O Melhor Amigo Do Meu Irmão escrita por Julieta Antunes
Todos têm duas pessoas, uma boa e uma má, que dizem o que fazer... E a culpa é minha que dou mais atenção à má do que a boa!
– Mano, onde é que você vai a estas horas?- perguntei cruzando os braços.
– Sair - respondeu simplesmente.
– Mamãe nos deixou sozinhos e você me abandona? Pensei que gostava de mim - bufei e meu irmão suspirou e me veio abraçar - Eu te amo, mocinha. Olhe para a sua irmã... Ela não se importa - comentou olhando de soslaio para a minha gemea que se arranjava para também ir sair.
– Essa é outra! - resmunguei - Só eu é que não tenho ninguém com quem sair.
– Você tem quinze anos. Algum de nós tem de ter juizo!
– VOCÊ TEM DEZASSETE E NÃO TEM!
– Adeus Ellie! Adeus Marco! - gritou Z, abrindo a porta para sair.
– Adeus, Z... - murmurei e fitei com os olhos muito abertos o meu mano mais velho que estava pegando no celular para ligar para algum amigo dele.
– Tenha juizo! - gritou o meu irmão para Z e a porta se fechou num estrondo.
– Tenho de ir, Ellie. Se precisar de alguma coisa bata ali à porta de Thomas que ele hoje não vai sair.
– Tudo bem - murmurei, tentando parecer calma, mas o meu coração estava a mil com o fato de poder ter um motivo para falar com Thomas, o melhor amigo do meu irmão e nosso vizinho do lado.
Liguei a televisão do loft e me pûs a ver Avenida Brazil.
E se eu fingir que estou assustada e ir pedir ajuda a Thomas? começou a disparatar a má do meu cérebro, que eu apelidei por Liz.
Não vá, Eleanor que mania tinha a parte boa do meu cérebro, que eu apelidei por Mary, tal como a mãe de Jesus, de me chamar pelo meu nome Você tem de ser sensata. Para tola já temos a sua irmã.
Não lhe ligues, você só tem uma oportunidade de ser feliz! exclamou Liz. Porque é que ela tinha que ter sempre tão bons argumentos que no final só davam em encrenca.
Você pode ter uma desilusão murmurou Mary, numa voz suave que me lembrava a da mãe.
Nunca irás saber se não tentares cantarolou Liz.
– Se calem! Não me estão deixando pensar! - gritei e, por momentos, consegui ter paz.
Por um lado Mary tinha razão e eu podia ter uma enorme desilusão mas por outro... Por outro Liz tinha razão e eu nunca saberia se nunca chegasse a tentar.
Reuni minha coragem e me levantei do sofá.
Fui para meu quarto e me arranjei. Afinal, já que lá tinha que ir, pelo menos ia bonita!
É assim mesmo garota! exclamou Liz e eu sorri para mim própria.
Vesti umas jeans escuras e uma camisola às riscas pretas e brancas, que depois voltei a tirar para a subtituir por uma regata de renda branca que meu irmão me ofereceu pelos meus anos do ano passado. Passei uma make suave e me observei ao espelho.
Estás uma gata! elogiou Liz
– Obrigado Liz. Não dizes nada, Mary?
Acho que estás a cometer um erro.
É por isso que a Ellie gosta mais de mim do que de ti comentou Liz e eu aposto que, se ela pudesse estaria a sorrir.
– Eu gosto das duas igualmente... Afinal, como é que eu não poderia gostar se vocês são as duas parte de mim.
Nós já te dissemos que somos os teus anjos da guarda!
– E o meu nome é Papai Noel.
Quando ela já não precisar de nós, teremos de partir mas, segundo tudo isto, acho que ainda vamos ficar com ela por muitos e muitos anos...
– Esqueçam! Vou lá... Wish me luck.
Boa sorte.
Boa sorte.
Saí de casa e me dirigi para a porta do loft de Thomas. A mãe dele tinha saído com a minha para uma festa da empresa que gerem juntas e o pai dele devia estar para o café como sempre.
Respirei fundo e mirei a porta, tentando ganhar coragem.
Anda lá! Força nisso!
Toquei à campainha e segundos depois Thomas já estava à porta perguntando:
– Quem é?
– É a Ellie! - gritei e a porta se abriu.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Espero que me deixem reviews!