Amor Do Presente Ou Do Passado? escrita por Mary e Mimym


Capítulo 11
Conversa Pendente




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Ronan entrou no prédio e avisou ao porteiro que entregariam a quentinha para o apartamento de Elesis.

— Aconteceu algo com ela, senhor? – Perguntou o porteiro, preocupado.

— Ela só está indisposta.

Ronan não disse mais nada e pegou um elevador, Elesis estava tonta, mas mesmo assim questionou.

— Não quero vir por aqui, eu posso morrer...

— Elesis... Não fala besteira. – Disse Ronan – E você não está com condições de subir tanta escadaria.

— Por hoje passa... – A ruiva pôs a mão na cabeça, pois a mesma estava doendo muito.

Assim que o elevador começou a subir, Elesis fechou os olhos e apertou a mão de Ronan, o menino a olhou e sorriu.

***

No século XIX, a ruiva se levantou do chão, sentiu uma forte dor de cabeça. Mas não reclamou, ou pediu ajuda a alguém.

— Verei se Elesis está bem, não achei correta a atitude de Elscud, é a filha dele! Não deveria tê-la exposto tanto! – Exclamou Sieghart.

— Sei que está certo, mas também foi ordem dele que ninguém fosse ver como nossa filha está, por favor, não faça nada para que haja conflitos. – Pediu a Duquesa.

— Viestes até mim apenas para me contar o que aconteceu e esperas que eu não faças nada, Elena? – Indagou o moreno.

— Só vim aqui, porque quero que todos nesta casa estejam cientes do que está acontecendo, Elesis mudou por algum motivo. O aviso que recebemos está se concretizando. – Informou a mãe da ruiva - Aquela mulher nunca deveria ter vindo a mim, nunca...

Os dois estavam tendo uma conversa no gabinete de Elscud. O assunto parecia sério, e a situação de Elesis também não estava boa, a menina deitou na cama ainda com a forte dor de cabeça.

— O que está acontecendo...? – Ela se perguntou, ao levar a mão até a testa, por uma forte dor.

***

Ronan abriu a porta do apartamento e Jin já estava lá esperando-os.

— Coloque-a aqui. – O ruivo deu passagem para que Ronan pusesse Elesis no sofá.

— Obrigado.

— Eu não queria voltar ao assunto, mas o que aconteceu com vocês dois? Tipo, que negócio é esse de casamento? E por que a Elesis está tão diferente? - Jin perguntava confuso. 

— Se você fizer mais uma pergunta, eu quebro a sua cara. – Disse Ronan deitando Elesis no sofá, já impaciente com tanto questionamento.

— Eu vou desconsiderar o que você disse, sei que fica com raiva quando está preocupado. Sou seu amigo, eu te conheço.

Ronan rapidamente olhou para Jin. Elesis estava de olhos fechados, parecia que o cansaço a tomou e, por isso, não percebia a conversa dos dois meninos.

— Não, você não é meu amigo! Você pediu a Elesis em casamento!

— Ei! – O ruivo deu um passo para trás – Eu não pedi ninguém em casamento! Foi a Elesis que te disse isso?

— Foi, por quê?

— Porque ela é louca, eu nunca faria isso.

— Sei... Os dois são amigos, poderia ter surgido um romance escondido entre vocês e...

— E você está viajando legal. – Jin o olhou arqueando uma sobrancelha.

— Verdade... – Ronan se deu por convencido – Foi mal, Jin, é que... Quando eu soube que vocês dois iriam se casar, nossa! Eu não pensei mais em nada. E a Elesis foi tão convincente, ela disse que os pais dela que organizaram isso e tal.

— Ela deve estar sob o efeito dos remédios, só pode. Eu sei que você gosta dela, nunca faria isso com um amigo.

— Faria sim. – Ronan riu.

— Tá... Se eu gostasse da Elesis, eu seguiria meu coração, mas esse não é o caso.

— Você não seguiria seu coração nada! Você é um safado, isso sim.

Agora Jin riu, mas depois mudou sua expressão ao ver que Elesis tentava se sentar.

— Não, não! – O ruivo a impediu – Você ainda está impossibilitada.

Ronan apenas o olhou, o ciúme era visível em seu semblante.

— Eu acho que essa fala era para ser minha, já que eu estou cursando medicina.

— Ah, Ronan, para de graça, isso se chama: CI-Ú-ME!

