Sentimentos Incompreendidos escrita por Anny Starlight


Capítulo 23
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Deus! Que saudades eu estava de vocês... Há quanto tempo não podia nem entrar na minha conta para evitar a tentação e me focar nos estudos! Deus, como ser estudante com tendências "fanfictionais" é complicado! - Quem aí é estudante deve entender...
Bem, sem mais delongas (deixo para as notas finais) aqui posto novamente sobre o Frederico e Catarina!



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Catarina estava apoiada na sacada de seu quarto; olhava desinteressadamente o jardim que possuía um brilho espectral naquela especifica noite, a luz da lua batia no orvalho das folhas e projetavas pontos de luz por toda a extensão criando um jardim encantado. Mas Catarina não notou, não conseguia...

A cabeça da pobre menina concentrava-se na sala ao lado, mais especificamente em quem estava na sala ao lado: Frederico. O homem havia ignorado-a pelo resto do dia, esquivando-se do seu encontro e evitando os lugares pelos quais ela estava, até mesmo jantou depois dela com a desculpa de estar trabalhando no tal projeto da faculdade.

Ela sentia-se frustrada, irritada, triste e mais um turbilhão de emoções. Queria acertar as coisas com ele, mas como poderia ela se ele não colaborava? Será que ele também não desejava o fim dessa situação horrível entre eles?

Catarina bufou pela milionésima vez e afastou-se da sacada entrando novamente no cômodo; o cansaço que ela vira em Frederico agora sentia na própria pele, era um esgotamento físico e mental. Andou até sua cama onde jogou-se de barriga para baixo, agarrou um dos travesseiros colocando-o em baixo de seu rosto e gritou.

O grito soou abafado, mas foi o suficiente para que ela sentisse um pouco de sua frustração saindo por seu corpo. Logo que o ar saiu completamente de seus pulmões inspirou profundamente tentando relaxar. O lugar era um silêncio novamente, e a paz dominou sua cabeça por um momento, um único momento... Até ela escutar a porta ao lado abrindo-se.

Mais do que automaticamente Catarina levantou-se e correu para a própria porta, abrindo-a rapidamente, sabia que perderia o momento se demorasse demais... Foi então que o viu. Ele estava de costas para ela, notou que ele havia parado seu passo, provavelmente, ao ouvir a porta dela abrindo-se.

–Fred! – Ela o chamou.

O tom de voz surpreendeu a ambos, era extremamente firme e decidido. Frederico franziu o cenho ao ouvi-la daquela forma, algo inédito, e viro-se para encará-la. Ela usava um vestido floral e rodado que ia até os joelhos, os ombros e o colo nus deixavam-na ainda mais bela; o cabelo estava preso em um nó mal feito por onde escapavam alguns fios, o rosto era forte, os lábios estavam em uma linha... E ele soube que essa seria a hora em que ele teria de encará-la.

Catarina sentiu suas pernas fraquejarem ao encará-lo diretamente. Os olhos verdes eram penetrantes e hipnotizantes, como sempre; os cabelos desarrumados junto da camiseta e da calça jeans gasta deixavam-no ainda mais lindo na opinião de Catarina, a barba estava por fazer dando-lhe um rosto de homem cru enquanto emolduravam a mandíbula forte que ela adorava beijar. Mas apesar de tudo, manteve-se forte, afinal, ela tinha de...

–Sim? – Ele pronunciou-se mostrando em seu tom sua surpresa.

–Entre! – O tom ainda firme, enquanto ela dava espaço para que ele passasse. – Precisamos conversar...

Frederico hesitou por alguns segundos, ainda tentava acostumar-se com aquele novo tom na voz da doce Catarina; ela, subitamente, havia tornado-se uma mulher decidida, que se impunha perante a ele.

Com um suspiro resignado, demonstrando o fardo que carregava em si, pôs-se a andar em direção ao quarto da menina, afinal, ele não poderia fugir dela para sempre, nem se quisesse conseguiria... Aquela garota possuía uma espécie imã que o atraia inconscientemente.

