Esperança escrita por Valquiria


Capítulo 4
Capítulo 4 - Saudades


Notas iniciais do capítulo

Minnaaaa
Despulpem a demoraaa
Quería agradecer as minhas leitoras Klytha e Kurosaki Karin pelos reviews! Muito obrigada, continuem comentando xD
Bom esse cap vai ser mais um Flashback de como a Violet conheceu Toushirou e no final, é o encontro deles
Bem-vindos novos leitores
Curtam o cap! :D
Dicionario:
Oishi: Delicioso/gostoso se referindo a comida
Nii-san: Irmao mais velho
Bakayarou: Seu/sua idiota
Kurakunaru: Escureça



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Toushiro’s POV

Flashback ON

Há 15 anos, eu vivia com minha avó no distrito nº1 no Oeste de Rukongai, Jiyunrinan, em Rukongai, minha velha amiga, Hinamori Momo, quase nunca vinha pra casa por causa da Academia, então eu passava a maioria do tempo sozinho. Todos tinham medo de mim, não entendia bem o porquê, mas, ninguém queria ficar perto de mim, a vovó e a Momo eram as únicas. Toda a noite sonhava com campos de gelo e ouvia uma voz que ecoava no lugar,como se estivesse me engolindo,me envolvendo, era como um relâmpago que retumbava na distância, como uma flor tocando minha palma.

Um dia, eu estava voltando pra casa após ter comprado melancias no mercado e ouvi uma voz, uma voz fraca que parecia sair de um poço que estava ao lado de uma casa abandonada, pensei que era ilusão e continuei meu caminho,porém, senti um impulso e uma curiosidade enorme e tive que checar, cheguei mais perto do poço e olhei no fundo, havia uma menina que aparentava ter uns 3 anos de idade deitada

– Ei! Você esta bem? – perguntei

– Não... – respondeu com voz fraca olhando pra cima

– Já vou te tirar daí! Espera um pouco – disse

Depois de um par de minutos, consegui salvar a garota e pude ver como era, ela tinha um cabelo ondulado bem escuro, olhos pretos e uma pele clara, estava quente, parecia ter febre, seu corpo estava bem magro e não tinha energia, tinha machucados e sujeira no corpo e usava roupas rasgadas e velhas. Deitei-a no chão e tentei conversar, mas ela tinha desmaiado, seria por fome? Quanto tempo ficara ali naquele buraco?

– Ei, aguente firme! Coma um pouco – disse colocando um pedaço de melancia na boca minúscula dela, sem resposta. Depois de um tempo ela respondeu sem abrir os olhos opacos

– O... oishi... – escutei - M-ma... Mais...

– Aqui toma – disse colocando outro pedaço na boca dela – Pode comer o quanto quiser

Obigada– agradeceu com um sorriso pequeno e frágil no rosto, desmaiando de novo. Dava pra perceber que ela fez um grande esforço pra mostra-lo, mas ao mesmo tempo, esse sorriso foi lindo

– Eu vou te levar pra minha casa e te ajudar – disse segurando ela no colo e continuando em direção a casa da avó

Eu queria ajudar ela, não sabia o porquê ou como, mas sentia que deveria fazer isso, que era o certo a fazer, não podia deixa-la na rua abandonada.

– Toushiro,quem é essa menina? – perguntou minha avó após eu chegar em casa

– Eu tirei ela de um poço, ela esta doente e precisa de ajuda – respondi com um tom preocupado

– Certo, deite-a na sua cama que eu vou dar uma olhada – mandou à senhora – Bom ela esta com febre alta mas nada grave, e também desidratada; leve-a para a banheira e dê um banho nela que eu vou preparar alguma coisa pra comer e procurar o kimono que você usava quando pequeno, vamos ter que jogar essas roupas velhas fora

– EU? MAS VOVÓ ELA É UMA MENINA! – disse ficando vermelho e constrangido – Como vou dar banho nela?

