Forever. escrita por AnnyLee


Capítulo 1
A thousand years.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



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Em um dia comum, como qualquer outro, uma doce menina caminha ao quarto da mãe segurando um livro surrado, e com lágrimas em seus olhos. A mãe observa a filha, e com um sorriso leve, a chama para sentar-se com ela. Então seus olhos pairam no livro mantido com a garota, e o sentimento de nostalgia a invade com força total. Ela se lembra de ter a mesma reação da filha ao lê-lo.
- Você já acabou de ler? - a mãe pergunta.
- Não, mas ela está sofrendo. Mamãe, eu não consigo entender. - respondia a garota, deitando no colo de sua mãe, esta que afagava os cabelos da filha.
- O que você não entende? - perguntava a mãe.
- Ele ter ido embora. Por que, mamãe? Eles se amavam tanto! Por que ele teve que fazer isso com ela? Ele não entende que a fez sofrer?
A mulher fecha os olhos, relembrando de anos atrás, algumas décadas, talvez, quando se fizera a mesma pergunta, ao ler as mesmas páginas.
- Ele não imaginou o quanto a fez sofrer, meu amor. Você consegue perceber o medo que ele tinha de manter o relacionamento por mais que a amasse perdidamente? Ela é a vida dele, mas o que ele ansiava era a segurança dela, e como um tolo, imaginou que se manter longe seria melhor. - a mulher respondia a filha de forma calma, enquanto a menina iniciava um choro baixo.
- Mas ele faz ela sofrer estando longe, mamãe. Ele não vai voltar? - a filha perguntou baixinho, fazendo a mulher sorrir.
- Eu me fiz a mesma pergunta quando li. Mas isto você só irá descobrir se continuar a ler. E lembre-se: tudo tem um final feliz, mesmo não sendo o que você imaginava que teria.
Com as sábias palavras da mãe, a garotinha correu para seu quarto, ansiando pela volta da leitura.
Enquanto isto, a mulher caminhava até um espaço que há muito não visitava, retirando de lá uma caixa e a abrindo. Lágrimas enchiam seus olhos, enquanto a mesma relembrava de quando era da idade da filha, quando tudo começou. A melhor fase que tivera, os melhores cinco anos. Já se passara décadas desde que o ultimo filme fora lançado, o ultimo livro, o ultimo suspiro de que acabara. Deixando que as gotas escorressem de seus olhos, a mulher passava a mão nos livros antigos, já bem gastos por tantas vezes terem suas páginas folheadas por ela. E cada vez era uma emoção diferente. Teve os quatro livros em mãos, e pareciam que suas lagrimas aumentavam conforme as lembranças de décadas passadas invadiam sua mente. Os sorrisos, choros, angustias e desesperos, as risadas, os amigos. Tudo o que conseguira, partido de um simples sonho de uma dona de casa que não tinha esperanças da grandeza que suas palavras doces poderiam ter.
Nostalgia. Era o sentimento que sobrepunha todos os outros naquele momento para a mulher. Observava as capas dos livros, em especial do ultimo, que o nome em si já estava apagado. Mas ela se lembrava com exatidão de cada palavra, em cada folha. Retirou também da caixa os DVDs, estes que já nem eram mais fabricados, eram tão ultrapassados quanto as fitas, em sua época de adolescência. Retirou também os pôsteres colecionados, os autógrafos conseguidos depois de anos que a saga se encerrara, e, mais importante, suas fotos com o casal que deu a vida aos personagens. Aquela doce menina, que na foto já era uma mulher, mas que jamais perdia o encanto de seus olhos verdes, e seus cabelos revoltos. Oh, sem falar no estilo próprio de seus all stars já muito gastos. A mulher riu, lembrando de sua época, em que fazia de tudo para parecer como a atriz que amava.
