Como nos Velhos Tempos escrita por Vermilion


Capítulo 1
Como Nos Velhos Tempos




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Aquele cheiro de mofo sempre o incomodara. E esse cheiro se intensificava sempre que a chuva caia.

Pela janela podia se ver que aquela noite seria longa. Não conseguiria dormir por causa dos trovões. Não porque tinha medo, mas sim pelo barulho que eles causavam.

Kanda decidiu que de nada adiantaria fechar os olhos para tentar pegar no sono. Em vez disso, ligou o lampião que ficava sobre o criado-mudo e, acomodando-se na cama, começou a ler aquele livro que Lenalee lhe emprestara.

Colocou os óculos e folheou o livro para ver se achava a última página que lera. Tentava se lembrar o que acontecera por último na história, mas não conseguia. Tinha uma vaga lembrança que chegou até a metade do livro, mas por falta de tempo, não leu o resto.

Pousou no novo capítulo e começou a ler:

E o garoto de cabelos castanhos acordou ao sentir a mão de Edward tocando sua chocha. Estava sem reação ao ver o que o loiro estava fazendo, além do mais, eram irmãos. Seria um pecado se isso acontecesse.

Não havia pensamentos na mente de Edward, apenas imaginava o corpo de Alphonse encostado no seu. Não iria se arrepender depois de tudo que passaram para recuperarem o corpo. Como sentira falta daquele toque macio, daquela pele quente que só Alphonse possuía.

- Onii-san... Não podemos... – disse Alphonse, tentando afastar Edward.

Por mais tentador que parecia, o mais novo precisava resistir aos encantos do loiro. As mãos frias de Edward continuaram subindo até alcançarem o zíper da calça do irmão. Sem hesitar, abriu-o.

- Alphonse, eu... – começou Edward, ao abaixar as calças do irmão até os joelhos do mesmo.

- Ed...

(...)

 

Kanda enrubesceu ao ver o desenvolvimento da relação dos irmãos Elric. Onde raios Lenalee estava com a cabeça quando lhe emprestou aquele livro?

A luz de um raio iluminou o aposento, assustando Kanda. Distraído com a leitura, nem reparou que alguém havia entrado silenciosamente no seu quarto. Também não perceberia a presença do ruivo se não fosse o perfume que este último usava. Todo aquele cheiro de mofo havia sido abafado perante a exuberância daquele cheiro agradável que Lavi possuía.

- Yuu! O que está lendo, hein? – perguntou Lavi, tentando olhar, em meio as sombras, qual o título do livro.

Tomado pelo susto, Kanda escondeu o livro em baixo do cobertor para que Lavi não desconfiasse.

- O que está fazendo aqui, Lavi? – explodiu Kanda, tentando disfarçar o rubor em seu rosto.

Lavi estava sentado numa cadeira, perto da outra extremidade do quarto. Apoiou os cotovelos no joelho e passou a observar Kanda. Possuía um sorriso malicioso no rosto.

- Yuu... Que livro era aquele? – questionou Lavi, ainda com aquele sorriso malicioso no rosto.

Kanda tentava evitar os olhos do ruivo, mas era inútil. Colocou a mão sob o cobertor e segurou fortemente o livro.

- Não te interessa. E saia do meu quarto! – trovejou Kanda.

Lavi, agora, se encontrava de pé, ao lado do apoio onde o uniforme do outro estava. Aproximou seu rosto até a camisa usada de Kanda e a cheirou. Até mesmo o suor de seu amado era agradável.

Kanda tentava ignorar o que o ruivo fazia. Virou-se para o outro lado da cama para evitar olhar o que Lavi fazia. Tudo o que ele fazia, o excitava. Até mesmo o seu andar, a forma irritante de falar, o cheiro fortíssimo de seu perfume. Tinha que confessar que morria de ciúmes de Allen. Aquele garoto também era belo, mas não era nada comparado a Lavi. Estava ele cego de amor pelo ruivo?

Tentou evitar esses pensamentos fechando os olhos. Sabia que Lavi continuava ali, no mesmo lugar onde o vira por último. Imaginou-o segurando sua camisa e levando-a diretamente até o rosto.

Lavi aproximou-se da cama e sentou na beirada. Sabia que Kanda estava excitado com sua presença, mesmo o mesmo negando.

Não tinha medo algum de ser atrevido. Colocou uma mão por baixo do cobertor, encostando-a nas cochas de Kanda.

- Yuu... Não sente saudades? – provocou Lavi, deslizando delicadamente seus dedos por aquela perna macia.

- Idiota... – começou Kanda, tentando se conter. Mordeu os lábios disfarçadamente.

As mãos quentes e macias de Lavi continuavam a tocar sua perna. Não sabia o que fazer. Estava excitado com as atitudes do ruivo, mas era errado. Não vivia naquela história dos irmãos alquimistas. Pensou no amor de Alphonse e Edward. Um amor proibido. Um amor malicioso. Eles não se amavam somente como irmãos.

- Yuu, eu... – começou Lavi, planejando continuar com a provocação.

- Idiota! – explodiu Kanda, levantando de súbito.

Não agüentou mais. Ficando de joelhos sobre a cama, jogou-se aos braços do amado. Abraçou-o como nunca o fizera.

O ruivo deu leve beijos em seu pescoço. Como sentiu saudades daquele corpo quente que Kanda possuía. Poderiam, pelo menos naquela noite, ter uma noite de amor como nos velhos tempos.

Lavi encostou seus lábios nos do amante. Tentou se conter para poder continuar com seu joguinho, mas não conseguiu.

- Venha... – disse Kanda, de maneira provocante, ao puxar Lavi para deitar-se ao seu lado.

- Senti saudades – disse o ruivo aos sussurros.

- Cale a boca – retrucou Kanda.

E nenhum dos dois amantes se importou com os raios e com a forte tempestade naquela noite.

 


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