Harry Potter E A Filha De Voldemort. escrita por beabea


Capítulo 5
Chapter Four: "Sunrise Here Is Amazing" Part One


Notas iniciais do capítulo

oi gente!
demorei um pouco, mas perdão é divino, né?
~le desvia das pedras~



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Quando voltei ao dormitório, vi que Tom havia saído. Pensei em perguntar á Ashley aonde ele tinha ido, mas também não a achei.

Com certeza eles estavam se pegando em algum lugar do castelo, talvez a Sala Precisa, ou como eu gosto de chamar "Motel Preciso", por que eles não são os únicos que vão até lá fazer esse tipo de coisa que acho melhor não mencionar aqui.

A verdade é que Tom não é um cara que se deve namorar, por que todas as meninas dariam tudo para dar uma voltinha com ele pelo Motel Preciso.

Ele era uma pessoa misteriosa e fria, garotas são atraídas para esse tipo como moscas para o mel, e isso nunca acaba bem. E ele também não acredita nisso de amor, pra ele é ilusão de ótica. Acho que é só por que ele não quer acabar ficando com alguém que não ama e iludir essa pessoa, fazer um filho com ela acidentalmente e acabar amarrada a ela para sempre, como aconteceu com os pais dele.

Ashley era uma romântica irremediável, e é claro que ser a saidinha do amigo a magoava, e muito.

Fazia com que as palavras que seus pais viviam lhe dizendo ecoarem em sua cabeça, que ela nunca era o suficiente em nada, e eu sabia disso, o que me magoava seriamente junto, por que éramos irmãs. Quase sempre eu resolvia meu problema dando um soco na cara de Tom, e ele não dizia nada, mesmo que eu não soubesse por que estava batendo, ele com certeza sabia a razão de estar apanhando, e sabia que merecia. Apenas resmungava um "Sou feito de carne, não de madeira ok? Não precisa usar essa força toda para fazer doer".

Mas a pior parte de tudo, é que eu sabia de uma coisa sobre Tom que ele nem ao menos havia se tocado (ou havia e simplesmente não conseguia proferir esse tipo de sentimento): ele sentia pela Ashley, talvez em dobro o que ela sentia por ele, só não queria admitir, por que sabia que iria se apegar a ela, e ele tinha medo de sofrer e perder o posto de coração de pedra. Ele prefere ser o Sir Cabeça-Oca.

Suspirei e sentei na minha cama, preparada para uma Ashley chorosa na madrugada.

Comecei a ler um livro que achei perto da minha cama, sem tirar meus pensamentos do que poderia estar acontecendo lá embaixo.

Eles se magoam sem necessidade, são dois estúpidos.

De repente o livro começou a ficar chato, percebi que era Romeu e Julieta, provavelmente Ashley e seu "extremo cuidado" com suas coisas o deixaram cair perto da minha cama.

Não gostei da história.

Romeu era no máxima apaixonado por Julieta, ele não a amava, isso estava mais do que claro. Paixão e amor diferem um do outro de um jeito absolutamente absurdo.

Paixão é um fogo, um clarão. Clarões se apagam. Paixão é absolutamente inabsoluta e urgente. É o hoje sem a possibilidade de um amanhã.

O amor não.

O amor pode ser impaciente, mas ele não é exigente como a paixão, o amor é uma casa feita de lego, que pode ser desmontada e remontada quantas vezes forem necessárias infinitamente sem que se finde. Ele nunca acaba.

Tudo que é fruto do amor é eterno e tudo que é fruto da paixão é passageiro.

E ele não estava apaixonada por aquela outra garota no começo do livro? Isso o torna volúvel, certo?

Ele pode pensar que ama a todas as moças bonitas de Florença, essa história simplesmente não é boa para ninguém.

Apenas Ashley leria uma coisa dessas, fala sério.

Enquanto eu estava em meus pensamentos repulsivos sobre Romeu, a porta estalou o que me fez olhar para a mesma que se abria devagar. Olhei para o relógio de cabeceira. 2:30 da manhã.

