ATO II

CENA I

JULIETA- Aaaai!! Ana, será possível?! Eu tenho mesmo que usar este vestido, ele me incomoda, e estes sapatos me machucam!
ANA-Pare de reclamar Julieta, muitas garotas matariam para ter esses sapatos, e morreriam para ter estes vestidos
JULIETA-Pois então, doe tudo a elas, me deixe de tênis e moletom que eu já estou ótima
ANA-Pare com isso Julieta! Tens mesmo é que agradecer por tudo o que tem.
JULIETA-Agradeço sim, é muito legal ter pais que querem te fazer casar com um idiota, morar em uma casa gigante cujo resto dos cômodos eu nem visito mais, morar no mesmo condomínio que os seus piores inimigos e por isso não poder falar com ninguém, e é claro, usar roupas ridículas, para uma festa ridícula que eu nem quero ir!
ANA-Não vou dizer mais nada Julieta, só se vista e fique quieta, farei seu cabelo assim que terminar de se vestir, agora se apresse porque você já se atrasou na aula de boxe.
JULIETA-Desta vez valeu à pena Ana...
ANA-O que?
JULIETA-Nada Ana...nada.
ANA-Os jovens de hoje em dia...nunca vou entender. Sua mãe quer falar com você.
JULIETA-Pode chama-lá então(Sai Ana e entra a Senhora Capuleto)
SENHORA CAPULETO- Ah, menina, ainda não está pronta?
JULIETA-Não mãe, me atrasei um pouco
SENHORA CAPULETO- Pois trate de se arrumar rápido, a festa já está começando, e eu quero que chegues anted de Páris.
JULIETA-Porque exatamente mãe?
SENHORA CAPULETO-Já discutimos isso, quero que tenha uma atenção especial nele, quero que olhes bem, e que dê a sua opinião depois.
JULIETA-Se é assim que você deseja mãe.
SENHORA CAPULETO- Não só eu filha, mas como todos os Capuleto!
JULIETA-Prestarei atenção mãe
SENHORA CAPULETO-Ótimo Julieta, agora apresse-se.
JULIETA-Certo mãe... poderia me deixar sozinha para eu poder terminar de me arrumar por favor?
SENHORA CAPULETO-Fique à vontade, te esperamos lá embaixo.
JULIETA-Certo

(Senhora Capuleto saí)
JULIETA-Será possível, que nem escolher a pessoa com que irei me casar eu posso mais! Claro que seria muito difícil porque nem liberdade para conhecer pessoas novas eu tenho! Ah, mas que inútil minha vida! Só queria poder me relacionar como qualquer garota normal de dezessete anos. Onde já se viu, uma garota de dezessete anos que nunca namorou! Se ao menos eu pudesse ir à escola... mas não, sou obrigada a viver isolada em casa, estudando com professores particulares... será que ninguém entende? A única coisa que eu queria era um pouco de liberdade, um pouco de opinião... mas até isso é privado em minha casa.
ANA-Falando sozinha menina?
JULIETA-Só refletindo Ana...
ANA-Entendo, agora se apresse!
JULIETA-Ana! Espere!
ANA-Sim minha filha
JULIETA-O que acha de Páris?
ANA-Com certeza ele é o melhor partido para você! Ele é realmente muito belo, tem um ótimo físico, já está na faculdade, prestando direito por sinal.

JULIETA-Não o acha um pouco convencido...ou talvez um pouco arrogante?
ANA-Isso... quem terá de reparar é você.