelo asfalto novo, restavam apenas esse e as marionetes ao lado da sorveteria.

Lembrou que o garoto disse que grafitava sobre o que acontecia na sua vida, então deduziu que esse havia sido feito quando ele e Marcela se mudaram para casa nova.

Juliana retomou o seu caminho e foi até o sobrado de Marcela, bateu na porta e a mesma a atendeu.

— Oi Ju — a loira sorriu, a abraçou e deu um beijo na bochecha — Entra.

— Brigada, Marcela — ficou um pouco envergonhada — O Gil tá ai?

A morena ficou um pouco constrangida, ainda não tinha encontrado Marcela desde o dia em que ela e Gil haviam decidido ficar juntos, não sabia se a professora sabia do envolvimento dos dois ou o se grafiteiro não havia contado.

— Gil, meu filho… A sua namorada tá aqui — a professora falou alto.

As dúvidas de Ju estavam esclarecidas.

— A gente não tá namorando Marcela — Ju disse ruborizada.

— Ué vocês não estão juntos? — perguntou confusa.

— A gente tá indo com calma — pensou por um instante — Estamos num relacionamento sem status definido — riu.

Gil apareceu na sala e Ju percebeu que ele usava a blusa azul com estampa que ela havia dado pra ele.

— Oi Ju — disse se aproximando dela e a cumprimentando com um selinho.

Marcela foi até a porta e se despediu dos dois.

— Bem. Eu to de saída, vou caminhar e não tenho hora pra voltar. Mas, vocês dois… juízo hein? — sorriu.

— Mãe, por favor …. — falou constrangido.

— Desculpa. Tchau — disse fechando a porta.

Gil pegou a mão da garota, puxou-a pra mais perto e roubou mais um beijo. Assim que recuperaram o fôlego, Ju colocou a mão espalmada sobre o peito do garoto.

— Usando a blusa que eu te dei — disse — Pensei que não tivesse gostado.

— Adorei ela. Ainda vou usar muito — sorriu — Vem, eu fiz pipoca — disse puxando Juliana para a cozinha.

— Nossa, que garoto prendado.

— Muito. Até porque é uma arte milenar fazer pipoca de microondas — sorriu ironicamente — Até ia fazer brigadeiro de colher, mas preferi não me arriscar.

— Deixa que eu faço, seu bobo —disse ela abrindo a geladeira e pegando os ingredientes.

— Então aproveita e me ensina.

Juliana ligou o fogão, pegou uma panela e jogou os ingredientes dentro. Começou a mexer, enquanto Gil estava atrás dela e ficava mexendo nos seus cachos. Em seguida, o garoto curvou a cabeça e deu um beijo no pescoço dela, que instantaneamente a fez se arrepiar.

A it-girl deixou a panela de lado e se virou pra ficar frente a frente com o grafiteiro. Olhou bem nos seus olhos e sorriu.

— Gil, eu não quero que a nossa relação seja baseada numa mentira como foi a minha com o Dinho — falou calmamente — Por isso, quero te dizer que sou um pouco ciumenta, fútil, romântica, insegura e um pouco bobona. E que eu não vou mudar pra tentar agradar alguém.

O garoto sorriu.

— Nada que eu não soubesse e tivesse feito eu gostar mais de você — sorriu e lhe deu um rápido beijo — Mas, já que você comentou. Eu tenho que dizer que eu sou tímido , mal-humorado, teimoso e um pouco esquentado — ele sorriu.

— Nenhuma novidade também — enlaçou seus braços em volta do pescoço dele e lhe puxou para um longo beijo.

Só foram interrompidos quando sentiram o cheiro do brigadeiro queimando.

— Ah, o brigadeiro tá queimando. E a culpa é sua — deu um tapa de leve no ombro do garoto.

Gil riu.

— E aí, foi perda total? — questionou brincalhão.

— Não. Deu pra salvar. Só queimou o fundo da panela — sorriu vitoriosa.

— Então tá — disse pegando a vasilha cheia de pipoca — Agora vamos escolher o filme.

