Narrado por Gabriel:

Alguns dias de passaram depois do casamento da tia da Alícia. Desde de então, ela não falou mais comigo, nem eu com ela. Eu não aguento ficar longe dela, tenho medo que ela faça uma besteira. Eu sei que as vezes eu me descontrolo, e acabo sendo um idiota com ela, eu só queria protege-la, mas eu acho que sou eu quem a mais faz sofrer. Não consigo aceitar a ideia de que a Anny seja má com ela, Anny parece ser uma garota tão sensível e fofa, animada.
Hoje é domingo, exatamente 14:43 da tarde. O sol esta quente lá fora, e eu aqui deitado no meu quarto, sem nada pra fazer. Me levantei e fui andar um pouco pela praia. Acho que vou passar na casa da Alícia, queria muito falar com ela. Me aproximei e assim que ia tocar a campainha, ouso um barulho e o choro da Alícia. Fiquei parado em frente a porta e olhei pela fechadura.
- O que foi, Alícia? Não consegue se levantar? - Ouvi Anny dizer enquanto ria. - Não vai dizer nada? Claro, nunca faz nada de útil. 
- Eu não entendo o por quê de você fazer isso comigo, Anny, eu nunca te fiz nada.
- Não preciso de motivos pra te odiar, eu te odeio e ponto. Ta doendo muito, amorzinho?
Alícia não respondeu.
- Vou sair agora, minha lindinha. Vou ver se encontro um certo "alguém" por ai, beijinhos. - Ela riu.
Fiquei preocupado com Alícia, o que Anny tinha feito a ela?
Logo em seguida, Anny saiu pela porta da frente e eu a agarrei pelo braço assim que ela a fechou.
- G-Gabriel? O que faz aqui? - Ela disse com cara de inocente - Esta aqui a muito tempo?
- Você não me engana mais, Anny. Eu devia ter acreditado na Alícia desde o inicio, eu sou um idiota.
- Do que você esta falando?
- Não se faça de desentendida. Eu ouvi tudo.
- Espera, Gabriel... não é o que você esta pensando!
- É o que então? Você não me engana mais, eu tenho certeza do que ouvi... Alícia, eu preciso me desculpar com ela, cadê ela?
- Foi pro quarto. Ela só caiu na escada, não se preocupe. Na verdade acho que ela merecia bem mais que um simples empurrão...
- Você fez o quê? - Falei me alterando.
- Calma, lindo. Ela esta bem, só deve estar um pouco dolorida. - Anny ria.
- Para de rir, garota! - Corri em direção a porta e tentei abri-la, mas estava trancada, e a janela do quarto de Alícia fechada.
- Não adianta, bebê. Depois você fala com ela, eu não dou a mínima, agora meu alvo é outro - Ela disse e saiu em direção a praia.
- ALÍCIA, ALÍCIA! ABRE, SOU EU! - Gritei batendo na porta, mas não obtive nenhuma resposta. 
Sai de lá, e voltei cabisbaixo pra casa. O que eu digo a ela? Será que terei coragem de olha-la nos olhos, mesmo depois de tudo o que eu disse a ela? Mesmo depois de tê-la magoado tanto, dizendo que não confiava nela? Eu sou um completo idiota.