Thats My Life Without Me escrita por Hobbit


Capítulo 2
E o tempo passa... literalmente


Notas iniciais do capítulo

OIE
Óia eu aqui de novo! Eu ando postando até rápido.....
Bom, eu to meio que sem assunto e com preguiça e tal, então não vou escrever muito aqui não... Só quero dizer que apesar de ser meio dramático, esse foi o primeiro cap que eu realmente gostei :)
Bom, enfim... tenham uma boa leitura e espero que gostem :}
NOSSA COMO EU TO NORMAL NÉ?
eu vou dividir em duas partes o cap porque eu achei melhor não colocar tanta informação assim em um cap só
AHH AMANHÃ É MEU EXAME DE FAIXA LÁ NO HAPKIDO E EU VOU TENTAR VIRAR FAIXA AMARELA, ENTÃO ME DESEJEM SORTE PELO AMOR DE DEUS!



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Eu costumava dizer que não existia nada melhor do que ficar sozinha. Eu amava ter meu próprio canto, para ficar lá, no silencio absoluto, só eu e minha mente. Eu costumava dizer que eu consigo raciocinar muito mais sozinha e que as ideias vêm muito fáceis sem ninguém na minha volta. Quando eu soube que estava grávida, um pensamento insistia em martelar na minha cabeça. “Merda, agora eu nunca mais vou ficar sozinha”. E então tudo isso me atingiu de repente e agora eu fiquei sozinha. Absoluta e totalmente sozinha. E então eu percebi que é realmente bom ficar sozinha. É muito bom ter um tempo consigo mesma... isso quando você sabe que vai voltar pra casa depois, sentar ao lado de quem você ama e expor o que você pensa pra essa pessoa. É muito bom ficar sozinha. Sozinha, não invisível.

Olhei em volta. Era um domingo tranquilo em Lima. Carros passeavam devagar, famílias perfeitas exibiam seus filhos perfeitos, jovens apaixonados se beijavam como se não houvesse amanhã, algumas de crianças corriam desesperadamente, amigos riam uns dos outros... E eu observava todos com minha curiosidade natural. Eu me pergunto aqui qual a história dessas pessoas, seus medos, inseguranças, sonhos, arrependimentos, planos, problemas... Quem são essas pessoas e o que elas querem? O que trás cada um deles aqui?

Aposto que nenhum deles já entrou em coma e ficou invisível. Aposto que nenhum deles sabe o que é estar realmente sozinho.

Fui caminhando lentamente na direção do hospital que meu corpo estava. Acho que não sou psicologicamente capaz de abstrair tudo isso. Talvez eu morra e nunca volte a ser vista por Finn, nem Santana, nem ninguém. Só de pensar nisso senti meus olhos marejados.

Você é forte Rachel Berry. Nada vai te atingir.

Entrei no quarto e dei uma olhada geral. Vi o relógio que marcava 12:30, vi eu mesma deitada no meio de muitos aparelhos estranhos e vi Santana sentada ao lado do meu corpo com a cabeça apoiada nas mãos. Andei até ela e segurei sua mão e desejei muito que ela pudesse me ver. Eu sinceramente não sei como isso é possível. Quer dizer, o Finn me atravessou, mas eu consigo segurar as coisas.

Nessa hora tudo que eu tinha trancado veio como um furacão. Eu não conseguia mais conter minhas lágrimas e deixei que essa sensação tomasse conta de mim. Santana parecia inquieta, como se sentisse meu toque. Ela levantou a cabeça e pude ver marcas das lágrimas em seu rosto. Isso não era algo comum da latina.

Ela franziu o cenho e balançou a cabeça em negação e eu me deixei “desabar” no chão. Fechei os olhos, contei até dez, respirei fundo. Nesse instante vi Finn discutindo baixinho com um médico que era a metade do seu tamanho. Franzi o cenho. Fui até onde deveriam estar Cory e Sophia (?). Nada. Como tiraram crianças que não tinham nem duas horas de vida do hospital? Andei apressada até Finn., que parecia surpreendentemente irritado.

–Mas já se passaram quase três meses.

–Eu sei, Sr.Hudson, mas a Srtª.Berry...

–Você disse duas semanas no máximo!

–Ela está em coma! Eu não posso fazer nada.

Finn passou as mãos no cabelo, nervoso com toda essa situação.

–E por sinal, Sr.Hudson, o horário de visita acabou. Você e a sua amiga estão convidados a se retirarem.

