Lost in The Echo escrita por BiiaPixieLott


Capítulo 27
Capitulo 26


Notas iniciais do capítulo

Esse capitulo também vai ser grande, e será no ponto de vista de Jackson (obaaaa)
Espero que nesse capitulo vocês entendam um pouco os sentimentos dele por Any... E bom, eu estava pensando em deixar esse capitulo só do pov Jackson, mas ele ficaria super gigantesco, então irei dividir em dois!



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Ela sumiu. Desapareceu. Não estava mais no quarto. Não estava em lugar nenhum, nem no estábulo nem em parte nenhuma da casa.

Eu cansei de bater na porta e estava ficando preocupado e furioso, ela não respondia e nenhum barulho vinha de dentro do quarto. Porque ela se trancou lá? Todos os dias eu deixava um prato de comida em frente a sua porta, mas ela nem tocava no prato. Duas semanas sem encostar na comida. Duas semanas sem comer. Ela podia morrer ou passar mal... Meu coração batia cada vez mais forte a cada pensamento que me ocorria de que ela podia morrer. E a cada momento eu ficava com mais raiva.

Ela é tão frágil. Desde pequeno sentia a necessidade de protegê-la. Sempre que ela caia e ralava os joelhos quando pequena eu cuidava dela levando-a no colo para casa, quando ela caiu pela primeira vez do cavalo eu estava perto e corri para ajudá-la, quando ela escorregou uma colina íngreme eu escorreguei junto para tentar segurar sua mão antes que ela acabasse na floresta lá de baixo... E quando ela começou a ter aqueles pesadelos, eu a via tão indefesa, sofrendo, triste, desesperada por ajuda. Isso me quebrava. Fazia o possível para lembrá-la de que ela nunca estava sozinha, que eu estaria sempre ali pra ela quando precisasse para protegê-la.

Mas eu fui burro. Depois de ela chegar bêbada em casa, teve uma das piores discutições que já tivemos. Eu sabia que ela ainda estava bêbada, mas o que ela fez me deixou muito bravo e gritei com ela. Ela é tão nova, tão frágil, tão inocente, tão delicada, tão meiga... Não aceitaria que ela destruísse sua vida se jogando nas bebidas alcoólicas. Eu não gostava disso, apesar de eu beber muitas vezes eu não queria isso pra ela. Eu não deixaria que ela se destruísse como eu faço comigo às vezes.

Ela estava com muitas coisas na cabeça a atormentando, eu sabia disso. A morte de Fredd, os pesadelos ficando cada vez pior, e... Eu.

Eu sabia que ela gostava de mim assim como ela sabia que eu gostava dela. Era um sentimento que ia muito além de irmãos. E sabíamos que era errado. Ela falou pra mim o que sentia, e eu ouvia cada palavra do que ela me falava, e cada palavra me fazia ficar mais louco por ela. Mas eu não podia deixar isso acontecer, eu precisava me segurar. Muitas vezes tive vontade de falar para ela tudo que sinto, de mostrá-la o quanto preciso dela e do quanto eu a quero só pra mim, e muitas vezes eu me deixava levar quase a beijando. Eu não podia permitir que isso acontecesse, por mais que eu queira o contrario.

E então, enquanto a olhava na cama dormindo no dia em que tivemos nossa discutição, eu sabia que precisava fazer alguma coisa a respeito disso. Precisava me controlar, controlar meus sentimentos, nada do que ela me disse me ofendeu, eu sabia que estava bêbada e que não estava pensando direito. Mas eu me sentia um idiota por tudo que disse a ela, nada foi verdade, mas a raiva falou mais alto. Enquanto ela dormia, eu tomei a decisão de deixá-la, de não dar mais esperanças de que um dia nós dois poderia acontecer. Porque isso não iria acontecer. Não podia. Eu a ignorei o bastante para tenta tirá-la da minha cabeça. Não olhava pra ela, não falava com ela, não dormia mais com ela, não a ajudava todas as vezes que ela acordava gritando (eu ouvia os gritos, e me levantava da cama rapidamente para ir acalmá-la, mas depois me lembrava de que era melhor não fazer isso, não se eu quisesse me esquecer dela completamente). Eu não chegava mais perto dela. Tentei manter o máximo de distancia possível, e cada centímetro longe dela fazia meu corpo doer. Eu precisava dela, sempre precisei.

