Leah 2 escrita por Jane Viesseli


Capítulo 12
Conquistando-a – Parte I




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Depois de algum tempo de conversa, Harry acaba pegando no sono, pois o tédio da enfermaria sempre tinha aquele estranho efeito sobre ele. Elena estava presa naquele lugar, devido ao sumiço da enfermeira, e isso acaba fazendo-a meditar sobre seus dois dias na nova escola e sobre as coisas bizarras que lhe aconteceram desde que conhecera o garoto Clearwater.

Era engraçado como a vida conspirava contra ela! Enquanto morou em outros países, sempre desejou ter um namorado, mas todos os que conseguiu eram estranhos, de hábitos duvidosos ou chatos demais. E, quando decide desistir, Harry aparece, mostrando ser tudo o que ela desejava num garoto: bonito, engraçado, atraente, forte, mais confiante do que ela, simpático e "comum", sem hábitos bizarros.

Logo que chegara a escola, ninguém queria ajudá-la com o horário, visto que estavam todos interessados demais no garoto chamado "Harry". No início, ela imaginou se tratar de um riquinho mimado, provavelmente filho de um médico e uma advogada, mas surpreendeu-se ao constatar que o menino popularidade era bem mais humilde e simpático do que ela pensava.

É claro que ela o havia avistado de longe, porém, nenhum dos alunos parecia enxergá-la, nem mesmo ele. Depois veio a situação estranha na sala de aula, quando ela finalmente se sentou e Harry virou-se rapidamente para olhá-la. No momento em que seus olhos se cruzaram, uma corrente de eletricidade atingiu o seu corpo, ele a olhava de maneira tão intensa que por um segundo se esquecera de quem era e de onde estava.

― Meu primeiro dia de aula teria sido mais simples se você não fosse tão bonito – sussurra para o garoto adormecido, lembrando-se do dia anterior. – Oh, Deus, o que eu estou a dizer? Concentre-se Elena, você sabe que não pode pensar nestas coisas agora.

Pedido negado, pois sua mente logo retorna ao dia anterior, lembrando-se da ajuda que Harry lhe dera. Ela não fazia a mínima ideia do que fazia naquela tarefa, era difícil se concentrar com um moreno lindo, de sorriso branquinho e corpo em forma, lhe dando atenção a todo instante. Seu sorriso era o que mais a perturbava, depois dos olhos, pois a deixava hipnotizada, com cara de boba e de pernas bambas.

Elena se sentia, de certa forma, uma promíscua anormal, pois além de se perder em sua beleza e sentir as pernas moles com um desconhecido, ela ainda tivera pensamentos e sonhos nada legais com ele... Ok! Legais, talvez sim, mas morais, com certeza não.

Em meio aos seus devaneios, ela se via sendo cortejada por Harry e até mesmo recebendo um beijo dele, mas sabia que sua mente não conseguiria imaginar qual seria o gosto de sua boca ou a sensação de tocar os seus lábios. Já em seus sonhos, que tivera durante a tarde do dia anterior, Elena viu-se em seu próprio quarto, sendo intimidada pelo olhar intenso e sentindo seu corpo ser atraído para ele.

Harry a puxava pela cintura, colando seus corpos e seus lábios, e depois de um longo beijo, ele retirava a própria camisa e deixava seu corpo perfeito à mostra. Ela o observava com certa admiração, achando-o incrivelmente lindo, como se nem fosse daquele mundo, e, depois, era a vez dela se aproximar e iniciar o beijo. Harry a tomava nos braços e a depositava sobre a cama macia, onde passavam a noite juntos... E antes que sua noite de amor terminasse em seus sonhos, sua mãe batia à porta, a acordando.

― Ainda está aqui, Srta Elena? – pergunta a enfermeira, que finalmente retornara, retirando a menina de seus pensamentos.

― Por Deus, deixe de ser pervertida, Elena – repreende-se mentalmente, dando leves batidas em seu próprio rosto, tentando disfarçar o rubor que as lembranças lhe causaram.

Elena puxa o lençol que estava aos pés de Harry, o cobre, e, num sinal de despedida, beija seu rosto, sentindo seus lábios queimarem ao tocar sua pele quente e outra corrente elétrica atravessar o seu corpo. Suas pernas vacilam de repente, se não fossem suas mãos a segurarem fortemente na cabeceira da cama, com certeza ela teria caído sobre ele, o que tornaria a cena bastante constrangedora... Aquilo não poderia estar acontecendo, poderia? Ela poderia mesmo se dar ao luxo de gostar de um rapaz que mal conhecera? Sem se passar por atirada, errada e fácil?