Olhei para a porta por onde Ashley entrava de forma sorrateira, tentando não me acordar, eu acredito. Ela deve esperar que eu esteja dormindo. Me virei devagar, me cobri e fingi que estava dormindo.

–Valerie? Você está dormindo? - ela disse abrindo as cortinas que rodeavam minha cama e me olhando.

–Não, o que foi? - eu disse me levantando devagar.

–Nada, eu só queria checar se estava tudo bem. Sem pesadelos? - ela perguntou tentando desfocar o assunto.

A analisei por alguns minutos.

O cabelo estava arrumado e ela não estava vermelha, embora suas roupas parecessem amassadas. Fora quatro marcas roxas no pescoço que seguiam pelos seios e uma marca de mordida, ela parecia bem.

É claro que ela sabia que eu sabia, mas nunca falávamos disso, por que não é da minha conta o que ela faz a não ser que ela ache que é e que eu deva intervir. E se ela sabe que eu sei e nunca me chamou, é por que ela não tem nada contra ser a girl toy do Tom ás vezes.

Afinal ele também era um pouco seu boy toy.

Acho que no fim das contas, foi a forma que eles arranjaram de terem uns aos outros para si por alguns momentos e não ter que se sentir tão preso assim, não se preocupar com coisas desmoronando.

–Eu ainda não dormi, mas sabe, me sinto até feliz hoje. - disse dando um pequeno sorriso sincero - E você, como se sente? - eu perguntei casualmente.

Ela forçou um pequeno sorriso a sair de seus lábios e se sentou ao meu lado na cama, depois de um tempo deitando com a cabeça em meu colo.

–Bem. Eu fico feliz que você esteja feliz, você não sabe o que eu daria para saber por que está feliz, mas sei que não vai me contar, não vou te obrigar. - ela disse e eu concordei acariciando seus cabelos.

–Eu dei uma volta pelo castelo hoje...

–Quando vi que estava chovendo eu imaginei que faria isso. - disse ela soltando um bocejo.

–... E encontrei uma companhia agradável, mas foi só. - eu disse sorrindo me lembrando de como a tarde fora divertida.

Era bom passar tempo com Harry, mesmo que eu soubesse que nunca íamos nos falar nos corredores agitados, perigoso para mim e para ele, mas era bom conversar com ele á sós de vez em quando, conhecer um lado interessante de alguém que eu pensava odiar.

Ás vezes ódio pode ser uma emoção puramente artificial que a gente acha que sente por alguém, mas não sente. Ele era legal, afinal de contas.

–Possa saber com quem foi? - ela disse dando um pequeno sorriso seguido de um bocejo.

–Ninguém importante, só alguém. - eu disse dando de ombros. Não sabia se era exatamente a hora para contar para Ashley e ela assentiu, satisfeita com as mínimas e vagas informações que conseguiu, por que no fundo sabia que no momento era tudo o que iria conseguir, ela não é burra nem nada.

–E você? - perguntei.

–Eu o que?

–O que fez hoje de tarde, não te vi aqui quando cheguei. - eu disse, apenas queria saber se ela estava bem, não me importavam os detalhes, até por que eu sabia que ela tinha ficado com Tom, sem sombra de dúvida.

–Também estive com alguém, foi divertido, sabe. Mas não se preocupe, eu estou bem. Ou vou ficar. É só... sono, e um pouco de dor, só isso. - ela disse.

–Física ou psicológica? - perguntei.

–Um pouco das duas. - ela disse fechando os olhos. Dei um beijo em sua testa e saí da minha cama, pegando meu tênis e me dirigindo ao quarto de Tom no dormitório masculino.

...

