Entre O Amor E A Magia escrita por SuLinhares


Capítulo 10
Capítulo 10




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Estaciono o carro próximo às árvores.

– Ali! Finalmente você chegou! – Minha avó vem em minha direção.

– Oi Vózinha! – E a abraço. – Cadê o vovô e o tio Robert?

– Estão no píer com seu pai, estão planejando uma pescaria para a tarde, querem fazer peixe para o jantar. Sua mãe está na cozinha.

– Estava com tanta saudade daqui. Nem dá vontade de voltar para a cidade.

– Então fique querida! Seu quarto está sempre arrumado! – Minha avó é um encanto mesmo.

– Um dia vó, eu me mudo de vez para cá.

Subimos as escadas que dá acesso a varanda. A casa está bem arrumada, a sala é bem espaçosa, com móveis creme e um belo tapete com motivos orientais no chão. A lareira dá um charme bem rustico ao ambiente. Em seguida fica a sala de jantar, com sua mesa de oito lugares e uma bela cristaleira com as pratarias e porcelanas da minha avó. O corredor dá acesso a cozinha e também aos seis quartos que a casa tem. Vou em direção à cozinha.

– Oi mãe. – Dou um beijo em seu rosto.

– Oi filha, já estava preocupada.

– É que eu liguei para Cass antes de sair, por isso demorei um pouco. Ia esquecendo, vó, convidei o Phil, a Cassandra e a família dela para comerem o seu famoso bolo amanhã.

– Que ótimo! Phil, Cass e sua família são sempre bem vindos! E Adam? Vai aparecer?

– Sim, ele disse que passaria por aqui. O que tenho que fazer?

Minha mãe se adianta.

– Bom, você corta os legumes para a salada. Depois quero que você ajude sua avó na sobremesa. Deixe que o peru e o filé eu faço.

– Ok.

A cozinha da minha avó é linda. Tem uma bancada que corre a cozinha toda, armários de madeira, um belo fogão convencional e um fogão a lenha também. No meio tem uma “ilha” de bancadas, com bancos altos. Geralmente tomamos café da manhã nessa ilha, mas hoje vou cortar legumes nela.

Pego a cesta de legumes em cima da pia, olho pela janela e vejo os homens da casa arrumando o barco. Deixo a cesta em cima da ilha de bancadas e vou lá fora, desço da varanda e vou pelo caminho de cascalho que leva até o píer.

– Olá garotos!

– Olha quem chegou! – Diz meu tio Robert.

– Ali! Que bom que você está aqui! – Meu avô me abraça.

– E o pai? Não ganha abraço? – E faz uma cara de triste.

– Claro que sim pai! Todos os abraços do mundo!

– Quer pescar conosco Ali? - Pergunta meu tio.

– Gostaria muito tio. Mas estou ajudando a vovó e a mamãe na cozinha.

– Então vamos combinar de marcar outra pescaria para você ir com a gente. – Diz meu tio.

– Combinado! Bom, só vim dar um oi. Deixa eu voltar para minhas tarefas, antes que o momento sargento da minha mãe volte. – Todos riem com a minha declaração.

Volto correndo para a cozinha, lavo minhas mãos e aproveito para lavar os legumes também. Fico olhando pela janela de vidro o entusiasmo deles, estão parecendo crianças com presente novo.

– Eles estão bem animados. – Comento.

– Sim, James não parava de falar dessa pescaria nenhum minuto. – Disse minha avó.

– Vamos marcar um dia para irmos juntos. – Falei.

– Que bom, mas agora se concentre em seus trabalhos mocinha. – Minha mãe novamente em seu momento sargento.

– Calma Lisa, sem pressão. Se você ficar desse jeito o trabalho vai ficar super chato. – Minha avó fala olhando para minha mãe.

– Já está chato vó, não vai ficar. – Resmungo, carregando a cesta de legumes de volta para a ilha de bancadas.

– Desculpe...Quero que saia tudo perfeito. – Diz minha mãe tentando disfarçar, mas sei que ela está escondendo algo.

– Mãe, sei que a senhora fica tensa quando tem que fazer recepções desse tipo, mas hoje está além do normal. Está acontecendo alguma coisa?

– Não Ali querida! É só stress mesmo, sua avó convidou alguns amigos dela e quero que todos fiquem bem, é só isso. – Vira o rosto e me dá uma piscadela, mas fico com a pulga atrás da orelha.

