Blood Promise Por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 15
Capítulo 15




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Os trabalhos de Galina me consumiram pelo dia inteiro. E eu estava me esforçando para me manter como um servo exemplar para que ela e nem ninguém desconfiasse dos meus planos. Também tinha Rose. Ah, Rose... Eu gostava daquele jogo de tê-la presa em um quarto só para minha diversão, mas meu tempo sobre isso estava acabando e a indecisão dela me irritava.

Mas, mesmo assim pensei em usufruir destes últimos momentos dela como dhampir.

Eu tinha ficado fora bastante tempo, e algo dentro de mim dizia que não era bom deixar Rose sozinha por tanto tempo. Ela estava sob efeito de endorfinas, mas mesmo assim era muito perigosa. Andei rápido para o quarto de Rose e quando entrei me deparei com Nathan e Inna lá dentro. Olhei de rosto em rosto, avaliando a situação. Rose estava machucada, com os cabelos desalinhados. Nathan e Inna estavam intactos, denunciando eu Rose não havia se saído bem no confronto. Apertei meus punhos, tentando segurar minha fúria. Eu não sabia dizer  que mais me aborrecia. Se era a presunção de Nathan em invadir um território meu ou se era a fraqueza de Rose.

“Não.” Nathan falou presunçosamente, prevendo meu ataque. “Você sabe o que Galina disse. Toque em mim, e você estará fora daqui.”

Eu passei pelo quarto, até Nathan, empurrando Inna que estava no meu caminho. “Vai valer a pena enfrentar a ira dela, principalmente quando eu contar que você atacou primeiro. Certamente as marca em Rose vão provar isso.”

“Você não faria isso, ela vai dizer a verdade.” Nathan disse, apontando para Inna.

"Você realmente acha que Galina vai acreditar numa humana? Não. Quando eu contar a ela que você atacou a mim e a Rose por ciúmes, ela vai me deixar em paz. O fato de que você será tão facilmente defendido vai provar sua fraqueza. Eu vou cortar sua cabeça e pegar a estaca de Rose do cofre. Com seu último suspiro, você pode observar ela passar pelo seu coração."

Nathan ainda me olhava de forma arrogante, mas eu tinha o segredo do cofre onde estava a estaca de Rose e ele não, então a vantagem era minha. Ele sabia que eu podia facilmente cumprir minha ameaça. Eu era mais forte e tinha a confiança de Galina.

“Duas vezes,” falei com uma falsa suavidade na voz. “Duas vezes eu lhe deixei ir. Da próxima vez... da próxima vez, já era.”

Rose estava próxima a Inna e murmurou para ela “Você está bem?” Mas ela se afastou rispidamente. Nathan cravou os olhos em Rose, enquanto se afastava até a porta.

“Não. Duas vezes eu a deixei viver. Da próxima vez, ela já era.” Com isso, ele saiu pela porta, sem esperar minha resposta ou minha reação. Típico de um covarde. Inna correu atrás dele como um cachorrinho.

Rose me olhou estupefata e, inexplicavelmente, começou a chorar.

Eu realmente esperava dela qualquer coisa. Uma série de perguntas que eu não poderia responder. Um ataque raivoso ou uma tentativa de fuga. Esperava até lágrimas, lágrimas de dor e raiva. Mas lágrimas de piedade e medo? Nunca. Aquilo me enfureceu.

“Isso é culpa sua!” Gritei, fechando meus pulsos e me controlando para não acabar de uma vez por todas com ela. Definitivamente aquela pessoa fraca que estava diante de mim não era a Rose que eu queria.

Ela se afastou lentamente de mim, mas ainda me olhando de forma surpresa.

“Mas ele... ele me atacou...”

“Sim. E Inna. Uma humana! Você deixou uma humana lhe atacar!” Apesar de estar enfurecido, também senti vontade de zombar dela. Quem diria, uma grade lutadora como Rose seria derrubada por uma criatura inferior a ela. Mas não havia nada engraçado naquilo. Tudo era consequência daquela teimosia que já estava me irritando. "Você está fraca. Você está incapacitada de se defender – tudo porque se recusa a ser despertada!”

Eu cravei meus dedos nos pulsos de Rose e chocalhava ela, deixando toda minha raiva sair, mais do que raiva. Ódio. Toda aquela situação que estávamos passando era culpa dessa teimosia dela. “Se você tivesse sido morta, a culpa seria sua. Você tem a chance de imortalidade, poder, incrível força! E você é cega e teimosa demais para ver!”

Para piorar tudo, Rose não havia parado de chorar e me olhava de forma mais assustada ainda. Era como se ela olhasse para personificação da morte. Lentamente, ela enxugou as lágrimas. Por um tempo ela se calou. Quando tornou a falar, não tinha mais tanta fragilidade na voz.

"Eu não acho que serei mais forte que Nathan, mesmo que eu me transforme – seja acordada."

A raiva ainda ardia em mim, mas por um momento tive a impressão que consegui um ponto com Rose. Ela estava considerando as possibilidades de ser despertada? Passei minhas mãos pelos cabelos, tentando me acalmar.

"Talvez não inicialmente, mas a força do seu corpo e vontade vão carregar a mudança. Ele não é muito mais do que qualquer um de nós, não é suficiente para fazer uma diferença notável, e é por isso que ele continua a recuar, quando nós lutamos."

“E porque você continua recuando?”

