PDV NIKLAUS

De fato eu ainda não conseguia processar tudo. Caroline estava grávida. Hayley estava grávida. O que eu sempre implorava para não acontecer, aconteceu em dobro. Era óbvio que ser pai não estava em meus planos nunca! Aliás, eu não gosto de crianças.

Estava feliz por Caroline. Sei que ela sim adora crianças. Sabia que de tal maneira, nós nos uniríamos melhor. Obvio que eu não estava preparado para aquilo. Mas por Caroline eu poderia fazer isso.

Eu finalmente tinha conseguido dormir depois de mais e mais exames. Kol tinha conseguido levar Caroline para descansar, já que a mesma não queria arredar os pés daqui. Porém ela só foi após Elijah prometer-lhe que ficaria a noite inteira em meu quarto.

Já estava de manhã, Elijah dormia um pouco desconfortável na poltrona ao lado de minha cama. Eu encarava a parede sem graça a minha frente há alguns minutos. Pensava no que faria agora com todo esses dois pequenos problemas em mãos.

- Até que em fim acordou. - disse ao ver Elijah se remexendo e abrindo seus olhos sonolento. Ele virou seu rosto para mim, me avaliou brevemente e depois ficou de pé.

- Acho que está bem melhor. - comentou vindo até a mim.

Dei de ombros, voltando a analisar aquela parede.

- Já passei por coisas piores. - digo sem muitas importâncias. E era verdade, eu já tinha sofrido coisas piores de que um tiro na costela. Elijah deu uma baixa risada e concordou silencioso - Se conheço bem Caroline, ela já deve estar a caminho, então caso queira ir descansar melhor, está livre, irmão. - ele sorriu meio desconfiado - Não me olhe assim, eu estou bem. - afirmei.

- Tudo bem, eu realmente preciso de um bom descanso. - ele cedeu cansado.

PDV CAROLINE

- Caroline? O que faz de pé uma hora dessa? - Vicky estranhou em me ver logo cedo naquela manhã. Terminei de basicamente jogar o suco garganta a baixo e me virei para minha amiga. Vicky estava na porta da cozinha, vestia apenas uma camisa larga de mangas compridas e estava descalsa.

- O que você acha, Vicky? - perguntei incrédula e ela pareceu pensar por alguns segundos, até finalmente raciocinar.

- Caroline, você nem descansou. - ela protestou.

- Ele está lá por minha culpa, Vicky. - disse balançando a cabeça negativamente. Ela suspirou sabendo que não conseguiria me contrariar.

A suave e armoniosa musica deixava meus animos mais calmos enquanto eu esperava o elevador chegar no andar desejado. Suspirei um pouco cansada. Eu tinha que admitir, Vicky tinha razão. Eu estava completamente cansada. Há dias que não descanso. Essa noite eu quase nem dormi, e quando conseguia fechar meus olhos a dolorosa imagem vinha em mente. Chad.

Só de pensar naquele monstro, todo meu corpo extremecia. Sabia que a essa hora, tanto ele quanto seus capangas estavam belamente atrás das grades. Porém meu peito se extremecia por pensar que Niklaus e eu nunca estaríamos em paz.

Quando as portas do elevador se abriram, minha nada bela visão só demonstrou que meus pensamentos estavam corretíssimos. Minhas pernas se moveram involuntariamente, na direção daquele elegante casal. Minhas mãos começaram a tremer e minhas pernas fraqueijavam.

Enquanto Kol parecia calmo e tranquilo, o casal que o escutava não parecia nada alegre, nem muito menos calmos e tranquilos. O que apenas deixou-me mais nervosa.

- Caroline. - Kol deu um leve aceno ao me ver alí próximo a eles.

O belo e elegante casal viraram-se para mim. Não foram nada discretos quando soltaram o nojo nos semblantes.

- Sr. e Sra. Mikaelson. - sibilei um pouco receosa. O casal continuaram com aquelas expressões e me avaliaram brevemente.

- Imaginei que estaria aqui. - Esther Mikaelson disse num baixo tom de voz bem delicado e seco.

Suspirei baixinho, concordando com a cabeça levemente. Eu não imagina encontrá-los, não agora. E nem aqui.

- Como Klaus está? - resolvo tirar minha agonia e olho para Kol. O mesmo me deu um leve sorriso.

- Acredite, Klaus já sofreu coisas piores. - Kol brincou com aquele brilhante e gentil sorriso. Ganhou um olhar repreensivo de sua mãe, o que lhe passou completamente dispercebido, ou ele conseguiu fingir que não viu - Niklaus está bem melhor, Caroline. - ele pausou por breves segundos enquanto virava seu rosto para o belo relógio na parede ao nosso lado - E... A essa hora já acabou o exame que ele fez agora... então está livre para visitas. - afirmou sorridente.