Catarina não pode evitar o pequeno sorriso que surgiu ao ver os passos incertos de Frederico, eles finalmente iriam conversar e, de uma vez por todas, externar tudo aquilo que estava entre eles. Porém, no fundo do peito, o que Catarina mais queria era se jogar nos braços de Fred e senti-lo beijando-a como ele fazia quando estavam sozinhos.

Quando ele passou por ela, lado a lado, eles sentiram aquela típica energia entre os corpos, como uma atração. Catarina engoliu seco enquanto ele encarou, por um momento, com aqueles lindos olhos verdes, os olhos dela.

Fred entrou olhando para o cômodo como se fosse a primeira vez que o visitava e não como mais um quarto de sua casa; viu a cama desarrumada, a luz da lua entrando pela sacada, uma poltrona de veludo no canto perto da sacada, o guarda roupa branco, a cômoda...

A menina fechou a porta lentamente depois que ele entrou, sentia como se estivesse sendo trancada em uma “sala da verdade” e, surpreendentemente, temeu a conversa. E se ele não lhe dissesse o que gostaria de ouvir?

Ambos encararam-se, ficaram assim por alguns segundos até que Catarina sentiu-se desconfortável com os olhos verdes e abaixou o rosto.

–Fred, eu... – Catarina suspirou incerta. – Eu, sinceramente, não sei o que... Não sei o que pensar, não sei o que está acontecendo, e eu... Eu não gosto disso... Eu não gosto de ter você me tratando... Assim!

Foi nesse momento que toda aquela avalanche de emoções encontrou um escape por ela, a voz decidida tornou-se cansada e frágil, sua postura desmoronou, os olhos eram tristes e as mãos fechavam-se em punho de raiva.

Frederico notou a situação na qual se encontrava Catarina, a situação na qual ele a colocou.

Pois ele também estava exausto; aquela tarde trouxera coisas em sua cabeça que ele preferia esquecer, coisas que ele acreditava ter esquecido e superado.

Ele andou pelo quarto sem rumo certo, apenas pensando consigo mesmo.

Frederico não conseguia parar a avalanche de imagens e recordações, elas vinham em sequência, atormentavam-no incessantemente... Ele que pensava ter finalmente obtido um controle sobre tudo isso, pensava ter entrado em trégua consigo mesmo. Mas não...

Apenas a presença de seu aluno foi suficiente para trazer tudo de volta... E mais uma vez ele se questionava. Questionava-se sobre o que é certo, sobre o que é aceitável, porém uma certeza ele possuía: o ciúme que sentia não era aceitável. Não era aceitável para ele ou para Catarina, não era bom... Aquilo era doentio, irracional, numa intensidade antes desconhecida por ele.

Era demais. Talvez fosse realmente demais. Talvez tudo fosse realmente demais.

Após vagar por alguns minutos pelo quarto, Fred sentou-se na ponta da cama de Catarina e apoiou os braços em suas pernas; era ele quem parecia cansado agora.

Catarina notou que era aquele o momento. Ele iria falar, contudo, pela primeira vez, não se sentiu confortável com o brilho nos olhos verdes, pareciam exaustos, confusos, abandonados...

Frederico abriu a boca algumas vezes, mas nada disse; Catarina sentia a expectativa em cada centímetro de pele. Ele suspirou passando as mãos pelos cabelos e então, finalmente, começou a falar.

–Catarina... – Mais um suspiro. – Eu... Desculpe-me... Eu só acho que... – Ele fechou os olhos por alguns segundos. – Só acho que foi demais para mim... Talvez seja realmente demais... – Terminou olhando-a incerto.

Catarina sentia-se confusa, porém sabia em algum lugar do peito sobre o que ele estava falando.

–C-Como assim “demais”, Fred?

