Minha Doce Isabella escrita por Silmara F


Capítulo 7
Tirando dúvidas - part. final


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Nova postagem para vocês.
Preparem os corações, esse capítulo promete!
Antigas dúvidas serão explicadas.
Aproveitem...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/299315/chapter/7

CAPÍTULO VII



No capítulo anterior...

– Não! – gritei. – vocês me prometeram! Eu ainda quero saber de algumas coisas. Depois apagam minha mente. Só... só deixe-me saciar minha curiosidade por enquanto.

Damon curvou os lábios para baixo.

– Tudo bem, humana estranha. Faremos o que você deseja. O que quer saber?

Agora:


– Por que Bonnie me tratou daquela maneira no Mystic Grill?


Bonnie se levantou e começou a contar.


– Tudo bem... Começarei do começo. Não há motivos para ficar escondendo informações, já que você já sabe de mim.


– Claro. – concordei.


– Eu não tive nenhuma intenção sobrenatural quando fui te dar as boas vindas no Mystic Grill. Matt tinha comentado com a gente sobre possivelmente termos uma nova moradora na cidade, e quando te vi pensei ser você. Eu estava certa.


– Mas você agia com muita... meticulosidade, para somente querer me conhecer.


– Certamente. – Bonnie disse. – escute, Isabella: nós estamos passando por uns probleminhas nessa cidade, problemas estes que não vem ao caso agora. Acredito que seja muito normal se eu desconfiar dos desconhecidos. É assim que a vida segue, não é?


Fiquei calada, esperando ela continuar.


– Você me pareceu ser bem... curiosa. E parecia estar incomodada, o que fez com que eu te analisasse ainda mais.


Sim, pensei, eu estava incomodada com o seu olhar sobre mim, realmente.


Bonnie prosseguiu:


– Mas o que eu achei realmente estranho foi quando apertamos nossas mãos no final da conversa. Veja bem, nós bruxas temos vários dons, poderes ou habilidades, chame como quiser. Alguns poderes já nascemos com eles, outros adquirimos na prática. Um dos dons das bruxas é a clarividência. A clarividência é a capacidade de obtermos informações sobre um objeto, pessoa, ou seja, quando entramos em contato com elas. Quando tocamos em algo, podemos sentir o teor dessa coisa. Você me entende? – ela não esperou eu responder para prosseguir: - Quando te toquei no bar, consegui sentir o seu teor. Sabe o que senti, Isabella?


– Não. – respondi rapidamente.


– Eu senti bondade, é claro. Isso é uma das coisas que está me fazendo conversar com você normalmente nesse momento. Mas a essência de algo sobrenatural rondava você. A clarividência não é um poder concreto, claro. Não é um sentimento que sentimos quando tocamos nas pessoas. É somente uma... base do que ela é. Eu senti que algo em você diferenciava dos outros humanos normais, ignorantes a esse mundo. E com o passar do tempo, essa ideia ficou em minha cabeça ao ver suas atitudes, como a de me seguir no colégio, por exemplo.


– Então quer dizer que você já desconfiava que eu sabia desse mundo sobrenatural?


– Você já sabia? – ela perguntou um pouco surpresa.


– Não! Quer dizer... só pelas minhas pesquisas anteriores... – eu continuei na minha mentira.


– Hmm, duvidoso, mas tudo bem. – disse Damon. – acabou?


– Não! – falei – ainda tenho mais perguntas.


– Então as faça!


– Por que você estava tão estranha naquele dia que te segui no colégio, Bonnie? – perguntei.


– er... – ela gaguejou – por que quer saber disso?


– Por que sim. Estou curiosa. Por favor...


Bennett suspirou:


– Precisava fazer um feitiço, eu tinha que ser rápida.


– Feitiço na escola? Não podia esperar para ir a outro lugar?


– Não... eu não podia. Klaus não esperaria...


Klaus... mesmo ele parecendo não ser amigo dessas pessoas, parece que todos tem algo a falar sobre ele...


– O que Klaus tem a ver com isso? Ele sabe que você é uma bruxa, então?


Damon não deixou Bonnie responder, e foi logo se intrometendo:


– Há mais pessoas sabendo disso do que você imagina. Tem outra pergunta, detetive Isabella?


Revirei os olhos.


– Sim, eu tenho, babaca Salvatore.


Caroline e Stefan riram, eu continuei:


– Em todas as lendas que eu li sobre vampiros, Caroline – virei-me para ela – vocês, sugadores de sangue, sempre queimavam quando entravam em contato com a luz do Sol. – eu menti. A espécie dos Cullen não queimavam, apenas brilhavam. Mas pelo o que eu tinha percebido, ela não sabia da existência dessa espécie, então não contaria nada a Forbes.


– Ah, essa pergunta é fácil – disse Car – eu não queimo por causa do anel que uso. Bonnie que fez para mim.


Arregalei os olhos. O anel?