— Claro que não, estou preocupado e querendo exercer a fala que faz parte do meu trabalho.

— Nada disso, é ciúme mesmo. - Jin riu.

— Do que vós estais falando? – Perguntou Elesis encarando os dois, já parecendo melhor.

— Que você se equivocou ao dizer que estamos noivos. – Respondeu Jin, se afastando um pouco dela.

— Mas eu não me equivoquei, ora! – Elesis deu um pulo do sofá – Não acredito que não lembreis vós do dia do nosso encontro. Fostes tão rude que prometi que não me casaria com vossa pessoa, e então fugi.

— Ela está maluca, Ronan, porque eu não me lembro de nada disso. – O ruivo olhava o tempo todo para o amigo, com medo de alguma reação negativa dele.

— Não lembra...? Tá bom. – Ronan cruzou os braços. – Eu pensei que você estava dizendo a verdade enquanto conversávamos.

— Nem começa de novo com esse assunto! Eu estou ficando irritado com isso!

— Ah... Você está irritadinho, é? – Ronan lançou um olhar ameaçador para Jin.

— Cara, nós acabamos de conversar sobre isso, nem se eu estivesse bêbado, eu nunca pediria alguém em casamento, deu para entender? – Jin deixou bem claro a parte em que ele não queria se casar.

— Eu não sei em quem acreditar. – Disse Ronan olhando para os dois.

— Vós deveis acreditar em mim! Eu vivi isto, não nessa época, mas vivi! Estou prestes a casar-me obrigatoriamente. – Elesis voltou a sentar-se no sofá. – Se o filho do Marquês lhe contou outra história, ele está mentindo!

— Quê?! Filho do Marquês? Que história é essa? – O ruivo não estava entendendo mais nada.

— Isso é uma longa história que não precisa ser contada agora. Mas ainda não sei em quem acreditar. – Disse Ronan, não querendo fugir do assunto.

— Não acredite nessa desmiolada! Acredite em mim que sou seu amigo. A Elesis também é sua amiga, mas acredite em mim, porque meu argumento é melhor.

— Jin, você não disse nenhum argumento. – Ronan voltou a encara-lo.

— É porque, no momento, não tenho nenhum, mas acredite em mim mesmo assim.

— Eu vou acabar com você se isso tudo for verdade! Se você pediu a Elesis em casamento, eu não sei o que serei capaz de fazer, Jin!

— Isto, Ronan! Este é o espirito de um nobre cavalheiro. – Elesis começou a se empolgar.

— Nobre? Cavalheiro? Marquês? De que tempo você pensa que somos, Elesis? – Indagou o ruivo.

— Do século XIX, século de grandes pensadores e de grandes conquistas!

— Não estamos na aula de história. Aliás, ninguém aqui é do Campus de História. – Comentou Jin.

— Eu só estava dizendo que não faço parte deste século estranho que vós habitais. – A ruiva cruzou os braços.

— Não vem ao caso definirmos séculos. – Disse Ronan, tentando voltar ao assunto principal. – Você, Elesis, está com memória falha, nada mais que isso.

— Pronto! Se ela está com a memória falha, essa parada de casamento deve ser invenção.

Ao ouvir isso de Jin, Elesis o encarou, levantou-se do sofá e começou a bater no rapaz.

— Eu não inventei nada! Chamaste-me de mal educada e ainda me mandaste calar a boca, és um abusado, insolente e um bacalhau mofado!

— Bacalhau mofado? – Perguntou o ruivo, rindo dessa “ofensa”.

— Sim, és um bacalhau mofado! – Repetiu Elesis, não vendo graça do que falou.

— E o que isso quer dizer? – Ronan insistiu na pergunta, estranhando tais palavras.

— Não presta, é isso que significa! – Elesis começou a bater no ruivo de novo.

— Ei! Para! – Jin segurou as mãos da menina – Isso machuca, você não mudou nesse aspecto de força.

— Ainda não vistes nada! – Elesis tentava, sem sucesso, continuar batendo no ruivo.

Ronan separou os dois.

— Chega! Eu não sei o que aconteceu, muito menos quem está dizendo a verdade...

— EU! – Gritaram os dois ruivos, interrompendo a fala do azulado.

— Como eu ia dizendo... – Ronan olhou para ambos – Eu vou deixa-los conversando sobre isso, afinal, o assunto envolve vocês dois e eu não tenho nada a ver com isso.