Ele suspirou profundamente e se levantou da cama, voltando a andar pelo quarto, mas agora com o olhar exigente de Catarina em si.

–Catarina... O que aconteceu hoje... Esse sentimento... É algo estranho para mim, e... E, com certeza, não é bom; eu não me senti bem. Talvez isso seja uma prova de que... De que “isso”... Quero dizer, “nós” sejamos demais. Você sabe...

–Pelo amor de Deus, Fred! – Catarina cortou-o desnorteada.

Ela não podia acreditar no que ele estava falando, a tristeza primeiramente tomou conta dela, mas logo depois veio a indignação... E a raiva.

–Nós já passamos por isso! Por tudo isso! Lembra-se? – Ela falava irritada. – E então você me procurou... Você! Disse-me que não conseguia se afastar, não conseguia ficar longe... E então...

Foi a vez de ela começar a andar sem rumo pelo quarto, tinha vontade de bater a cabeça dele na parede repetidamente. Será que ele tinha noção do que o “nós” realmente significava?

–Droga! Pensei que isso tinha ficado para trás! Que você realmente estava certo da sua decisão e então vem isso...

Frederico estava surpreso pela reação de Catarina, na verdade, suas novas reações tonaram-se tão constantes que ele não sabia mais por que se surpreendia, o “relacionamento” deles havia mostrado a garota por dentro... Que o encantara ainda mais.

–Catarina, talvez nós devêssemos...

Foi então que Catarina aproximou-se rapidamente dele, ficando frente a frente, olhando-o diretamente.

–Só preciso saber uma coisa, Fred... Uma coisa... O que você sente por mim?

Frederico calou-se por um momento. Olhava para aquela menina a sua frente e, simplesmente, não conseguia completar um pensamento. Muitos deles vinham em sua cabeça, sorrisos, abraços, beijos, toques... Ele honestamente não sabia o que dizer.

Foi então que ele desviou-se do olhar dela e saiu de sua frente, andou até encostar-se em uma parede, onde permaneceu observando-a de longe. O que essa menina faz comigo?

–Fred? – Ela pedia com a voz já cansada.

Ele suspirou profundamente, como se não pudesse conter algo em si, mas como se também não conseguisse libertá-lo...

–Eu não sei, Cá... Eu não sei como dizer ou o que dizer...

Uma chama acendeu no peito dela e um sorriso nos lábios, e então ela se aproximou dele com cuidado, pois, aos olhos dela, ele parecia um animal fugindo de uma gaiola.

–Pois, então, digo eu... – Parou em frente a ele, encurralando-o entre a parede e ela. – Eu realmente acho que você não compreende o que “isso” significa para mim... Como não compreende não faço a mínima ideia, mas... Bom, Fred, eu nunca, jamais possuí algo assim!

Ela suspirava incerta do que falar, até onde deveria revelar seus sentimentos, pois ela tinha medo de ele fugir.

–Eu nunca senti o que eu sinto por você... Nunca cheguei perto, nunca pensei que fosse sentir! É inédito para mim! Nunca tive amostrar, ideias, ou sensações! Eu... – Ela ficava desesperada. – Eu não sei se posso dar nomes, mas... Eu te garanto que o que eu sinto por você... É real! E é forte o suficiente para que eu passe por cima de tudo isso ao nosso redor... Não é fácil, nem para você e muito menos para mim, mas... “Isso” é maior!

Catarina possuía os olhos marejados e Frederico permanecia incrédulo em sua frente.

Fred queria e fazia das palavras dela as suas, não retiraria uma única, talvez acrescentasse... Mas naquele momento, olhando o rosto jovial e choroso em sua frente não conseguiu falar; só podia encará-la, admirá-la... Como poderia ele negar algo depois de tal declaração? Ele sentia que de alguma forma louca pertencia a ela.

