The Orphan escrita por BiancaCh


Capítulo 4
"Free – Livre"




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Capítulo 04: "Free – Livre"

A minha frente estava uma das mulheres mais importantes que já vira em toda minha vida , tirando é claro minha mãe . Era Grace Miller, uma rica filantropica americana com menos de 40 anos que já ajudou muito o nosso orfanato . Ela pareceu reconhecer meu rosto , por isso ficou a me observar durante um longo período . Estranhei o fato e franzi o cenho . Mas , não poderia esquecer para que estava a dialogar com ela .
– Desculpe - me , mas eu preciso sair daqui . Não aguento mais ficar presa nesse banheiro ... – comentei , ainda com minha garganta dolorida e desesperada em sair dali . A mulher me encarou , enquanto secava suas mãos . Ela tinha um olhar cansado , mas não igual ao meu . Então ela virou - se e disse :
– Ora , como a vida é irônica , não é querida ? – perguntou - me , levantando graciosamente uma de suas sobrancelhas . Estranhei o fato dela achar que já tinha intimidade suficiente para chamar - me de querida . – Lembro de seu rosto ! – exclamou , pensativa . Ela parecia fazer um grande esforço , para lembrar - se de meu nome . – Você é Sophia Albuquerque , não é ? – perguntou - me , já aparentando satisfação por lembrar - se de mim .
– Sim , sou sim ... E a senhora é Grace Miller . A Senhorita Brito é muito grata por você se preocupar tanto com o nosso orfanato ! – contei - lhe , mostrando - lhe um leve sorriso simpático . A Senhora Miller parecia ser uma boa pessoa , apesar de ter tanto dinheiro e poder , nada disso nunca mudou seu modo de pensar . – Mas , enfim . Pode ajudar - me a abrir essa porta , Senhora Miller ? – pergunta , já imaginando o que responderia .
– Claro , querida . Mas , por favor , pare de me chamar de Senhora Miller . É formalidade demais para mim ! Pode chamar - me de Grace , mesmo . – pediu - me , com um sorriso gentil e seguindo - me em direção a porta do banheiro . A Senho... Quer dizer , Grace tentou abrir a porta girando a maçaneta , porém não obteve sucesso . Comecei a imaginar se agora seriamos duas presas dentro do banheiro . – Não se preocupe , querida . Nessas viagens aqui ao Brasil , eu vim muito nessa praia e sei como fazer para abrir essa porta . Ela emperra de vez em quando , apenas isso ! – contou - me , enquanto fazia força para abri - la . Tentei ajudá - la , porém Grace mandou - me dar alguns passos para trás . Então , assim fiz e ela em um movimento rápido pegou um canivete de sua bolsa Chanel e usou - o na fechadura da porta . Me indaguei o por quê de Grace , uma moça tão fina e elegante , carregar um canivete em sua bolsa . ... Proteção ? Tinha minhas dúvidas ! Após alguns segundos , Grace conseguiu abrir a porta . – Viu ? Tenho prática ! – disse , em meios a risos e com seu leve sotaque aparecendo .
Com a porta aberta percebi que já não havia mais claridade e o sol já havia partido , ou seja , estava tarde , provavelmente 19 : 00 . Gelei só de pensar o quanto a Senhorita Brito ficou nervosa procurando - me pela praia . Eu estava completamente perdida ... Engoli em seco e fui caminhando em direção a porta , sentindo o olhar de Grace sobre mim .
– Bem , muito obrigada Grace . – agradeci , já passando pela porta . Eu estava sem rumo , sem destino ... Não sabia o que faria quando chegasse ao orfanato e morria de medo de ser expulsa . A brisa do mar batia em meu rosto , fazendo - me tremer um pouco de frio . Haviam só algumas pessoas na praia , a maioria delas juntava seus pertences para sair dali . Aquilo me trouxe um sentimento de insegurança , estava me sentindo sozinha .



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