Minha melhor amiga escrita por SraWeasleyPhelpsDiAngelo


Capítulo 24
XXIII


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitores fofos!
Primeiramente, agradeço a todos vocês que leem e opinam sobre a fic. Isso me ajuda demais :)
Também, gostaria de agradecer às duas leitoras que recomendaram a fic: Elizabeth Moraes e Miss Rocker Fall, muito obrigada pelos elogios à fic! Obrigada pelos elogios a mim :) Fico muito feliz que pensem dessa forma! Mais um capítulo, só que esse é dedicado a vocês duas.
Ótima leitura a todos! Vejo vocês nas notas finais >



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/301696/chapter/24

Pedale, pedale... Não pare!

        Sabe, eu já fui escoteiro, um dia. Há muito tempo, minha mãe me mandou a um acampamento de verão, onde uma das coisas que mais fazíamos era pedalar. Íamos ao meio da floresta de bicicleta para nossas missões noturnas. Mas o nosso instrutor, Sr. Cheese – como o chamávamos por causa de seu nome, Teezy – nunca deixava que nos desanimássemos, por mais cansativas que fossem as nossas tarefas – mas éramos criancinhas; as tarefas nunca eram tão pesadas. E o Sr. Cheese cantava essa velha cantiga para nós:

“Pedale, pedale. Não pare!

Vamos todos pedalar,

E nossa missão completar”

E tudo se repetia. É um versinho chato que cola na mente. Mas era o que me fazia continuar... Desde aquela época, até o momento em que me encontrava – além do meu desejo de trazê-la de volta. O vento açoitava todo o meu corpo. Estava esfriando, e eu usava apenas meus moletons grossos e meus três casacos. Rezava para que a encontrasse logo, para poder abraça-la e convencê-la de que o melhor era voltar para casa. Não achei seguro contatar os policiais porque eles não saberiam como lidar com ela muito melhor que eu. Então, fui só. O que poderia acontecer? Eu só ia acha-la e voltaríamos para casa.

Eu olhava para frente. Parecia que o sangue em meu rosto corria devagar... O frio fazia meus membros pararem por alguns momentos, minhas pernas queriam vacilar... Mas eu não podia permitir que isso acontecesse. Continuei a cantarolar a velha cantiga de meu professor de “queijo”. Às vezes, o ar quente que saía de minha boca me lembrava de que eu tinha um grande motivo para estar ali. E eu não parava de movimentar minhas pernas. Meu capuz fazia minhas orelhas doerem menos. Mas meus dedos pareciam pregados ao guidom, apesar das finas luvas. Aquela floresta tinha alguma coisa que a deixava mais fria que o normal... Provavelmente as grandes árvores, que liberavam um ar frio. Eu nunca consegui uma boa estimativa do tempo pelo qual pedalei, porém meus lábios sangravam, de tanto eu umedecê-los com saliva para o sangue não parar de circular. Funcionou. Meu nariz estava completamente entorpecido pelo frio, apesar do ar gelado ainda conseguir adentrar minhas narinas e esfriar meus pulmões.

A montanha da floresta estava logo à minha frente, e eu ainda não tivera nem sinal de vida humana naquele lugar. Parei um pouco, encostei minha bike atrás de uma árvore e fui dar uma olhada em volta.       Enfiei minhas mãos semicongeladas nos bolsos e dei uma volta por ali. Olhei toda a frente da montanha. Ela estava a cerca de dez metros de distância. Quem sabe Miss não estava lá atrás? Juntei minhas forças restantes e dei mais uma volta por ali, antes de seguir para a grande rocha. Não a encontrei nos arredores dali... Já não sabia mais o que pensar... Ela deveria estar ali. Ou o tempinho que eu passara com ela não adiantara de nada. Aquele papel, a última fuga dela... Tudo indicava que ela havia se dirigido pra lá!

