Complicated escrita por Cathy


Capítulo 2
Capítulo I


Notas iniciais do capítulo

esepro que gostem
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CAPÍTULO BETATADO POR: Jéssica (Perfect Design)



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Eu definitivamente não queria vir a essa festa, mas depois de tanta insistência do Sam, percebi que não tinha escolha.


Haley Marchello, simplesmente a garota mais popular que eu conheci em toda minha vida, nunca me convidaria para uma festa em sua casa, aliás, sendo mais realista, eu nunca seria convidada para festa nenhum e ponto final. Porém Sam era o que as pessoas chamavam de popular e isso durou até mesmo depois de terminarmos o colégio, então ele adorava me carregar com ele sempre que esses lances aconteciam. Claro que eu ficava completamente deslocada, agarrada à mão de Sam como se minha vida dependesse disso (e dependia de certa forma; não conhecia ninguém ali e ainda corria o risco de me perder naquela multidão de gente dançando como se não houvesse amanhã) enquanto ele conversava animadamente com seus amigos, mas mesmo assim, eu ficava feliz ao constatar que ele ainda era o mesmo garoto por quem me apaixonei quando entrei naquela escola, e não havia deixado a popularidade repentina do Ensino Médio lhe subir à cabeça.




Mas voltando ao presente, estou na festa de Haley com Sam, quando a anfitriã resolve dar as boas-vindas que, da minha perspectiva, fora um tanto calorosa demais.




– SAM! Você veio! – Ela disse dando dois beijos estalados em sua bochecha, e um de canto de boca. Minha vontade era de tascar minha mão na cara dela, isso sim.



O que eu achei mais estranho foi ela ter me ignorado, não que ela já não faça isso normalmente, mas dessa vez, em vez do costumeiro olhar de nojo e desprezo, pelo modo como conversava com meu namorado, era como se eu nem estivesse ali.


De repente a vontade de bater nela aumentou. Segurei a mão de Sam com mais força do que a realmente necessária e me pronunciei.


– Ahn, com licença, mas é uma festa muito grande, acho que você ainda tem muita gente que cumprimentar, não queremos tomar seu tempo. – Disse a encarando com meu melhor olhar se-manca-vadia e com minha melhor voz sarcástica. – Vamos Sammy? – Dei um sorriso mais falso ainda e não esperei por sua resposta, arrastando Sam para longe, deixando uma Haley com cara de tacho para trás.


– Sabe que isso não era necessário, né? – Sam perguntou assim que parei de andar ao perceber que estava em uma área segura.

– Aham... Você fala isso agora, mas quando Haley estava se jogando para cima de você, minha presença era completamente ignorada. – Disse consciente que estava dando um pequeno ataque de ciúmes, mas aquele beijo de canto de boca realmente havia me tirado do sério.

– Hey, Lucy. – Ele tentou chamar minha atenção enquanto eu pegava um drinque vermelho com um guarda-chuvinha em cima. – Olha para mim, você sabe que eu te amo né? – Apenas assenti, temendo a resposta malcriada que eu queria dar.

Tomei meu drinque e em seguida acho que tomei mais uns dois, sinceramente eu não parei para contar.



***




Foi só um pouco depois, numa outra festa, que me arrependi profundamente de ter acreditado no "eu te amo" do Sam. Afinal ele parecia nem se lembrar do meu nome enquanto engolia uma garota, esta que estava com as pernas em volta de sua cintura e seu vestido levantado até os peitos. Uma verdadeira vadia no cio.



Engolindo todos os palavrões que queria falar para aquele traste, taquei minha bebida na parede a fim de fazê-los notarem minha presença e sai pisando duro.


Quando estou quase na porta da festa, escuto alguém me chamar.


– Lucy! Espera! – O traste em questão teve a coragem de vir atrás de mim, com a blusa desabotoada e segurando as calças.



E foi só nesse momento em que nossos rostos ficaram mais próximos que senti em seu hálito o cheiro do álcool, MUITO álcool.


Gelei na hora, Sam não extrapolava na bebida, porque ele perdia totalmente a razão quando exagerava na dose.

E ele havia exagerado.

– SAM! Você bebeu?! – Falei mais no choque do momento, pois eu sabia que ele tinha bebido.


Eu estava aterrorizada, já estávamos fora da festa, e eu tinha que sair dali logo, mas não conseguia. Sam não bebia desde aquela última vez... E bem, todos se lembravam da última vez.



– Claro que sim Lucy! Agora vamos voltar para a festa! – Ele me puxou pelo pulso com força.



– Sam... Sam... SAM ME SOLTA! – Puxei meu pulso do aberto de ferro dele rapidamente, fazendo-o parar e me olhar confuso.