Conforme as lembranças de toda sua adolescência a tomavam, esqueceu-se de sua vida atual. Naquele momento, ela voltava a ter onze anos, a idade de sua filha. Voltava a sentir a ansiedade de cada pré estréia, cada entrevista que via, os amigos que conhecia, os encontros de fãs. Até que voltou aos quinze, onde teve pela ultima vez a chance de ver seus amados personagens na tela do cinema. Lembrou-se do desespero que a tomava, de seu coração descompassado, de pedir para segurar a mão do amigo que também mal acreditava no que seus olhos viam a cada nova cena. Passou pelos dezoito anos, quando enfim alcançava sua maioridade e conseguia realizar o sonho de conhecer a parte que complementava em sua vida, ao viajar para o extremo oposto do oceano, onde descobrira a moradia dos seus ídolos. Lembrou de como estava ansiosa, e de como passou mal ao finalmente poder abraçar o casal que acostumara a ver apenas pela televisão. Lembrou de cada momento feliz de sua vida, até que fora desperta pela filha.
- Mamãe, o que são essas coisas? - disse a menina, apontando para os artigos da coleção de sua mãe.
- São coisas que marcaram a minha vida, e que eu vou carregar comigo para sempre. Bem aqui. - a mãe tocou em seu peito, onde sentia seu coração descompassado outra vez e sorria.
- Estes livros são os mesmos que os meus, não são, mamãe? - a filha perguntara novamente, e a mãe apenas assentiu. - São coisas estranhas. Ei! Esta aqui é a mãe de Thomas, e esse aqui é ele! Mas como isso é possível, mamãe?
A mulher riu, negando com a cabeça e puxando a foto das mãos da filha.
- Estes são os pais de Thomas, meu amor. Veja, este aqui é o Rob, e não o Tom. - apontou para o homem da foto, tão jovial na época em que fora tirada. Ele permanecia lindo, como sempre, estando melhor ainda porém com os sinais da idade.
- Não pode ser, mamãe. Eu tenho certeza de que é o meu Thomas, ele é lindo desse jeito!
A mulher riu outra vez, concordando na parte da beleza do rapaz, fruto do amor de seus ídolos. Sorriu quando a filha correu, voltando com uma caixa menor do que a mãe possuía, onde guardava tudo sobre o seu ídolo.
- Veja, mamãe. É o Thomas. - disse a menina, retirando fotos do adolescente e mostrando. A mulher lhe entregou novamente a foto dos pais do garoto, causando confusão na filha.
- veja, meu amor. Ele é muito parecido com o pai, na época em que Rob tinha a idade dele.
- É tão estranho... Ele parece tanto com os dois, assim como a Kenzie.
- Sim, e ele é muito mais novo do que a Mackenzie. - disse a mãe, observando a foto da pequenina Kenzie, hoje uma mulher.
- Mamãe... Será que um dia eu vou conseguir encontrar os dois? Você sabe o quanto eu os amo, assim como você amou os pais do Thomas quando era da minha idade...
- Sim, eu amei. E assim como sua avó fez comigo, eu farei com você. É só não perder as esperanças, que um dia você vai ter a oportunidade de fazer o mesmo que eu fiz nesta foto. - a mãe retirou a tal foto da caixa, onde abraçava e beijava o rosto do casal, realizando seu sonho de infância.
- Eu acredito em você, mamãe. E não vou deixar meu amor por eles morrer assim como você não deixou o seu morrer. E assim como Bella não deixou morrer pelo Edward. - disse a garotinha, abrindo um largo sorriso ao mostrar o livro já finalizado.
- Viu? Eu lhe disse que tudo ficaria bem uma hora ou outra. - sorria a mulher, afagando os cabelos castanhos da filha. Guardou novamente a caixa, pronta para dormir, quando a filha a chamou.
- Mãe? Eu... Posso dormir com você hoje? Sinto sua falta. - disse a menina, logo sendo envolvida pelos braços da mãe, que cantarolava a canção de ninar que tanto ouvira nos filmes. Após algum tempo, ouvia a voz baixinha da filha.
- Eu te amo, mamãe. Muito.
- Eu também te amo, minha pequena Bella. Plus que ma propre vie. - sussurrava a mãe, beijando os cabelos da filha e voltando a cantarolar a melodia até que a menina adormecesse, mantendo um sorriso leve nos lábios.

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Notas finais do capítulo

Ok, vou admitir, eu chorei escrevendo isso. E, sim, é como eu me imagino daqui a alguns anos com minha filha (que talvez se chame Bella, não sei, tenho alguns anos pra decidir rs). Bem, é isso... Se gostarem dêem um review? Ficarei um pouco feliz...



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