Lost in The Echo escrita por BiiaPixieLott


Capítulo 44
Capitulo 43




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__ Quem esta ai? __ Gritei. Nenhuma resposta.

A clareira estava em um silencio profundo como quando cheguei.

Olhei em volta, mas não havia nada, ou alguém, além das arvores.

__ Olá? __ Gritei novamente. Espartano se agitou um pouco e se virou para o outro lado batendo uma pata dianteira no chão varias vezes. A mensagem era clara: Vamos embora!

Olhei para a clareira novamente, tento enxergar ou sentir algo. Afinal, eu era uma pessoa esquisita... Seja lá que tipo de coisa eu sou, devo ter algum super-poder paranormal ou algo do tipo.

Fechei os olhos e respirei fundo três vezes, tentei acalmar a mente e me concentrar. Senti meus olhos arderem e eu sabia que quando os abrissem meus olhos estariam violetas. Respirei mais uma vez e relaxei, ou pelo menos tentei relaxar um pouco. Era difícil relaxar com tudo que tem acontecendo, e quando tento esfriar a mente sempre me vem algo na mente que me faz sentir medo e ficar tensa.

Talvez eu consiga escutar a voz novamente se eu me concent...

“Any” Dessa vez a voz parecia desesperada, havia muito medo em seu tom. “Porfavor”

Abri os olhos. Minha visão parecia mil vezes melhor agora, mais clara e mais nítida.

__ Onde você esta? Quem é você? __ Desci de Espartano e andei para dentro da clareira novamente, passos lentos e precisos. __ Como posso te ajudar se não consigo te ver?

“Estou aqui... Muito fraco... Não consigo... Ajude-me... Any.”

__ O que? Onde? O que você não consegue? __ Perguntei enquanto virava meu corpo para todos os lados olhando atentamente para a clareira.

As árvores hoje pareciam mais sombrias, o vento gélido da clareira estava mais forte agora e mesmo assim eu não sentia frio, nem mesmo estava arrepiada. E também não estava nem um pouco surpresa por isso. Acho que eu estou me acostumando a essa droga toda de Sobrenatural que anda acontecendo comigo. Eu conseguia ver tudo muito bem agora, eu via cada folha ao longe no chão, podia ver as árvores mais distantes e escondidas, eu podia ver formigas pequenas andando a cinco metros de mim, podia ver pequenas joaninhas nas folhas mais longes... Era muito esquisito, mas eu sabia que eu podia ver essas coisas por causa dos meus olhos violetas. Ainda não sei bem porque eles mudam de cor, e Leviathan diz que não vai me dizer até que eu lembre aquela noite...

Aquela noite.

Já estou cansada de tentar lembrar. Às vezes tento me lembrar, mas outras vezes prefiro manter aquela noite bem distante de mim, deixá-la escondida na minha mente como está agora. Alguma coisa dentro de mim me diz que tudo ira mudar quando eu me lembrar. E não será uma mudança boa.

A clareira voltou ao seu silêncio de antes. A voz havia sumido novamente e o ar gélido diminuiu.

__ Olá? __ Gritei. Eu caminhei até a rosa (o centro da clareira) e olhei em volta bem atenta. __ Diz alguma coisa!

Esbarrei na rosa sem querer e quando me virei vi que ela estava murchando. Não sei bem porque, mas algo dentro de mim entrou em pânico assim que eu vi a rosa se arriando no chão. Como se ela estivesse triste.

Me agachei e tentei levantá-la. Mas a rosa era incrivelmente pesada. E mais uma vez não me surpreendi com isso. Tinha que ser algo Sobrenatural ou coisa assim para fazer essa rosa ficar bem pesada. Porque, é claro que rosas não são pesadas! Pensei comigo.

Olhei em volta para ver se havia algo, ou alguma coisa, para fazer ela se levantar. Cada vez mais que ela se abaixava mais eu me sentia tonta.

__ Droga! __ Murmurei.

Já estou cansada de fazer as mesmas perguntas para mim mesma: O que está acontecendo? Ou O que está acontecendo comigo?