Catarina sentiu que havia alcançado os céus quando ambas as mãos dele seguraram seu rosto e um sorriso surgiu na boca dele, sorriso que chegou aos olhos verdes dando-lhes um brilho único.

Ele finalmente havia entendido! Finalmente!

–Ah, Catarina! – Ele dizia olhando-a com uma ternura indescritível; será amor? – Como posso... Como posso negar? Eu... Céus, pequena! Você me desarma, não consigo esconder de mim mesmo, não posso esconder...

O sorriso de Frederico havia, então, alcançado Catarina.

–Mas... – E o sorriso morria. –Você é tão jovem... Deveria conhecer pessoas... Da sua idade... – E ele sentia-se massacrado por dizer isso, mas ele tinha que dizer, tinha que saber que não a privava de nada, que não a prendia.

–Eu não quero, Fred! – Ela disse colocando suas mãos por cima das dele. – Não quero conhecer pessoas... Eu só... Só quero conhecer você!

Catarina não mais pode se controlar, Frederico estava longe dela desde aquela tarde, evitando-a, ocupado... E ela possuía uma necessidade maior do que qualquer outra de tê-lo com ela novamente, estava afoita e, agora mais do que nunca, desejosa.

Então a menina juntou seus lábios aos do homem a sua frente; primeiramente foi nada mais do que um toque simples, afetuoso, longo, mas logo sentiu Fred correspondendo e a pressão entre as bocas aumentou.

Frederico havia sido surpreendido pelo beijo de Catarina, mas admitia que o esperava há muito tempo, estava com saudades dela, do toque, do beijo, de tê-la em seus braços... Além de que a presença de seu aluno apenas contribuiu para tal desejo que o invadia a cada segundo mais que seus lábios permaneciam unidos aos dela. Ela o pertencia... O pertencia unicamente.

As mãos de Fred infiltraram-se pela nuca e cabelos, enquanto as mãos dela percorreram os braços, acariciando os músculos fortes. Ele entreabriu os lábios sugando os dela, levando-a a abri-los e então, para o deleite de Catarina, a língua de Fred invadiu-a.

Uma das mãos dele continuava em seus cabelos, mas a outra estava agora na base de suas costas, puxando-a para ele. Catarina sentiu seu corpo unir-se ao dele e aproveitou-se da proximidade para correr suas mãos pelo torso forte.

Um gemido escapou da garganta de Fred ao sentir as mãos pequenas dela em seu corpo, tal ato sempre lhe dava um prazer imensurável. Beijou-a com mais ardor, ambas as línguas enroscavam-se numa dança sensual e provocante; ela, ocasionalmente, dava-lhe mordidas nos lábios, atiçando-o ainda mais.

Fred nunca soube explicar o porquê de Catarina o deixar tão louco com alguns beijos apenas, era insano...

A mão de Fred que apertava a menina contra o corpo dele começou a caminhar pelas costas da mesma, sentindo o tecido fino do vestido que ela usava... Catarina gemeu na boca dele pelo carinho que ele lhe fazia; o gemido apenas atiçava ainda mais o homem.

Catarina colava seu corpo ao dele em busca de contato e de mais lugares para tocar, subiu suas mãos para os cabelos que amava tocar e os massageou, logo sentiu o prazer de Frederico ou senti-lo desligar sua boca da dela e gemer levemente ao mesmo tempo em que mordia seu queixo.

Fred começou um caminho pelo rosto da menina e terminou mordendo-a na orelha de leve e beijando profundamente seu pescoço, a barba por fazer raspando em sua pele.

–Ah, Fred... – Catarina suspirou na aguentando-se.

Fred respirou bruscamente retirando seu rosto da curva do pescoço da menina e encarando-a, rapidamente mudou-os de posição e colocou-a, assim, contra ele e a parede, prendendo-a lá. Ele já sentia o incômodo em suas calças, elas já tornavam apertadas.

–Por Deus, Catarina! – Ele exclamou ofegante observando o rosto corado e a boca inchada dela. – O que diabos você faz comigo?