E agora quando ela mais precisava de mim, eu não estava mais para ajudá-la e protegê-la. Ela estava certa quando me disse isso.

Não entendia porque ela se trancou de repente. Eu estava preocupado, ela havia se trancado no quarto desde que torcera o pulso tentando sair do cercado, pra longe de Oliver. Aquele dia ela me deixou louco de preocupação. E mesmo assim eu fui duro com ela tentando não deixar nenhuma emoção que mostre que eu estava preocupado. E eu via que isso a magoava, então ela decidiu se afastar de mim também. Ela demorou horas para chegar do hospital com Derek, e quando chegou simplesmente não disse nada. Só que estava bem, mas eu sabia que não estava. Controlei o impulso de ir atrás dela. E então ela se trancou.

Ninguém a via mais pela casa, ela não ajudava mais no rancho, só saia para ir ao banheiro e normalmente de manha ou à noite. Ela parou de ir à escola. Duas semanas trancadas no quarto, até mesmo no dia do seu aniversário. Tentei levar algo para ela comer e tentar tirá-la daquele quarto. Mas nada adiantou. Quando ela abriu a porta alguns centímetros apenas, eu pude ver a metade de seu rosto. Vi olheiras fundas, olhos inchados e vermelhos. Ela havia chorado muito e não dormia direito. Senti uma vontade louca de quebrar aquela porta e vela por inteiro, aquela pequena imagem de seu rosto me dava agonia. O que estava acontecendo? Porque ela estava se isolando? Era culpa minha? Será que os sonhos tinham piorado deixando-a sem dormir?

Eu estava ficando louco, ela estava me deixando louco. Ela ia acabar me fazendo arrombar aquela porta.

E foi exatamente o que fiz.

Arrombei sua porta, e pra minha surpresa ela não estava ali. Seu quarto tinha o cheiro forte de sangue, o que me deixou mais preocupado ainda, e eu havia encontrado alguns pingos vermelhos no chão. Sangue. Algumas roupas dela estavam jogadas em um canto do quarto sujos de sangue também. Sua roupa de cama também estava manchada de sangue. Tudo no quarto dela parecia estar cheio de sangue.

Alguns objetos estavam jogados pelo chão, uns quebrados outros inteiros. Pedaços de ao que parecia ser curativos com sangue estavam espalhados no chão, e havia vários. Nyrlla estava solta zanzando pelo quarto se enroscando no canto perto da cama e do grande espelho que estava pendurado na parede... A janela do quarto estava aberta, o vento frio entrava em seu quarto escuro.

Tentei ligar para suas amigas, Nina e Emma. Mas elas não atendiam. Any deixara seu celular no quarto na cômoda ao lado de sua cama, não havia como entrar em contato com ela.

Agora estávamos na policia. Any desapareceu e suas amigas também. Será que ela foi beber de novo?

As famílias de Nina e Emma também estavam na delegacia com roupa de dormi assim como a minha família. Eram dez da noite e todos estavam vestidos para dormir. Mas em vez de estarmos em nossas camas, estávamos na delegacia desesperados para achar as meninas.

__ Pode me dizer novamente como estava a situação do quarto da garota? __ Pediu o Detetive Boss.

Suspirei de raiva. Era praticamente a quinta vez que ele me mandava repetir isso.

__ Eu já disse. Estava tudo jogado no chão, algumas de suas roupas estavam com sangue, havia curativos improvisados espalhados pelo quarto. Uma tesoura jogada no chão... Seus lençóis também estavam com sangue... __ Falei.