– Você vai encher a banheira com água morna, colocar ela dentro, deixa-la descansar um pouco, certo? Depois, você lava o cabelinho dela e o corpinho, entendeu? – perguntou

– Tá bom vovó – respondi mal humorado pegando ela no colo de novo e levando-a ao banheiro

Ela acordou sem dizer nada, enquanto eu esperava a banheira encher, fui ajudando ela a tirar os trapos sujos de roupa que vestia, a cada peça que eu tirava; mais vermelho meu rosto ficava.Seus olhos estavam sem brilho,opacos;eu a coloquei na banheira e deixei ela descansando,ela olhou pra mim e abriu um sorriso pequeno e aconchegante

Cal é o seu nome? – perguntou com a voz leve e baixa

– É H-Hitsugaya Toushiro – gaguejei

Hitugada Touniro? – perguntou fazendo cara de confusa

– Não, é Hit-su-ga-ya Tou-shi-ro – disse lentamente fechando os olhos e tomando postura

Melor... Nii-san – disse ela com cara de boneca mostrando aquele sorriso

Quando ela me chamou de “nii-san” e sorriu pra mim fiquei sem ação, aquele sorriso foi se abrindo mais, fazendo a carinha triste se transformar em um rostinho de princesa, fiquei encarando aquela pequena por um tempo, por mais que seus olhos vazios, sua pele pálida e seu corpo sujo e desnutrido mostrasse que estava doente, sem energia e abandonada, o sorriso doce e gentil que estampara em seu rosto naquele momento, mostrava que ainda tinha forças, que queria melhorar, que estava feliz. Era algo encantador; sem perceber, minha boca se abriu em um sorriso também, era como se estivesse enfeitiçado por aquela beleza, mas não percebi que a encarava demais e fazia cara de bobo.

– Nii-san, você esta bem? – perguntou agitando sua mãozinha na minha frente em tom de preocupação – Nii-san!

– Ah... E-Eu – gaguejei começando a corar – Sim, ”nii-san” esta bom pra mim, depois eu te ensino como falar meu nome

Ela riu de novo e me encarou, aqueles olhos pretos começaram a ganhar brilho e suas bochechas um corar leve, eu a fitei de novo com cara de bobo, ela jogou água na minha cara me encharcando todo e começou a rir de mim, eu devolvi jogando água nela também,ficamos brincando e rindo um do outro,não me divertia assim fazia um bom tempo.

– Ta bom agora chega, vamos terminar esse banho e secar toda essa molhadeira aqui no chão antes que a vovó chegue – disse molhando os cabelos ondulados dela,ela já estava bem mais animada e ativa

Quando terminei de dar banho, ela se vestiu com um kimono velho que eu usava quando menor, ficou uma gracinha, depois eu fiz um penteado maria chiquinha em seu cabelo e penteei sua franginha para o lado esquerdo

– Nii-san, estou com fumi... – disse ela

– Calma, que tal a gente ir lá fora ver o pôr do Sol? – respondi – A vovó já vai trazer a janta

Ela aceitou e fomos direto para a varanda, nos sentamos e conversamos. Notei que por todo esse tempo nunca tinha perguntado o nome da garota

– Sabe, eu não perguntei o seu nome, como se chama? – perguntei

– Hmm... É que eu não tenho um nome, pero menus não me lembo – respondeu em tom triste

– Você não tem uma família? Como você caiu naquele poço? – perguntei serio

– Eu semple vivi sozinha nas ruas, todos tem medo de mim, ninguém flica perto de mim; chamam-me de “filha do demônio” semple, acho que é por causa dos meus olhos e cabelos pletos. Um senhor me reconheceu e disse que meus pais eram Shinigamis, e que minha mãe morreu em uma missão, já meu pai, dizem que desapaleceu depois da morte dela. Esse senhor foi assassinado no dia seguinte de ter me contado. – explicou – Sobre o poço, ele estava trampado e eu me sentei encima da tampa dele,a tampa quebrou e eu caí sem ninguém ver; até que você me salvou nii-san.Obrigada

– Entendo... Que estranho isso – disse refletindo

– Aqui crianças, trouxe o jantar pra vocês! – disse a vovó entregando um prato de arroz pra cada um

– Vovó! Já te disse que não sou criança! – disse emburrado

– Muito obrigada vovó – Agradeceu a baixinha com um sorriso no rosto

– De nada minha linda, já preparei uma caminha pra você – disse a senhora – Quando quiser dormir é só entrar. Boa noite

– Boa noite vovó! – respondemos em uníssono

Depois da janta, conversamos até tarde. A garota já bocejava de sono

– Vem, vamos entrar e dormir um pouco – chamei, mas ela não fez caso – O que você tá olhando?

Sem caso, ela levantou e foi em direção ao pé de uma árvore onde nasciam flores brancas que brilhavam toda vez que anoitecia, principalmente em primavera.

