Deitei na cama e fiquei a pensar naquele ato do inglês até adormecer e ter um sonho com ele que se tornou um pesadelo, em que ele me traia e matava meu próprio irmão.

Acordei assustada com batidas na porta, sorte que o pesadelo acabou, levantei parecendo drogada ou alguém de ressaca, quando abri a porta olhei para baixo e vi Alfred e Mattew parados na porta com uma lamparina, ambos bem sonolentos.

- Juh-san, nós tivemos pesadelos e não conseguimos dormir – Disse Mattew abraçando seu ursinho com força.

- Vocês já falaram com o Arthur?

- Nós tentamos, mas ele não acordou... Eu o quero Juh-san – Disse Alfred quase chorando – Ele sempre cuida da gente quando isso acontece ele sempre cuida da gente.

- Ok, eu levo vocês lá, mas não façam barulho – Falei pegando a lamparina da mão de Alfred e com os dois bem perto das minhas pernas fomos até o quarto de Arthur, bati na porta, mas não houve resposta, resolvi abrir a porta, o quarto estava completamente escuro, mas consegui ver onde era a cama e colocar os meninos lá, mas Alfred derrubou o ursinho de Mattew quando eu estava saindo e acordou Arthur.

- O que está acontecendo – Disse ele sentando na cama e ascendendo a lamparina do criado mudo.

- É... Bom... Os meninos estavam com medo e pediram para vir dormir aqui então trouxe os dois. – Eu disse soltando a maçaneta da porta, e indo em direção a cama.

          - Certo, certo, então vamos dormir – Disse Arthur deitando de novo com só que agora Alfred e Mattew o agarravam. – Calma aí vocês dois, não precisam me matar, sei que sou um pedaço incrível e perfeito de homem, mas vocês podem dividir.

          Dei risada, e ele olhou para mim com um sorriso no rosto, retribui, e quando me preparava novamente para sair do quarto sua voz me alcançou:

- Fique aqui com a gente, os meninos iriam gostar.

 - Não posso, vocês são uma família, e eu não faço parte dela, a minha família está me esperando em casa, então acho melhor não. – Eu disse sorrindo, mas sabendo que Arthur era quem queria que eu ficasse lá.

- É Juh-san, fique aqui com a gente – Disse Alfred - Nós nunca dormimos perto de uma garota, Arthur nunca traz moças aqui em casa.

- Acho que é para isso não acontecer – Eu disse indo em direção a cama e mexendo no cabelo de Alfred.

- Meninos, acho que não tem jeito, a única coisa que vocês podem fazer é o que eu faço quando os outros piratas tentam invadir meu navio. – Disse Arthur – Vocês sabem o que é?

- ATACAR – Gritaram os dois e pularam em cima de mim fazendo coceguinhas e dando risada.

- Parem com isso – Eu disse tentando não rir. – Arthur os tire dois daqui!

- Eu não, não quero correr riscos de ser atacado. – Disse ele virando pro canto e tentando dormir.

- Ei meninos, o irmão de vocês está tentando dormir, vocês vão deixar uma coisa dessas?

- NUNCA – Disseram os dois e começaram a pular em cima de Arthur.

- Sua demônia, isso é trapaça. – Disse Arthur segurando os garotos que tentavam se soltar – Acho que já deu de brincadeiras, vamos dormir.

- Tá bom... – Disseram os dois deitando e juro que dormiram antes que eu terminasse de cobri-los, deitei ao lado de Mattew vencida pelo cansaço.

- Vejo que atendeu aos nossos pedidos – Disse Arthur convencido de mais uma de suas vitórias em relação a mim.

- Estou aqui porque os MENINOS pediram.

- Sei... O que aconteceu há algumas horas não teve nada a ver com essa sua escolha?

- Não, eu estou cansada e os meninos nunca têm uma irmã ou garota por perto então vou ficar, já que vou ter que deixar Alfred sem o irmão dele não custa fazer um agrado. – Eu disse virando para não encara-lo e acabar admitindo que seu beijo houvesse pesado em minha decisão.

- 2X0 para mim – Disse Arthur e pude ouvir que ele se virou para dormir antes que eu pudesse pensar em como rebater aquilo. Pensei somente em pegar no sono, mas antes tomei um susto com Matthew me abraçando, mas logo peguei no sono abraçado ao pequeno.

De manhã, senti alguém me abraçar e achei que fosse Matthew, mas ao tentar abraça-lo de volta vi que era alguém muito grande e acabei acordando e deparando com os olhos verdes de Arthur a me encarar.

- Bom dia – Ele disse enquanto eu o empurrava para longe – Nossa, eu sei que eu não sou lindo, mas não precisa fazer essa cara.

- Claro que precisa, eu estava dormindo abraçada com um garoto de nem oito anos e acordo abraçada em um marmanjo como você.

- Marmanjo? Acho que prefiro cavalheiro, e não diga que você não gostou – Disse ele se reaproximando e mexendo no meu cabelo.

- Eu... Eu não falei sobre gostar ou não, só não gosto de levar sustos. – Respondi fazendo biquinho, e Arthur deu risada. – O que foi? Nunca viu ninguém fazer biquinho?

- Já vi sim senhorita, mas nunca alguém como você – Ele disse e me beijou, e eu correspondi chegando mais perto dele, quando nos afastamos ele me olhou docemente e sorriu – Vamos tomar café? Os meninos já devem estar cansados de esperar por nós.

- Ah vamos sim, eu só tenho que passar para trocar de roupa.

- Trocar de roupa? Deixa disso, além do que acho que até você se trocar eu e os meninos já desmaiamos de fome.

- Muito engraçado – Eu disse jogando um travesseiro nele e levantando.

Descemos juntos e ao chegar à cozinha Alfred e Matthew já tomavam estavam tomando café da manhã.

- Que bonito vocês dois! Não esperaram a gente para tomar café – Disse Arthur sentando-se à mesa e encarando os dois.

- É que vocês demoraram de mais e nós estamos com muita fome, então começamos a comer – Disse Matthew.

- Isso mesmo, nós fomos até o quarto e vocês estavam dormindo abraçado e não quisemos atrapalhar – Disse Alfred me fazer corar enquanto sentava-me à mesa.

- Certo vocês venceram essa, na próxima vez não vamos demorar tanto para descer. – Disse Arthur.

- Então quer dizer que vocês estão namorando e vão dormir juntos agora? – Perguntou Alfred.

- Não! – Respondi rápido – Ele quis dizer que até eu ir embora, vamos acordar cedo para vocês não tomarem café sozinhos.

- Ahhh, pensamos que vocês estavam juntos, porque vocês não podem ficar juntos? – Perguntou Matthew parecendo um pouco chateado.

- Matthew você sabe que não é porque você e Alfred querem que as coisas acontecem. – Disse Arthur passando a mão na cabeça do pequeno, o restante do café foi silencioso, o que me deixou levemente culpada por ter tratado o assunto de mim e Arthur de uma maneira tão fria.