I Wont Let It Go escrita por Vítorms394


Capítulo 5
Ashley, my psycho ex girlfriend




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Quando atendi o telefone ela estava estranha. Parecia drogada ou bêbada.

- Alô? – ela disse com a voz engrolada.

- Ashley?

- Acho que liguei para o número errado. Estava procurando "idiota" na minha agenda, mas aí liguei para você.... Não, espera. Eu liguei certo! – e começou a rir.

- Ashley, você está bêbada?

- Nunca estive mais lúcida na minha vida. Quero te ver, docinho. Por que não marcamos algum dia desses naquele motel que costumávamos ir?

- Isso é passado, Ashley. Não quero nada com você.

- Por que essa rebeldia toda, Logan?

- Você exala falsidade, garota.

- Por favor, Logan, vai ver se eu estou na esquina.

- Seu horário de trabalho já acabou, querida.

Eu a ouvi rindo descontroladamente sem humor do outro lado da linha e a ouvi murmurando alguma coisa para alguém.

- Você está muito rebelde, Logan. Preferia você como era antes. Um rebelde diferente – ela riu – Por que não vem aqui agora?

- Você vai me dizer onde está ou quer que eu adivinhe?

Ela riu sem humor novamente.

- Não quero um namorado metade cavalo então trate de se comportar. Você ainda se lembra daquele beco onde a gente costumava ficar a noite toda bebendo? Aquele beco onde você me beijou pela primeira vez – ela disse sonhadora e com uma voz provocante – aquele mesmo beco onde...

- Chega, Ashley. Eu sei onde é – a interrompi o que a vez soltar um risinho de vitória.

- Venha logo, Logan. Não gosto de ficar esperando.

Desliguei. Como ela se atreve a me ligar? Depois que eu fui expulso do antigo colégio ela nunca mais me procurou. Provavelmente achou algum outro garoto para suprir seus desejos e fazer tudo o que ela quisesse. Eu nunca obedeci as ordens dela e deve ser por isso que ela não se importou em me procurar. Eu a via como diversão e sei que não era diferente para ela, pois ela também me via somente como diversão. Mas no fim da história eu acabei me apaixonando por aquela garota. Pena que esse mal não a atingiu também. Aquela vadia prepotente acha que me terá de volta depois de ter me esquecido. Sei que ela só me via como diversão, mas não era bem isso que dizia. Me apaixonei pela garota errada. Me apaixonei pela garota que ela fingia ser e que nunca seria. Vou até lá não para reencontrá-la, mas para acertar as contas. Ela não vai ganhar esse joguinho que ela mesma criou.

Peguei a chave do carro e entrei nele. Engatei a primeira marcha e acelerei. Em alguns minutos cheguei ao beco onde nos encontrávamos. Estacionei o carro uma quadra antes e caminhei até avistar uma figura feminina encostada na parede. Quando me viu, a figura caminhou para perto da luz e então pude ver a cabeleira loira esvoaçando com o vento. Estava exatamente igual como da última vez que a vi.

Seus olhos estavam cheios de rímel e sua pele alva estava mais pálida do que já era. Usava salto alto preto, uma blusa rasgada que mostrava pequenas partes de seu sutiã, um short jeans preto curto e uma jaqueta de renda preta que escondia um pouco a blusa. Ela me olhou com aquele mesmo olhar de tédio e perguntou num tom sarcástico:

- Logan, Logan. Por que não me procurou mais? Fiquei com tantas saudades de você.

- Cale a boca, Ashley. Eu já sei que você é falsa, então não precisa...

- Ah, Logan. Me poupe das suas reclamações desnecessárias. Vamos direto ao ponto.

Revirei os olhos.

- O que tem feito esse tempo todo? – disse com uma voz maldosa.

- Tenho mudado, Ash. Percebi que você continua a mesma vadia de sempre.

Ela riu sem humor.