– É bonito não? Todas as flores brilhando juntas de uma só vez – disse ficando do lado dela

– Nem todas são blancas nii-san. Olha – disse ela apontando para uma flor pequena que era diferente das outras que estavam no conjunto

De fato, nem todas eram brancas, havia uma que se destacava mais das outras por sua cor violeta e pelo seu brilho radiante e forte. Eu peguei a pequena flor e coloquei no cabelo da menina, ela sorriu pra mim. Era uma combinação perfeita, podia refletir em seu rosto que estava bem, feliz, viva; uma coisa maravilhosa essa combinação da garotinha com sorriso meigo e a flor violeta em sua cabeça.

– Violet... – disse bem baixinho pensando alto e olhando pra menina

– Ah? O que foi nii-san? Aconteceu alguma coisa? – perguntou preocupada

– Violet. Você gosta desse nome? – perguntei

– Sim, é bem bonito – respondeu animada

– É... P-Posso te chamar assim? – gaguejei nervoso – Esse pode ser seu... Nome?

– Claro! Gostei desse nome – respondeu mais alegre que nunca, por ter um nome por primeira vez

– Esta decidido então, seu nome agora é Violet Hitsugaya – disse feliz

– Mas... Se você colocar o sobrenome “Hitugada” no meu nome, quer dizer que sou da sua família e... – parou de falar quando percebeu – Eu sou da sua famiglia agora nii-san? Vocês vão-me “adotar”?

– Bakayarou! – disse brincando deixando ela um pouco assustada – Por que não? Afinal, você não pensou que íamos cuidar de você e depois te largar na rua, pensou?

Agora eu estava agachado com minhas mãos segurando as suas e olhava nos olhos escuros dela

– Eu não vou te deixar Violet – disse enfim vendo os olhos dela brilhando cada vez mais

Ela começou a chorar e me abraçou com força

– Obrigada, obrigada nii-san! – dizia aos soluços – Por primeira vez, não me sinto só

– Bem vinda à família querida – disse a senhora aparecendo do nada

– Obrigada vovó – agradecia enquanto abraçava a idosa

– Pronto, pronto – disse a velha – Agora, vamos dormir

Já estava dormindo até que alguém me acordou

– Nii-san... – chamava – Nii-san

– O que foi Violet? – disse acordando com mal humor

– Eu não consigo dormir na minha cama, posso dormir com você? – perguntou com uma carinha fofa e encantadora

– Pode – respondi – Deita aqui do meu lado

Ela deitou e adormeceu rapidamente, agora quem não conseguia dormir era eu por ficar sorrindo e olhando a carinha adormecida da pequena princesa. O que estava acontecendo comigo afinal? Por que estava tão encantado com uma garotinha que encontrara na rua? Era seu olhar? Seu sorriso perfeito? Não sabia, na verdade; não sabia de mais nada e não me importava; mas tinha certeza de uma coisa, aquela menina era especial pra mim, queria protegê-la a qualquer custo, nem que me custasse à vida por isso, queria estar sempre ao seu lado fazendo-a sorrir daquela maneira que encantava a qualquer um, queria ajuda-la a se levantar a qualquer momento que caísse. Tinha a sensação, que nunca me sentiria sozinho novamente.

Cinco anos se passaram. Momo veio nos visitar um dia e conheceu Violet. As duas viraram grandes amigas; estava correndo tudo bem, só que... Meus sonhos tinham voltado a me atormentar, mas eles duravam cada vez mais e a voz que ecoava ficava cada vez mais forte. A vovó estava ficando cada vez mais magra e Violet às vezes pegava um resfriado, não conseguia entender nada do que estava acontecendo. Uma mulher que conheci em uma loja apareceu na minha casa de noite e disse que eu deveria controlar minha reiatsu porque minha avó e irmã estavam “morrendo de frio”. Só aí percebi que tanto a vovó quanto a Violet estavam quase congeladas. ”Era por minha causa que as duas estavam doentes!”.

– Você precisa virar Shinigami garoto – disse ela – Uma criança forte como você precisa aprender a controlar seus poderes, senão, do jeito que seu poder esta descontrolado, você vai acabar matando sua avó e a garotinha ali.

– O que você... – exclamei, mas fui interrompido

– Você consegue ouvir uma voz, certo? – disse ela tocando meu peito - Encontrar de onde vem essa voz vai fazer você ser capaz de controlar seu poder. Isso significa ser um Shinigami

Não tinha escolha, tinha que buscar as respostas, eu precisava me afastar delas, afinal, era pra protegê-las, porque eu era o perigo. Mas... Era certo? Era certo abandona-las assim? E se havia outro jeito? Aguentaria ficar longe?