O detetive Boss anotou o que eu dizia e depois olhou pra mim.

__ Vamos investigar isso melhor. Ao que parece, o quarto da senhorita Mellanye e o da senhorita Werney estão em perfeita ordem... __ Disse ele.

__ Ta, mas o que isso quer dizer? __ Perguntei impaciente.

__ Quer dizer que a senhorita Armstrong pode ter sido... Sequestrada. Ela pode ter sido levada de seu quarto.

Me levantei da cadeira bruscamente deixando-a cair no chão com um barulho alto.

__ Não. __ Sussurrei. __ Não... __ Minha voz falhou. Ela pode ter sido sequestrada. Quem faria isso? Any não tinha inimigos. Tinha? __ Mas e quanto às outras? O quarto delas estão em ordem como você disse. Foram sequestradas também? __ Questionei.

__ Não sabemos sobre elas. __ Disse o Detetive Boss. __ Mas a que tudo indica, Any foi sequestrada. Quarto todo revirado, sangue no chão, janela aberta... Tudo indica que sim. Mas, vamos dar uma olhada no quarto dela para checar mais afundo sobre isso. __ Disse ele se virando pra Jeniffer que chorava desesperada desde o momento em que ela escutou o barulho da porta arrombada e veio correndo para checar se estava tudo bem. Quando ela viu o estado do quarto de Any e percebeu que ela havia sumido, ela desabou. __ Vai ficar tudo bem. Vamos encontrar sua filha.

__ Mas eu não vi ninguém entrar em casa! __ Disse Jeniffer gritando. __ Eu estava na sala com Shofy o tempo todo e não ouvi nenhum barulho vindo lá de cima, o quarto dela estava revirado, mas ninguém escutou barulho nenhum. Vocês ouviram? __ Perguntou ela desesperada olhando para mim e para meus irmãos. Todos nós negamos. __ Viu! Como iriam pegá-la? Tem algo mais... Tem algo a mais nisso tudo!

__ Não sabemos Sra. Armstrong. Talvez... Pela a janela. Você disse que a janela estava aberta. __ Disse o Detetive. __ Talvez tenham entrado por ali e a pegaram.

Jeniffer chorou mais alto.

__ Derek? Você viu alguém no quintal a noite? __ Perguntou Jack com a voz falha.

Derek estava encostado na parede com os olhos fechados. Ele abriu os olhos e por um instante achei ter visto um brilho branco em seus olhos... Mas tudo que eu vi eram raiva e cansaço.

__ Não. __ Disse com a voz seca. __ Não vi nada. __ Ele desencostou da parede e foi para fora da delegacia.

__ Por favor. __ Pediu Jeniffer agarrando as mãos do Detetive Boss. __ Por favor, ache a minha filha! Ache a minha filha!

Fechei os olhos tentando evitar as lágrimas.

Uma lágrima escapou.

Andei apressadamente para fora da delegacia esbarrando em Justin.

No lado de fora deixei as lágrimas saírem. Mordi o lábio com força, minhas mãos na cabeça agarrando meus cabelos.

__ Que ceninha hem. __ Ouvi uma voz grave vinda do outro lado da porta da delegacia, em um canto mais escuro. Derek estava encostado na sua moto fumando.

Não respondi, apenas o encarei.

__ Gosta dela? __ Ele sorriu e fumaça saiu de sua boca. __ É claro que gosta afinal ela é sua irmã. __ Ele sorriu novamente e tirou o cigarro da boca. __ E é muito linda tenho que dizer.

A raiva subiu a minha cabeça. Eu não ia com a cara desse sujeito desde o momento em que bati meus olhos nele. Ele era estranho e parecia esconder coisas. Talvez ele fosse perigoso.

__ Cala sua boca idiota. __ Disse entre dentes.

__ Calma ai. Só estou dizendo a verdade. __ Ele tragou um pouco do cigarro e depois soltou à fumaça. __ Ela realmente é muito bonita. __ Ele sussurrou mais para si mesmo.