Olhei mais uma vez em volta desesperada. Foi quando vi uma figura negra bem ao longe se contorcendo no chão. Estava tão longe e bem escondida que eu não tinha reparado antes. Ela estava se agitando, mas ficava parada por alguns minutos antes de se agitar novamente. Parecia que estava cansada de lutar.

Mas lutar com o que? Pensei. Talvez seja a pessoa que antes estava me pedindo ajuda.

Olhei para a rosa e depois olhei para a figura. Talvez se eu conseguir ir bem rápido até a figura e ajudá-la o mais rápido que posso, talvez eu consiga voltar e ajudar a rosa.

Mas que droga, porque eu me preocupava tanto com aquela rosa? É só uma flor como muitas! Mas no fundo eu sabia que não era uma simples flor como as outras. Algo nela era... Mágico.

Me levantei e corri para onde a figura estava. Ela parou de se contorcer, ficou quieta por uns instantes antes de levantar a cabeça bruscamente.

Assim que vi seus olhos fiquei paralisada.

Ela estava ofegando enquanto me olhava.

Estavam brilhando com tanta intensidade. Era um brilho violeta, um brilho que eu já vira apenas duas vezes: em mim e em Leviathan.

Arregalei os olhos e voltei a correr mais rápido até ele.

Mas será mesmo que era Leviathan? Aquela voz estava tão diferente da dele, tão sem vida, tão fraca, tão desesperada. Eu jamais ouvira o medo na voz de Leviathan. Ele era tão assustador, não parecia ser uma pessoa que tinha medo ou que demonstrava ter. Ele parecia ser um monstro confiante de seu potencial.

Quanto mais perto chegava a figura parecia mais escura do que antes. Apenas seus olhos, dois pontos violeta brilhando, eram distintos na escuridão ao seu redor.

Quando cheguei ao limite da clareira reparei que o outro lado era tão escuro quanto um beco abandonado sem luz. Os dois pontos violetas eram a única coisa que eu via.

Ofegante, caminhei lentamente e tropeçando até a luz violeta.

Me agachei e busquei seu corpo com as mãos. Assim que o toquei ele se contraiu. A luz violeta estava bem na minha cara quase me segando. Ele estava me encarando.

__ Quem é você? __ Minha voz saiu em um sussurro tão fraco que eu achei que ele não tinha ouvido.

Ele não respondeu. Apenas se contraiu mais e mexeu a cabeça para lá e para cá.

__ O que aconteceu? __ Perguntei, mas dessa vez um pouco mais alto.

Ouvi murmúrios fracos.

__ O que? __ Cheguei mais perto para ouvir.

Eu quase encostei minha orelha em seu rosto, a intenção era ficar próxima a sua boca para eu ouvir melhor, mas estava tão escuro que eu não via onde se encontra sua boca, ainda mais com ele se mexendo assim.

“Any... Ajude-me” Minha respiração se agitou quando ouvi essas duas palavras saírem tão fracas de sua boca. Ele estava se esforçando para falar.

__ Leviathan? É você? __ Tateei seu corpo em busca de sua mão para levantá-lo. Minhas mãos passaram levemente em algo groso e quente. Quando encostei minha mão totalmente naquilo levei um choque tão grande que cai para trás. Gritei.

Minha mão estava queimando. Parecia pegar fogo. A dor era tanta que não conseguia para de gritar. Me contorci no chão segurando minha mão.

“Any... Não encoste... Perigoso...”

Meus olhos arderam co tanta intensidade que achei que estavam pegando fogo também.

__ Obrigada por me avisa isso agora! __ Minha voz saiu como um rosnado misturado aos meus gemidos de dores.

A raiva e o ódio que floresceu tão de repente dentro de mim me fez levantar em um pulo. Chutei o chão e o corpo da figura até encontrar os pés. Sem paciência alguma, peguei seus pés com a mão e arrastei a figura sem nenhuma dificuldade para fora daquela escuridão. De volta à clareira.

