One Shot - Hey There Delilah escrita por Stallion Duck


Capítulo 1
One


Notas iniciais do capítulo

Só peço que vocês leiam, ouvindo Hey There Delilah - Plain White T's. É muito importante que vocês ouçam a música.
Deixem reviews ;)



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Acordou num súbito. Se estivesse com a cabeça em baixo de uma barra de ferro, perdia o pescoço. 

Seus olhos estavam inchados como nunca, mas ele não estava ligando ultimamente. Olhou no despertador, que marcava 18h. Notou que havia dormido pouco mais do que o necessário para se desligar totalmente do mundo cruel em que vivia.

- Merda! - Exclamou arrastando-se até o banheiro.

Estava jogando água no rosto, quando ouviu um som abafado de guitarra. Era alguma música do Misfits, mas ele não se lembrava o nome. Nem fazia questão.

- Alô? - Disse ele pegando o celular de baixo das cobertas.

- Tom? - A vós de Dave foi a única a ser ouvida no último segundo. - Você está melhor irmão?

- Não. - Tom suspirou.

- Quer sair? Isso sempre te anima. - Dave disse com perseverança.

- Vou visitar Delilah. - Falou coçando a testa.

Dave ficou mudo por um tempo. 

- Tem certeza Tom? - Falou em tom preocupado.

- Sim, preciso falar com ela... em todos os casos.

- Tudo bem, se precisar, sabe onde me encontrar. - E Dave desligou o celular.

O pequeno apartamento de Tom (pequeno ovo, segundo Delilah) estava virado de pernas para o ar, mas do mesmo jeito, ele tinha de sair. Suspirou e desceu as escadas para pegar a moto na garagem do prédio.

Saiu cantando os pneus para o ponto afastado de Illnois. 

Tom pensava angustiado em como Delilah, sua amada Delilah, poderia estar morando num lugar como aquele. O clima tenso e preto-e-branco, não combinavam nem um pouco com ela. O portão preto, velho e pesado, já seria reprovado por ela.

Delilah era realmente maravilhosa com decorações. Sua casa era tão perfeitamente arrumada, que Tom sentia-se o pior porco do mundo em relação ao "pequeno ovo".

Delilah não comia produtos enlatados, Tom não comprava coisas que não viessem rotuladas com o prazo de validade. Delilah cursava fotografia, Tom se matava para entrar na faculdade de artes. Delilah gostava de bicicletas e yoga, Tom gostava de motos e rock de garagem. Delilah tinha um gato, sr. Jones, que devorara a calopsita Flatus de Tom em uma só mordida. Delilah dançava ballet, Tom tocava guitarra. Delilah era sorridente e comunicativa, Tom era conhecido como o "anti-social". 

Delilah era o amor da vida de Tom.

Tom era o amor da vida de Delilah.

Tom havia comprado alianças, e ia selar o compromisso de amor eterno para todo o sempre. Nunca havia amado alguém como ele amava Delilah. Mas ela não apareceu para o jantar "sem comida enlatada" que ele passara o dia todo preparando.

No dia seguinte, o infortúnio:

- Delilah se foi ontem a tarde Tom. Seu coração parou de bater enquanto ela se banhava. - Sra. Target, mãe de Delilah gritava aos prantos no telefone.

Tom deixou o celular cair, e por pouco não foi junto com ele. Sua vida, enfim acabada. Parte da sanidade, bondade e capacidade de amar de Tom, se fora junto com ela.

No velório, sua expressão de dor, por não poder abraçar e sentir o coração de sua amada batendo fortemente, não mudava. Tom não se conformava de como a vida era tão injusta com ele. O único amor de sua vida, se foi, sem ao menos dizer o porquê, e ele não pôde dizer pelo menos um último "eu te amo".

Chegando ao portão imenso, caminhou por entre as lápides até achar a única que ainda parecia ser bem cuidada.

                                 " Delilah Target...

                                   Deus se alegra em poder te ter de novo a sua mais bela                                            estrela junto dele."

Na foto, ao lado dos dizeres, tão linda e sorridente, parecia eterna.

Mas para Tom, ela era. O amor que sentia por ela, nada apagaria. Nenhum tipo de separação, nem mesmo a morte. 

- Olá Delilah. - Tom disse acariciando a foto. - Quero que fique com isso. - Colocou a aliança em cima de sua foto. - Eu te amo princesa, demais.

Levantou-se, depois de dar uma última olhada, e um beijo na foto da amada. Caminhou de volta a moto, lutando contra as lágrimas que insistiam em rolar de sua face.

"O segredo do amor é maior do que o segredo da morte."

- Oscar Wilde.


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Notas finais do capítulo

Espero que vocês tenham gostado.
Eu sei que "Hey There Delilah" não tem nada haver com morte, mas tem haver com separação, e como eu disse, essa one é inspirada em um conhecido meu que passou por essa situação e a música do Plain White T's foi a que eu achei mais apropriada.
Obrigada gente, e não esqueçam dos reviews xingando, elogiando...