No dia seguinte, estava muito mal, estava sem coragem de contar pras duas, mas era o certo, tinha que dizer cedo ou tarde.

– Nii-san, o que foi? Você esta bem? Teve mais daqueles pesadelos? – perguntou Violet preocupada. Ela tinha crescido um pouco e aprendeu a falar perfeitamente

– E-Eu... Preciso falar com vocês duas... – gaguejei nervoso

– O que você tem Toushirou? – perguntou à senhora

Eu consegui explicar tudo que estava acontecendo, dos sonhos, da voz, da visita estranha, de ter que me tornar um shinigami e ir embora... Mas não conseguia olhar nos olhos de nenhuma das duas.

– Mas eu fico muito preocupado com vocês, não é certo eu ir embora desse jeito, deixando vocês pra trás sozinhas – disse desesperado

– Entendo... Me sinto feliz – disse a vovó me fazendo olhar pra ela surpreendido – Você estava carregando esse fardo sozinho todo esse tempo,com medo de que nós duas nos sentíssemos abandonadas ou tristes se você fosse embora. Mas o fato de que você se negou a si mesmo por nossa causa, tanto pra mim quanto pra Violet, é a coisa mais dolorosa.

Aquilo me acertou em cheio

Shiro-niisan... Você não devia ter se preocupado por nós, eu posso tomar conta da vovó e de mim mesma – disse a menina em um tom que nunca tinha ouvido,era um tom maduro – Você me deu uma casa, uma família. Você foi minha luz no fim do túnel, você me apoiou e sempre esteve ao meu lado quando mais precisava. Agora é minha vez de te ajudar no momento em que você precisa,por isso eu te digo,vá. Encontre suas respostas, controle seu poder, siga seus objetivos. Nós sempre confiaremos em você e te ajudaremos no que for preciso por que... Nós te amamos Shiro-niisan.

Foi aí que eu desabei, comecei a chorar, não aguentei. As duas mulheres vieram e me abraçaram com força

–Eu vou voltar– disse com força – Eu prometo

Estava pronto pra partir, dei um último abraço na vovó, e olhei pra pequena Violet, ela sorriu do jeito que eu mais gosto como resposta mais, eu sabia que no fundo, ela estava triste. Dei um último abraço na minha pequena irmã; algumas lágrimas desceram dos meus olhos, mas consegui tira-las a tempo antes que a pequena as visse, me separei dela; tomei postura e sai pela porta de casa sem olhar pra trás e fui em direção as minhas respostas; a Academia de Shinigami.

Podia escutar uma voz, perto, longe, ela ecoava; buscando ela, decidi continuar. Mesmo se tivesse que morrer nesse campo de gelo

Violet’s POV

Ele se foi sem olhar pra trás, sorri pra ele, mas no fundo ele sabia que eu não estava feliz. A partir desse dia, Hitsumaru voltou a brincar comigo e me fazer companhia, mas eram poucas vezes que ele aparecia, então, eram poucos os dias em que eu estava acompanhada. Um dia, Hitsumaru saiu correndo enquanto brincávamos, não tinha outra escolha senão segui-lo; ele foi correndo pelas ruas, não percebera o menino que cruzava seu caminho

– Aí, que dor! – exclamou o menino – Droga, meus doces estão espalhados no chão agora. Você esta bem?

– Sim, me desculpa! Eu te ajudo a recolher – disse

O menino era loiro com olhos azuis e parecia ter a mesma altura e idade que eu. Eu abaixei pra ajuda-lo e colocamos os doces na sacola, mas outros pares de mãos apareceram e pegaram a sacola. Vimos que eram dois meninos, eles pegaram os doces e saíram correndo

– Droga, roubaram meus doces – disse o loiro – Vou atrás deles!

– Vou com você – disse correndo atrás dele, percebi que Hitsumaru tinha desaparecido

– Ei vocês! Devolvam os meus doces! – gritou o loiro

– Há, tenta pegar da gente então, se puder! – respondeu um de cabelo azul – Vem Zack, por aqui!

– Klaus, eles estão chegando perto – disse o outro que tinha cabelo preto, que se chamava Zack – Você sabe mesmo onde estamos indo?

– Sim, vem logo! – respondeu o tal Klaus virando em uma rua que terminou sendo um beco sem saída – Merda!

Conseguimos alcançar os ladrõezinhos deixando eles sem ter para onde fugir.

