Amor Na Bagagem escrita por gabi13


Capítulo 24
Capítulo 23 - Volta


Notas iniciais do capítulo

Meus leitores lindos e amados, desculpem pela (super) demora com esse capítulo, mas eu desisti da história por um momento e acabei atrasando tudo. Voltei a escrever e não pretendo mais parar! Espero que gostem.



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            Às onze horas da manhã do dia seguinte eu já havia combinado com Nick de irmos até a praça para conversar e tomar um sorvete. Na realidade, eu estava pensando em passar o dia com a Becky, mas ela resolveu ir com o Guto no churrasco de um amigo dele. Como eu não tenho nada para fazer e o Nick me liga logo em seguida, aceito a proposta dele. Me visto, como um sanduíche, passo maquiagem e saio de casa para encontrá-lo. Prendo a respiração ao ver que ele está de novo sentado e olhando para o horizonte, mas dessa vez sem os fones, simplesmente parecendo perdido em alguma lembrança. Ele abre um sorriso quando sento-me ao lado dele.

-Olha só, você não está tão mal. – Ele brinca, me olhando de cima a baixo. Eu dou uma risada.

-Abusado! Mas você também não está. – Na verdade, ele não estava nada mal. Ele é um dos poucos garotos que conheço que pode usar praticamente a roupa que quiser e não ficará estranho. Mas é claro que eu não admitiria aquilo.

- Ah, admita logo que você me acha lindo. – Ele parece ler minha mente.

- Você, lindo?  Faça-me rir. – Dou uma gargalhada falsa e alta.

- Já que você nunca vai admitir, vou dizer que esse vestido é muito bonito.

- O vestido? – Levanto as sobrancelhas.

Ele dá um sorrisinho irônico e faz cosquinha na minha barriga, o que me deixa envergonhada. Percebendo isso ele se afasta, voltando para o lado dele no banco e olhando para o nada novamente.

- E aí, você vai ou não me contar quem é a azarada? – Resolvo quebrar a tensão.

-Oi? – Ele parece sair de sua própria mente, voltando sua atenção de volta para mim.

- Quem é a garota que te faz ficar assim? – Eu rio.

- Na verdade... Ah, não importa! – Ele responde de forma rude, revirando os olhos.

- Uau, mas que amargura é essa? – Tento não mostrar que realmente fiquei magoada com o jeito dele, carregando minha voz de ironia.

- Desculpa. – Ele pede, arrependendo-se imediatamente ao ver minha reação. – É que aconteceu uma coisa há algum tempo atrás...

- Foi essa coisa que te deixou com essa faixada de “garoto sem sentimentos”?

-É... Provavelmente.

- Comigo também aconteceu uma coisa há alguns anos atrás... Quer que eu conte?

Ele confirma com a cabeça.

-Ok, eu conto, mas só com uma condição: Você vai me contar a sua também! Promete?

-Tá, mas você primeiro. – Ele assente.

- Eu gostava muito de um garoto. Ele me levou para um encontro, me deu um anel e então, quando nós estávamos quase ficando, a namorada dele apareceu. – Faço uma pausa e mostro o anel em minha mão. Nicholas encosta nele, faz uma cara surpresa e eu continuo a contar. – Eu nunca soube que ele tinha uma namorada, para começo de conversa. Ele justificou dizendo que eu era só uma amiga e que ele nunca havia pensado em trocá-la por mim. Foi atrás dela e até hoje eles estão juntos.

Ele fica em silêncio por alguns segundos, provavelmente processando a história e depois me olha de forma séria, socando a própria mão.

- Como é o nome desse desgraçado? – Ele olha para mim e pede, mostrando raiva. – Eu quero acabar com ele.

Eu rio da reação dele, dizendo que o nome do garoto é Mark e que seria um pouco difícil de acabar com ele, já que ele estava no Rio Grande do Sul agora.

-Sua vez. – Exijo.

-Tá bom. Eu gostava muito de uma garota, acho que na sétima série. Eu dava rosas pra ela, gravava músicas e fazia de tudo para agradar, mas ela simplesmente me esnobava. Então eu mudei. E quando não quis mais nada com ela, dois anos depois, ela resolveu vir atrás de mim.

- E você?

-Eu acabei ficando com ela e descobri que ela estava me traindo. – Ele abaixa o rosto, e eu me sinto mal por ele ao perceber que ele estava falando da Juliana.

- Você sabe que algum dia vai encontrar a pessoa certa pra você, né?

- Talvez eu já esteja encontrando... – Ele diz e abaixa o rosto, olhando para a calçada em silêncio.

As palavras dele me deixam intrigada, e alguma coisa dentro de mim começa a torcer freneticamente que aquela garota fosse eu. Que eu fosse aquela que o fazia ficar imerso em pensamentos, que o fazia acreditar, ter esperança. Comecei a desejar aquilo tão intensamente que chegou a doer, e então percebi que aquilo era errado. Eu não seria aquela garota, simplesmente porque já estava comprometida. Fim. Simplesmente rio para não deixá-lo falando sozinho.