Eu agachei, tentando quebrar o gelo das minhas pernas. Fiquei alguns segundos ali, a cabeça enterrada nos braços... O que eu estava fazendo? Quem eu achava que era? Como eu podia ter imaginado que era tão esperto a ponto de descobrir onde aquela garota se encontrava? Meus olhos já doíam, a sensação de derrota me consumia, minha garganta ficava seca, mas entalada com algo esquisito... Quando ouvi um barulho no silêncio depreciativo daquele lugar. Era nas árvores... Ou nos gravetos congelados ao chão. Prendi minha respiração, esperançoso. Todavia, não era Miss... Era um homem... Alto e magro. Ele não me viu. Saiu do meio das árvores. Usava apenas um fino casaquinho e calças jeans, mas não parecia tão incomodado com esse fato.

Sentindo uma estranha necessidade de proteção, corri para trás de uma árvore de caule proeminente. Observei o homem encostar sua pálida mão na rocha congelante. Senti um arrepio só de pensar em como a mão dele devia estar sem vida depois daquele toque. Porém eu parecia equivocado. Olhei-o encostar a outra mão na rocha. Então, ele encostou sua testa... Parecia estar procurando algo e sentindo, ao mesmo tempo... Era confuso e estranho.

Meu coração quase deu um salto, quando uma limitada parte da rocha começou a mover-se para o lado. O homem afastou-se e esperou uma fresta suficientemente grande para que ele passasse, e entrou. Eu estava boquiaberto. O que era aquilo? Um tipo de sala dentro da montanha? Quem era aquele homem? Onde estava a Miss?  Minha cabeça parecia a ponto de explodir, e eu não sabia o que fazer. Agi por puro impulso e pelo fato de não conseguir ficar parado, enquanto minha amiga estava por aí... E se ela estivesse lá dentro?

Fui espreitando-me, colado à montanha, escutando o barulho da rocha fechando sua única entrada. Dei uma olhada e vi o homem andando. Era escuro lá dentro... Mas dava a impressão de ser um lugar muito espaçoso. Quantos homens mais deviam ter ali? E se eu me enfiasse pela fresta? E se eu fosse pego? E se fosse minha única chance de salva-la? E se... Eram tantas coisas a se pensar ao mesmo tempo, e só consegui fazer uma delas: Joguei-me para dentro do lugar e fiquei abaixado, enquanto a rocha terminava de fechar-se e o breu me envolvia.

Todavia, quando tudo parecia estar infinitamente escuro, uma luz se acendeu, bem no meio do teto do grande salão. Eu estava num canto mal iluminado, entre um enorme baú e um armário. Não seria tão fácil me perceber ali. Eu prendia minha respiração, temeroso.

Outro homem, um pouco parecido com o primeiro, estava jogado ao chão. O primeiro abaixou-se e o examinou.

“Droga” sussurrou, muito enfurecido. Então, levantou-se e olhou em volta. “Quem está aí?” gritou.

E eu senti meu sangue correr mais rápido pelas veias, meu coração muito acelerado, mas eu ainda tentava prender minha respiração...

“Quem está aí?” berrou, ainda mais alto.

Eu estava completamente petrificado, sem saber o que fazer. Portanto, não fiz nada.

“Droga, droga, droga!” ele repetia, dominado pelo ódio. Olhou em volta, mais uma última vez, e saiu andando... Não pude ver por onde, do lugar em que eu estava.

Ouvi os passos distantes e, com muito terror, espreitei. Havia um grande corredor, medonho. O homem continuava jogado ao chão, pálido... Era de uma aparência horrenda; as veias proeminentes desde seu pescoço à sua testa, os lábios arroxeados; completamente esbranquiçado... Morto, só podia ser. Um calafrio me atravessou o corpo. Então, eu podia entender a reação do outro homem, só não sabia o porquê daquilo tudo.

Esperei mais alguns minutos antes de conseguir me mover. Então, engatinhei para fora de onde me encontrava, e fui até o homem morto. Coloquei dois dedos em seu pescoço, no ponto de pressão, relutantemente. Parado, nada que indicava vida naquele corpo inerte. Tirei meus dedos daquele cadáver e suspirei, mortificado. Que merda é essa?, pensei.

