Cap. 6 – Relembrando.

– e então, como foi? – mamãe perguntou assim que eu me sentei no sofá, exausta. Maria foi para a cozinha e voltou com um copo de água. Agradeci e ela subiu para meu quarto, a fim de preparar meu banho.

– agradável. – disse simplesmente e tomei um gole refrescante.

– agradável? É só isso que tens a me dizer? – mamãe perguntou incrédula e eu dei de ombros.

– o que queria que eu dissesse? Que ele pareceu ser um ótimo homem, que o encontro foi simplesmente adorável, e que o repetiremos qualquer outro dia com todo o prazer? – pisquei para ela e mamãe se levantou, me abraçou com ímpeto, fazendo com que caíssemos no sofá e nós rimos a beça.

– estou tão feliz por você, minha princesa! – ela me encheu de beijos e nós gargalhávamos lindamente. Meu pai chegou no mesmo instante e sorriu bobo ao ver a cena.

– posso me juntar a vocês? – ele perguntou e nós o jogamos no sofá, enchendo-o de beijos e cócegas. E terminamos à tarde assim. Brincando e rindo, como a família feliz que éramos.

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Mais tarde naquela noite, após o jantar, desejei boa noite aos meus bons e amados pais e me retirei. Tomei um belo banho preparado por minha ama, pus minha roupa para dormir e deitei em minha cama, relembrando o dia de hoje. Eu queria absurdamente pensar em Marcus, mas eu só conseguia visualizar Edward. Em como suas lindas orbes verdes focalizaram as minhas, me deixando extasiada, até fazendo-me esquecer de que estava acompanhada.

Detalhes que eu não havia percebido na hora me voltaram com força total. Suas mãos fechadas em punho, os tendões à mostra. O vinco entre seus olhos que me faziam querer desfazê-los com as pontas dos dedos. Os lábios, semicerrados em uma linha tênue. O corpo paralisado de uma forma tão... Impotente. Dava vontade de correr para abraçá-lo e protegê-lo.

Mas o pior de tudo era. Agora eu estava comprometida. Mas não conseguia parar de pensar nele. Meu melhor amigo. Seus cabelos, seus lábios, seus olhos, seu queixo, seu corpo... Tudo nele me fazia querê-lo como homem. Não como o irmão que eu sempre desejei que ele fosse.

Naquele momento eu não sabia o que seria melhor. Recusava-me a querê-lo como irmão. Mas se o fosse, eu não estaria apaixonada por ele. E ao tudo seria mais fácil.