O dormitório de Tom era o que pertencera a um figurão da casa Sonserina no passado, Daniel Alfred Jaque Dekker, também conhecido como pai dele, e ele dormia sozinho, então. Mas não se incomodava, por que como eu já disse, Tom é o cara misterioso e frio, e isso de dormir sozinho com regalias das quais ele sempre expressava não fazer a mínima questão, apenas ajudava nesse tipo de fama e fazia meninas imaginarem que "linda alma" estaria por detrás daqueles misteriosos olhos castanhos esverdeados, e o que ele fazia tanto tempo sozinho.

Ele estava no banheiro, provavelmente tomando banho, então eu me deitei na sua cama e cruzei os braços. Tom não se importava, por que eu era sua "filha", como ele mesmo se dizia ser o pai da nossa "família absurdamente estranha e improvisada", porém mais feliz do que a família real de cada um.

Quando ele saiu do banho, seu cabelo estava bagunçado e molhado, e mesmo com frio ele só trajava uma calça de moletom, algumas gotas de água ainda restavam no mal-enxugado abdômen definido de Tom.

–Eu sabia que viria. - ele disse se deitando ao meu lado. Eu percebi que ele também tinha chupões, mordidas e suas costas estavam absurdamente arranhadas.

Bom trabalho, Ashley.

–Deve ter ardido infernos tomar um banho quente. - eu disse com um sorriso de lado, claramente zombando da cara dele.

–Sim, ardeu violentamente como se um troll arrancasse a pele das minhas costas. Vai doer mais quando você socar a minha cara. - ele murmurou.

–Bom, você é um pateta, o que posso dizer? - eu disse ainda irônica.

Ele talvez esperasse um soco, mas não me movi e um silêncio se instalou, mas não era constrangedor, ao menos não para mim. Minha consciência estava mais que limpa.

–E como ela está? - Tom disse molhando os lábios. É um tique que ele tem, de fazer isso a cada cinco minutos.

–Disse que vai ficar bem. Eu não vi arranhões nas costas dela, mas não queria ser seu pescoço em uma hora dessas. - eu disse e ele sorriu de lado.

Com Tom, o jogo era mais aberto do que com Ashley, por que Tom nunca foi do tipo restritivo, ele nunca se importou em falar de sexo, ou de qualquer experiência que tivesse tido fosse com quem fosse (todas mulheres, só pra deixar claro que ele não era gay), se você perguntava ele respondia, também não importando quem você fosse.

Como eu era a melhor amiga/ filha, eu nem ao menos perguntava, e ele não me dava detalhes. Sabia que eu os dispensava e apenas me dizia o necessário, e ás vezes fazia perguntas que ele não tinha coragem de ir lá fazer por ele mesmo.

–Bem, mas ele também fez um belo estrago. - ele disse suspirando e eu assenti.

–Não vou te bater hoje. - eu disse.

–Imaginei que não.

–Fosse já está muito quebrado, anestesiado demais pelas dores nas costas e no pesço e em mais deus-sabe-lá-onde, e nem ao menos sentiria dor, que graça isso teria? Vou esperar até você estar inteiro novamente, daí sim. - eu disse e ele assentiu.

Deu um beijo em minha testa e eu sai do quarto. Mas antes olhei o relógio. 5:00 da manhã, e eu sabia que não conseguiria dormir, e que dormiria o domingo todo, então resolvi me arriscar em uma caminhada pelo corredor.

Quando passei por vários corredores, eu resolvi vistar a Torre de Astronomia. O nascer do Sol lá é um verdadeiro espetáculo.

Quado cheguei, lá estava Harry, encostado á grade e sorriu largamente para mim ajeitando os óculos em seguida.

–Oi. - ele disse.

–Olá. - eu respondi também sorrindo.

–Se importa se eu ficar? O nascer do Sol aqui é lindo. - eu disse e ele fez que não se importava com a cabeça ainda sorrindo, como se a minha presença o alegrasse, e eu sorri de volta de um jeito sincero, por que sua presença também me alegrava.


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Notas finais do capítulo

reviews? provavelmente o próximo capítulo sai ainda nessa semana, por que The Kooks me inspira demais
Bjs
@fuckashirwin