Okami No Me escrita por BlackFang
Notas iniciais do capítulo
"Sonhos estranhos acontecem, tão nítidos que parecem reais. Mas se eles se tornarem realidade o mundo será destruído"
Imersa na escuridão, uma garota de cabelos curtos e negros desperta ouvindo uma voz ao longe:
- Sayu...ri...ah...
- Quem...essa voz...tão nostálgica...mas quem...quem é?
Ao abrir seus olhos a escuridão é trocada por um enorme campo de guerra onde corpos se amontoam no chão e o sangue cai dos céus em forma de uma fina chuva vermelha.
A garota, agora trajando um tipo de kimono preto com faixas vermelhas e tendo os cabelos presos por fitas cruzadas de mesma cor percebe o que estava acontecendo. A sua frente está um homem com uma espada fincada no peito observando-a arfante, prestes a morrer, enquanto seu sangue escorria ao chão. Ao reconhecê-lo imediatamente entra em desespero ao voltar o olhar para o cabo da espada e perceber que era ela quem o estava segurando com as mãos já tingidas da cor rubra. Ela o havia matado. Ela.
- Hikaru! – gritou.
- Assas...Assassina! – disse, ofegante
- Mas....não fui eu...eu....
- Assassina! Foi por sua causa! É tudo culpa sua!
Um coro de vozes se iniciou repetindo a palavra que ela não aceitava ouvir e ficando cada vez mais alto até que o homem a sua frente abriu um sorriso doentio e tudo finalmente se aquietou. A escuridão voltou e as vozes ensurdecedoras foram trocadas por uma melodia.
“See the devil on the doorstep now, my oh my
Telling Everybody, oh Just how to live their lives”
Era o despertador, e agora ela estava debaixo das cobertas do seu quarto procurando a fonte da música.
“Keep watching from your picket fence
Keep talking but it makes no sense
You say we’re not responsible, but we are…we are”
A música cessou enquanto ela pensava no que acabara de ver. Estava ficando cansada de ter o mesmo sonho tantas vezes seguidas.
O relógio marcava 10 horas.
- Tenho que parar de ver tantos filmes antes de dormir, não ta me fazendo bem.... – disse enquanto mexia no celular, ainda sonolenta.
Havia uma mensagem que dizia:
“Não se esqueça do compromisso que VOCÊ marcou para hoje as 10h30
- Hikaru”
- Mmm....dez e meia...pera, dez e meia?! Droga! Droga! Droga! Eu esqueci! Ahhh! – dizia enquanto pulava da cama, tropeçando em tudo que via pela frente.
~*~
Numa escadaria perto de árvores com flores brancas, cerejeiras incomuns aquela época do ano, um homem de cabelos negros arrepiados para trás e um sobretudo preto olha fixamente para elas. Por mais que seu olhar pareça sereno ele está preocupado. Tem um mal pressentimento.
- Hikaru! Hikaru! – chamava uma menina de roupas pretas e roxas enquanto corria em sua direção. Ele desvia sua atenção das árvores e faz uma cara feia.
- Você tá atrasada...de novo! Você sempre atrasa sua pivetinha! – disse enquanto apertava os punhos na cabeça de Sayuri.
-Deeeesculpa! Desculpa! Waaa! – disse antes de morder a mão de Hikaru e sair de uma possível chave de braço.
- Argh! Seu projeto de ser humano!
Como sempre o dia começa animado e com uma pequena luta, se é que podemos chamar isso de luta.
- Tá bom! Tá bom! Chega! Vamos logo comprar as coisas!
- Ah...é verdade...
- Vai dizer que esqueceu disso também? Pff...
- Ah! Cale a boca Hikaru!
~*~
A tarde já está no final. O sol mostra seus últimos raios enquanto os dois estão caminhando de volta pra casa depois de um dia cheio, tão cheio que mal conseguimos ver o Hikaru de tanta coisa que ele está carregando.
-Mas por que você comprou tanta coisa?! Você me disse que era só a compra do mês!
- Ué...mas são as compras do mês, eu tenho que me alimentar, né?
- Quê?! Mas aqui tem comida pra um ano! Além de que só tem porcaria!...Por isso que você tá gorda!
- G...gorda? Quem você pensa que tá chamando de gorda seu raquítico! Não tem um músculo sequer! – e então tenta acertar Hikaru com um soco na costela que acaba em vão.
- P-Para! Se você me acertar vai tudo pro chão entendeu? Que tipo de garota você é??
- Como você é chato! Só serve pra carregar as compras mesmo.
-Mas o qu...
- Enfim! Ontem eu descobri uma coisa muito legal com a Liz....tá vendo aquelas duas árvores maiores? – disse, apontando para uma floresta onde duas árvores eram ligeiramente mais altas que as outras- Dizem que lá tem um templo muito antigo com um lago enorme!
- Tá. E....?
- Como assim “e...?” É claro que vamos passar lá!
- Carregando tudo isso? Nem pensar!
- Deixa de ser molenga! Parece uma menininha!
E depois dessas palavras não foi preciso muito para convencê-lo de ir ao dito templo.
O sol desaparecia.
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