Senti a raiva me tomar novamente. Ela estava me comparando a covardia de Nathan?

"Porque ele está certo sobre uma coisa: matá-lo traria a ira de Galina em cima de nós. E isso não é algo que eu posso me dar ao luxo. Ainda.”

"Você disse antes que você... que nós... teremos que matá-la."

"Sim, e assim que conseguirmos, vai ser fácil para assumir o controle de seus recursos e dos seus negócios."

"Quais são seus negócios, exatamente?"

"Todos os tipos de coisas. Essa riqueza não é comprada sem esforço," falei dando de ombros.

"O esforço que é ilegal e fere os humanos?"

"Isso importa?"

"Mas Galina era sua professora. Você pode realmente matá-la? E eu não me refiro morte física... eu quero dizer, isso não lhe incomoda?”

Por um momento busquei as memórias de quando era aluno de Galina. O que ainda restava daquele tempo? Nada. Absolutamente nada.

"Eu lhe disse antes. É sobre força ou fraqueza. Presa ou predador. Se pudermos derrubá-la – e não tenho dúvidas que poderemos – então ela é a presa. Fim da história."

Soltei um dos pulsos dela que eu ainda segurava e ela se afastou de mim rapidamente, se sentando no sofá. Eu dei um passo e sentei ao lado dela.

"Por que Inna me atacou? Por que ela defendeu Nathan?"

"Porque ela o ama," falei, me sentindo enojado.

"Quem sabe? Parte do problema é que ele prometeu que a despertaria, depois que ela passasse um tempo por aqui. Isso é o que é dito a maioria dos servos humanos."

"Dito?"

"A maioria é indigno. Ou, mais frequentemente, alguém fica com fome e termina com o humano."

"Isto é tudo uma bagunça."

Era como se eu pudesse ver a mente de Rose girando, tentando processar toda aquela situação. Eu realmente preferia esta Rose do que aquela fraca que estava diante de mim há poucos minutos. Apesar desta ser mais perigosa.

"Não tem que ser. O tempo está acabando. Eu fui tolerante, Roza. Muito mais leve do que eu seria com mais ninguém."

"Por quê? Por que você fez isso?"

"Porque eu sei como você pensa. E eu sei que o despertar de sua própria vontade, faria de você um aliado mais importante. Você é independente e inteligente e é isso o que te torna valiosa."

"Uma aliada, hein?"

Eu me aproximei mais dela. “Eu não lhe disse que eu sempre estaria lá para você? Eu estou aqui. Eu vou lhe proteger. Nós vamos ficar juntos. Estamos destinados a ficar juntos. Você sabe.” Puxei Rose e lhe beijei com força. Ela correspondeu, se entregando. E desejava muito ter Rose para mim e parecia que isto estava cada vez mais perto. Eu me afastei um pouco do beijo para olhá-la. De uma forma estranha eu precisava dela. Eu precisava ter ela. De vagar, me inclinei  e beijei sua bochecha, o queixo, e então seu pescoço. Mas quando abri a boca, pronto para uma mordida, ela enrijeceu e exclamou “Não!”

Eu me senti paralisado. Nem na primeira vez que a mordi, ela havia reagido assim. “O quê você disse?”

“Hum... não desta vez.”

Eu me afastei dela, avaliando o significado daquela reação dela. Eu a conhecia suficientemente bem para saber que alguma coisa estava se passando na cabeça dela. Algo que não era bom.

"Eu não me sinto bem... Estou ferida. Eu tenho medo de perder o sangue, por mais que eu queira... Eu quero isso... Eu quero sentir a mordida... mas eu quero descansar em primeiro, ficar mais forte...”

"Deixe-me acordar você, e você será forte novamente."

"Eu sei. "E eu estou começando a pensar..."

Eu sempre soube distinguir quando Rose mentia. Era algo que tínhamos e que não havia sido perdido. Apesar dela colocar seus melhores gestos e expressões querendo mostrar que estava fazendo o que eu queria, eu sabia que ela não estava falando a verdade. Algum ponto desta fala dela não dizia o que ela realmente queria.

"Começando a pensar o quê?"

"Estou começando a pensar que eu não quero nunca mais ser fraca."

Bem, isso jamais seria uma mentira vinda de Rose. De uma forma ou de outra isso era verdade.

"Por favor... Eu só quero descansar. Eu preciso pensar um pouco mais,” Rose concluiu.

Eu a observei por alguns minutos. Ela conseguiu misturar palavras verdadeiras e mentirosas. Mas ela não sabia que não tinha opção. Eu iria transformá-la, de uma forma ou de outra. Ela querendo ou não. Era uma caminho sem volta.

"Descanse, então, e nós conversaremos mais tarde. Mas Rose... temos apenas dois dias."

"Dois dias?"

"Até prazo de Galina. Esse é o tempo que ela nos deu. Então eu vou tomar a decisão por você."

"Você vai me despertar?"

"Sim. Mas seria melhor para todos nós, se não chegarmos nesse ponto.” Eu me levantei lembrando que tinha algo para Rose no meu casaco. Era um bracelete incrustado com opalas e diamantes minúsculos. "Ah. Eu te trouxe isso."

"Uau. É... é lindo,” ela falou colocando no braço. Ela parecia encantada com a joia. Toda mulher fica encantada com joias. Me abaixei e lhe beijei na testa e saí.


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