Ouvi aquilo, e o meu chão sumiu, meu melhor amigo, por quem eu estava apaixonada, estava gostando da minha melhor amiga, uma lágrima grossa e quente correu pelo meu rosto, limpei rápido, mas ele viu.

– O que foi Julie?

– Caiu um cisco, sobra aqui pra mim?

– Sei..

– Sério, tá arranhando, assopra!!

– Calma – Disse e assoprou – “Saiu”? - Ele disse fazendo aspas com as mãos. Ele não acreditou, mas pelo menos não perguntou de novo. - Eu vou pra casa, dá esse dinheiro pra Nancy pegar um taxi - Ele foi indo até a moto – Beijos Ju, até amanhã! – Ele beijou minha bochecha e eu a dela, ele pos o capacete e foi.

Voltei para o meu apartamento, meio sei lá, não sei ao certo o que estava sentindo, Nancy olhou pra mim, levantou e me abraçou, retribui seu abraço apertado, e chorei em seu ombro, parecia que ela já sabia de tudo... Não contei nada a ela, também, não precisei. Ela pegou um pote de sorvete pra mim e um pra ela e sentamos no sofá e assistimos TV, bem, eu sentei no sofá..

Nancy acabou dormindo aqui, arrumei uma cama na sala, e fui para o meu quarto. Alexis estava lá sentada na minha cama, de costas pra mim, segurando suas pernas e olhando as estrelas.

– Por que ele fez isso Julia?

– Não sei – Disse triste e pelo visto toda a raiva dela já tinha passado, ela estava com uma feição triste quando se virou pra mim.

– Pra que expulsar o Carl daquele jeito, tadinho, o menino não fez nada pra ele, e nem pra mim.

– Eu não sei o que ele fez de mal para o Paul, mas ele estava muito triste...

– Por que? Por expulsar o meu namorado?

– Vocês já estão namorando?

– Aham, mas tipo, ele não tem motivos pra ficar triste, ele tinha que ficar feliz pela sua amiga conseguir um namorado.

– É..

– O que houve amiga?

– Nada não.

– Eu te conheço Julie, e não é de hoje, fala.

– Não sei se posso.

– Fala, não conto pra ninguém.

– Não posso, agora, você vai dormir aqui?

– Não, já estou indo pro meu quarto, tchau, dorme com Deus.

– Você também.

Me toquei , estava ficando frio, o inverno estava chegando, deitei na cama e fiquei fitando o teto, depois de um tempo, me sentei e fiquei na mesma posição que Alexis estava quando cheguei, não tinham muitas estrelas hoje, mas estava bonita. Peguei um caderninho e escrevi “ Por que tem que ser assim, ninguém nunca disse que seria fácil, mas também não me disseram o que fazer numa situação dessa, Deus me ajuda!! Apaixonar-se não era uma coisa que queria no momento, poxa, estava tão quietinha lá na minha, e pelo meu melhor amigo, please help me!” Coloquei o caderno no criado-mudo e fiquei ali debruçada na janela, olhando o céu, até que meu olhos se fecharam, acordei e me deitei, dormi como um anjinho.

Acordei com um cheiro de panquecas no ar, Nancy, pensei, Alexis não gosta muito de panquecas, ou seja, ela não faz, já eu amo, e a Nancy sabe disso. Calcei minha pantufa de coelhinho e fui até a cozinha.

– Bom dia Nancy! - Disse bocejando

– Bom dia!

– Cadê a Alexis?

– Saiu pra correr.

– Ela comeu antes de ir?

– Só uma barra de cereal, por que?

– Porque se não ela pode desmaiar de novo.

– Ah tá, vamos comer?

– Claro! – Puxei a cadeira e me sentei – Então você já sabia do seu irmão..

– Já, ele me contou, mas eu acho que não, ele só está confuso mesmo, já você, não posso falar o mesmo..

– É, mas não quero falar sobre isso, vamos depois do almoço ao Shopping?

– Não sei se vai dar, vou me encontrar com o Alex! – Alex é o noivo dela, ele é muito fofo, é dois anos mais velho que ela, chamo ele de papai. O casamento seria daqui a 3 meses, eu seria a madrinha dela e Paul o padrinho, destinooo!!

– Ok então. Que horas são?

– Não sei.. – Ela levantou e pegou seu celular – São 11:21. Dormiu muito hein filha!! – Rimos, e ficamos ali comendo as panquecas, que devo falar, são as melhores do mundo, Alex e os filhos dela terão sorte!