Depois de ter dito isso, Ronan foi em direção a porta e saiu do apartamento. Ele parou no corredor e deu um suspiro pesado.

— Eu espero, espero muito que essa história não seja verdade.

— Senhor! – Alguém chamou Ronan.

O rapaz olhou imediatamente para a pessoa e viu que era um dos garçons do Self-Service.

— Oi.

— Eu vim trazer a quentinha e um bilhete do gerente. – O garçom entregou o que trouxera.

— Obrigado. – Ronan pegou e se despediu do menino. Abriu o bilhete e riu consigo mesmo.

Caro Ronan, você e a Elesis sempre frequentaram meu estabelecimento, mas hoje vocês dois me surpreenderam com suas atitudes, peço, encarecidamente, que não façam isso, ou não farei mais bife com fritas para vocês.”

O azulado lembrou-se dos tempos que sempre ia com a ruiva naquele estabelecimento, nos intervalos da faculdade e que, na maioria das vezes, pediam bife com fritas.

Enquanto isso, na sala, Jin e Elesis se encaravam, até a saída de Ronan os dois não trocaram uma só palavra.

— Então... – Começou o ruivo – Por que diz que eu te pedi em casamento? Isso não aconteceu e você sabe.

— Aconteceu sim! – Exclamou Elesis.

— Não aconteceu! Não aconteceu! Não aconteceu! Repita comigo: NÃO... A...CON...TE...CEU!

— Mas aconteceu sim, ora! – Elesis insistiu em sua tese. – Nós tivemos até uma conversa desagradável.

— Não! Nem nos falamos ontem direito, eu só te convidei para a festa, mas você disse que iria se encontrar com o Ronan, não tivemos mais contato, nem antes e nem depois dessa conversa, até porque você sofreu o acidente. E nossa conversa não foi desagradável, mocinha. – Jin se sentiu ofendido com aquilo.

— Encontrar-me-ia eu com o Ronan? – Elesis parecia lembrar o momento que viu Ronan passar por ela, enquanto estava escondida atrás da árvore junto de Alado e nem se ligou nas palavras ditas pelo ruivo.

— Está tudo bem, Elesis? – Perguntou Jin, estranhando a ruiva.

***

Elesis começou a voltar ao normal, a dor passara e ela resolveu descer para tomar algo.

— Não ficarei presa aqui, se é o que meu pai está pensando, mas não vou mesmo! – Disse a ruiva determinada.

Nisso, Sieghart estava acabando sua conversa com a Duquesa e, por mais que a mãe da ruiva insistisse, ele resolveu ver como Elesis estava. Arme e Lire estavam na cozinha, até que a baixinha saiu.

— Aonde você vai, Arme?

— Ér... Eu já volto, não se preocupe.

— Está bem... Eu vou lá fora pegar algumas verduras, tudo bem? Caso não me encontrareis aqui, vós já sabereis onde estou. – Avisou Lire, saindo também, a loira estranhou o fato de Arme estar escondendo algo, mas preferiu não perguntar.

Jin estava cavalgando pelo imenso jardim da mansão, o dia estava muito agradável, o ruivo resolveu dar uma pausa para comer algo e entrou na casa. Elscud e o Marquês estavam tratando de negócios na sala de estar, até que o Duque foi pedir para Bernard algo para beber, mas não o encontrou.

No escritório, Elscud e o Marquês Kaien, pai de Jin, conversavam.

— O rei está sendo sondado pela família Erudon... Precisamos agir rápido da união de nossas famílias. Falei com alguns nobres e eles também estão preocupados, Elscud.

O ruivo suspirou pesado, não gostara do que ouvira. Olhou para a taça vazia.

— Eu irei ver onde Bernard está, assim peço algo para bebermos e degustarmos, pois parece que temos muito o que falar... Com a vossa licença. – Elscud saiu da sala e foi procurar por Bernard.

— Tudo bem. – O Marquês voltou a ler alguns papéis que estavam em cima da mesa.

Elesis, por sua vez, saiu do quarto sem fazer muito alarde e desceu as escadas vendo se tinha alguém por perto que pudesse dedurá-la. Para seu azar, alguém estava passando por ali e a viu.

— O que pensais que estar fazendo? – Indagou a pessoa.

— Droga...


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