Catarina dispensou-lhe um sorriso divertido, inocente e maroto ao mesmo tempo.

É você quem não tem ideia do que faz comigo, Fred! Estou queimando!

Frederico não aguentou-se com o sorriso, ela poderia ser inocente ainda em alguns pontos, mas ele sabia muito bem o que ela lhe causava e essa situação era insuportável. Ele, então, grunhiu alto e fez da boca dela prisioneira, afinal, ele tinha que dar a si mesmo o suficiente para certo alto-controle, mas Catarina não cooperava...

A menina aproveitou-se da investida brusca e do apoio que ele e a parede lhe proporcionavam e subiu uma perna ancorando-a na cintura dele - apesar da dificuldade, pois ele era muito mais alto.

Ele amaldiçoou o deus ou divindade que o havia colocado naquela situação, mas como que automaticamente levou uma de suas mãos para a perna dela mantendo-a lá e sentindo a pele macia de Catarina que se revelara quando o vestido subiu.

Ela gemeu em jubilo, sentir a mão quente e grande dele em sua perna era excitante demais; a mão dele era firme, precisa, forte, a pele meio áspera... Mão de homem.

Ele gemeu junto dela e permitiu-se deslizar sua mão alguns centímetros pela extensão de pele macia, aproveitando o contato. Ela impulsionou-se automaticamente para ele, desejando senti-lo mais junto de si... Mais perto.

Ele, inconscientemente, correspondeu e impulsionou-se também contra ela. Catarina sentia o desejo dele.

Por Deus, Fred! Como pode...? Ah, meu Deus!

Ele procurava algum atrito, algum contato que diminuísse o incômodo, mas o resultado foi completamente diferente.

Frederico sentiu que, se continuasse por ali, iria fazer algo do qual pudesse se arrepender depois, – bem depois – mas do qual se arrependeria por ser impulsivo e precipitado.

Ele prometeu a Catarina se entregar, mas após tudo o que passaram aquele dia, bom, não seria essa uma noite adequada.

Mas para isso deveria soltá-la ou iria definitivamente prendê-la na parede, rodear suas pernas sua cintura, ver seu vestido dar espaço e aí... Estaria tão fácil.

Não! Maldita imaginação!

Foi então que, com um enorme controle, ele diminui a intensidade dos beijos e dos toques, tornando-os nada mais do que carinhos, afeto. Retirou sua mão da perna dela, abaixando-a delicadamente e, por fim, segurou o rosto dela e se afastou depois de três pequenos beijos em seus lábios.

Catarina percebia o que Fred estava fazendo, por um momento decidiu se empenhar em não deixar que ele fosse, mas logo que a ardência deixava os toques deles se instaurava o carinho, tão maravilhoso e tão puro que Catarina não pode exterminá-lo, não pode deixar de querê-lo e muito menos poderia renegá-lo, aceitou-o feliz.

Ele encarou-a ainda segurando seu rosto, os olhos dela de mantiveram fechados por pouco tempo e logo se abriram, encarando-o também. Os olhos castanhos brilhavam ao olhá-lo e logo um sorriso maravilhoso surgiu dos lábios dela; Catarina estava completamente apaixonada por esse homem.

Frederico ficou admirado e, ao mesmo tempo, surpreso pelo sorriso deslumbrante que ela lhe dava, naquele momento seu coração sofreu um baque e ele sentiu que essa menina iria, definitivamente, virá-lo de ponta cabeça. Ele respondeu o sorriso dela que tornou-se carinhoso após alguns segundos.

Frederico afastou-se com dificuldade após alguns poucos minutos, seu corpo havia se acalmado, mas só ele sabia o que ela podia fazer com ele apenas com alguns toques.

