Amor Na Bagagem escrita por gabi13


Capítulo 18
Capítulo 18 - Ceia de Natal


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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A primeira coisa que faço ao acordar na manhã seguinte é checar meu celular, desapontando-me ao descobrir que não havia recebido nenhuma mensagem de Thiago. Pulo da cama, vou até o banheiro e me arrumo como todos os dias, olhando no relógio eletrônico e percebendo um detalhe: é véspera de Natal. Como eu não havia pensado nisso ainda? É meu feriado preferido desde que sou criança, quando eu costumava acreditar em Papai Noel e em toda aquela mágica. Além disso, também percebo que não liguei para minha mãe desde que cheguei aqui, enquanto ela ligara todos os dias pedindo como eu estava. Saio do banheiro e ligo para ela, que me assegura que tudo está bem, desejando um bom vinte e quatro de dezembro. Desligo o telefone e desço para a cozinha, onde minha tia se encontra em uma ligação com alguém, aparentemente falando sobre a entrega de comida para uma ceia que ela planeja fazer hoje.

- Ok, é para oito pessoas. Sim, pode entregar as sete horas de hoje, muito obrigada. – Ela desliga.

-Oito pessoas, tia?

-Sim, mandei o Guto convidar os amigos dele, e a dona Rosa está de folga... Deixei-a passar o Natal com o marido e os filhos dela, então acabei encomendando comida.

-Ah bom, entendi. – Respondo, feliz porque Thiago vai passar o Natal comigo, mas irritada porque Nicholas também vai.

 Em cima da mesa encontra-se um saco aberto de biscoitos natalinos, do qual puxo um sem cerimônia e enfio na boca, bebendo café com leite por cima. Becky e Guto descem em seguida, avisam que vão sair para dar uma voltinha na praia e que voltam mais tarde, ainda a tempo para a ceia. Assim que eles saem, sinto meu celular vibrar no meu bolso.

“Oi, amor da minha vida! Hoje nós não vamos poder nos encontrar, infelizmente, pois é claro que eu estava louco para ver minha namorada maravilhosa... Tenho um compromisso. Beijos, -T”.

Fico triste, pois já é o segundo dia que não posso vê-lo durante a tarde, mas sorrio mesmo assim, vendo o quão fofo ele havia sido na mensagem. Antes disso tudo, eu achava esse tipo de tratamento meloso e coisa de gente sem o que fazer... Estranho como quando as coisas acontecem conosco, tudo é ótimo, não é? Respondo a mensagem.

“Ok, tudo bem, espero você na ceia hoje à noite. – A”.

Quando guardo o celular no bolso, minha tia pela primeira vez repara no anel em minha mão direita, largando a colher e me olhando boquiaberta.

-Isso é o que eu estou pensando? – Ela pergunta, sorrindo.

-É sim... Thiago me pediu em namoro.

-Não acredito! – Ela dá gritinhos e sai pulando. Apesar de ela ser mais velha que minha mãe, às vezes tenho a impressão de que ela é dez anos mais nova.

-Acredite! – Eu sorrio.

-Como ele fez o pedido? Foi fofo?

-Muito, ele colocou o anel dentro de uma trufa quando me levou para jantar em um restaurante incrível!

-Que coisa linda! Estou louca para ver vocês dois juntos hoje na ceia... E por falar em ceia, tenho que ir comprar alguns guardanapos decorativos novos. – Ela diz, levando o prato na pia e saindo apressada, depois de me dar um beijo estalado em cada bochecha.

Depois de acabar de comer e lavar a louça que havia na pia, subo para meu quarto e fico imergida em um dos meus romances favoritos, devorando página por página até mais ou menos cinco da tarde, quando tomo um banho e coloco uma sapatilha preta, brincos pretos e um vestido vermelho com cara de Natal. Passo um pouco de sombra prata, base, rímel e batom vermelho, já que é uma ocasião mais especial. Desço para o andar de baixo e minha tia me indica que meu grupo de amigos já está conversando na sala. Apesar de já ter passado algum tempo na casa, eu não havia entrado na sala ainda, o que é extremamente estranho. Obviamente, minha tia fez um bom trabalho. Persianas de madeira descem por duas janelas enormes, uma televisão enorme se encontra na parede, quadros floridos se espalham por todo ambiente, e em frente a uma mesa de centro toda feita de madeira de demolição, Becky, Guto, Juliana, Nicholas e Thiago conversam sentados em um sofá bege de couro.