- A vadia que você desejava. Agora pare de me chamar assim, querido. Já te disse que não quero um centauro como namorado.

Revirei os olhos ignorando as últimas palavras.

- Mas eu mudei. E depois do que você fez comigo, não quero nada com você.

- Por favor, Logan. Você fala como se não tivesse participação nessa história. Se você estivesse realmente interessado você me ligaria. Celulares existem para isso, querido.

- Será que não percebe que eu não sinto mais nada por você?

- Mas sentia. Acha que sou cega ou algo assim? Você caía aos meus pés, Logan.

- Já senti uma coisa por você sim, mas cair aos seus pés, nunca.

Ela soltou uma risadinha fraca.

- Porque não admite de uma vez que me quer de volta e vamos acabar logo com isso. Você pode ser meu brinquedinho de novo e eu posso ser o seu. Não é isso que você quer? – e sorriu maldosamente me lançando um olhar malicioso.

- Não me interesso por vadias. Adeus, Ashley – e dei as costas para ela andando para fora do beco.

- Você acha que acabou assim tão fácil? – ela perguntou ao longe e a ouvi estalando os dedos. Do meio das sombras três homens musculosos e altos surgiram. Dois com um charuto na boca e outro com um sorriso maldoso no rosto. Todos tinham olhos bem vermelhos e tinham aparência de drogados. Aquilo com certeza era maconha no charuto deles.

- Vai me matar, Ashley? – perguntei sarcasticamente.

- Não sei, querido. Estou pensando seriamente nisso.

Senti o ódio em minhas feições e caminhei até ela e senti seus guarda-costas me seguindo ardilosamente. Parei bem em frente a ela e pude ver que seus olhos estavam vermelhos como os olhos dos homens atrás de mim.

- Anda se drogando, Ashley? Agora de vadia prepotente virou vadia prepotente viciada?

Ela soltou um sorriso sarcástico e pegou um cigarro. O colocou na boca e deu a primeira tragada em meu rosto. Tossi e afastei a fumaça com minhas mãos. Senti o terrível cheiro de droga naquela pequena nuvem de fumaça e supus:

- Maconha? – e apontei o cigarro. Ela assentiu alegre.

- Quer experimentar? – e sorriu maldosamente para mim. Retribui com um sorriso sarcástico e toquei suavemente seus cabelos lisos e loiros. Ela me encarou e disse – o que foi?

- Você tingiu? – e sorri maldosamente quando senti a raiva eu seus olhos vermelhos sob o efeito da droga.

Ela me deu um tapa no rosto e eu recuei rindo.

- Eu não entendo como você consegue ser tão vadia.

- Eu mandei você parar de me chamar assim, não mandei? – e me olhou com um olhar de pena e depois lançou um olhar aos dois homens atrás de mim que me seguraram rapidamente.

Um deles me deu uma joelhada nas minhas costas o que me fez cair no chão enquanto um segurava meu braço e pisava em minhas pernas dando tempo para que o outro que me derrubou segurasse minha cabeça e a deixasse num ângulo convidativo a quebrar meu pescoço em menos de um segundo. O outro segurou meu braço do mesmo jeito que o primeiro e o girou. Eles me mantiveram imóvel e com a cabeça virada para Ashley. Tentei me soltar inutilmente o que só piorou ainda mais as coisas. O homem que segurava minha cabeça a puxou mais um pouco e senti uma dor começando a se formar em meu pescoço. Se ele puxasse mais um pouco eu com certeza teria o pescoço quebrado. Os outros pisaram com mais força nas minhas pernas e giraram mais ainda os braços que seguravam. Se eles continuassem quebrariam meu pescoço e meus braços.

Ashley caminhou despreocupadamente até mim e puxou uma faca do bolso do short. Meu sangue começou a pulsar mais rápido e eu comecei a suar frio.

- Jogue isso fora, Ashley – eu ri sem emoção tentando esconder minha aflição. Não ficaria daquele jeito se aqueles três homens não estivessem me segurando – pode acabar se cortando e perdendo o cérebro que já não tem.

