Fique escrita por Vanessa Fontoura


Capítulo 5
Capítulo 5. Eric


Notas iniciais do capítulo

"Eric se sentiu desconfortável tendo que fazer tanto para falar com uma garota, sendo que há tantas disponíveis, mas ele queria fazer tudo certinho. Ser romântico, ser compreensivo, talvez ela estivesse tão nervosa quanto ele (...)"



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Eric tinha absoluta certeza dos seus sentimentos por Babi, desde que a avistou no bar e a seguiu para a piscina só o que ele pensava era que queria aquela garota. Porém ele sabia que havia sido um idiota por ter tentado chamar a atenção dela de uma maneira tão estúpida. Agora, as consequências foram drásticas. Depois do beijo pela manhã ele pensou que veria a menina a tarde para mais uns muitos beijos como aquele, mas ela não atendeu as suas ligações e quando ligou para casa dela, um pai muito zangado disse alô e ele preferiu ficar quieto do outro lado da linha.

Eric já tinha se sentido nas nuvens assim como estava se sentindo com Babi, mas é sempre diferente. É como se você nunca tivesse experimentado essa sensação de nervosismo com angustia e medo. Um coquetel de ilusões momentâneas que nos faz dormir pensando a noite toda na mesma pessoa e acordar desejando que ela esteja ali para você olhar nos olhos dela toda manhã. Muito romântico, mas aconteceu com todas as que ele namorou.

Eric não queria que Babi fosse só mais uma na lista dele, isso o deixava triste, nunca achar um amor verdadeiro, só que, antes de começar ele sentiu que havia estragado tudo com ela. Mas naquele momento em que estava, deitado na cama olhando pro teto, ele prometeu a si mesmo, faria de tudo para dar certo.

Pegou o telefone mais uma vez e ligou para o celular de Babi. Tocou três vezes e então alguém atendeu.

– Babi não pode atender agora. Desculpa aí. – falou Nando, mas Eric não reconheceu sua voz.

– quem é que ta falando?

– o irmão dela.

– ah, oi. É o Eric, podia dizer pra ela me ligar quando puder?

Nando ficou em silêncio e Eric se sentiu nervoso.

– ok. Eu digo.

– obrigado.

Eric se sentiu desconfortável tendo que fazer tanto para falar com uma garota, sendo que há tantas disponíveis, mas ele queria fazer tudo certinho. Ser romântico, ser compreensivo, talvez ela estivesse tão nervosa quanto ele e só estivesse no banho quando ele ligou. Tantas possibilidades. O estranho era que mesmo que ele quisesse acreditar em qualquer uma delas, para ele, havia algo errado.

Logo mais a noite ficou mexendo no seu notebook esperando alguma notícia de Babi, mas ela não havia respondido sua solicitação de amizade e nem havia tuitado nada, então ele presumiu que ela realmente estivesse ocupada. Decidiu que iria dar um mergulho antes do jantar. Iria jantar sozinho como sempre, então não importava o quanto demorado o mergulho fosse. Ele vestiu o calção de banho e foi para a praia. Estava quase anoitecendo, mas o sol ainda não havia se posto, lembrou de Babi naquela hora, queria que ela estivesse ali para ver o pôr do sol com ele, foi então que se decidiu completamente: não iria ficar parado esperando uma ligação, se a montanha não vai a Maomé... Eric voltou para casa, tomou um banho, se vestiu e pegou as chaves do seu esportivo preto. Dirigiu não muito até a casa dos Marconi.

Era uma casa grande, pensou. Não tão exagerada quando a sua, mas ela tinha conforto. Não havia ninguém na casa, nem seguranças e nem empregados, talvez estivessem e folga ou não existisse a necessidade deles. Ele estacionou o carro na rua do lado e entrou pelo portão dos empregados, instinto.

Caminhou firme até a porta da frente, quando começou a ouvir uma discussão vinda do segundo andar. Eric deu uns passos para trás e ficou abaixo da sacada da janela aonde vinham às vozes. Eram os pais dela, se sentiu desconfortável em ouvir até que ele ouviu a mãe dela dizer: – você é louco! Como pode fazer isso com a Babi sem me consultar?

– fiz o que achei melhor. – respondeu o pai dela.

– não você fez o que convinha a você. E só Deus sabe o quão estúpida foi a sua decisão.

Eric ficou intrigado. Então realmente alguma coisa tinha acontecido com ela. Ele sentiu um nó na garganta.

– ela não vai morrer se passar um tempo lá.

– Enio, ela não está indo de férias, você a mandou para outro estado para viver isolada por um ano em uma escola interna de freiras, que a propósito, vai contra nossa religião. – esbravejou a mãe de Babi. Eric ficou sem entender aquilo, era 3 de Janeiro, como ela pode ir para uma escola interna nas férias?

– ela não foi ainda, mas eu estou decidido. Ela irá.

Quando o pai dela disse aquilo, a primeira coisa que Eric fez foi procurar qual das janelas era a do quarto de Babi. Viu uma com cortinas amarelas então deduziu que fosse dos pais dela, uma das janelas estava fechada, a outra tinha a parede pintada de azul e ele finalmente viu uma parede pintada de lilás que parecia mais a cara dela. Eric foi até um canteiro de flores ao redor da casa e pegou três pedrinhas para atirar no vidro. Atirou uma e bateu na parede, péssima mira. Atirou a outra e bateu na divisão de madeira entre os vidros da janela e então atirou a terceira e pegou bem no vidro do meio. Isso! Talvez ela aparecesse e dissesse um olá para ele. Ficou ali durante incontáveis minutos, simplesmente esperando, deduziu que ela não tivesse ouvido e jogou mais três, todas pegaram no vidro e fizeram um barulhinho de pedra quando um carro passa por cima. Mais alguns minutos e ela não apareceu.

Eric abaixou a cabeça e passou a mão nos cabelos, irritado. Deu um passo para trás, mas reconsiderou. Não saio daqui sem falar com essa garota. Pensou.

Sem pensar muito começou a escalar a casa, primeiro subiu no parapeito da janela que havia abaixo da janela de Babi e depois pulou até um cano que havia do lado, tentou não fazer barulho, embora fosse impossível. Com um dos braços alcançou o parapeito da janela dela enquanto o outro se apoiava no cano, os pés estavam avulsos, balançavam tentando achar um apoio, para poder segurar com as duas mãos no parapeito da janela ele iria ficar uns 3 segundos apenas com a força de um braço sustentando o corpo todo. Respirou fundo e 1...2...3!


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