-Oi, amor. – Thiago me cumprimenta com um selinho, me chamando para sentar em seu colo.

Dou um oi geral e me aconchego com ele.  Juliana está no colo de Nicholas, usando um vestido rosa um pouco curto, e Becky no de Guto, com uma blusa verde escura e shorts. Os três se olham, contam até três, e antes que tenhamos tempo de reagir, nos derrubam do sofá. Eu e Becky começamos a rir, mas Juliana parece extremamente ofendida. Começa a gritar loucamente dizendo que suas costas nunca mais seriam as mesmas, ou algo do gênero. Para a alegria geral, é interrompida por tia Lourdes, que nos chama para irmos até a mesa.

-Crianças, hora da ceia! Vamos, vamos fazer uma oração antes, deem as mãos.

Dou uma das mãos para Thiago e, infelizmente, sou obrigada a dar a outra para Nicholas, que também não parece nada satisfeito com a situação. Rezamos e nos sentamos à mesa, servindo-nos de peru, arroz e saladas variadas. Comemos em silêncio. De sobremesa, é servido um pudim com calda de frutas vermelhas com uma cara deliciosa, mas Thiago e Juliana recusam. Ele sai para atender uma chamada telefônica, de acordo com ele de sua mãe, e ela vai até o banheiro, alegando ter de retocar a maquiagem e não poder engordar as calorias vazias daquele doce. Fresca. Sirvo-me de um pedaço de pudim e sigo para a sala, deixando Becky e Guto sozinhos, já que minha tia havia ido buscar alguma coisa na cozinha e Nicholas tinha ido a algum lugar também... Ao mesmo que eu pretendia, como descubro ao chegar na sala. Sento-me em uma poltrona e como em silêncio, com ele me encarando.

-Qual é a sua? - Pergunto.

-Nada... Por que você me odeia tanto?

- Eu te odeio? Você é quem me odeia! Você implicou comigo desde o momento em que eu cheguei aqui, e eu não fiz nada... Fora não gostar de segurar vela para você e sua namoradinha! – Explodo.

- Eu não te odeio, na verdade achei que você fosse legal, sabia? E não fale da Juli assim!

- Eu sou legal se você for legal comigo, e tá bom, não vou mais falar da Juli. – Cuspo o apelido idiota dela como se fosse um palavrão. – Por falar nisso, onde estão ela e o Thi? – Abaixo um pouco o tom de voz.

-Não sei, vou dar uma volta e procurar, porque a última coisa que eu quero é ficar aqui com você. –Ele responde de forma grossa.

-Somos dois. – Retruco.

Ele sai para o lado do jardim frontal numa marcha raivosa, enquanto eu saio para o de trás. A visão da paisagem me deixa paralisada por alguns instantes. Uma pequena cerca separa o gramado da areia, e palmeiras cercadas de canteiros floridos se espalham por toda a extensão do jardim. É possível ver o movimento do mar mesmo a essa hora da noite, devido às pequenas tochas artificiais que decoram a cerca. No centro de tudo se encontra um pequeno quiosque estilo vitoriano, todo feito de madeira e cheio de pequenas luzes de Natal... Como nunca o havia visto durante a noite, fico encantada ao observar cada detalhe... Até ouvir uma voz muito conhecida saindo lá de dentro. Vou até a janela e, ao olhar para dentro, vejo Thiago rindo e conversando com uma garota de cabelos castanhos, cuja identidade não reconheço na hora.


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Notas finais do capítulo

E então? Obrigada a vocês que estão acompanhando minha história, de verdade ♥