Olhei novamente para o anel que estava no dedo da Forbes. O azul chamativo, a pedra enorme e protegida pelo aço... Esse anel...


De repente senti uma falta de ar, ao lembrar que o anel era do mesmo tipo que o dos Salvatores. Olhei para eles e minha voz saiu fraca e baixa quando perguntei:


– Vocês dois são vampiros, então?


– Bingo! – disse Damon. – muito bom, humana estranha. Devo confessar que você é bem rápida para “pegar” essa coisa sobrenatural. Daria uma ótima ajudante no crime. E um ótimo lanche também. Mas sei que se fizesse algo meu irmão me mataria. – ele riu – ou tentaria, na verdade.


Damon se aproximou de mim e apoiou a mão em cima dos braços da cadeira, ficando com o rosto bem próximo ao meu:


– Agora vai esquecer de tudo o que houve nessa casa. Bonnie e Caroline chamaram você para vir conhecer aqui, entraram, comeram e eu e Stefan chegamos. Você decidiu ir embora normalmente, pois estava cansada. Repita. – Damon falou isso com os olhos cravados nos meus, as pupilas dilatadas.


Se há uma coisa que eu aprendi é que eu não sou uma humana normal. E muitas vezes agradeço por isso. Esse é um dos momentos. Quer dizer, não agradeço por sempre achar o mundo sobrenatural perto de mim, mas sim por minha mente não funcionar perfeitamente. Isso é uma proteção. Vim entender mais com os Winchester sobre minha cabeça. Edward nunca conseguiu ler minha mente, e enquanto eu estava nas caçadas, sempre fui imune aos dons mentais dos seres que encontrávamos. Existe algum escudo em meu cérebro que impede de ser manipulada, e isso era o que Damon estava tentando fazer agora.


Ele não conseguiria, é claro.


Mas eu queria que ele acreditasse que sim, então fiz o que ele mandou. Repeti:


– Esquecerei de tudo o que houve aqui. Bonnie e Car me chamaram, comemos e depois fui embora quando você e seu irmão chegaram, pois estava cansada.


Damon se endireitou e disse:


– Ótimo! Muito bem. Então, foi um prazer conhecer você melhor, Isabella. Eu realmente gostaria de te encontrar qualquer dia. – ele deu um sorriso de lado. Fingi não perceber.


– Pessoal – eu disse – tenho que ir. Estou cansada. Foi ótimo passar o dia com vocês, mas daqui a pouco já anoitecerá.


– Tudo bem, Bella – disse Stefan – entendemos. Quer companhia?


– Não, não. Não será preciso. Até mais...


Encaminhei-me em direção a porta e Bonnie abriu-a para mim.



Senti o olhar questionador dela em minhas costas até eu virar a esquina, que foi quando pude finalmente respirar aliviada.


E o pânico voltar.


Mas que droga! O que minha vida é, por favor?! Um show de aberrações?


Uma bruxa?! Uma bruxa que aparentemente faz o que um cara manda?! E três vampiros! Três vampiros que podiam sair no sol! Eu não duvidava que havia mais seres na cidade. O que mais tinha? Lobisomens? Bem provável! E parece que praticamente todo mundo parece saber disso...


Vamos lá: Elena namora Stefan, então ela provavelmente sabe desses segredos. Matt é amigos de todos eles, então deve saber também. Klaus mandou Bonnie fazer um feitiço, então está no meio. Tyler namorava Caroline, por isso deveria conhecer o sobrenatural. Jeremy é irmão de Elena, então pode desconfiar, pelo menos. E a Forbes, os Salvatores e a Bennett são seres sobrenaturais! Maravilha! Eu vim parar na cidade-mística!


Caminhei apressada pela pensão, e assim que cheguei mal cumprimentei a Dona Marie. Entrei em meu quarto parecendo um furação e peguei a minha mala com armas debaixo da cama. Peguei minha mochila que tinha colocado em cima da estante e abri a mala. Tirei galhinhos de verbena, duas estacas de madeira e o meu revólver.


Fui até o banheiro com um copo descartável e coloquei água nele. Voltei para o quarto e coloquei a verbena dentro do copo, deixando a água com pedaços da erva. Procurei na mala balas ocas e despejei o conteúdo do copo dentro das balas, para logo após coloca-las no meu revólver.


Se eu atirasse em um vampiro com isso, ele iria se queimar e eu ganharia tempo.


Coloquei tudo isso dentro de minha mochila, peguei meu celular e sai apressada da pensão. Eu não ficaria nessa cidade com todos esses seres sozinha. Eu tinha que avisar os Winchester... Não podia levar minhas malas para não chamar atenção. Pegaria todos os meus pertences quando resolvesse meus problemas aqui.


Andei até meu carro e entrei nele, girando a chave e esperando ele ligar. Eu sairia da cidade para falar com Dean e Sam, não ficaria aqui onde alguém poderia escutar.