– Tudo vai ficar bem Lisa, você sabe disso. – Minha avó afaga os ombros de minha mãe, aquela frase e atitude me incomodaram bastante, meu sexto sentido diz que tem alguma coisa bem estranha no ar.

Começo a cortar os legumes com a minha avó. Fica um silêncio tão constrangedor, finalmente foi quebrado pelo som do celular. É Adam.

– Oi Adam! – E saio da cozinha, vou na direção da sala.

– Oi Ali! Sabe, deu saudade e resolvi ligar.

Um sorriso de quinze para as três surgiu em meu rosto.

– Own, que fofo. Também estou com saudades. Não liguei antes porque assim que cheguei fui logo para a cozinha. Ia ligar para você depois.

– Hum, estou atrapalhando?

– Você não atrapalha em nada. Como você está?

– Bem, estou ajudando meu pai a fazer o peru, aqui em casa é ele que faz.

– Estou preparando os legumes para a salada.

–Huumm, quero experimentar sua salada. Será que é tão boa quanto seu beijo? – Adam adora provocar.

– Você tem que provar primeiro. – meu tom também foi bem provocador.

– Posso passar de tardinha?

– Pode sim, já falei que você ia aparecer.

– Tá ótimo, então mais tarde encontro você.

– Vou te dá o endereço.

– Não precisa, esqueceu que meu pai é amigo de infância do seu pai?

Tinha esquecido esse detalhe.

– Verdade. Então nos vemos mais tarde?

– Sim, meu anjo. Beijos.

– Beijos meu lindo.

Termino a conversa e volto para a cozinha. Escuto minha avó e minha mãe conversando. Paro no corredor.

– Estou nervosa mãe, não sei como ela vai reagir.

– Calma Lisa, vai dá tudo certo. Ela vai ficar confusa no inicio, mas depois ela vai entender.

Meu pai entra na cozinha, essa é a minha deixa para entrar também.

– Querida, você preparou as garrafas com água? – Pergunta meu pai.

– Sim Joseph, estão aqui. – Minha mãe pega as garrafas na pia.

– Já vai pai?

– Sim Ali, prometo trazer um belo peixe para o jantar. – Ele beija minha mãe, me dá um beijo e beija a testa da minha avó.

– Boa sorte na pescaria pai.

– Obrigada!

Volto para os legumes, que já estão quase todos cortados, graças a minha avó. O clima de mistério está se dissipando. Minha mãe está com um semblante mais tranquilo e minha avó puxa conversa.

– Adam vem aqui Ali?

– Sim vó. À tarde.

– Vou fazer um bolo para o lanche, espero que ele goste. – Diz minha avó.

Tento parecer normal, mas aquelas frases me deixaram incomodadas. Por que minha mãe ficaria nervosa? Era sobre mim? Sobre outra pessoa? Não sei, só sei que deve ser bem grave para deixar minha mãe tão angustiada. Não vou perguntar, se ela quisesse que eu soubesse teria me contado.

Coloco os legumes para cozinhar, tem que ser tudo “Al dente”, senão vira uma pasta. Depois de 10 minutos, tiro os legumes do fogão e vou escorrê-los na pia, deixo um tempo secando para só depois misturar com a maionese e o molho tártaro. Começo a ajudar minha avó nas sobremesas, esse ano teremos seu tradicional bolo de nozes com morango, torta de limão, flan de chocolate e mouse de morango. Enquanto isso, minha mãe já tinha colocado o peru e o filé no forno.

Depois de quatro horas de tanto trabalho, finalmente chega a hora do almoço. Minha avó preparou uma deliciosa sopa de macarrão com verduras, fazia tanto tempo que não tomava, estava ótima.

– Lisa, depois vamos ao jardim, quero que você veja como está lindo aquele pé de violeta que você me deu.

– Deve está lindo mesmo mãe, você quer ver conosco Ali? Dei de presente para sua avó no dia das mães. – Diz minha mãe toda sorridente, bem diferente de algumas horas atrás.

– Ok, acompanho sim. A sopa está deliciosa vó.

– Sabia que você ia gostar. Tenho certeza que lá em SunsetFalls você não encontrará uma sopa como essa.

Todas riram na mesa.

– É, a senhora tem razão, não há outra sopa igual a essa. – E começamos a conversar sobre outras coisas.

Mas a conversa entre minha mãe e minha avó não saia da minha cabeça.



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