Harry se remexe na cama, esboçando um leve sorriso. Será que estava sonhando? Elena fica a observá-lo por mais alguns minutos e a brincar com as ondas de seus cabelos, contudo, logo se vai, deixando-o a sós com seus sonhos.

As aulas passam e o período de almoço finalmente chega. Elena estava, mais uma vez, sentando-se sozinha, já que os alunos não a achavam interessante o suficiente para uma conversa. Porém, quando o período de intervalo estava próximo do fim, a caloura se viu só no refeitório, tendo à sua frente uma maçã parcialmente comida e um almoço que cutucava sem muito ânimo.

― Oi – disse uma voz grossa próxima a sua orelha, fazendo os pelos de sua nuca se eriçarem.

Harry senta-se ao seu lado na mesa e rouba sua maçã.

― Ei, isso me pertence.

― Não mais! – Ri. – Estou cheio de fome. – Morde a fruta.

― E como você está se sentindo?

― Bem melhor, feliz por ter perdido a aula do professor chato, mas, ao mesmo tempo, triste por acordar e ver que minha companheira não estava lá.

― Precisava voltar para a aula. – Ri, tentando se justificar.

― Eu não ligaria se você ficasse lá comigo. – Morde a fruta novamente e recomeça a falar antes que Elena pudesse se pronunciar. – Sabe, eu sonhei com você!

― O quê? – pergunta curiosa, lembrando-se de que ele estava sorrindo enquanto dormia.

― É verdade, sonhei que estávamos conversando na sala e você fez algo que me deixou meio perdido e descontrolado.

― E o que eu fiz? – pergunta hesitante, ainda cutucando seu almoço e mordendo o lábio inferior novamente, nervosa por saber a resposta.

Aquilo era demais para ele... Harry se aproxima do rosto da menina sem aviso prévio e beija o canto de sua boca de forma lenta e sedutora. Elena fecha os olhos no mesmo instante em que seus lábios foram tocados pelos dele, sua boca ardia com o contato e seu coração parecia descontrolado em seu peito.

― Era justamente isso que você fazia no meu sonho – diz ele roçando seus lábios no canto da boca feminina. – Mordia seu lábio toda vez que ficava nervosa e isso acabou me tirando do sério...

― E o que você fez... No seu sonho? – pergunta pausadamente, tentando se concentrar no que ele dizia e contendo o impulso de beijá-lo novamente.

― Eu não resisti ao desejo de te beijar, como fiz agora. – Se afasta bruscamente, finalmente tomando ciência do que havia feito e baixando o olhar. – Me desculpe, Elena, eu... Droga, eu... – gagueja. – Não devia ter feito isso, quero dizer, assim tão de repente.

O sinal toca, anunciando o fim do período de almoço. Harry se levanta rapidamente, soltando um rosnado, e sai do refeitório furioso consigo mesmo. Por que tinha que ser tão precipitado? E se ela o odiasse ou o achasse um conquistador barato?

Elena nada diz, nem tampouco impede sua saída, pois ainda estava de olhos fechados e em transe. Ela abre os olhos lentamente, ainda sentindo a lateral de sua boca queimar devido ao simples toque de lábios, seu coração acelerado parecia sambar num desfile de carnaval e seus pulmões pareciam não querer responder aos seus comandos de puxar ar.

Uma lágrima solitária escorre em seu rosto, ao cogitar a possibilidade de Harry ter se arrependido do que fizera. Droga, ela estava apaixonada, sem sombra de dúvidas. Apaixonada como se aquele fosse seu primeiro amor, aquele tipo de sentimento que cria borboletas em seu estômago, lhe causa calafrios, dormências, faz seu coração capotar, sua respiração falhar e deixa suas pernas moles como geleia.

Eram sensações incríveis e mágicas, mas, ao mesmo tempo, estranhas e confusas. Uma forte ligação crescia entre eles e ela podia sentir muito bem. Sua mente logo é bombardeada com as dúvidas de mais cedo: seria certo? Eles mal se conheciam...

― Quer saber? Dane-se – pensa com convicção –, não há nada de errado em se apaixonar. Harry está solteiro e eu não tenho nada a perder, apenas a ganhar, se ele assim me aceitar!

Levantando-se abruptamente, Elena se dirige para a próxima aula, contudo, para seu completo desagrado, não vira Harry pelo resto do dia.

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capitulo ^^
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Ainda estou meio insegura com esta temporada, medo de não ficar boa 8|
Tem bastante gente lendo a fanfic, mas tão poucas comentando... Deem-me suas opiniões por favor, encontrem a luz fantasminhas *-*
Próximo capitulo sairá no sábado: Conquistando-a Parte II