Difícil De Prender escrita por Milla Benson


Capítulo 23
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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 Quando Elliot entrou na sala, encontrou sua parceira com o pensamento distante. Ela parecia não ter percebido sua aproximação. Ele parou ao seu lado.

- Você está... bem? – perguntou a analisando.

- Acho que sim. Eu só... perdi um pouco o controle – ela olhava pela janela. Na verdade, estava um pouco constrangida por ter causado toda aquela confusão.

- Hum... entendo. Mas não precisa ficar se sentindo envergonhada... todos nós tivemos vontade de fazer exatamente o que você fez – deu um sorriso e sentou-se na outra ponta da mesa, de frente para ela – eu mesmo tive vontade de dar um soco na cara daquele filho da mãe.

- É que eu não aguentei ouvi-lo falar daquele jeito. Ele falou sobre como matou aquelas meninas, sem se importar – ela olhava para Elliot e gesticulava – A Mary era só dois anos mais velha que Sara e também era universitária. Ela tinha toda vida pela frente, mas aquele monstro acabou com isso – lagrimas brotaram em seus olhos e ela levantou-se para que Stabler não visse. Não costumava chorar na frente de ninguém. Caminhou para a janela – A mãe dela acabou de sair daqui e eu vi o estado em que ela está. E sabe de uma coisa? Pela primeira vez comecei a ficar... – sua voz ficou tão baixa ao fazer esta declaração que ele teve que se esforçar para entender o que ela falou - assustada com tudo isso, sabe? Preocupada com os riscos que Sara corre todos os dias, aqui, nessa cidade tão... sem limites.

Aquilo era algo inédito: Olivia Benson admitindo que estava assustada com algo. Realmente não era um bom sinal. Por mais que Elliot soubesse que provavelmente ela já havia sentido medo outras vezes, não estava acostumado com ela assumindo isso. Muitas vezes ele tentava protegê-la e poupá-la de certas situações e perguntava se estava bem, mas é claro que Benson sempre se fazia de forte e durona. Porém, agora, ela estava ali e admitindo o medo. Para chegar a esse ponto, pensou Elliot, ela deve estar se sentindo muito mal. Então ele levantou-se e ficou em pé de frente para a janela, posicionou-se ao lado de Olivia. Os dois não mantinham contato visual, somente olhavam o movimento na rua. Fez-se um silêncio prolongado e Stabler o rompeu.

- Eu entendo você, Oliva. Tenho quatro filhos com os quais me preocupo também. Mas você sabe que não pode ficar tendo esses pensamentos e fazendo essas comparações – nesse momento, ele virou-se e olhou para ela – Se fizer isso, não vai conseguir seguir adiante com esse trabalho.

- Eu sei Elliot, mas é que eu tenho medo de estar colocando a Sara em perigo, ou de não conseguir protegê-la se ela precisar ou... – foi interrompida por ele.

- Olivia, tem que para com isso. Sua irmã não está correndo perigo, você não a está colocando em nada arriscado e nada vai acontecer com ela – ele era firme ao falar – Você é uma ótima irmã para Sara. A cria desde que sua mãe morreu e eu a conheço e sei que ela é uma pessoa com a cabeça no lugar e não vai se envolver em nada errado – deu um sorriso – você é uma ótima irmã e está fazendo um bom trabalho.

- Abrigada, Elliot. Você... tem razão. Acho que me alarmei demais – disse lhe dando um sorriso.

Era incrível como os dois se entendiam. Uma simples conversa era capaz de fazê-la se sentir bem melhor e até mais leve.

- Agora tenho que lhe dar os parabéns – viu que ela o olhou sem entender sobre o que ele falava – Ah, você sabe! O soco e o chute que você deu no Joseph... aprendeu direitinho, como eu lhe ensinei – gargalhou.

- Oh, cale a boca! É muita pretensão sua – também riu – mas eu tenho que te agradecer por ter chegado a tempo e impedido que ele... me matasse - falou de forma séria.

- Jamais deixaria alguém te... fazer isso com você – nem mesmo conseguia dizer a palavra – usando suas próprias palavras: “eu não vou trabalhar com outro parceiro. Consegue entender isso?”

Ela riu ao ouvir a frase que ela havia dito naquele mesmo dia.

- Você realmente achou que eu fosse matar o Joseph? – ele a olhava.

- Por um momento sim, mas depois eu vi que não. Só queria que ele ficasse com medo e chegasse perto, bem perto de morrer. Mas eu sei que você não faria isso – falou com total convicção.

- E como você pode ter tanta certeza assim? – ele estava curioso com a firmeza dela.

Ela levou um tempo para responder. Não costumavam ter esse tipo de conversa, falando o que sentiam, o que achavam, do que tinham medo... e ela mesma não gostava, ou melhor, não estava acostumada a se expor tanto assim.

- Bom... já somos parceiros há anos e eu sei o que eu digo. Você não teria matado aquele homem, Elliot Stabler. Eu tenho certeza disso – virou-se e foi para sua mesa. Quando falou a última frase, estava de costas para ele. É claro que foi proposital – porque não me engano com meus amigos.

Elliot sorriu com a palavra “amigo”, virou-se, caminhou para a sua mesa e sentou-se. Eles tinham uma amizade muito forte, mas isso não era colocado em palavras, era mais em atos, como ocorreu mais cedo. Ela o convencendo a não fazer uma besteira e ele salvando a sua vida. Eles não diziam, mais sabiam o quanto um era importante para o outro.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam?
Aguardando comentários.
Bjs!



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