Ignorei a terrível dor na minha mão direita e continuei a puxar. A figura ficou se contorcendo enquanto eu o arrastava, conseguia ouvir seus gemidos baixos de protesto. Eu queria sair o mais rápido possível daquela escuridão, queria saber quem era esse merdinha que me fez machucar a mão.

A claridade da clareira me incomodou um pouco, mas eu não parei. Continuei a arrastar a figura até o centro da clareira, até a rosa que estava murchando.

Assim que me aproximei soltei os pés da figura e me ajoelhei no chão exausta. Minha mão doía, meus olhos doíam e ainda tive que carregar alguém, ou alguma coisa, pesado até o centro da clareira.

Olhei para minha mão. Estava vermelha de sangue por causa do corte grande e profundo.

__ Merda. __ Murmurei entre suspiros de dores.

“Any...”

Me virei e vi Leviathan deitado no chão todo amarrado e sangrando. Essa foi uma das muitas vezes que o vejo sangrando. Mas dessa vez o sangue era dele mesmo.

Leviathan estava amarrado por algum tipo de corda preta e muito grossa. A corda chiava a cada movimento que Leviathan fazia, eu podia ver que o estava machucando muito. Estava queimando-o. Sua pele estava toda queimada e com cortes muito profundos. Sua boca estava cortada e amarrada com o mesmo tipo de corda. Dava para ver que o amarrarão com muita força.

Eu fiquei encarando seus olhos que estavam perdendo o brilho por muitos minutos antes de me abaixar ao seu lado.

__ O que houve com você? __ Minha voz estava cheia de raiva. Eu já estava cansada dessas surpresas. Parece que todos os dias eu era surpreendida com algo sobrenatural. A pequena gota de água no banheiro, eu comendo coração e sentido que aquilo era o certo, meus olhos mudando de cor todos os dias, as conversas estranhas com Leviathan... Isso tudo já estava me irritando, eu queria entender tudo isso, saber as resposta para todas as minhas perguntas e sair desse escuro que se encontra minha mente. Ficar no escuro não é legal!

Ele fechou os olhos por uns segundos e quando os abriu estavam pretos, mas logo voltaram ao violeta. A luz dos olhos estava ficando muito fraca.

Suspirei.

__ Como tiro você daí? __ Perguntei. Ele se contorceu e murmurou alguma coisa inaudível. __ O que? Não da pra entender!

Ele franziu o cenho e tentou murmurar novamente, mas não consegui entender. Quase estiquei a mão para tirar a corda da sua boca, mas rapidamente recolhi lembrando da dolorosa dor que essa corda provocara.

Ele estava pior que eu, isso era óbvio. Uma simples queimadura, que por sinal doía muito e ainda dói, não comparava a um corpo inteiro queimado, ainda mais quando ele se mexia.

Cheguei mais perto dele.

__ Como tiro você daí? __ Perguntei novamente com a voz mais firme e autoritária. Nunca pensei que um dia falaria desse jeito com algum, pensei.

“La... La... Lagrimas... Any...” Sua voz na minha cabeça era tão fraca que eu tive que me concentrar bastante para entender.

Pisquei confusa.

__ Lagrimas? __ Olhei para ele. Ele fechou os olhos por alguns segundos novamente. Ele estava fraco demais e parecia que ia desmaiar. __ Lagrimas? Mas... __ Eu ai dizer que isso não faz sentido, mas nada na minha vida hoje faz sentindo.

Tentei não discuti. Me concentrei e tentei... Chorar.

Tentei pensar em algo muito triste como: Fredd indo embora. Jackson me ignorando. As mentiras ao longo da minha vida. As duras palavras de Loh a alguns anos atrás. O dia em que fui para Meygo, quando fiquei trancada no meu quarto por semanas sofrendo sozinha. E os pesadelos com o Leviathan que já tive...

Todos esses pensamentos vieram de uma vez, e as lágrimas começaram a cair.

Uma atrás da outra.

A corda preta brilhou e chiou mais alto enquanto as lágrimas tristes caiam.


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Notas finais do capítulo

espero que gostem!



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