O Senhor Mikaelson soprou um Até que em fim. Mas foi tão baixo que não sei se realmente ouvi aquilo, ou se estava ficando louca. Percebi aquele homem mais velho revirando seus olhos sutilmente, enquanto Esther me olhava de uma maneira raivosa, mas controladora.

- Ah... Imagino que queiram ir vê-lo, certo? - disse chamando-lhes a atenção.

- Creio que sim. - ela me respondeu sarcástica.

- Então podem ir primeiro. - sorri de uma maneira mais sarcástica ainda.

PDV KLAUS

- Não consigo entender o que deu em sua cabeça, Niklaus! - Esther dizia num baixo e indelicado tom de voz - Arriscar sua vida por aquela mulher petulante!?

Revirei meus olhos, pouco dando ouvidos para tais ridiculas palavras. Estava mais divertido ler aquele jornal que constatava mortes e mais mortes. Sorri quando passei pela notícia que contava sobre o grande empresário que ajudou a salvar sua ex-companheira, que estava sendo mantida em cársere de privado por um aliciador. As notícias correm!

- Você está escutando o que sua mãe está dizendo, Niklaus? - Mikael tomou uma dura postura e logo ficou ao meu lado, parecia estar se controlando para não me matar ou me fazer algo.

- Infelizmente: sim. - respondi sem me importar. Esther bufou dando três passos distantes de mim.

- E se algo de pior tivesse acontecido, Niklaus? E se você tivesse recebido um tiro no coração ao invés na costela? - Mikael disse irritado.

- Você deixaria Hayley grávida e sozinha! - Esther disse aumentando sua voz e virando seu rosto irado para mim - Tudo isso por causa daquela mulher...

- Chega de falar de Caroline! - disse irritado e eles me olharam surpresos com minha atitude - Eu estou com Caroline de novo, entendam isso.

- Como assim? - Mikael olhou-me descrente.

- Você não pode fazer isso, Niklaus! Hayley está grávida...

- E caroline também. - eu a interrompi antes dela continuar tal frase. Sorri vendo as expressões horrizadas deles.

Antes deles dizerem algo ou me punirem... Ouvimos batidas na porta e então Kol anunciou sua entrada.

- Mãe... Pai... Essa discussão não irão levá-los a lugar algum. - Kol disse solene - Além do mais, Niklaus passou pr uma delicada cirurgia e ele não pode passar nervoso.

- Se vocês se retirassem, eu agradeceria. - completei com um suave e indelicado sorriso.

Eles ficaram calados, provavelmente já percebendo que tudo que fizerem, não daria certo. Eu amo Caroline, eu não a deixari jamais, ainda mais agora nessa situação que está... ou estamos.

PDV CAROLINE

O Sr. e Sra. Mikaelson sairam do quarto com aquele ar de superioridade. Soltei um delicado Até mais e os dois simplesmente me ignoraram. Mal sabem eles, que isso nem me atingiu.

- Caroline? - ouvi Kol chamando-me.

Sorri para ele e caminhei na sua direção.

- Tenho um paciente agora, Niklaus está sob sua responsabilidade, hem? - ele disse divertido e sorri novamente.

- Pode deixar. - afirmei enquanto ele já se afastava na direção do outro corredor. Fechei a porta do quarto de Niklaus, logo que já estava alí dentro - Eu escutei a discussão de lá fora. - disse caminhando na direção de Klaus. O mesmo parecia emburrado e sua expressão estava séria - Foi tão ruim assim?

- Eu não estou ligando para isso. - ele negou respirando fundo e sentou-se melhor na cama, deixando um espaço livre. Sentei-me ao seu lado e afaguei seu rosto.

- O que há? - questiono em dúvida.

- Olha só: eu odeio ficar impossibilitado. Não posso me levantar e tenho que ficar aqui preso, isso é a pior coisa do mundo.

Olhei incrédula para ele, julgando primeiramente ser uma piadinha, mas Nik estava sério. Ou seja, era realmente aquilo que lhe preocupava. Pela primeira vez eu via um lado criança de Nik. Ri sozinha e ele me olhou incrédulo.

- Seus pais estão contra você, contra mim... e você nervoso por não poder sair do hospital?

- Você acha mesmo que vou me importar com meus pais numa hora dessa, Caroline? - ele me olhou incrédulo e ri novamente.

- Okay, Nik. Tudo bem. - suspirei - Enquanto você conversava com seus pais, Kol me disse que no fim da semana você já poderá ir para casa. - ele sorriu um pouco mais aliviado.

- Eu espero. - resmungou e ri novamente.