Minhas mãos ficaram em punho.

__ Ela não é pro teu bico babaca! __ Disse com a voz cheia de ódio. Detestava quando falavam da Any assim. Não é a primeira vez que alguém me fala que ela é muito bonita. __ Fica na sua. Ela já tem dono.

Derek me olhou por um tempo. Depois seus olhos pareceram escurecer. Raiva? Duvida? Curiosidade? Dor? Não sei o que vi, mas rapidamente ele balançou a cabeça e se levantou um pouco.

__ Não to sabendo disso. __ Disse ele pensativo. __ Ela parece ser uma pessoa... Depressiva. Não parece ser do tipo que tem namorado.

__ Ela não é. __ Eu queria parecer convincente, mas minha voz saiu cheia de duvida. Sim, Any realmente parece ser depressiva, ainda mais depois que Fredd se foi. Mas esses dias ela tem estado só. Ela não foi às aulas, não vê as amigas, não falou com ninguém e não saiu do quarto. Ela se fechou. Não sabia o que ela fazia dentro daquele quarto trancado, mas tinha medo de saber. Algo me dizia que coisa boa não era.

Derek sorriu, um sorriso sem humor, e balançou um pouco a cabeça. Depois jogou a cabeça para trás olhando o céu escuro e sem estrelas, seu rosto estava sério.

__ Ela não foi sequestrada. __ Sussurrou ele. Não tive certeza do que ele falou, ele havia falado tão baixinho que precisei de uns segundos para entender.

__ O que você quer dizer?

Ele me olhou com os olhos sérios.

__ Você não conhece a Any. __ Disse ele.

Isso bastou para que eu lhe desse um soco.

__ Não conheço? Quem é você para dizer isso? Sou o irmão dela seu idiota! Eu a conheço muito mais que você!__ Gritei e o soquei mais algumas vezes. __ Você não a conhece! Nem esta aqui há muito tempo para conhecê-la! __ Agarrei seu pescoço. __ E se você falar mais uma vez da Any... Eu mato você sem nenhum problema!

Derek riu e se levantou cambaleando. Ele passou à costa de sua mão na boca cheia de sangue.

__ Eu conheço a verdadeira Any. Você conhece o falso lado dela. Ah, e eu duvido que você possa me matar! __ Ele se virou e montou na sua moto indo embora.

Fiquei olhando para a rua a minha frente respirando rápido, minha mão doía pelos socos que dei nele.

Eu estava com raiva. Ele falava da Any como se a conhecesse.

Ela não foi sequestrada. Não pode ter sido. Eu não conseguia acreditar nisso.

Ajoelhei no chão encostando-me na parede e chorei.

Isso é culpa minha. Eu deveria ter estada com ela, eu deveria ter cuidado dela como sempre cuidei, eu deveria ter ficado ao lado dela, eu deveria ter ajudado ela. Que imbecil, imbecil, imbecil!

Soquei a parede da delegacia. Uma dor percorreu meu punho e meu braço, mas a ignorei. Esse era o menor dos meus problemas agora.

Era pra eu estar com ela, era pra eu ter ficado com ela. Se eu estivesse com ela nada disso teria acontecido e ela não teria sido levada. Quem quer que tenha tirado ela de mim e a levado pra longe ia pagar.

Como ela estaria agora? Será que esta sofrendo na mão de alguém? Torturada?... Estuprada?

Esse ultimo pensamento encheu meu coração de ódio e medo. Fiquei desesperado, e no momento seguinte eu quis que uma faca estivesse na minha mão e que eu pudesse saber onde ela estava para sair correndo e matar quem quer que esteja ferindo a Any.

E eu iria achar quem a pegou.


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Notas finais do capítulo

E ai o que acharam? *-*
espero que tenham gostado, o próximo capitulo terá mais pov do Jackson!



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