Dei mais três passos para trás, aquele não era o Sam que eu conhecia. Não com aquele olhar vazio e sorriso cínico.



– Ora Lucy! Qual o seu problema afinal? Eu só quero me divertir! – Ele disse isso muito... Ameaçadoramente. – Agora VENHA! – Ele praticamente gritava, seu olhar duro me fuzilava e seu aperto de aço me machucava.



Ele não tentava mais me arrastar de volta à festa. Ele queria me levar até uma parte mais isolada da rua deserta: Um beco sem saída.


Tentei de todas as formas me livrar dele: chutei, me debati, gritei, mas mesmo bêbado, ele ainda era mais forte que eu, e não ajudava em nada o fato da rua estar completamente deserta àquela hora, e eu mesma ter dado alguns (vários) goles durante a festa.

Mesmo assim não desisti, comecei a gritar com toda a força que meus pulmões conseguiam e me debatia incessantemente, e Sam não parecia nem ao menos se abalar com meus esforços.

Já estava ficando exausta. Isso só estava cansado a mim.


– Isso Lucy, quietinha... Shiu... – Ele sussurrou em meu ouvido e senti um arrepio percorrer minha espinha... E não foi de prazer.


– SAM! SAM ME SOLTA! – Tentei meu último fôlego, mas este foi em vão, além do que, eu não aguentava mais lutar: meu corpo estava mole, eu era arrastada por ele.


Enquanto tudo isso acontecia, só conseguia pensar em como me sentia arrependida de ter vindo a essa festa, arrependida de ter acreditado nas promessas de Sam e mesmo estando aterrorizada meu mantra martelava em minha cabeça:


“Tudo acontece por um motivo.”

Faltava pouco para chegarmos onde Sam queria quando ouvi um estrondoso "Hey", vindo de algum ponto da rua escura que meus olhos, turvos e cansados por conta da mistura de bebida e luta, não conseguiram localizar. Logo depois, o dono da voz que não consegui localizar, se materializou em nosso encalço, o que fez com que Sam ficasse tenso e apertasse mais os braços a minha volta.


– Hey colega, não me ouviu chamar? – O dono da voz falou, e pelo seu tom animado, não notou a situação na qual me encontrava.


– Não, desculpe. – Ouvi Sam murmurar entredentes, enquanto eu tento emitir algum sinal que representasse socorro.


Como aquele cidadão não havia entendido o sinal em meu olhar e nem nos braços de Sam me restringindo enquanto o mesmo me arrastava para um beco, tirei três conclusões:


1) Isso deve acontecer com frequência nessa região;

2) O cara era muito burro;

3) Uma mistura das duas primeiras opções.


– Bem, estava indo pegar meu carro, quando vi esta carteira jogada no chão, e como só tem vocês na rua... – O cara continuou.



Entrei em desespero. Eu sou uma fraca para álcool (o que não me impede de beber) e estou completamente bêbada, logo estaria inconsciente. Já tinha entrado em coma alcoólico duas vezes, mas agora isso seria muito inconveniente.


Mesmo assim, puxei a maior quantidade de ar que meus pulmões podem suportar e só me restava conseguir articulá-lo em palavras. Segurando o ar, percebi que só tinha uma chance, afinal logo essa cara iria embora e eu estaria inconsciente e a mercê de Sam.


– É sim, obrigada companheiro. – Sam esticou uma das mãos, talvez para pegar a tal carteira, mas não me importava, com o motivo: Ali estava a chance de que precisava.



Sem uma das mãos de Sam comprimindo meu diafragma, soltei a lufada de ar que estava prendendo, e é deprimente constatar que essa é minha última esperança: um estranho.



– Ele... ME AJUDA! – Gritei com a voz falhando e então meu corpo cedeu.



A última coisa de que me lembro é de sentir Sam tapando minha boca com força (provavelmente ele achava que eu já tinha forças para ter alguma reação), e meus pés foram arrastados com mais força e velocidade pelo chão, até que de repente eles pararam e me vi caída no chão, nem senti a dor do impacto. Sem conseguir abrir meus olhos para ver o que estava acontecendo, só me restava tentar ouvir, porém minha audição já foi das melhores.


Quando só possuía um pequeno fio de consciência, senti braços me envolvendo novamente, dessa vez com mais delicadeza, e me suspendendo do chão. Então não havia mais espaço para pânico dentro de mim, mesmo desconhecendo o dono daqueles braços.


– Vai ficar tudo bem... – Alguém sussurrou em meu ouvido.



E então eu apaguei.



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Notas finais do capítulo

reviews????



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