O mais alto revirou os olhos e suspirou. Entrou no pequeno quarto que eu, meu corpo e Santie estávamos. Tocou no ombro da última e fez um sinal com a cabeça para eles irem, com um sorriso triste e um olhar cansado. Me deixei cair novamente na cadeira mais próxima. Eu me sentia desamparada e foi como se a ficha finalmente caísse. Sussurrei em um ato de desespero um “Te amo, Finn” e Santana rapidamente olhou para minha direção. Eu conseguia ouvir sua respiração acelerada e seus olhos arregalados em sinal de surpresa fizeram reacender minha última brasinha de esperança. Ela apertou bem os olhos e eu sorri. Tinha certeza que meus olhos brilhavam, mas eu duvido que alguém realmente pudesse enxergar isso. Santana piscou várias vezes os olhos e respirou fundo. Eu queria gritar “Você é cega? Olha pra cá, idiota!”, mas nada saía desse pequeno ser estúpido e invisível. E então Santana voltou a andar junto a Finn, meio confusa e atordoada. Ambos pareciam tão... exaustos. Fiquei os observando até suas silhuetas desaparecerem descendo pela escada. E minha brasinha de esperança foi apagada, pisada e destruída até que não sobrasse mais nada além de pó. Até que não sobrasse mais sombra de dúvida de que estava sozinha nessa. Virei para o lado e avistei o relógio que marcava 17:45... espera, o que?

E então uma frase voou pela minha mente me trazendo de volta para a realidade. Mas já se passaram quase três meses. Senti meu coração bater mais rápido, minhas pernas amolecerem e minhas mãos suarem. Três meses?

Corri desesperadamente até o estacionamento e não vi nem Santana nem Finn e nem o carro que antes estava bem perto da porta. Passei a mão pelos meus cabelos desesperadamente e peguei um telefone público, já discando o número da casa de Santana. Será que ninguém percebia o telefone público “voando”? E para a minha surpresa, após uns cinco toques, a própria latina me atendeu. No terceiro alô que ela gritava do outro lado da linha eu larguei o telefone, hipnotizada com o relógio gigante na minha frente. Todos diziam que aquele era o relógio mais exato que pode existir já que a hora nunca fica errada. Senti todas as células do meu corpo paralisarem -se é que eu tinha células, talvez eu fosse só... ar?- e eu pisquei diversas vezes, completamente confusa. O relógio marcava 19:30. Suspirei e enterrei a cabeça nas mãos. Quando eu abri meus olhos novamente, depois do que pra mim pareceu no máximo um minuto, eu vi as horas novamente. 20:25.

Além de ser invisível agora eu também tenho o controle azul de Click?

Me permiti desabar pela terceira vez hoje. Olhei em volta, onde as primeiras casas acendiam as luzes. Carros que antes passeavam chegaram ao seu destino, famílias perfeitas estavam em suas casas relaxando com seus filhos perfeitos, jovens apaixonados se despediam e seguiam seu caminho, crianças se lamentavam por ter que parar de brincar e se preparar para mais um dia normal, os amigos agora relaxavam em um café para aproveitar o final do dia. E eu? Eu chorava... confusa e atordoada pela quantidade de informações que bombeavam minha cabeça. Confusa, atordoada e principalmente sozinha.

:::

Uma meia hora depois e eu “acordei” do meu transe profundo. Olhei o relógio e vi que já marcava 23:45. Então era isso... Eu estava em coma ha três meses e o meu tempo passava com uma rapidez diferente a cada segundo? Esfreguei meus olhos ainda molhados pelas lágrimas e respirei fundo tentando inutilmente sair daquele estado deplorável. Bom, ninguém consegue me ver mesmo... Levantei de cabeça erguida e fui caminhando até a “minha” casa -ou casa da Santie, como quiser- que ficava há uns quinze minutos dali. Se eu não fosse invisível, as pessoas com certeza teriam orgulho do jeito que eu finalmente tinha começado a agir em relação a tudo isso. Como era de se esperar, chegando ao meu destino eu vi que no tempo real já tinham se passado quase duas horas. Era muito estranho isso, já que em um minuto se passavam quase uma hora e em quinze minutos quase duas horas.

Olhei para a porta da frente da minha casa. E junto com um suspiro me veio na mente quando nos mudamos para cá.

A porta de entrada era convidativa e ao mesmo tempo assustadora. Era como a própria Santana Lopez. E se fosse tudo uma brincadeirinha boba? E se no final de tudo eu saísse desse jardim ainda pior do que quando eu entrei? Seria hilário para a latina se isso fosse só uma brincadeira... O casalzinho “grávido” loser e ingênuo. Aqueles que durante três anos seguidos foram o rei e a rainha do baile ridicularizados no último ano (N/A sim, aqui o ensino médio leva quatro anos). Mas ao mesmo tempo, qual era o plano B que eu tenho? Sem chances de desistir disso agora.

Coloquei a mão instintivamente no não muito grande relevo na minha barriga. Não vou desistir. Não vou desistir por você, pequena pessoinha.

Mas então vi Santana se aproximando de nós dois. Ela sorriu e imediatamente se abaixou, ficando na altura de onde estaria o meu bebe. Eu podia ver o brilho em seus olhos enquanto acariciava minha barriga. Ninguém consegue fingir tão bem. Ninguém consegue imitar esse brilho. Ninguém consegue forçar aquele sorriso. Ninguém consegue fingir esse afeto.

E foi aí que eu percebi que eu não tinha nada o que temer. Eu não precisava ficar insegura. Eu tinha Finn, eu tinha uma nova vida dentro de mim e por mais estranho que parecesse, eu tinha Santana Lopez. E eu sabia que isso seria pra sempre.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Comentem, porque vocês me inspiram MUITO!