O Melhor Amigo Do Meu Irmão escrita por Julieta Antunes


Capítulo 11
Capítulo 11 - Don't go i need you




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"Os que sonham de dia são conscientes de muitas coisas que escapam aqueles que sonham apenas à noite." (Edgar A. Poe)

Consigo perceber que estava a sonhar mal vi que estávamos todos à mesa a comer uma comida caseira tal como todas as famílias normais.

No meu lado direito está Z, trajando um simples vestido branco rendado, tendo os seus longos cabelos loiros cacheados e os seus lábios pintados de vermelho. Marco está ao meu lado direito, com o seu cabelo loiro desgrenhado com é habitual e trajando as suas habituais jeans e uma camisola preta e branca. A mamã traja um vestido preto como a noite e tinha uma maquilhagem demasiado carregada para um jantar em família. Os seus olhos azuis ficavam de fato maravilhosos com aquela maquilhagem mas tornava a mamã sinistra, muito diferente do habitual… O seu cabelo preto caia suavemente pelas suas costas o que deixava o visual da mamã demasiado carregado, demasiado preto. Por fim está o Sr. Fay, em todos os meus anos de vida, devo o ter visto quinze vezes, todas elas no Natal. Ainda vejo menos o papá do que a mamã. Mas neste sonho ele traz um smoking branco muito lindo e o cabelo loiro muito arrumadinho.

Por fim olho para mim. Ao contrário da minha irmã gémea trago um vestido preto rendado e os cabelos pretos igualmente cacheados. Pelo meu reflexo na colher vejo que tenho uma make suave com uns lábios vermelhos a contrastar.

Comemos em silêncio embora a comida não me saber a nada.

Na sala de jantar cai um silêncio pesado, por isso, para tentar amenizar o ambiente digo:

- Então e como e que correu o vosso dia?

No momento em que digo isso sinto um buraco a se abrir por de baixo de mim e a me sugar para dentro dele. De repente já não estou mais com a minha família. Estou num lindo jardim de flores azuis onde estão a brincar duas meninas. Uma com pequenos cabelos louros e possuidora dos olhos mais azuis que já tinha visto e outra menina morena com cabelos castanhos cacheados e olhos castanhos acolhedores. Elas estão dançando, rodopiando as duas com os seus vestidos azuis iguais e eu limito me a admirá-las.

Prestando mais atenção, ouço uma ligeira melodia. Provêm de uma harpa que toca ao lado delas mas que não tem ninguém a dedilhá-la. Dou um passo para me aproximar das meninas mas mal pouso o pé no chão a musica para e as meninas também.

Fico com medo de as ter assustado, mas em  vez de meninas assustadas sou recebida com dois sorrisos rasgados.

- Olá – diz uma e eu penso reconhecer aquela voz.

- Oi – diz a outra e eu sei que reconheço aquela voz.

- Olá – digo e ambas saltitam na minha direção.

Ficamos a olhar umas para as outras durante algum tempo até que a menina loura cruza os braços e, com cara impaciente, diz:

- Não nos reconheces pois não?

Olho para elas mais atentamente. É suposto eu as reconhecer?

A menina morena põe a mão no ombro da morena, como se a quisesse acalmar e, se aproximando de mim, se apresenta:

- Meu nome é Mary.

- E o meu é Liz – diz a menina loura e agora vejo de onde reconheço aquelas vozes.

Tento falar mas é como se os meus lábios estivessem colados e eu não conseguisse articular as palavras.

- Sabes Eleanor, - diz Mary, pegando numa das flores azuis que estão espalhadas por todo o jardim – A flor azul significa sonho, utopia, mistério e infinito. É vista como uma flor mística, inatingível e está associada à conquista de algo impossível. Representa também algo que é irreal, imaginário e fantasioso. Na natureza, o azul é uma cor difícil de ser encontrada. As flores que surgem com tonalidade de azul, geralmente possuem um pouco de roxo misturado. Por exemplo, Hortênsia, Violeta, Agapanto, Lírio e Lobélia.

Mary entrega a flor a Liz, que, numa voz mais madura do que eu realmente esperava dela, narra:

- A Lobélia Azul e o Lírio Azul são flores em que se verifica uma maior intensidade da cor azul. Por ser considerada uma cor fria, o azul de algumas flores pode denotar indiferença e desinteresse.

Mary lança um olhar de “sempre pessimista” e retira o Lírio das mãos da menina e continua:

- Por outro lado, há quem atribua às flores azuis o significado de confiança, lealdade, harmonia e afeição. A flor azul também possui propriedade calmante e relaxante.

Olho para elas com cara de “e o que é que eu tenho a haver com isso” e Mary diz:

- Esta é a nossa flor. Minha, da Liz e sua. Tal como a flor azul, nós também somos difíceis de ser encontradas. E, quando encontrada, vimos misturadas com outros sentimentos horríveis, que nos deitam abaixo. Mas há aquelas em que se verifica uma grande intensidade de confiança, lealdade, harmonia e afeição, mas por vezes indiferença e desinteresse.

- Nunca tome as suas decisões como irrevogáveis pois por vezes temos de ceder. Mesmo que a asneira seja muito grande. Se lembre disso porque vai precisar disso em breve…

- Agora temos de ir… - murmura Mary.

- Já não iremos falar mais com você mas estaremos sempre consigo – completa Liz, e consigo ver uma grande lágrima a crescer no seu olho direito.

- Esperem, não vão – tento dizer mas as palavras não saem da minha boca. Simplesmente morrem na minha garganta.

Elas atiram-me um beijo e começam a correr na direção contrária à que eu estou. Grito mas elas não me ouvem. Tento correr atrás delas mas não sou rápida o suficiente. Caio de joelhos e sinto as lágrimas a escorrerem pela minha cara.

Elas não podiam ter desaparecido. Isto não pode ter passado de um sonho.


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Notas finais do capítulo

Reviews please senao não escrevo mais



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