Catarina afastou-se da parede e sentou-se sobre sua cama, um sorriso calmo pairando em seus lábios; agora eles estavam bem novamente, talvez mais do que antes, pois algumas coisas foram jogadas na mesa, mas apesar disso ela sentia que se tornasse a ficar sozinha ali iria sentir-se triste novamente, precisa dele ao seu lado, precisava compensar aquele dia longe dele.

–Fred? – Ela chamou logo que ele encostou-se na parede em frente a ela.

–Sim? – Ele perguntou confuso pelo tom inseguro dela.

Ela resistiu por alguns minutos, mas logo externou seu desejo.

–Dorme comigo? – Pediu com uma voz doce que continha aquele apelo quase infantil.

Frederico quase se desequilibrou, mas a parede atrás de si o manteve seguro. Sua surpresa foi imensurável, ainda mais após ela usar tal tom para um pedido tão... “Inesperado”. Afinal, ele pensou que já estavam bem pelo momento que compartilharam.

–Bem, Catarina... Eu... Bom... – Ele dizia incapaz de formar uma frase e já sendo traído por sua imaginação nada pudica por sabia que poderia não resistir muito se ela insistisse. – Eu... Eu não creio que esse seja o momento...

E então Catarina começa a rir, ou melhor, gargalhar... Ria tanto que quase jogou-se na cama.

Frederico ficou confuso e por um momento até ofendido pela reação dela, como ela ria de algo tão delicado? Como ela ria dele por tratar disso com cautela?

Catarina havia reparado no desequilíbrio dele e logo depois ele começa a ficar sem falas, ele havia entendido errado.

–Perdoe-me, Fred! – Ela disse com o vestígio de um riso, mas conteve-se ao notar a expressão dele. – Eu não... Bom, eu... – Agora era ela quem se sentia envergonhada de falar da suposição dele. – Eu juro que não foi esse o sentido.

Frederico ficou ainda mais confuso.

–Eu não... Bem, não estou pedindo para que você durma comigo... Dessa forma! – Explicou. – Apenas que você... Durma comigo... Deite-se ao meu lado...

Frederico, por um momento, assimilou a explicação e logo depois começou a rir da mesma forma que ela. Sim, ele havia compreendido completamente errado. Talvez sua cabeça já não funcionasse sem segundos sentidos ao redor dela...

–Desculpe-me... – Ele disse controlando a risada e sentindo vergonha por sua compreensão em outro “nível”.

Ela não conteve uma risada em resposta, mas logo questionou.

–Então?

Frederico pensou por um tempo; seria, com certeza, um exercício de paciência e autocontrole do qual ele não tentaria a si mesmo... Mas ao vê-la pedindo de forma tão doce e, acreditava ele, sem malicias não pode negar.

Deitar-se ao lado dela por uma noite, apenas para senti-la ao seu lado, sentir o calor de seu corpo contra o dele, o respirar calmo, a confiança dela em dormir ao lado dele... Bom, seria... Indescritível.

Queria abraçá-la e vê-la cair no sono ao seu lado, como se fosse sua mulher... Apenas fingir, por algumas horas, que era dela o lugar ao lado dele na cama e que ele era o homem quem se deitava com ela nas noites. Ele. Apenas ele. Era ela dele? Sim, era. Apenas dele.

Ele apenas sorriu para ela como resposta, pois não como colocar em palavras o seu desejo por tal momento e logo retirou os chinelos que usava; foi em direção à cama dela e a desfez. Arrumou os travesseiros e o edredom.

Catarina sorriu radiante pela atitude de Frederico, ele dormiria ao seu lado naquela noite...

Ela levantou-se e foi para o lado contrário ao dele da cama, ele lhe esperava sorrindo e quando ela parou ao lado da cama ele levou a mão às costas e puxou a camiseta e retirou-a pela cabeça.

O sorriso de Catarina morreu ao ver o homem nu da cintura para cima, o peitoral forte, o abdômen delicadamente definido, os ombros largos, os caminhos simétricos que desciam até sua calça jeans e faziam-na imaginar indecências.