- E isso me lembra que preciso te bater. - disse franzindo o cenho e ele me olhou confuso. Porém em segundos pareceu entender algo - Sim, é sobre Hayley. - ele revirou os olhos preste a protestar - Mas não é sobre o que aconteceu, é sobre o que está acontecendo.

- Está dizendo da gravidez? - ele olhou-me incerto.

- Klaus, a criança é seu filho. - por mais que me doia dizer essas palavras, Niklaus precisava ouvi-las - Essa criança não tem culpa.

- Sweet, Hayley está aproveitando da situação...

- Não importa, Niklaus! - neguei séria - Ela pode estar aproveitando ou não, essa gravidez ainda é de risco, e ela precisa de você.

- Caroline, você também está grávida, e também precisa de mim. E se for para escolher entre você e hayley, não preciso nem dizer qual será a minha escolha. - ele deu de ombros sutilmente.

- Tudo bem, Klaus. Eu fico lisongeada em saber que você me escolhe ao invés de Hayley; porém ela ainda carrega um filho seu. - disse serena e ele respirou fundo lentamente - Eu amo meu filho, e espero que você o ame também. - murmurei levando minha mão até minha barriga.

Klaus olhou para minha barriga rapidamente, ficando preso em seus próprios pensamentos. Até finalmente após alguns segundos, olhar em meus olhos.

- É claro que amo, sweet. - ele murmurou também levando sua mão a minha barriga.

Sorri um tanto maravilhada em ouvir tais palavras.

- Então, Nik, da mesma maneira que nosso filho vai receber esse nosso amor, seu filho e de Hayley tem de receber tal amor. - disse querendo fazê-lo entender o que era o certo no momento - E sem preferências; pois da mesma forma que este - apontei para minha barriga - é seu filho, aquele também é.

Klaus ficou calado por alguns segundos, parecia tentar colocar minhas palavras em sua cabeça e fazer o raciocinio delas. Ele tinha que entender que aquela criança não tinha culpa de nada. Ele não podia não nutrir nenhum sentimento por tal, era filho dele.

- Eu não consigo entender como cabe tanta bondade em ti, Caroline. - ele murmurou um tanto maravilhado. Sorri revirando meus olhos.

- Você se esqueceu de que eu sei como é ser abandonada? - disse meio chateada e ele compreendeu em silencio - Eu não quero isso para o irmão, ou irmã de meu filho. - murmurei olhando para minha barriga.

Klaus passaria por mais um exame, seria o ultimo do dia. Finalmente eu tinha mudado os pensamentos dele em relação ao bebê que Hayley carregava. E agora eu tinha quase certeza de que ele faria a coisa certa.

Quando sai do quarto de Klaus, em mente de que compraria algo para comer - já que minha barriga alertava desesperadamente que estava faminta; senti uma breve tontura e um leve enjoo.

- Caroline? - ouvi a preocupada voz de Kol. Rapidamente me virei para ele - O que houve?

Respirei fundo já sentindo-me melhor, porém não tinha gostado nada de ter sentido aquilo.

- Uma tontura. - respondi calmamente - É um pouco normal, não é? - esbolcei um leve sorriso.

- Ahn... - ele hesitou nada contente - Nem sempre. - murmurou - Mas, o que acha de ser examinada?

- Eu estou bem. - disse negando com a cabeça.

- Caroline? - ele olhou-me incrédulo - Vamos só medir sua pressão, okay?

Concordei meio receosa, mas eu tinha a certeza de que estava tudo bem. Segui Kol até sua sala, onde ele me fez sentar numa cadeira branca confortável enquanto ele buscava o aparelho de medir pressões arteriais. Esperei impacientemente até ele voltar e colocar uma parte do aparelho em volta de meu braço direito. Aguardei por mais alguns segundos, vendo a expressão assentimental de Kol.

- Bom... - ele sibilou já tirando o aparelho de meu braço - Sua pressão está um pouco alta, Caroline. - olhou-me sério.

- O quê? - murmurei assustada - Mas... isso é... grave?

- Pressão alta na gravidez, geralmente pode agravar um pouco. - ele falou sem hesitar, deixando-me mais assustada - Mas se tomar as medidas corretas, sua gravidez será calma e normal. Ainda mais porque sua pressão não está tão alta assim. - tentou amenizar.

- Mas... estará tudo bem com meu filho né? - perguntei com medo.

- Sim, Caroline. - ele virou-se até sua mesa e colocou o aparelho alí - Você só não pode fazer esforços, passar nervoso e não se alimentar inadequadamente. - explicou cauteloso - Ah, e nada de bebidas alcoolicas. - tentou soar divertido. Concordei em silencio - Não se preocupe, Car, vai ficar tudo bem.