Eles estavam ofegantes. A energia de seus corpos era tão forte que eles tremiam. House descansou os ombros deitando a cabeça no peito suado dela, ouvindo seus batimentos cardíacos acelerados. Ela o abraçou com força, e tentou não chorar.

Quando ele rolou para o lado, ela se aninhou nos braços dele, e agora era ela quem descansava a cabeça no peito dele. Eles fecharam os olhos por alguns segundos e ficaram em silêncio, saboreando aquele momento.

Ela abriu os olhos, e levantou a cabeça, só para vê-lo dormindo, com a expressão tranqüila, abraçado à ela.

Ela se desvincilhou dele, tomando cuidado para não acordá-lo, sabendo o que viria a seguir caso acordasse ele. Ela entrou no banheiro e fechou a porta.

A cada noite que ele vinha passar na casa dela era a mesma coisa. Eles faziam amor, cochilavam e logo em seguida ele levantava e voltava para casa dele, deixando ela sozinha pelo resto da noite.

As lágrimas começaram a rolar pelo rosto dela antes que ela pudesse perceber. Ela detestava aquilo. Detestava aquele acordo. Detestava ter se deixado levar por um sentimento que ele não sentia, pois assim, era somente ela quem sofria. Sofria por não ter coragem de pedir que ele ficasse ali com ela pelo resto da noite, sofria por não ter coragem de dizer para ele o que estava sentindo, pois sabia que ele zombaria dela. Ela estava cansada de se fazer de forte e indiferente quando estava perto dele, como se aquilo fosse somente sexo.

- Cuddy?? - House a chamou, e a voz dele a assustou, ele estava do lado de fora da porta, não dormindo. - Você está bem?

Ela respirou fundo, segurando as lágrimas e torcendo para ele não perceber o nó em sua garganta.

- Eu... eu estou bem, já estou saindo. - Ela jogou água no rosto e escovou os dentes rapidamente. Quando ela saiu, ele não já não estava mais na cama, e as roupas dele não estavam na cadeira no canto do quarto.

Ela deitou na cama novamente, respirando fundo para não chorar.

Do corredor, House falou em voz alta.

- Boa noite, Cuddy.

- Boa noite, House. – Ela respondeu friamente.

Ela ouviu a porta da frente abrir e fechar, e o silêncio se estabeleceu na casa dela, e ela não conseguiu mais se controlar.

As lágrimas começaram a cair e ela soluçava.

De repente, ela ouviu o piano que ele havia levado para a casa dela em uma das vezes que ele verdadeiramente dormiu lá.

Era uma melodia suave, quase infantil, e então ela ouviu a voz dele.

Good night, sleep tight

No more tears.

In the morning, I´ll be here.

And when we say good night,

Dry your eyes

Because we said good night,

And not good bye.

We said good night

And not good bye.

Ela estava sentada na cama, o rosto molhado de lágrimas, mas sorria.

Ele entrou no quarto e riu da cara dela.

- Há. Você achou mesmo que eu tinha ido embora, não é? - Ele começou com um sorriso sarcástico no rosto. Ele ainda estava, de fato, só de calção.

- Seu idiota. – ela riu.

- É, É. Eu sou mesmo... mas é por causa desse idiota aqui que você está chorando...

- Vem aqui. – ela bateu carinhosamente na cama, ao lado dela.

Ele mancou até a cama e deitou.

Ela se aninhou nos braços dele.

- Boa noite, Greg. – ela disse com os olhos fechados eum sorriso doce nos lábios.

- Boa noite, Lisa. – ele respondeu, envolvendo-a em seu abraço e depositando um beijo suave no topo da cabeça dela.