Frederico estava ciente da reação dela e controlou-se para não expressar sua apreciação pelo olhar dela, apenas esperou-a terminar de olhar seu corpo e voltar-se novamente para seu rosto.

Catarina novamente olhou-o no rosto, ela já sentia as pernas bambas e o incomodo mais para baixo, mas ela havia garantido a ele que apenas queria deitar-se ao seu lado, e era isso que ela faria... Apesar de o desejo aflorar no corpo.

Foi então a vez dela, ela virou-se de costas para ele e localizou uma cadeira no canto do quarto para onde andou; suas mãos também foram para suas costas para abrir o zíper de seu vestido e quando o fez sentiu o olhar penetrante dele em si. Desceu-o até a cintura.

Frederico estava quase desistindo da maldita ideia de dormir ao lado dela, pois a cada centímetro de pele que ela revelava crescia um desejo monstruoso dentro dele que apenas de acentuou quando notou as costas lisas... Ela não usava nada embaixo do vestido.

Catarina permitiu que o vestido deslizasse por seu corpo até cair, estava apenas de calçinha e de costas para ele.

Frederico quase teve um ataque cardíaco, pensava que pararia no hospital após aquela visão... Parecia uma fantasia erótica se desenrolando em sua frente, o vestido caindo pelo corpo dela. Deus do céu! Ela estava praticamente nua ali! Não dormiria ao lado dela dessa forma nem em um milhão de anos.

Foi então que ela levou sua mão para o assento da cadeira e pegou uma blusa leve colocando-a em seguida, a blusa era longa e descia até suas coxas, mas, para Frederico, ainda mostrava mais do que deveria.

Ela virou novamente para ele e andou para a cama; ele tentava apenas não concentrar-se no corpo dela e no fato de ela usar apenas uma calçinha por baixo do tecido leve.

Foi Catarina quem deitou-se primeiro; ela escorregou para baixo do edredom e puxou-o até a cintura. Frederico acompanhou-a logo que ela ajeitou-se, deitou e manteve-se coberto até a cintura.

Ambos se olhavam, estavam ali juntos, juntos na mesma cama. Catarina sorriu de satisfação e de aproximou dele, aconchegando-se em seu corpo; ele era grande, forte e quente, sentia a pele dele contra a sua.

Frederico recebeu-a de braços abertos e se fez confortável ao tê-la junto de seu corpo; sentiu o tecido fino e a pele macia por baixo, ela estava ali, colada a ele, mas, para sua surpresa, apenas sentia vontade de trazê-la mais para perto a aconchegá-la.

Catarina respirou profundamente.

–Boa noite, Fred.

Ele sorriu. Como se minha imaginação ainda não fosse me trair...

–Boa noite, Catarina.

Catarina sorriu pela ultima vez e deixou-se levar pelo sono que, subitamente, teimava em fechar-lhe os olhos.


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Notas finais do capítulo

Bom, gostaria de agradecer ao carinho dos leitores que me mandaram mensagens pedindo pelo retorno dos capítulos! Perdoem-me a demora, é inevitável em tempo de trevas (vestibulares)!
Vou tentar agora entrar em dia com meus reviews e respondê-los, então, mais um pouco de paciência... Por favor...
Ah, que saudades desse mundo! De vocês! Chorei ao acessar novamente minha conta!
Gostaria também de agradecer aos leitores que me recomendaram a Fic enquanto estive ausente... Muito obrigada! Agradeço de coração o carinho e espero estar a altura de correspondê-los! Obrigada novamente! =D
Bom, fico por aqui... Espero que tenham gostado!
Desejo-lhes uma boa passagem de ano e deixo aqui meu humilde presente, afinal, palavras tem um poder imenso e realmente deveriam presentar pessoas!
Com carinho, Anny!

Obs: perdoem-me os erros, postei tão avidamente que não pude corrigi-los!