Tirei meu carro da garagem da pensão e me encaminhei para fora da cidade.


Eu estava começando a me acalmar e a raciocinar melhor quando meu telefone tocou.


Diminui a velocidade e o atendi:


– Isabella Swan. Quem é?


– Olá, Isabella Swan. Espero que esteja tudo bem com você. Desculpa o incômodo, eu sou o policial chefe de um departamento da Flórida e queria ter com você.


– Policial chefe? No que posso ajudar o senhor?


– Isabella Swan... eu lamento informar isso assim, mas devo dizer que sua mãe, Renée Dwyer, foi encontrada morta esta manhã.


Parei.


As palavras do policial não entraram na minha mente. Eu não ouvia mais nada do que ele falava no celular, tudo o que se passava pela minha cabeça era um terrível zumbido e a imagem de minha mãe... morta.


Renée morta.


A estrada ficou embaçada em minha visão e eu senti um aperto agoniante no peito, sufocante. Levei a mão até meu coração. Só senti a parada brusca do meu carro ao ir de encontro violentamente com uma árvore que havia no meio fio da estrada e a minha cabeça bater com força no volante que minhas mãos tinham abandonado.


Meu corpo foi lançado novamente de volta ao banco, mas eu permanecia como uma boneca de trapos. Quando tudo parou, coloquei lentamente as mãos na cabeça, em choque.


Eu não pensava no acidente que havia acabado de sofrer.


Só pensava em minha mãe morta. Em minha mãe...


As lágrimas saiam em cascatas e senti meu corpo tremendo e os soluços saindo de minha boca. Mesmo assim eu ainda me sentia em choque... A fumaça saia do motor do carro em grande quantidade, mas eu não me importava.


Uma vez, em Port Angeles, quando quase fui estuprada por uns bêbados, Edward me salvou. Ele esperou eu entrar em choque, mas somente respondi: “sou boa em esquecer coisas desagradáveis”. Eu disse que não entraria em choque. Disse que dificilmente entraria alguma vez na minha vida. Eu fui tão tola...


Eu não tinha perdido minha mãe. Agora sim.


Preferia sofrer mil abandonos de mil Edward’s. Preferia James brincando comigo e me machucando no estúdio de balé. Preferia morrer de todas as maneiras possíveis... Só para trocar por essa dor de saber que alguém como minha mãe se foi... para sempre. Não há ser sobrenatural que possa me ajudar agora, não importa quantas vidas eu salvei nas caçadas... Agora não importa nada, porque uma das pessoas que eu mais queria proteger tinha cabado de morrer.


Eu não sei se queria voltar a realidade. Tudo o que desejava no momento era morrer nesse acidente, que o carro pegasse fogo, ou que a árvore caísse bem em cima de minha cabeça.


Ouvi um barulho de ferro sendo arrancado no meu esquerdo e senti alguém me tocando. Primeiro passando o dedo em minha testa, onde senti uma ardência começar. Depois o par de mãos passaram para meu busto e abaixaram para verificar minhas costelas.


Virei a cabeça em direção a pessoa que me analisava, provavelmente procurando saber se eu tinha algum ferimento. As lágrimas ainda banhavam meus olhos e meu celular estava perdido no chão do carro. Pisquei e reconheci o meu visitante:


Klaus.


Ele me pegou nos braços e eu, sem forças, fui. Passei as mãos por seu pescoço, e deitei a cabeça no seu ombro, dando um último soluço do choro. Respirei seu cheiro forte, masculino, onipotente.


E assim cai na escuridão.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Entenderam por que dividi o capítulo em dois? Seria muita informação para absorver. Espero que tenham gostado.
.
P.S: O sobrenome da mãe da Bella realmente é Dwyer. O Swan é do Charlie.
.
Eu espero que tenha conseguido passar os sentimentos da Bella para vocês.
.
(Spoiler da 7ª temporada de Supernatural a seguir)
Gostaram do capítulo? Eu tinha escrito ele e só faltava revisar, quando parei e fui assistir Supernatural. Adivinha o capítulo que peguei? O episódio onde Bobby está "lutando" em seu subconsciente para não morrer, para deter o ceifeiro. Chorei muito, muito no 07x10. Mesmo. Ai voltei a fic, e aumentei a narração do final em mais dois parágrafos do original.
(Fim do Spoiler.)
.
Pessoal, eu realmente espero os comentários de vocês. Isso é muito importante para todo escritor. Aqui no Nyah diz que 45 pessoas acompanham a fic, mas dificilmente chego a alcançar 10 comentários por capítulo. Enfim...
Obrigada mesmo, de coração, a todos que comentam e que favoritaram. Eu espero vocês e estou totalmente aberta a sugestões, críticas e opiniões.
.
Eu peguei uma agenda novinha para fazer anotações só da fic Minha Doce Isabella... Nossa, tenho muitas anotações já!
.
Beijos e até breve!