– Vamos, devolvam meus doces! Vocês não têm mais pra onde correr – gritou o loiro

– É claro que não loirinho! Você vai ter que tirar a força – desafiou Klaus

– Esquece Klaus! Vamos devolver esses doces – disse Zack tentando convencer o amigo que estava com a sacola na mão

– Tá bom, toma! Eu nem queria mesmo! – mentiu o garoto entregando a sacola pra mim

– Desculpem-nos, não somos ladrões, essa foi a primeira vez que furtamos alguém – se desculpou Zack – Estamos com muita fome, então viemos pra cá, o distrito 1 do Oeste, pra conseguir comida de “qualidade”

– Bom, se só queriam comer, era só pedir que eu podia compartir meus doces com vocês – disse o loiro pegando a sacola da minha mão

– Serio?! Então... Você pode dar um pouquinho pra gente? – perguntou Klaus na maior cara de pau

– Sim claro! Toma – respondeu o loiro repartindo os doces e sentando no chão – Vamos comer todos juntos, os quatro

– Obrigado, afinal, meu nome é Zack Strife e esse é meu amigo Klaus Ryuuzaki, muito prazer em conhecê-los – se apresentou o moreno

– Meu nome é Lief Lawliet, prazer em conhecê-los também – se apresentou o loiro

– Yoo, eu sou Klaus, prazer – disse ele cheio de doce na boca – Ei loirinho, não vai apresentar a menina não? Ela é sua namorada?

– Na-na-namorada? Não! Nós... Eu... – gaguejou nervoso

– Sou Violet Hitsugaya, e não, não somos namorados, acabamos de nos conhecer – disse cortando o nervosismo do loiro – Prazer

Passamos à tarde comendo e conversando, nos conhecemos mais, soube que Zack e Klaus eram do distrito nº54, Oeste de Rukongai, Kimura, e Lief era de Jiyunrinan como eu. Encontrávamos-nos todos os dias e no fim das contas, nos tornamos melhores amigos.

Depois de alguns anos, começamos a sentir uma maior manifestação de nossas reiatsus e a ter sonhos estranhos, daí, sabíamos que poderíamos entrar na Academia de Shinigamis. Isso me deu esperança, afinal, meu irmão não voltara a casa nem uma vez desde que se foi, confiava nele, mas mesmo assim, me preocupava. Da mesma forma que ele seguiu seu caminho, eu seguiria o meu também, me tornaria Shinigami, ficaria cada dia mais forte, iria encontra-lo , iria revê-lo de novo

Flashback OFF

Toushirou’s POV

– Violet... É você? – Perguntei sentindo as lágrimas cair no meu rosto

– Sim... Shiro-niisan – ela respondeu, começando a chorar também

Não conseguia me mover, ela veio até mim e me abraçou com tudo, eu respondi ao abraço abraçando-a mais forte. Estávamos juntos de novo e não queria que esse momento acabasse.

Todos da sala nos fitavam, uns, não sabiam o porquê desse “drama”, outros, sabiam perfeitamente o que era, saudade.

– Senti a sua falta nii-san – disse ela cortando o abraço e secando os olhos – Por fim nos encontramos de novo

– Sim, nos encontramos de novo – disse – Como você esta? E a vovó?

– Estamos bem, sentimos sua falta – respondeu – Sabe, eu tenho muita coisa pra te contar

– Certo, e eu tenho muita coisa pra explicar – respondi recuperando a voz – Vem, vamos para o meu esquadrão, lá estaremos mais a vontade pra conversar

– Ta, mais primeiro eu preciso ver esse ferimento no meu braço – disse ela sorrindo torto

Enquanto ela recebia atenção médica, eu saí pra buscar chá e uma cesta com melancias. Depois que saímos do 4º esquadrão nos dirigimos para o meu esquadrão, o 10º.

Violet’s POV

– Aqui, chegamos – disse ele chegando à varanda do prédio principal da 10ª divisão

– O que você tem nessa cesta? - perguntei

– Melancias e um pouco de chá – disse ele sentando no chão e olhando o céu estrelado – Toma

– Obrigada – agradeci sorrindo – Chazinho e céu estrelado, combinação perfeita

– É... – respondeu tomando um gole da bebida – Violet... Eu queria me desculpar, me desculpar por não ter voltado a vê-las desde que fui embora

– Bakayarou – disse tomando um gole e fechando os olhos – Você não tem nada com que se desculpar, você tinha muito estudo, trabalho e pouco tempo, nós entendemos isso.