Ju pegou duas colheres e as colocou dentro da panela do brigadeiro. Foi com Gil até a sala e colocou a sobremesa na mesa de centro ao lado da pipoca.

— O que a gente vai assistir? — perguntou ela colocando algumas pipocas na boca.

— Não sei — disse trocando de canal — Olha, tá passando uma comédia romântica. Acho que você vai gostar.

Juliana aprovou a idéia, comédias românticas eram seu estilo de filme preferido. Já estava quase aceitando a escolha quando viu o nome do filme.

— Amizade Colorida?!?! — fez uma careta — Melhor não. Já to bastante confusa com esse assunto.

— Tudo bem. Outro — Gil riu e trocou de canal — Nesse tá passando A origem.

— Ah, vamos assistir esse com o lindo do dicaprio — Ju sorriu.

Ele trocou de canal.

— Ei por que você trocou? — perguntou surpresa.

— Melhor a gente assistir outro se você for ficar chamando ele de lindo toda hora.

— Tá bom, ciumento. Olha esse de ação parece ser legal — disse tirando o controle da mão dele — Vamos assistir.

Gil se esparramou no sofá, enquanto a garota comia um pouco de brigadeiro de colher. Quando Ju sentou na beira do sofá na frente dele, ele passou os braços em volta da cintura da garota e a puxou para seu peito. Se aconchegou em volta do abraço dele e começaram a assistir o filme.

Em menos de 10 minutos perceberam que o filme era chatíssimo, mas ambos não reclamaram, estavam bem com a simples companhia um do outro. Ju sentiu os lábios de Gil em seu cabelo e esta era uma distração e tanto. Em poucos minutos ela adormeceu.

O garoto sorriu ao perceber o acontecido e ficou acariciando os cabelos dela, até que um tempo depois também adormeceu.

Juliana despertou apenas com o barulho de Marcela abrindo a porta, olhou para a TV e viu que estava passando os créditos do filme, haviam dormido durante todo filme.

— Gil… Gil — sussurrou Ju — O filme acabou.

O garoto abriu os olhos e coçou-os com o punho cerrado.

— Oi meus amores — Marcela disse ao adentrar a casa.

— Oi Marcela — disse a garota ajeitando seu cabelo.

— E aí, como foi a noite de vocês? Gostaram do filme? — deu um sorriso maroto.

— Foi legal — disse — Mas, o filme não era um dos melhores.

Gil sorriu para Ju.

— Eu to exausta. Vou tomar um banho — a loira disse deixando os dois a sós.

Assim que ela sumiu, Ju se virou pra Gil.

— Acho que a gente não assistiu nem vinte minutos do filme — sorriu.

— Mas, eu gostei — disse puxando ela novamente para perto dele.

— Eu também — sorriu — Mas, agora eu tenho que ir. Tá tarde e o bruno já deve estar preocupado.

— Não. Fica mais um pouco? — prendeu-a no seu abraço.

— Eu bem que queria — disse tentando se soltar dele — Mas, eu tenho que ir mesmo.

— Tá bom — disse a soltando — Eu te levo até lá.

— Não precisa. Se você for me levar é capaz do Bruno fazer um monte de perguntas, e eu não to a fim de ter que responder.

— Tem certeza? — perguntou a acompanhado até a porta.

— Tenho — disse dando o um beijo — Tchau.

Ju estava saindo quando Gil segurou sua mão e a puxou.

— Mais um — disse lhe tascando um beijão.

Assim que terminaram, ela sorriu.

— Tá, agora eu tenho que ir mesmo. A gente se vê amanhã na escola.

— Tchau — disse ele fechando a porta quando ela se virou de costas.

Juliana havia acabado de descer da casa de Gil, ainda estava com sua cabeça girando e sentindo seu coração acelerado quando avistou uma cena que a deixou surpresa, confusa e chocada.


O amor não se vê com os olhos, mas com o coração.”


William Shakespeare





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Notas finais do capítulo

;)