-Você ficou com alguém antes ou depois desse garoto... Quer dizer, antes do Thiago?

Nego com a cabeça.

-Então o Thi foi seu primeiro beijo?

-Foi sim. – Confirmo ,um pouco envergonhada.

-Droga. – Ele parece com raiva, como se houvesse algo de horrível naquilo que pudesse me machucar.

-O que foi? – Pergunto, confusa.

- É o seguinte Alice, tem uma coisa que eu quero te contar, mas estou com medo da sua reação...

Meu coração acelera.

-Pode falar. – Eu digo, minha voz tremendo.

- É que o Thi...

Ele não consegue acabar a frase porque, nesse momento, escuto uma voz bem conhecida.

-Amor! – Thiago vem andando do outro lado da rua, me dá um beijo e senta ao meu lado. Percebo que Nick está incomodado com a situação, e que os dois se fuzilam com o olhar. – Senti tanto a sua falta!

- É, eu também senti a sua. – Faço o maior esforço do mundo para sorrir.

-Desculpa Lice, o papo estava ótimo mas acho que está na hora de ir para casa... Vou deixar vocês sozinhos.

Eu queria gritar, obrigar ele a ficar ali e não deixá-lo ir nunca mais, mas simplesmente concordei, me despedindo dele.

-Princesa, o Nick não te falou nenhuma bobagem, né? – Thiago pergunta, assim que o Nicholas sai.

-Que bobagem ele teria falado? – Pergunto, confusa.

-Ah, nada não... Já disse que te amo hoje? – Ele muda de assunto.

- Thiago, agora você vai me explicar. – Falo de forma decisiva. Eu estava cheia daqueles dois guardando segredinhos.

- Não é nada!

-Claro que é alguma coisa!  Você acha que eu nasci ontem? Eu sou bem crescidinha! – Grito.

- Você não precisa saber disso, Alice! Eu não quero te contar porque você vai ficar mal por nada! – Minha raiva cresce ainda mais.

-Ah, quer saber? Você está me deixando mal agora, e não é por nada. Além disso, nunca mais me chama de princesa. Nem de bebê, eu odeio isso. Tchau.

Saio pisando firme em direção à porta da casa. Ele chama meu nome, mas não me viro. Fecho o portão na cara dele e subo as escadas correndo, ignorando minha tia e Becky, que perguntaram o que havia acontecido. Jogo-me na cama, chorando e liberando todo o estresse dos últimos dias, desde as intrigas entre o Thiago e o Nick até os meus sentimentos indefinidos pelos dois, que eu insistia em negar. De repente, escuto a porta do quarto abrir. Coloco a cabeça no travesseiro e abafo um grito, pensando que era Becky querendo que eu a ouvisse, mas percebo que é minha tia. Resolvo confiar nela, já que ela havia sido a pessoa que mais me ajudara nessa viagem, além de ser ótima com conselhos.

-Oi, anjinho. Quer falar sobre o que aconteceu? – Ela senta ao meu lado e passa as mãos pelo meu cabelo.

-Você tinha razão. – Respondo, enquanto as lágrimas caem sem parar.

- No que eu tinha razão?

- Em tudo, tia! Eu não entendo. Tudo estava tão bem com  o Thi, mas ele começou a agir de forma estranha e esconder as coisas de mim, e o Nick parecia tão disposto a me contar algo sobre ele quando ele apareceu e interrompeu, aí nós brigamos. E talvez eu esteja sentindo alguma coisa pelo Nick. – Despejo as palavras nela.

-Calma, eu tenho tempo, não precisa falar rápido assim. Já parou para pensar que nem sempre nós acertamos de primeira? Nem sempre nosso primeiro namorado vai ser nosso único amor! Às vezes percebemos que as pessoas não  são o que pensamos, e aí nós conhecemos outras pessoas. Isso é totalmente natural, docinho.

-Eu sei, mas eu me sinto tão errada fazendo isso!

-Converse com o Thiago, talvez ainda dê tempo de vocês se entenderem.

Nesse momento, Becky entra no quarto.

-Oi. Desculpa, mas eu acabei subindo atrás da sua tia e ouvindo tudo... Acho que ela tem razão. Amanhã nós vamos todos ao clube. Tente falar com o Thiago, e se você perceber que as coisas não melhoram, acabe com ele. Além disso, sempre achei que o Nick era mais adequado pra você. – Ela ri.

Eu me acalmo um pouco e agradeço as duas, que saem do quarto para me deixar sozinha um pouco. Vou até o banheiro, tomo uma ducha para me acalmar e volto para a cama, caindo imediatamente em um sono pesado e sem sonhos.


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