– É, na verdade... – começou – Não foi só por causa dos estudos, tem um motivo pelo qual não me deixavam fazer visitas, mas mesmo assim, eu ia pra casa e te via desde a janela, tinha que saber se voce estava bem

– E qual seria esse motivo? – perguntei séria

– Eu não posso dizer agora... Quando você estiver pronta, eu te digo – respondeu no mesmo tom

Aquilo me intrigou muito, afinal, o que queria dizer com aquilo? O que estava escondendo de mim? Bom, algum dia iria descobrir, então, deixou essa passar por enquanto

– Bom, é melhor mudar de assunto – disse enfim – Como está a Momo?

– Esta se recuperando perfeitamente, depois de amanha ela recebe alta e volta ao trabalho – respondeu em tom satisfeito

– Que bom – disse – Sabe nii-san, vejo que você não cresceu nada desde a ultima vez que te vi,você continua baixinho, por acaso deixou de tomar leite?

– QUEM É O BAIXINHO AQUI! – exclamou ele com uma veia saltando – Mesmo tendo esse tamanho, eu continuo sendo seu irmão mais velho e um capitão! Então, me trate com respeito

– Hahahahaha! – gargalhei – Você é esquentadinho mesmo! Nunca muda

Ele suspirou

– Por que exatamente você se tornou Shinigami Violet? – perguntou comendo um pedaço de melancia

– Simples, tinha que seguir meu caminho como você fez, arrumei amigos e descobri que tinha um grande poder igual ao seu, então, soube que podia seguir seus passos e te encontrar – respondi com meu melhor sorriso – Por isso cheguei até aqui

– Deveria saber – respondeu satisfeito encarando meu sorriso

– Ei nii-san, quero treinar com você agora, para testar minhas habilidades, vamos? – perguntei intrigada terminando de comer minha melancia

– Claro, vamos para a floresta, tem mais espaço e fica longe de qualquer divisão – disse ele ansioso – Também quero ver quanto meu poder cresceu

Chegamos lá e nos preparamos

– Eu começo! Kurakunaru, Hitsumaru! – chamei liberando minha reiatsu preta e minhas duas katanas

– Souten ni saze, Hyourinmaru! – chamou ele liberando seu dragão de gelo

Assim começamos a lutar, ambos éramos rápidos, mas ele me superava na força. Começamos a divertir-nos bastante, até que, cheguei a me sentir mal, um enjoo profundo tomava conta de mim, de repente, me via em meu mundo interior onde ecoava uma voz

– “Eu vou te dominar”, “Vou dominar seu corpo e alma e você vai ser minha, pra sempre” – dizia a voz

– Violet! Violet, você esta bem? – chamava Toushirou preocupado me fazendo voltar ao normal

– Sim, eu... Foi só uma tontura – respondi percebendo que minhas mãos tremiam – Eu estou bem, mas é melhor a gente parar por hoje

– Claro, aqui, toma um pouco de chá – disse ele colocando o liquido no copo e esticando-o pra mim

– Obrigada – respondi bebendo um gole – Tenho quase certeza que foi pela quantidade de reiatsu que usei, que senti essa tontura – menti

– É... Também acho – respondeu desconfiado, afinal, a quem queria enganar, ele era um Capitão e por cima, meu irmão

– Bom, é melhor eu ir andando pra casa e descansar – disse me levantando – Não se preocupe, a gente se vê amanha depois da graduação

– É mal posso esperar, você vai entrar na minha divisão? – perguntou um tanto nervoso pela resposta

– Claro que sim seu bobo! – respondi sorrindo – Bom, agora eu tenho que ir. Tchau Capitão Tampinha!

– O QUÊ? CAPITAO TAMPINHA?! – gritou – QUEM É O TAMPINHA AQUI?

– Hahahaha é realmente fácil irritar você, né nii-san! – disse na gargalhada – Era brincadeira rsrsrs

Ele bufou, sorriu e foi caminhando para seu esquadrão

– Então tá, a gente se vê amanha – se despediu – Boa noite

– Boa noite – disse e fui em direçao ao meu dormitorio

Cheguei no dormitório cansada e esgotada, os meninos já tinham ido pra suas camas no outro quarto. Enquanto estava deitada, comecei a refletir sobre aquela voz, senti um pouco de dor de cabeça só de lembrar, então me tranquilizei um pouco e consegui dormir.



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Notas finais do capítulo

É impressão minha ou o Toshirou ficou GAMADO na pequena Violet? :D
( Sem pensamentos maldosos pessoal -.-)
Vou postar o cap 5 o mais rápido possível porque tem muitas surpresas vindo por aí
Comentem onegai! ^^
Jaa nee



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