De repente, uma mão, impressionantemente rápida, agarrou meu pulso. Meu coração pulou. Aquilo não era, de forma alguma, um cadáver. Soltei um grunhido, horrorizado, pois a feição daquele cara era de arrasar qualquer um... Seus olhos brilhavam, as íris vermelhas... Deixando a impulsividade me tomar, dei um soco no rosto do homem, acertando seu olho em cheio. Ele não soltou meu pulso, mas gemeu incomodado. Apertou meu braço com força... Uma força enorme. Comecei a socar seu peito com a minha mão livre, enquanto ele aumentava o aperto. Vendo um dos meus últimos recursos, mordi a mão dele com a maior força que consegui juntar, ainda socando-o. Ele grunhiu, mostrando que sentira o golpe de verdade. Soltou meu pulso, finalmente, e eu corri para o outro canto do salão, horrorizado. Havia mais armários. O homem levantou-se e seguia em minha direção. Eu tremia, vendo meus poucos recursos.

“Você gosta de morder, é?” ele riu “Eu vou te mostrar o que é uma verdadeira mordida!”

Então, aquilo – que eu pensava que era um homem – abriu sua bocarra, com seus dois caninos gigantescos e afiadíssimos. Minha respiração fugia quando eu mais precisava. Eu, talvez, fosse desmaiar... Mas consegui correr para o outro lado, perto do corredor, e me enfiar num dos armários. Talvez não tenha sido a coisa mais inteligente a se fazer, porque ali, jogados de qualquer jeito, vários cadáveres destroçados descansavam... Algumas partes espetadas e penduradas em grandes ganchos. Era meu único jeito... Peguei um dos ganchos, tirei a carne, quase vomitando, já com os olhos cheios de lágrimas... Pronto, eu tinha uma arma. O objeto devia ter cerca de setenta centímetros de comprimento, mas era afiadíssimo.         Segurei com as duas mãos, pronto para usar a força. Então, algo me perturbou ainda mais: uma risada. Era demoníaca. Aquele ser estava rindo, enquanto eu chorava em meio às vítimas destroçadas no armário.

“Já está querendo se juntar aos outros?” ele disse “Não, querido, só os secos entram aí!”

Os barulhos do grunhido e das passadas dele me alertaram. Levantei o gancho e, quando ele abriu a porta do armário e mordeu minha perna, finquei-o na nuca dele, atravessando todo seu pescoço. O grito seco saiu de minha garganta e minhas lágrimas aumentaram. Aquilo caiu, sangrando, aos meus pés. Eu me joguei ao lado dele, segurando minha perna. Doía, como se um cachorro muito raivoso e com dentes inacreditavelmente afiados tivesse acabado de me morder. Dava para andar, até para correr com um grande esforço. Mas a dor era indescritível. Eu gemia, pela ardência no ferimento. Fiquei ali, sentado, por alguns instantes, até que algo me acordou...

Um grito. Mas não era um grito qualquer. Era o grito que eu procurava... Aliás, a garota. E Miss estava precisando de mim. E eu estava ali pra isso mesmo, não era?

Tentando ignorar a dor, fiquei de quatro e fui levantando-me, o mais rápido que consegui. E andei, também tentando ser rápido, mas não dava com aquela droga de mordida! Eu chorava muito, sem saber direito em que estava me metendo. Mas eu não podia negar ajuda à uma amiga. O corredor era ainda pior do que eu pensara. Um cheiro forte de sangue invadiu minhas narinas. Porém o segundo grito agudo me tirou dos devaneios. Fui em direção ao chamado... Mas é claro que apenas eu não seria o suficiente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não me matem por ter terminado dessa forma e por ter usado esse P.O.V.! Gostaram? Me digam o que acharam >< Agradeço a todos que têm a paciência de me esperar postar. Peço mil desculpas pela demora, pessoinhas. Eu sei que o último capítulo foi postado há mais de duas semanas, o problema é que eu estava cheia de provas e trabalhos na escola. Sim, sempre a escola, porque ela consome muito de minha pessoinha. Eu tento postar com mais frequência. Mas eu não tive tempo de escrever essa semana toda, e não podia postar qualquer coisa! Então, revisei bastante, reli e tentei deixar muito bom pra vocês >
Agradeço de verdade. Beijos.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Minha melhor amiga" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.