Ela sorriu ameaçadora e me encarou. Deu outra tragada em meu rosto e se ajoelhou para me ver melhor. Começou a amolar a faca com o chão de asfalto e voltou sua atenção para mim.

- Vamos brincar de médico? – mais uma tragada – você é o paciente que precisa de um transplante de artéria e eu sou a médica. Não se preocupe – ela soltou uma risadinha doentia – sou profissional. Só espero que artérias não estejam em falta – e sorriu.

- Ashley você está drogada. Pare com isso agora – frisei a palavra "agora". Ela parou de amolar a faca e a direcionou até mim – Ashley, eu mandei você abaixar isso – disse irritado.

Ela estava completamente fora de si. Agora entendi que ela estava drogada desde a ligação há alguns minutos atrás.

Ela me lançou um olhar entediado e disse:

- Pare de balbuciar, Logan. Só farei uma pequena incisão aqui...

Eu lutei para me soltar dos três homens quando ela aproximou a faca da minha coxa, mas era tarde demais. Senti a lâmina penetrar o tecido da minha coxa e cortar a artéria femoral. Comecei a perder sangue. Enquanto sentia uma dor aguda na perna via o sorriso doentio no rosto dela. O sangue derramava rapidamente e em alguns segundos eu estava ficando um pouco tonto.

Senti outra pontada aguda que passara pela minha costela e então percebi que ela enterrara a faca em meu pulmão. Comecei a perder os sentidos e finalmente senti meus braços livres e um alívio enorme na cabeça. Eles me soltaram. Minha visão estava embaçada e eu só conseguia sentir o cheiro horrível do meu sangue se derramando no asfalto do beco escuro.

Senti um chute em minhas costas e sem forças cai no chão. Me virei numa tentativa inútil de revidar, mas um soco me atingiu no rosto e senti o gosto de sangue em minha boca. Vi o vulto de uma mulher com cabeleira loira, Ashley, e senti seu pé chutando meu ferimento. Senti uma dor insuportável e contrai meu corpo automaticamente o que me fez sentir mais dor ainda. Senti mais punhos me acertando numa força e velocidade fatal e em alguns segundos eu já perdera a noção de quantas pessoas me socavam. Não conseguia distinguir nada a minha volta. Só via vultos se mexendo rapidamente e o cheiro e gosto de sangue. Do meu sangue.

Eles socavam cada parte do meu corpo e então eu ouvi um barulho horrível de osso se quebrando e em meio a dor percebi que minha costela esquerda estava despedaçada. Sentia a necessidade de sangue, pois meu corpo estava se esvaziando rapidamente. Não sabia o que fazer. Achei que morreria ali sem uma gota de sangue no corpo. Pensei em Amy por um segundo. Como ela ficaria se eu a deixasse? Como minha mãe ficaria se eu não resistisse? Respirei fundo por elas, mas logo senti mais uma pontada aguda e completamente insuportável no pulmão. O sangue infiltrava toda minha caixa torácica e eu estava incapacitado de respirar. De repente os socos cessaram e eu vi um par de saltos pretos embaçados ao meu lado e então Ashley se agachou para que eu a ouvisse.

Ela murmurou alguma coisa inaudível devido à minha audição danificada pelos socos e o sangue que escorria rapidamente do meu corpo.

- Espero que sua cirurgia tenha sido satisfatória. Fizemos uma plástica em seu rosto. Ficou bem melhor. Isso foi para você aprender a me valorizar.

A raiva tomou conta de parte do meu corpo, já que a dor se apoderava da maior parte dele. Em meio a dor consegui dizer numa voz lenta e rouca:

- Sua vadia psicopata – isso foi o bastante para enfurecê-la.

Senti um chute muito forte em meu rosto e de repente tudo ficou escuro.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo dia 14/12 ou 15/12 (: gostaram?